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As Mulheres No Cangaço
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As Mulheres No Cangaço
E-book377 páginas2 horas

As Mulheres No Cangaço

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Sobre este e-book

O livro tem como prioridade resgatar a imagem das mulheres no contexto do cangaço e o papel social que elas desempenharam nos bandos de Lampião, de Corisco e de tantos outros. As influências benéficas delas, mas também o risco que elas representaram para a estrutura e a manutenção desses grupos. Elas Exerceram um papel importante sem deixar que a sensibilidade e a sexualidade feminina fossem usurpadas pela força das circunstâncias. O projeto traz ao público, um cangaço mais feminino, composto não somente de fuzis, rifles e mausers, mas também é o cangaço de batom, de Rouge, de brinco e de pó-de-arroz. É o cangaço feminino de Maria Bonita, de Dadá, de Sila, de Adília, de Lídia e de tantas outras. Neste Livro, o leitor e a leitura vão descobrirem um pouco mais da biografia dessas sofridas e bravas mulheres que foram para os bandos de Lampião, de Corisco, de Zé Sereno, de Canário, de Zé Baiano e de tantos outros.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de jun. de 2021
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    As Mulheres No Cangaço - Teresa Raquel Nogueira Emídio

    As Mulheres no Cangaço

    Teresa Raquel Nogueira Emídio

    CLUBE DE AUTORES GRÁFICA LTDA

    Copyright © Teresa Raquel Nogueira Emídio

    Todos os direitos de edição reservados ao autor

    Juazeiro do Norte – Ceará

    Revisão Giulia Rodrigues de lima

    Capa e contra capa Fox Lune designer Gráfica

    Imagem de capa e contra capa Gilson Rabelo

    Fotos Benjamim Abraão [et al]

    Imagem de capa e contra capa do documentário Feminino Cangaço, produzido pelo CEEC -

    Centro de Estudos Euclides da Cunha e Uneb

    Dados de Catalogação na Publicação Internacional (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    N778a Nogueira Emídio, Teresa Raquel

    As mulheres no cangaço /Nogueira Emídio, Teresa Raquel; Revisão por Giulia Rodrigues de lima; Capa e contra capa por Fox Lune designer Gráfica; Imagem de capa e contra capa Gilson Rabelo; Fotos porJoão Paulo Macedo, Benjamin Abrahão;Antônio Amaury Correia de Araújo, Lilly Yeshua; Teresa Raquel Nogueira Emídio, Rubens Antônio;João de Sousa Lima, Lauro Cabral de Oliveira; Eronides de Carvalho; Alcides Fraga; José Carlos– 1. Ed. – Juazeirodo Norte, CE: Clube de Autores, 2019.

    266p. ; 14,8x21cm

    ISBN: 978-85-93707-71-1 Prefixo Editorial: 93707

    1.Mulheres2. Cangaço 3. Nordeste 4. Biografia 5. RegionalI. Título CDU: 929

    CDD: 990

    Índice para catálogo sistemático

    1. Brasil: Mulheres: cangaço

    2. Biografia

    Agradecimentos

    ● A Deus pelo dom da vida e a estes aqui:

    ● Meus pais, José Nogueira da Silva e Maria Terezinha Emídio Cunha Nogueira e ao meu tio, Cícero Nogueira da Silva (irmão do meu pai, todos falecidos), pelas histórias contadas sobre o cangaço: A passagem de Lampião em Macapá (atual cidade de Jati, Ceará) no Sítio do meu avô Francisco Nogueira dos Santos, pai do meu pai e do meu tio. Por também terem me contado sobre a existência do Senhor Antônio Teixeira Leite, vulgo Antônio da Piçarra, do Sítio Piçarra, que era coiteiro de Lampião. Pela morte do famigerado Sabino Gomes, um dos cangaceiros mais cruéis do bando e de sua morte no Sítio Piçarra, propriedade do dito Senhor Antônio. Eles também me contavam as histórias fabulosas que sabemos hoje serem lendas, tais como: Em um determinado lugar, Lampião obrigou um cangaceiro seu a comer um quilo de sal, ou Lampião obrigou uma moça a se espetar num pé de mandacaru por falar dele.

    ● João de Sousa Lima por dúvidas esclarecidas, por algumas correções ortográficas e pela permissão de algumas fotos.

    ● Juliana Ischiara por ter dado um material que fala sobre a cangaceira Sila e por ter me revelado o verdadeiro nome daquela mulher: Ermecila Brás São Mateus (Segundo fontes do livro Lampião em Sergipe, de Alcino Alves Costa).

    ● Antônio Amaury pelas poucas vezes de correspondência.

    ● Kyldemir Dantas, a Aderbal Nogueira e a Sr Jackson, funcionário da escola dos saberes de Barbalha - Ceará, pelo apoio moral.

    ● Manuel Neto, Coordenador do Centro de Estudos Euclides da Cunha em Salvador - BA, por ter me revelado o nome do rapaz que fez a imagem do documentário Feminino Cangaço e que é a capa deste livro.

    ● Gilson Rabelo pela permissão da imagem da capa.

    ● Maria Zenaide Barbosa Alves, da Zen Artes de Juazeiro do Norte, que me ensinou a fazer a diagramação do livro e a Jacks Anderson de Toledo.

    ● Paulo Henrique Borges Santander, da cidade do Crato - Ceará, que me presenteou com o livro Benjamin Abrahão entre anjos e cangaceiros.

    Abraão

    ● Robério Santos por alguns assuntos respondidos em seu canal.

    Com a chegada das mulheres houve a construção de uma micro sociedade cangaceira, sem elas seria impossível, os descendentes contarem essa história.

    (Teresa Raquel)

    No contexto, volantes versus cangaceiros, o sertanejo muitas vezes tinha que ora andar de braços dados com Deus, ora fazer pacto com o diabo. Deus representado pelas forças legais do governo, o diabo representado pelos cangaceiros. Só que para o sertanejo era difícil saber quem fazia o papel de Deus e quem fazia o papel do diabo.

    (Teresa Raquel)

    Dedicatória

    A todos os leigos que ainda não conhecem a história das mulheres no cangaço, mas pretendem conhecê-la.

    A todos aqueles que apreciam a história das mulheres no Brasil.

    A todos aqueles que apreciam a história regional do Nordeste, do povo nordestino, a cultura nordestina e amam o Nordeste.

    E a todos aqueles que desejam saber sobre o sofrimento e a resistência do povo nordestino.

    Maria Bonita e os cachorros: ligeiro e guarani.

    Por Benjamin Abraão.

    Indice

    Um pouco mais da autora e o seu interesse pelas histórias do cangaço.......................................................................................11

    Por que as mulheres?......................................................................................17

    Uma breve sinopse da origem do cangaço e suas figuras principais: O Cabeleira.

    ................................................................................................... 18

    Lucas da Feira.

    ................................................................................................... 20

    João Calangro.

    ................................................................................................... 20

    Rio Preto.

    ................................................................................................... 21

    Antônio Silvino.

    ................................................................................................... 22

    Jesuíno Brilhante.

    ................................................................................................... 24

    Os diferentes tipos de cangaço masculino pela ótica de Frederico Pernambucano de Mello.

    ................................................................................................... 25

    A mulher rendeira: Canto de alegria e de terror.

    ................................................................................................... 27

    Antes da entrada das mulheres no cangaço.

    ................................................................................................... 31

    A prostituta Enedina

    ................................................................................................... 35

    Maria Bonita

    ................................................................................................... 37

    Um salvamento feito por Maria Bonita e Luís Pedro

    ................................................................................................... 44

    Maria Bonita e os apelidos.

    ................................................................................................... 45

    Uma pendenga entre Lampião e Maria Bonita.

    ....................................................................................................47

    O que alguns escreveram e disseram sobre Maria Bonita

    ....................................................................................................48

    Dadá. ................................................................................................53

    O que cangaceiros, volantes, coiteiros e historiadores falavam Sobre Dadá. .....................................................................................60

    Maria Adília São Brás.

    ....................................................................................................62

    Fotos. .............................................................................................. .68

    Sila ................................................................................................... ....104

    O cangaceiro Novo Tempo e o vaqueiro Antônio da Fazenda Paus Pretos..................................................................................................111

    Antônia do Rego.

    ......................................................................................................113

    Inacinha.

    ......................................................................................................113

    Cristina.

    ......................................................................................................116

    Moça de Cirilo de Engrácia.

    ......................................................................................................118

    Lídia Vieira de Barros.

    ......................................................................................................119

    Neném.................................................................................................121

    Otília Maria de Jesus

    ......................................................................................................123

    Rosinha ................................................................................................................. 125

    A irmã de Rosinha.

    ......................................................................................................127

    Durvalina .............................................................................................129

    Aristéia .....................................................................................133

    Dulce.........................................................................................136

    Maria de Pancada......................................................................139

    Enedina...........................................................................................141

    Como se morria uma cangaceira................................................142

    As Marias Bonitas, as Dadás e as Lídias do cinema, teatro e da Televisão....................................................................................145

    Fotos da autora......................................................................... 151

    Músicas que falam sobre Lampião................................................. 176

    Bibliografias .....................................................................................258

    Eu, a autora, trajada de Cangaceira

    (Foto da autora, montagem de João Paulo Macedo).

    Um pouco mais da autora e o seu interesse

    Pelas histórias do cangaço.

    Desde pequena sou interessada pelas histórias do cangaço, a história que foi passada para mim sobre a possível passagem do bando de Lampião por Macapá foi assim:

    Lampião passou por lá, meu avô estava na roça e viu os cangaceiros passarem. Lá tinha uns pés de melancia e os cangaceiros famintos deram de conta dessas melancias. Então um dos cangaceiros (não sei quem foi provavelmente nem meu avô sabia. É claro que ele não ia ter a coragem de perguntar quem era, porque ele não era besta e nem nada), deu uma facada na melancia e disse:

    - Eita essa daqui tá tão afiada pra matar um.

    11

    - Respeite as coisas do homem. - teria retrucado o provável Lampião ao seu subalterno.

    - Pode deixa-lo comer à vontade. - teria dito o meu avô.

    Pesquisando sobre o cangaço e sabendo que Lampião passava muito em Macapá, atual Jati, é possível que essa história tenha acontecido sim. Frederico Pernambucano, no seu clássico livro Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste do Brasil, da

    Editora A Girafa, na edição de 2010 escreveu que, certa vez, Lampião recebeu uma carta do seu antigo chefe, Sinhô Pereira em Macapá, atual Jati, Ceará. A carta veio de Minas Gerais, o Coronel Farnesi Dias Maciel, irmão do Presidente Olegário, que estava dando proteção a Senhor Pereira, achava que Lampião poderia viver também em Mato Grosso.

    (Vejam em Guerreiros do Sol: Violência e Banditismo no Nordeste do Brasil editora A Girafa, página 333).

    Frederico não mencionou em seu livro, o local de Macapá onde Lampião recebeu a tal carta de Sinhô Pereira, José Bezerra Lima Irmão, No seu livro Lampião: A Raposa das Caatingas escreveu os locais onde o Rei do Cangaço tinha uns negócios escondidos entre os locais estava Macapá.

    (Vejam em Lampião: A Raposa das Caatingas, pág. 270, JM Gráfica e Editora).

    Quero afirmar aqui que a carta que Lampião recebeu de Sinhô Pereira e o local onde ele escondia as botijas NÃO TÊM NADA A VER

    com a possível passagem de Lampião pelo sítio do meu avô. Meu avô NÃO FOI DE MODO ALGUM uma figura importante na história do

    cangaço, nem coiteiro o pobre coitado foi, apenas foi um simples paisano, como se dizia naquele tempo.

    As figuras mais importantes mesmo da história do cangaço no Ceará foram:

    12

    1.

    ANTÔNIO TEIXEIRA LEITE (VULGO ANTÔNIO DA PIÇARRA).

    2.

    CORONEL ISAIAS DE FIGUEIREDO ARRUDA (CHEFE POLÍTICO DE

    MISSÃO VELHA E DE AURORA).

    3.

    CORONEL SANTANA.

    4.

    CORONEL JOSÉ INÁCIO DE BARROS.

    5.

    O CANGACEIRO GAVIÃO (FILHO DO CORONEL JOSÉ INÁCIO DE

    BARROS).

    6.

    PADRE CÍCERO ROMÃO BATISTA (O PATRIARCA DO NORDESTE).

    7.

    CANGACEIROS MARCELINOS DE BARBALHA (JOÃO 22 E LUA

    BRANCA E BOM-DE- VERAS).

    8.

    CANGACEIROS MORMAÇO, BRONZEADO E CASCA GROSSA.

    9.

    CORONEL GUSTAVO DE LIMA, DA CIDADE DE LAVRAS DA

    MANGABEIRA.

    10. CUSTÓDIO SARAIVA, DA CIDADE DE LIMOEIRO DO NORTE (QUE

    CICERONEOU OS CANGACEIROS APÓS A DERROTA SOFRIDA POR ELES

    EM MOSSORÓ, NO RIO GRANDE DO NORTE).

    11. FLORO BARTOLOMEU DA COSTA (POLÍTICO DE JUAZEIRO DO

    NORTE E O VERDADEIRO RESPONSÁVEL PELA VINDA DE LAMPIÃO AQUI A ESTA CIDADE).

    O que quis dizer é que a cidade de Macapá (Jati), onde se localiza o sítio que pertencia ao meu avô, tinha uma forte ligação com o cangaço.

    José Bezerra Lima Irmão escreveu sobre uma moradora de Macapá chamada Alina que se amasiou com Sinhô Pereira, antigo chefe de Lampião. Já Alcino Alves Costa narrou que esta cabocla era pernambucana.

    (Vejam em Lampião: A Raposa das Caatingas, pág. 116).

    Ainda pequena assisti muito quando passava a minissérie global Lampião e Maria Bonita, interpretados pelos atores Nelson Xavier e Tânia Alves (A primeira vez que a minissérie passou foi no ano de 13

    1982eu só tinha dois anos de idade, portanto não me lembro de quandoeu ela passou naquele ano, mas anos posteriores ela passava nos horários políticos e aí eu assistia).

    Certa vez, quando eu tinha oito anos de idade, num desfile da escola Educandário João Paulo II, no dia 7 de Setembro de 1988eu fui a eu

    mulher rendeira. Tinha um menino que fazia o papel de Lampião e

    minha mãe falava que ele tinha que cantar pra mim a música da mulher rendeira eu ficava morta de vergonha quando era na parte que cantava: Tu me ensina a fazer renda que eu te ensino a namorar.

    Felizmente ele não cantou isso.

    Também quando passava o filme dos Trapalhões, O Cangaceiro Trapalhão eu não perdia um. Assistia no Aqui Agora do Gil Gomes, jornal sensacionalista do SBT em 1992, diversas matérias sobre o cangaço, por exemplo: O possível filho de Lampião e de Maria Bonita, o famoso João Peitudo ele também foi ao programa Livre do Serginho Groisman na mesma emissora de Sílvio Santos; o cangaceiro Candeeiro e o Soldado Panta de Godoy este último matou Maria Bonita.

    Certa vez, no sítio Beleza eu peguei a espingarda de um parente chamado José Nogueira, primo do meu pai e brinquei de cangaceira. A espingarda estava carregada e eu não sabia, apontei para a cintura da minha mãe e para a mulher desse parente, cujo apelido era Madrinha Nem e disse:

    - Mãos ao alto.

    Ainda puxei o gatilho. Felizmente, nada aconteceu com minha mãe e nem com a nossa querida Madrinha Nem.

    O primeiro livro que comprei sobre Lampião foi em 1997, chamado Lampião, Luta, Sangue e Coragem, de autoria da escritora juazeirense

    Wilma

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