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Rick, Lorena E A Cantata De Natal
Rick, Lorena E A Cantata De Natal
Rick, Lorena E A Cantata De Natal
E-book164 páginas2 horas

Rick, Lorena E A Cantata De Natal

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Sobre este e-book

Quem não gostaria de mudar o mundo? Qual jovem não sonharia em ser alguém que muda a vida das pessoas? Rick também é assim, ele sonha em poder fazer a diferença na cidade onde vive, o único problema é que ele é muito atrapalhado e, onde põe a mão, as coisas não dão certo. Porém, quando ele descobrir que o ministério pastoral de seu pai e a Igreja que sua família fundou estão prestes a ruir, o rapaz vai se arriscar numa empreitada inédita: uma cantata de Natal. Para que dessa vez ele não erre, Rick precisará da ajuda de Lorena, sua crush de longa data. Detalhe: ela o detesta! Para que Lorena tope se juntar ao rapaz, somente com o empurrão dos amigos Pedro e Camila, e com um toque especial divino. Com personagens carismáticos e uma escrita cativante, esta jornada te levará por uma aventura sobre amizade, amadurecimento e, acima de tudo, amor a Deus.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de abr. de 2020
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    Rick, Lorena E A Cantata De Natal - Denian Ariel Martini

    1 - Conversa de Mãe

    ELE corria desesperadamente e sabia pelo que corria. Tudo dependia do quanto ele corresse, do quanto ele tivesse fôlego para disparar e alcançar antes que qualquer outro alcançasse.

    Enquanto ele corria, muitas lembranças passaram pela sua mente; lembranças do passando longínquo, de coisas que aconteceram há tantos anos e que agora, diante de tal situação, pareciam se repetir em sua vida. Ele sabia, oh sim, Rick sabia que tudo, absolutamente tudo, dependia do quanto ele corresse.

    E por mais que ele corresse, por mais que esticasse as longas pernas e a distância não fosse tão longa, ele sentia que mais demorava em alcançar. Foram frações de segundos que se estenderam perante seus olhos como anos de vida.

    Foi quando Rick observou com o canto de olho e percebeu que, caso ele não fosse suficiente para alcançar, seu adversário estava ali, pronto; bastasse um pequeno deslize para que outro alcançasse o que era seu.

    Isso o motivou ainda mais. Rick tomou mais impulso para que não falhasse, e ele estava quase chegando, estava por alcançar. O rapaz olhou para frente e calculou muito bem o que deveria fazer, tomou forças e estava quase, quando, de repente, um vulto preto surgiu na frente de seu pé. Já era tarde demais para que Rick [ou mesmo dona Maria] pudesse fazer alguma coisa.

    Resultado: Rick chutou a bola pra fora do gol, fez o time perder o jogo e ainda deu uma bicuda num gato de uma senhorinha. Dona Maria, Rick e toda a rapaziada que jogava bola na rua aquela tarde viram Zumilo (como chamava o bichano) subir mais de 4 metros de altura, soltando um grunhido que mais parecia um... é melhor deixar pra lá, né?

    ***

    - Não tem mas e nem menos mas. É isso e ponto final, já está decidido! – dona Vera falava, brava.

    - Mãe, mas isso não é justo!

    - Justo, Rick?! Você não tem ideia do que fez, não é mesmo?

    -Mas qual o problema em jogar bola na rua?!

    - Menino, não se faça de desentendido! – dona Vera apontava pro rapaz – meu Deus do céu, nem parece que você tem 22 anos, Rick.

    - Mãe eu já falei que o gato entrou na frente da bola – a mãe fazia cara de desconfiada para Rick – não deu tempo nem de pensar!

    - Aquele gatinho é tudo o que a Dona Maria tem!O que você acha disso?

    - Eu acho que a nossa vizinha tinha que prender mais aquele gato sequelado dela – Rick falava de braços cruzados e olhando pro alto.

    - Chega de gracinha, Rick, você vai pagar o tratamento do gato e não se fala mais nisso!

    - Jesus Cristo! Se eu soubesse que pra tratar um gato com uns arranhões era esse absurdo eu tinha dado um chute pra matar esse gato de vez – Vera o encarou – Brincadeirinha.

    A mãe cruzou os braços e observou o filho alguns instantes, depois o abraçou. Rick não era muito alto, porém, era maior que a mãe, a ultrapassara na altura desde os 15 anos de idade, e ainda espichou mais um pouco.

    - Ai, Rick, quando será que você vai tomar jeito nessa sua vida, hein?!

    - Nossa, mãe, falando assim até parece que eu sou um marginal.

    - Não é isso, filho, é que você precisa amadurecer, sabe? Ter mais responsabilidades e...

    - Olha mãe – Rick a interrompeu – pode ficar tranquila que se eu não casar até os 30 eu saio de casa, prometo pra você e o pai.

    Vera deu uma pequena gargalhada.

    - Não é disso que eu tô falando, filho... bom, não é só disso. Eu tô falando de responsabilidades, sabe?

    - Mas, mãe, a senhora sabe que eu trabalho, pago todas as minhas contas, e eu tento ajudar aqui em casa também. Tá que não é uma quantia muito grande, mas...

    - Rick, não é bem disso que eu tô falando - Vera olhou o filho nos olhos – eu tô falando sobre amadurecer; sobre entender que pra tudo o que nós fazemos existem as consequências e que nós temos que arcar com elas, uma hora ou outra. Não dá pra fugir disso. Você é um menino de ouro, um rapaz de Deus, mas será que não chegou a hora de você crescer?

    Aquelas palavras vieram de encontro com Rick como um caminhão que colide com um automóvel. O rapaz sentou-se na cama e ficou olhando pro chão, enquanto ouvia sua mãe dizer:

    - Eu e o seu pai temos muito orgulho de quem você é, Rick, mas nós achamos que você precisa começar a se tornar um homem. Ser jovem é muito bonito, mas não dá pra ser um adulto tendo as responsabilidades de uma criança, meu filho. Será que não é por causa disso que você nunca namorou?

    Rick sabia que não era por causa disso, e ele pensava que, de alguma forma, era para a sua mãe saber também, afinal, ela conhecia sua história. Ele poderia se levantar e dizer que não, explicar direitinho o porquê de não namorar, explicar quem era a culpada, mas tudo o que ele fez foi olhar para a mãe e dizer:

    - É... não sei não, hein mãe?!

    Vera ajoelhou-se e segurou as mãos do filho junto às suas.

    - Pense nisso que eu te falei, tá?

    Rick fez que sim com a cabeça, mas por dentro não sabia nem por onde começar. Como se começa a ser um homem e assumir as consequências? Talvez pagando o tratamento daquele pobre gatinho, vitima do seu golpe! Mas, quando ele falara de pagar as contas, sua mãe dissera que não era bem isso que ela estava querendo dizer. Então estava querendo dizer o que?

    - Por que ela não foi mais clara, hein? – Rick falava consigo mesmo, quando sua mãe já havia saído do quarto.

    Havia alguma coisa que ele não gostava em imaginar que seus pais não o viam como deveriam ver. Ele já tinha 22 anos; será que seus pais ainda o viam como um garotinho? Não pense que ele ficara contente ao ver sua mãe o chamando de menino. Poxa, ele já tinha 22 anos, não era mais um menino. Porém, também não era um homem, afinal de contas, nem sabia por onde começar a encarar as consequências de seus atos, como sua mãe propusera.

    ***

    Sentado na mesa de jantar, Ludovico fazia alguns cálculos de contas a pagar. Errou uma vez e teve que recalcular. Errou novamente e teve que começar do zero, mais uma vez. Vera, que preparava alguns legumes para o jantar, não pôde deixar de perceber o marido errar as contas; ela bem sabia que, quando isso acontecia, significava que Ludovico deveria estar preocupado.

    A esposa deixou os legumes sobre a tábua, na bancada, e sentou-se na frente do marido.

    - Está tudo bem? – Vera perguntou preocupada.

    - Claro, querida – o marido disse sem para de fazer as contas.

    - Ludovico Rogério, eu sei muito bem o que significa o senhorito errar umas contas tão simples – a esposa falava com graciosidade.

    Ludovico, que a essa altura havia errado mais uma vez, parou de calcular, deixou o óculos sobre a mesa e olhou para a esposa.

    - É a Igreja – o marido sentiu no olhar da esposa que ela já sabia disso, mesmo antes dele falar; então prosseguiu – Vera, há quantos anos que nós estamos nesta cidade, pregando o Evangelho?! São anos de empenho e dedicação, anos de amor às almas, e agora isso! Você contou quantas pessoas estavam na Igreja?

    - Pouquíssimas – Vera concluiu.

    - Exatamente. Eu poderia suportar tudo... na verdade, suportamos muitas coisas pra que esse trabalho estivesse vivo até hoje. Mas essa dor é muito forte, e eu não consigo entender como o Senhor pôde permitir que algo assim acontecesse conosco - o pastor desabafava, não como alguém revoltado contra Deus, mas alguém entristecido - Sempre fizemos nosso melhor, não merecíamos isso. Não mesmo! Onde está a lei da semeadura, que diz que a gente colhe o que planta? Onde está o que a Bíblia diz a respeito disso?!

    Vera não disse nada, apenas segurava a mão do marido e o ouvia. Embora cada palavra daquelas ferissem seu coração, ela nada demonstrava. Estava ali, para apoiar o marido, como sempre fizera a vida toda. Deus sabe que, se Vera pudesse, ela arrancaria cada tristeza e decepção do marido apenas para vê-lo sorrir, mas ela era madura e bem entendia que essas coisas não acontecem assim.

    - Run... parece engraçado um pastor desacreditado da fé, não é mesmo?! - Ludovico disse, dando um riso de decepção.

    - Você está muito cansado, amor, e isso é completamente normal. Por que você não sobe e toma um banho enquanto eu termino o jantar? – Vera fez uma pequena pausa e prosseguiu – o que você pensa? Deixar a Igreja e voltar pra capital?

    O pastor deu um breve suspiro.

    - Nem eu sei o que eu quero, mas vou fazer isso que você me disse. Não quero ficar blasfemando contra Deus.

    Ludovico ia se levantando quando sua esposa o segurou mais um instante.

    - Não se cobre tanto, você é um ser humano como qualquer outro e Deus sabe que nenhum de nós é de ferro, principalmente quando a traição é tão grande como essa foi.

    Ludovico encontrou o olhar de Vera à mesma maneira que encontrou quando se conheceram: aqueles pequenos olhos pretos, cheios de graciosidade. Por um instante, sentiu saudade de quando era jovem, e tinha sonhos de ser pastor de sua própria Igreja. Quanta aspiração em um único jovem, e tudo para estar onde estava. Teria sido tudo em vão, ou o Senhor teria um propósito nisso tudo.

    Ludovico não sabia, tudo o que sabia é que tinha em frente de si a mulher da sua vida. Se ser pastor não tivera sido uma boa escolha, a esposa com certeza era. Ele beijou a mão da esposa e saiu, encontrando o filho que descia a escada. Rick percebeu que o pai estava meio estranho e se aproximou da mãe.

    - O que o pai tem? Parece chateado.

    - Não é nada não – Vera disse, levantando-se – ele só está um tanto... cansado.

    ***

    - Pedro, até pra tomar um sorvete tu vem na sorveteria na frente da faculdade? Desapega meu!

    - Valian, Rick, nem lembrei disso não, só me lembrei que o milk-shake daqui é o melhor da cidade, tu vai provar.

    Rick e Pedro eram melhores amigos. Haviam se conhecido na faculdade, que Rick trancara meses depois de entrar. Pedro era cearense, de cabelos cacheados e óculos redondos, e estava às vésperas da apresentação de seu TCC.

    - Será que esse milk shake vem antes do Natal? – Rick falava, impaciente e irônico.

    - Arre égua, Rick, tu tá aperreado hoje, hein?!

    - Ah... é a minha mãe, saca? Ela veio hoje pra mim com uns papos meios estranhos... me deixou meio cabreiro.

    A moça da sorveteria trouxe numa bandeja os dois copos: pistache para Rick, e chocolate para Pedro, que mal esperou a moça deixar o copo na mesa, tomou uma golada. O rapaz puxou tanto sorvete que arregalou os olhos e ficou gesticulando pro amigo. Rick, mesmo estando pensativo, não resistiu rir.

    - Hahaha... Meu Deus, Pedro! Até parece que nunca tomou milk-shake na vida! – o amigo disse gargalhando e pegando os óculos que Pedro deixara cair no chão.

    - Arre égua, gelou até o cerebelo; e tu ficou aí, achando graça, né? – Pedro disse, tomando os óculos da mão do amigo.

    - Quem mandou ser tão esfomeado?! – Rick disse rindo - Não tenho culpa.

    - Vamos mudar o papo? – Pedro disse, sem graça, e prosseguiu - O que tua mãe queria contigo?

    - Ah... uns papos sobre responsabilidade. Não entendi muito bem o que ela quis dizer – Rick tomou um gole de milk-shake e continuou – tipo, já pago as minhas contas. Que responsabilidade mais que ela quer?

    - Ah, Rick, sei lá... quer saber minha opinião? – Pedro falou olhando por cima dos óculos.

    Rick o encarou com os

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