Confissões do cara e outros contos
()
Sobre este e-book
Relacionado a Confissões do cara e outros contos
Ebooks relacionados
Nos Bastidores Do Engano Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos curtos da vida lá fora Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAo Toque De Um Olhar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMeu mundo imaginário: mundo dos sonhos Nota: 5 de 5 estrelas5/5E...outubro Permanece... Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHormônios, me ouçam!: relatos bem-humorados e sem tabus de como a escritora sobreviveu à menopausa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos Quase Verdadeiros Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos De Mistérios E Fantasias Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Triângulo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDez Contos Sobre Garotas De Programa Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCrônicas De Vida Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTipo uma história de amor Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCom que realidades essas camisolas acordam? Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPolitiks Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSala De Aula, Janelas Da Vida Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO quarto de um mundo inteiro e outras crônicas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUma história Maior Que Um Erro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMá Semente Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMiudezas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCronicando por aí Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFala sério, mãe!: Edição revista e ampliada Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Vida De Um Traficante Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Ferida Exposta. Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO exército de uma mulher só Nota: 5 de 5 estrelas5/5Crónicas do Desassossego Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFerida Exposta. Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Verdadeira História das Feras Peludas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasJoão Bom Nas Artes Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Contos para você
Procurando por sexo? romance erótico: Histórias de sexo sem censura português erotismo Nota: 3 de 5 estrelas3/5Todo mundo que amei já me fez chorar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA bela perdida e a fera devassa Nota: 5 de 5 estrelas5/5Contos pervertidos: Box 5 em 1 Nota: 4 de 5 estrelas4/5SADE: Contos Libertinos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Safada Nota: 4 de 5 estrelas4/5Novos contos eróticos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO DIABO e Outras Histórias - Tolstoi Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos de Edgar Allan Poe Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os Melhores Contos de Franz Kafka Nota: 5 de 5 estrelas5/5Quando você for sua: talvez não queira ser de mais ninguém Nota: 4 de 5 estrelas4/5Meu misterioso amante Nota: 4 de 5 estrelas4/5Só você pode curar seu coração quebrado Nota: 4 de 5 estrelas4/5Prometo falhar Nota: 4 de 5 estrelas4/5Melhores Contos Guimarães Rosa Nota: 5 de 5 estrelas5/5Homens pretos (não) choram Nota: 5 de 5 estrelas5/5Felicidade em copo d'Água: Como encontrar alegria até nas piores tempestades Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDono do tempo Nota: 5 de 5 estrelas5/5Para não desistir do amor Nota: 5 de 5 estrelas5/5Rua sem Saída Nota: 4 de 5 estrelas4/5TCHEKHOV: Melhores Contos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO louco seguido de Areia e espuma Nota: 5 de 5 estrelas5/5Amar e perder Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMACHADO DE ASSIS: Os melhores contos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO homem que sabia javanês e outros contos Nota: 4 de 5 estrelas4/5A Espera Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os Melhores Contos de Isaac Asimov Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Avaliações de Confissões do cara e outros contos
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Confissões do cara e outros contos - Chantal Albuquerque
Tomalete e eu
O mais complicado em minha vida foi o dia em que o meu preço aumentou. Foi um verdadeiro rebuliço neste país. A explicação foi a de que a safra havia sido ruim. Portanto, éramos poucos e a procura, muita. É a lei da causa-efeito. Nos tornamos raros, celebridades. Em todo lugar, as pessoas falavam sobre nós, sobre o nosso exorbitante valor. Alguns até faziam piadas, vídeos, montagens, propagandas, comentando sobre essa situação. A nossa imagem era usada em aulas para tratar algum tema complexo de filosofia, literatura, história, gramática e outros assuntos a mais que, de complexos, tornavam-se simples por nos ter como exemplos totalmente contextualizados.
Foi nesse cenário que conheci Tomalete. Vi-a em um sacolão, em que me colocaram para ser vendido. O dono da plantação me retirou do pé de uma maneira toda cerimoniosa e me colocou na caixa junto aos demais tomates.
Viajamos por horas até chegarmos a esse sacolão, na cidade de São Paulo. Os funcionários do sacolão me limparam e, com os demais tomates, colocaram-nos em limpíssimas bandejas.
Nunca havia visto algo tão limpo. O cuidado que tiveram conosco foi como se estivessem limpando um recém-nascido. Senti tanto carinho e dedicação que agradeci a meu dono por ter me enviado para aquele local.
Tomalete estava em uma bandeja ao lado da minha e foi ela, com toda a sua simpatia, que puxou assunto comigo. Conversamos sobre o plantio, a colheita, o transporte e, finalmente, sobre o local onde agora morávamos. Era um pequeno sacolão com dois caixas e uns quatro ou cinco funcionários que cuidavam das frutas, legumes e verduras, mantendo tudo limpo e organizado. O sacolão era bem frequentado, o que era bom para os donos, mas não para nós, porque, além dos frequentadores atrapalharem as nossas conversas, tínhamos que escutar a conversa deles sobre seus problemas domésticos e suas reclamações sobre os preços dos produtos.
No segundo dia em que estávamos naquele local, uma senhora de cabelo vermelho, gorda e alta, com um carrinho cheio de frutas, verduras e legumes, parou diante das bandejas onde estávamos e com os olhos arregalados disse:
— R$8,99?! O quê?? Como é?!?
As moças que ficavam nos caixas e outras pessoas que lá estavam, pararam o que estavam fazendo para olhar o que havia indignado a cliente. Se isso é possível, nós ficamos ainda mais vermelhos, porque todas as atenções se concentraram em nossas bandejas e em nossa placa.
— R$8,99?!? Sério??? — perguntou uma outra cliente, que se aproximou de nós para confirmar a fala da anterior.
Em poucos minutos, o sacolão estava um verdadeiro rebuliço de pessoas vindo confirmar a fala da cliente gorda, alta e de cabelo vermelho, e de pessoas dizendo que aquilo era um absurdo, enquanto outras perguntavam em alto e bom som:
— Onde nós vamos parar desse jeito?
Enquanto outras exclamavam:
— É o apocalipse, minha gente! O fim do mundo!
— Nunca vi nada igual! Só pode ser brincadeira!
— É uma piada!
— Do que adiantou aumentar o salário mínimo, se os preços das coisas aumentaram também?
— Assim não dá! O tomate está mais caro que a carne!
— O jeito é comer somente alface e deixar o tomate para lá!
— Coisa de rico agora, tipo filé mignon!
E todos os dias que se passaram foram essas mesmas conversas em torno de nosso preço exorbitante. Não aguentávamos mais tanta falação. Tomalete estava entediada e eu tentando distraí-la com conversas do