Caixa Preta
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Caixa Preta - Patrícia Franz
© Patrícia Franz 2016
Produção editorial: Vanessa Pedroso
Capa: Kauer Ideia e Imagem
Ilustração: Josabeth Roso
Revisão: 3GB Consulting
Editoração: Cristiano Marques
www.buqui.com.br
www.editorabuqui.com.br
CIP-Brasil, Catalogação na fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
Vem pegar
minha febre!
Te contagia
da urgência
que é meu fim.
Sente o calor
da minha pele
abstinente...
Vem arder
em mim!
Prefácio
VEM ARDER EM MIM
O convite da escritora está no seu poema Febre
. Para isso, Patrícia Franz oferece as labaredas ardentes de uma literatura visceral e absorvente. A fogueira está acesa!
Não pensemos, contudo, que foi um trabalho fácil compor esta coletânea de crônicas e poesias. Como sabemos todos, o mundo literário é uma armadilha. Primeiro é preciso olhar. Depois, ver. Daí vem o meditar sobre, e todo o conhecimento de mundo para se pôr em cima e temperar. Só então, escrever. Um breve resumo sobre esta arte tão incompreendida. E nem vou falar sobre razão e sensibilidade, conceitos sem os quais estética e estilo não se criam. Há uma forte dose de habilidades inatas nisso tudo, mas também não se desconte o trabalho e toda a carga dos séculos de escrituras e anos de leitura sobre as costas de quem começa. Não, Patrícia Franz não desconhece a História de seu ofício e não sucumbiu em sua areia movediça.
E estamos aqui, frente a frente com seu primeiro livro solo: Caixa Preta! Seu primeiro barco movido unicamente por suas velas e seus remos. Não pensemos que o mar revolto do mundo literário lhe seja fácil. Não é. É um universo novo. Os leitores, a crítica, a permanência no tempo. Tudo que move um escritor e sua saga de recontar o mundo em que vive. Abrir esta Caixa Preta desvelará segredos e surpresas. Falará de nós, de nossa alma oculta, nos baterá no rosto, nos dirá por que caímos, o porquê dos nossos desastres. E é só um livro de estreia. Contudo, Patrícia Franz tem o timão seguro em suas mãos que mantêm o leme firme, o objetivo claro: quer ser um retrato de seu tempo e de seu mundo. Nada menos. Os ventos? Que venham os ventos!, é o que se ouve nas entrelinhas e nos subtextos. Ela quer tempestades!
Patrícia Franz viaja pelos mais diversos temas. Amor, cidade, tempo, mar, poesia. Uma autora ciente de que tudo é matéria, tudo é tema a ser pensado, reordenado, redirecionado pelo mundo das palavras. Ela sabe que são as palavras que colocam em xeque nossa existência, que contrapõem o mundo posto com o porvir. Uma autora que não quer a paz entre o sedimentado pela sociedade e a mudança pela qual essa mesma sociedade clama surdamente.
Porta-voz sensível de nossas angústias, sabe dizer com sentir, sabe falar com doer, sabe comunicar ao leitor que suas desavenças com o mundo são dele também. Dona de um potencial lírico invejável, de uma linguagem sedutora e única, Patrícia Franz faz de suas crônicas e de seus poemas um gesto de amor à vida. Seus textos agem, fazendo com que o leitor tenha atitude, ou seja, se emocione e pense.
Crônicas como O mar me levará
e Quando amei Macabéa
e poemas como Saudade
e Gotas
respaldam seu mundo, lhe dão consistência intelectual e maturidade sentimental e nos fazem, a nós, seus leitores, dignos do que estamos lendo.
Voltando ao convite da escritora, eu já o aceitei há muito tempo. Sugiro que o leitor o aceite também. Abra a Caixa-preta e arda!
Pedro Stiehl
Sumário
CAIXA PRETA
A CIDADE DOS ARTISTAS
ÁGUA LÁ FORA
ANTES TARDE DO QUE NUNCA
AS LUZES DA TUA CASA
ACERTO DE CONTAS
AS ROSEIRAS PERMANECEM
AUTOSSUFICIENTE
BRINCADEIRA
CARTA AO FUTURO
CHEGA DE SAUDADE
CAIO OUTRA VEZ
CILADA DO DESTINO
SUPORTE A MALA (parte 1)
SUPORTE A MALA (parte 2)
DA ILHA EM MIM
DANÇA COMIGO?
DESCULPAS
DO COMEÇO
DONA DE MIM
EFEITOS CRÔNICOS
EM OFF
ENCONTRO DESAMOROSO
EXPLOSÃO
CONTANDO AS HORAS
ESTÓRIA DE PÁSCOA
COM SAL, POR FAVOR
TEMPESTADE EM COPO D’ÁGUA
ESMOLAS
FOME
ESTRELAS: CABIDES DE SONHOS
EU NUNCA ME APRESSEI EM TE AMAR
CLICHÊ, EU?
EU, DESPIDA DE MÁSCARAS
FIOS DE ESPERANÇA
GANHEI VOCÊ
INEVITÁVEL
JANELAS
LADO A, LADO B
GASTANDO SOLA DO SAPATO
LOUCA DE MIM
PAR OU ÍMPAR
MINHA LOUCURA
O AMOR SE FEZ
O DIA EM QUE FALTOU CHÃO
O MAR ME LEVARÁ
MATA-ME!
O QUE FAZ UM ESCRITOR?
PLANO B
OBITUÁRIO
PROGRAMADA PRA SER FELIZ
QUAL A TUA JANELA?
QUANDO AMEI MACABÉA
QUANDO TU NÃO VENS
SEIS HORAS
REDE
QUEM VÊ DE FORA
SE ESSA RUA, AINDA, FOSSE MINHA
SE O TEMPO ANDASSE PARA TRÁS
SEU AMOR EM SETE DIAS
TARJA LÔCA
VAI PASSAR
VELHA É A VOVOZINHA
VAGA
FAZER AMOR?
ENCONTRO
SONHANDO COM O VENTO
A LITERATURA TE SALVARÁ
CAIXA PRETA
A caixa grande e negra me espreitava sobre a mesa. Ao lado dela, repousava um bilhete, ou melhor, um convite: abra se tiver coragem! Eu, nascida da curiosidade, criada no desplante e maturada na impaciência, abri. Com toda a indiscrição, ousadia e avidez que me são características.
Logo de cara, Caio Fernando, Ovelhas Negras. Um livro, feito propósito, pra me agradar. Pra amansar. Quem sabe eu, domesticada, me torne presa mais fácil a qualquer armadilha obscura. Escondido naquele embuste do Caio, o Kama Sutra. Reeditado, revigorado e revisitado. As várias anotações deixavam claro: usado e abusado.
Em seguida, uma pequena dose de uma bebida verde; uma insinuação que umedecia os meus lábios. Eis que uma fada parecia soprar conselhos etílicos no meu ouvido. Pensando bem, era um elfo! Lembrando bem, era um beijo!
Encontro chaves, de vários tipos. Bem sei aonde me levariam. Destrancavam os quartos, as salas e as masmorras. Outras, meras ferramentas, utilizadas no ajuste de determinados botões e nas incansáveis tentativas de encontrar os encaixes perfeitos.
Há um frasco, também, contendo a essência dos sentidos. Estranho como, de imediato, esse contato embaralha minha visão. Há um gosto impregnado nas minhas carnes. Um perfume ocupando os espaços da minha boca. E eu me sinto faminta...
Não sei, ao certo, quem me invade. Talvez uma nova dose me salvasse dessa perturbação física, desse alvoroço. Já não era fada, nem elfo. Era uma ninfa, eu me vendo no espelho, inumana nos meus recantos mais ocultos. Dissolvida em doses, me perdendo nos recônditos da