Você Não Vai Acreditar!
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Você Não Vai Acreditar! - Paulo Sergio Rodella
Você não vai acreditar!!
1
Coleção Paulo Rodella
Eu te Contei?
2021 – 1ª ed. Clube dos Autores.
E aí meu REI?!
2022 – 1ª ed. Clube dos Autores.
2
Você não vai acreditar!!
3
Copyrigth 2023 by Paulo Rodella
Capa e projeto gráfico: Paulo Rodella
Revisão: Iris Warkentin Rodella
Foto da capa: Giulia Durães Gonçalves
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Rodella, Paulo, 1950 –
VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR!!
1ª ed. São Paulo: Clube dos Autores
ISBN 978-65-00-72692-3
Crônicas, Humor, Histórias de pessoas simples, Causos, Prosa
[2023]
Todos os direitos reservados desta edição à Paulo Rodella
São Roque, SP
Telefone +55 11 98554-9610
4
5
Sumário
Este livro não é dividido em blocos, capítulos ou episódios, é um texto contínuo, uma conversa informal, onde eu conto casos quase verdadeiros que eu presenciei e vivi, limito-me então a informar a página de cada crônica para que assim se possa balizar a leitura.
Prólogo
(pg. 009)
Zé do Nino
(pg. 016)
O Carmo
(pg. 025)
Notícias Sociais
(pg. 028)
Política Local
(pg. 029)
Personagens Inesquecíveis
(pg. 030)
A Produção Artítica e Cultural em São Roque (pg. 034)
Festas do Vinho
(pg. 037)
Os Cineteatros de São Roque, as Produções Musicais e Cinematográficas
(pg. 039)
Os Músicos
(pg. 046)
Como tudo isso chegou aos dias de hoje
(pg. 048)
Serestas e serenatas
(pg. 049)
Uma rápida citação
(pg. 054)
Os Carnavais
(pg. 055)
O Cometa
(pg. 056)
Cindo, Precisamos de Pano
(pg. 058)
Presépios
(pg. 063)
E a minha novela?
(pg. 067)
Black & White
(pg. 070)
O lobo com pele de padre
(pg. 076)
Terá sido uma peça?
(pg. 082)
6
Confetes, Serpentinas e Cinzas (pg. 087)
Carnaval de 60, um estouro
(pg. 089)
O fogão está queimando
(pg. 091)
Meio limpo
(pg. 095)
Tempos bons aqueles
(pg. 098)
Juventude danada
(pg. 101)
Som na caixa
(pg. 105)
Grão Vizir
(pg. 108)
Viva São Roque
(pg. 111)
O Cruzeiro e o passa-mão
(pg. 115)
A última viagem das galinhas
(pg. 119)
A luta livre sem marmelada
(pg. 124)
Enfim alguém para livrar a cara de Jesus (pg. 132)
Silêncio de mineiros
(pg. 136)
O Mercado de Ver-o-Peso
(pg. 140)
Santarém e o Mercado de Peixes
(pg. 145)
A travessia do Rio Acará – indo à Abaetetuba (pg. 149)
O comício em Abaetetuba
(pg. 157)
Os carapanãs
(pg. 165)
O suco de Murici
(pg. 169)
O índio Miguel
(pg. 174)
O pus no dedo
(pg. 178)
A camisinha musical
(pg. 182)
Mariazinha e a narina de Buda
(pg. 188)
O banheiro, seu Agenor!
(pg. 196)
A festa e o cemitério
(pg. 200)
O lanche em Ezeiza
(pg. 205)
Aerolineas Argentinas
(pg. 207)
Algumas horas em Neuquén
(pg. 209)
7
San Martin qual o quê?
(pg. 214)
A Cerro Chapelco
(pg. 216)
A água Pedras Salgadas
(pg. 219)
Quicí e Jupiá
(pg. 223)
O barulho do Arco-Íris
(pg. 227)
O senhor sabe o que aconteceu com o David?
(pg. 231)
Na intimidade do ônibus cheio
(pg. 236)
O meu susto no cemitério
(pg. 240)
As crônicas a seguir foram escritas conforme iam sendo lembradas, no decorrer de muitos anos.
Quando resolvi junta-las decidi que eu não deveria lhes impor nenhuma releitura, assim alguns fatos correlatos acabaram sendo citados mais de uma vez. Tampouco me importei com uma ordem cronológica ou de emprestar maior importância a um ou a outro texto. Apenas reuni tudo e acrescentei um conteúdo que serve de ligação fazendo com que o texto flua como uma conversa simples numa roda de amigos tomando café.
As histórias são verdadeiras, aconteceram de fato, talvez não exatamente como relatadas, pois um floreio ou um exagero é necessário para capturar a atenção do leitor, contudo a essência foi preservada.
Alguns nomes são de fato os verdadeiros dos protagonistas, outros foram propositadamente trocados.
8
VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR!!
O que a memória ama, fica eterno. (Adélia Prado) Gosto de escrever de tudo o que me lembro, gosto de contar histórias, a minha vida é uma sequencia de crônicas.
E eu acho que a melhor maneira de passar adiante tudo o que já vi e vivi é relatando de forma simples e amigável os fatos pelos que já passei. Nem todos os acontecimentos pelos que passei foram divertidos ou inacreditáveis, a imensa maioria são coisas corriqueiras sem relevância, mas uma ou outra vez acontece o inesperado, o curioso. E aí é preciso estar atento e ter boa memória para lembra-lo e transforma-lo no que de melhor pode ser: uma prosa, ali na mesa tomando um cafezinho!
Foi assim, quando resolvi contar a minha vida no livro Eu te contei?! . Não quis fazer uma biografia, quem pode se interessar em saber se nasci em outubro ou em janeiro? Não quis passar para a posteridade as grandes conquistas, até porque não as tive! Tampouco vou ficar expondo tudo o que deu de errado, de que também não tenho uma coleção notável.
9
Reparei que as pessoas mais próximas de mim me conheciam pelas histórias que eu lhes tinha participado.
Vez ou outra alguns conhecidos me interpelavam lembrando de fatos que eu lhes contara, curiosos queriam saber se aquilo desenvolvera ou surgira outra história. E
então fui sendo incentivado a reunir os meus causos que contam da minha vida.
E foram muitos! Selecionar os mais de 150 que constam no livro não foi tarefa fácil.
Contei com a sorte de ter uma mania estranha, a de escrever desde recados a pequenos textos de acontecimentos do dia a dia à guisa de pró-memória, escrevia também cartas para mim mesmo, mas eu não as colocava no Correio, ainda bem! Com as facilidades de um HD razoável e das maravilhas da informática, eu, deixando sempre para amanhã a limpeza dos arquivos, me dei conta de que já ultrapassava de muito os seiscentos arquivos de texto. Pois é não foi tão difícil separar o que eu precisava para compor o meu livro, bastava criar os textos faltantes, pesquisar um bocadinho sobre as informações que eu queria passar e juntar tudo alinhavando o conjunto para dar sentido à
‘conversa’.
10
O Eu te contei?! ficou pronto, muito maior do que imaginara, com muitos mais dados, com muitas mais histórias. Quem quisesse me conhecer teria, então, peças soltas de um quebra-cabeça, incompleto por certo, pois as coisas para mim sempre são por concluir, por finalizar, mas quem tivesse a paciência de ler o livro terminaria com uma ideia razoável de quem eu sou, fotos com cenários que mudam a cada instante.
De muitos que leram o meu livro recebi comentários do tipo: ei, Paulo, você não escreveu aquela história que você me havia contado! E era verdade, eu não contei todas as histórias, contei as que cabiam, pelos assuntos e pelo espaço. Mas me senti devedor de pelo menos algumas histórias da minha passagem pela Bahia, então criei o livreto E aí, meu Rei! onde resgato um lote dessas.
E via assim que ainda restavam tantas outras crônicas para serem publicadas, e que poderiam provocar algumas boas lembranças e risadas.
Mudei-me para São Roque, no interior próximo paulista, cidade de tradições de causos caipiras, cidade reduto de pessoas de boa fé, e comecei a ouvir algumas histórias não mais simplesmente engraçadas, mas inacreditáveis, fatos que não poderiam acontecer em nenhum outro lugar salvo aqui.
11
Com a ajuda de meus primos, são-roquenses da gema, conheci muitas pessoas interessantes e elas começaram a me contar os causos que a cidade toda já sabia, às vezes histórias, na sua maioria, que aconteceram entre os anos 50 e 90 do sec. XX, e eu ávido dessas informações comecei a sistematiza-las, corri para atestar a sua procedência e veracidade.
Tive a sorte incrível de conhecer o sr. José Carlos Dias Bastos, o Zé do Nino, são-roquense de primeira linha, de 1933, com uma lucidez a toda prova, uma memória fabulosa e uma disposição e cordialidade muito além do que eu poderia esperar.
Pois podem perguntar ao Zé do Nino qualquer coisa sobre a cidade, sua história ou sua população, que ele há de detalhar a resposta de tal modo que não ficará o menor resquício de dúvida, citará locais, datas e nomes como se tivesse se preparado tinha dias para aquela questão.
O Zé faz tudo isso com a leveza de uma mente jovem, que se diverte com o saber e com passar adiante tanto saber. Sempre com um sorriso, sempre com um bom humor juvenil, entremeando, é claro, de uma garfada no bolo e um gole de café com leite.
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Comecei as minhas conversas com o Zé para checar algumas historietas que me contaram, aí nas suas respostas precisas ele acrescentava dados e mais dados, muitas vezes até nos distanciávamos da questão primeira e avançávamos sobre a História verdadeira da própria cidade, anotei, pois não tenho a prodigiosa memória dele, centenas de datas, nomes, sobrenomes e locais. Por muito pouco o próprio propósito deste terceiro livro não mudou de anedotário para a História da cidade. Por sorte do primeiro escopo não sou historiador e não sou versado de pesquisar profundamente os dados, para azar do segundo preferi continuar a contar as minhas histórias de uma forma livre e divertida.
Não sei quantas horas ficamos sentados à mesa com xícaras, bules, térmicas e pratos de bolos, conversando, apenas deliciosamente conversando. Poderia ter gravado as conversas, mas achei que tiraria o encanto da conversa simples, preferi preencher folhas e mais folhas com garranchos de anotações.
O Zé, sempre terminava a reunião preocupando-se se a conversa tinha sido proveitosa, achando que pouco havia contribuído, e de fato, de algumas reuniões não consegui tirar uma única crônica, outras, porém eram fecundas e geraram deliciosas historietas, mas todos os encontros tinham uma coisa em comum: eu havia aprendido muita coisa!
13
Contei sempre com o meu primo Estevam, o Dino, que por ser muito amigo e próximo do Zé, agia como estimulador, provocador de causos, coisa que eu não poderia fazer já que não tinha a intimidade nem com ele, Zé do Nino, nem com os fatos da cidade. O Estevam foi fundamental para o sucesso deste meu projeto. E foram de muita ajuda também as contribuições dos meus outros primos, a Sandra que conhece todo mundo na cidade e também tem um monte de lembranças, tal como o Max, que apesar de seu jeito quieto vira e mexe lembra de uma ou de outra história que não poderia ser colocada de lado.
Com tantas contribuições do Zé do Nino, do Dino, da Sandra e do Max, eu poderia escrever uma grande livro que poderia ter por título ‘Estórias e Crônicas da Última Trincheira dos Puros d’Alma’, mas