Sobre revestimentos em elementos cerâmicos
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Sobre revestimentos em elementos cerâmicos - Fernando Antonio Piazza Recena
Chanceler
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Vice-Reitor
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CONSELHO EDITORIAL
Presidente
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Diretor da EDIPUCRS
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Editor-Chefe
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Beatriz Correa P. Dornelles
Carlos Alexandre Sanchez Ferreira
Carlos Eduardo Lobo e Silva
Eleani Maria da Costa
Leandro Pereira Gonçalves
Luciano Aronne de Abreu
Newton Luiz Terra
Sérgio Luiz Lessa de Gusmão
FERNANDO ANTONIO PIAZZA RECENA
SOBRE REVESTIMENTOS
EM ELEMENTOS CERÂMICOS
logoEdipucrsPorto Alegre, 2017
© EDIPUCRS 2017
CAPA Thiara Speth
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Edissa Waldow
REVISÃO DE TEXTO Patrícia Aragão
Edição revisada segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
EDIPUCRS_HORIZONTALEDIPUCRS - Editora Universitária da PUCRS
Av. Ipiranga, 6681 - Prédio 33
Caixa Postal 1429 - CEP 90619-900
Porto Alegre - RS - Brasil
Fone/fax: (51) 3320 3711
E-mail: edipucrs@pucrs.br
Site: www.pucrs.br/edipucrs
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
R295s Recena, Fernando Antonio Piazza
Sobre revestimentos em elementos cerâmicos [recurso
eletrônico] / Fernando Antonio Piazza Recena – Dados
eletrônicos – Porto Alegre : EDIPUCRS, 2017.
1 Recurso eletrônico
Modo de Acesso:
ISBN 978-85-397-1008-9
1. Revestimentos. 2. Materiais de construção.
3. Cerâmica. I. Título.
CDD 23. ed. 620.14
Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Tratamento da Informação da BC-PUCRS.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos, microfílmicos, fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos. Vedada a memorização e/ou a recuperação total ou parcial, bem como a inclusão de qualquer parte desta obra em qualquer sistema de processamento de dados. Essas proibições aplicam-se também às características gráficas da obra e à sua editoração. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal), com pena de prisão e multa, conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 101 a 110 da Lei 9.610, de 19.02.1998, Lei dos Direitos Autorais).
SUMÁRIO
CAPA
CONSELHO EDITORIAL
FOLHA DE ROSTO
CRÉDITOS
PREFÁCIO
PRÓLOGO
INTRODUÇÃO
HISTÓRICO
1.1 AGLOMERANTES E AGLOMERADOS
1.2 O CIMENTO PORTLAND
1.3 REVESTIMENTOS CERÂMICOS
CONCEPÇÃO
ESTABILIDADE
ADERÊNCIA
4.1 INTRODUÇÃO
4.2 SOBRE O MECANISMO DE ADERÊNCIA
4.3 ARGAMASSAS COLANTES
4.4 O FENÔMENO DE ADERÊNCIA
4.4.1 Aderência instantânea
4.4.2 Microaderência
4.4.3 Macroaderência
EXECUÇÃO
5.1 PREPARAÇÃO DO SUBSTRATO
5.1.1 Preparação das superfícies de concreto
5.1.2 Preparação das alvenarias
5.2 ARGAMASSA DE CHAPISCO
5.3 EMPREGO DE ADITIVOS NA PRODUÇÃO DE ARGAMASSAS DE CHAPISCO
5.4 EMBOÇO E REBOCO
5.5 APLICAÇÃO DE ELEMENTOS CERÂMICOS
5.6 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS
5.7 OUTRAS CONDIÇÕES DE CONTORNO
5.8 TÉCNICAS DE REFORÇO
JUNTAS
INVESTIGAÇÃO
POSFÁCIO
PREFÁCIO
A simples observação de fachadas revestidas com elementos cerâmicos, popularmente chamados de pastilhas ou plaquetas, dá conta do fato de não ser pequena a incidência de desplacamentos de elementos e de porções inteiras do sistema de revestimento, não somente em Porto Alegre, mas em outras tantas cidades do Estado do Rio Grande do Sul, e do Brasil, conforme matérias veiculadas em publicações técnicas de circulação nacional, reforçando o caráter geral desse tipo de problema. Um simples passeio pelas cidades com uma observação mais criteriosa permite constatar a grande incidência dessa manifestação patológica.
Não é por se tratar de evento comum que deve ser considerado um fato normal. Realmente não o é. Qual seria, então, a explicação para a ocorrência desse tipo de manifestação patológica em tão grande quantidade? No início, falava-se na grande amplitude térmica da região, como ocorre no sul do Brasil, mas como explicá-la onde esse fato não é tão marcante? Muitas vezes, o fenômeno é atribuído à simples falta de manutenção, mais como desculpa do que como explicação, por não haver indicação dos procedimentos de manutenção a serem aplicados para garantir a estabilidade desse tipo de revestimento.
Muito se tem falado sobre a expansão de elementos cerâmicos pela ação da umidade, característica representada pela sigla EPU
, quando esses elementos apresentam um teor de absorção de água, apresentado como contribuinte para a ocorrência de desplacamentos, a partir de uns poucos pontos percentuais. Como explicar, no entanto, os desplacamentos ocorridos em revestimentos executados com o emprego de elementos cerâmicos de características vítreas como os porcelanatos, que não absorvem água e, portanto, não apresentam expansão por umidade?
Revestimentos cerâmicos, azulejos mais especificamente, são empregados no Brasil desde a época colonial. Por que, atualmente, com técnicas mais avançadas de produção como a queima controlada, com matéria-prima homogênea, automação da produção e tantas outras variantes, os problemas de desplacamento são atribuídos à uma característica do elemento cerâmico?
Diante disso, há outra pergunta que deve ser feita. A execução de revestimentos de paredes com acabamento final em elementos cerâmicos está sendo executada de forma correta?
Se a resposta for sim, então, é prudente evitar projetar prédios com revestimento cerâmico. Mas se a resposta for negativa, outras perguntas precisam ser feitas, tais como:
Qual seria a explicação para que em muitas obras sequer sejam seguidas as orientações oferecidas pelas normas?
Os profissionais envolvidos com a atividade conhecem as normas relativas ao tema, e essas normas são em algum momento lidas?
Por que o problema vem se repetindo com tanta frequência?
Antes de admitir como causa apenas uma característica de elementos cerâmicos, não seria conveniente estudar o fenômeno a partir do conhecimento dos mecanismos de aderência em sua microestrutura?
É possível entender como uma obrigação ética da Cientec, em relação à comunidade técnica e à sociedade, repassar a experiência adquirida através da realização de uma quantidade incontável de vistorias que tiveram como foco problemas relacionados com a perda de aderência de sistemas de revestimento.
Existe uma convicção de que muitos dos eventos que se repetem contumazmente podem ser evitados desde que observados cuidados mínimos na escolha dos materiais e na forma de aplicação, ou seja, no conjunto de ações que, agrupadas, constituem o procedimento de execução, muitos claramente explicitados nas normas.
O trabalho desenvolvido pela Cientec, na maior parte das vezes, é demandado por condomínios que enfrentam problemas de estabilidade de revestimentos de fachada. Muitos desses trabalhos são apresentados como argumentação técnica em ações judiciais, não sem enorme desgaste pessoal e elevados custos.
Em algumas oportunidades, os responsáveis pela construção não deixam de manifestar certa incompreensão com relação ao trabalho desenvolvido pela Cientec. Não raro, atitudes pessoais e opiniões sobre a atuação da Cientec são manifestadas até com certa hostilidade. O que se percebe é um distanciamento da comunidade técnica com relação ao serviço que a Cientec pode e deve prestar.
Assim, reforçando o que foi dito, é dever da Cientec, embora fundação pública de direito privado, mas que recebe recursos do Estado, provenientes de impostos, divulgar o conhecimento adquirido como forma de retribuição à sociedade pelo investimento que indiretamente é feito na Instituição.
O texto do presente trabalho procura, em uma linguagem direta e acessível, visando principalmente sensibilizar o estudante, ou seja, o profissional do futuro, transferir informações sobre materiais e técnicas, para contribuir com a minimização da probabilidade de ocorrência das manifestações patológicas que acometem os revestimentos cerâmicos de fachadas com tanta frequência.
Muitas vezes são empregados materiais não adequados ou até mesmo fora de norma, sem qualquer ensaio ou teste de desempenho, sem qualquer questionamento, portanto. Mas, em um país no qual até medicamentos são falsificados, é possível confiar em qualquer material apenas por ser industrializado?
Por outro lado, nunca tanta responsabilidade e tanto poder de decisão foram transferidos para empreiteiros de mão de obra como ultimamente. Muitos desses empreiteiros, talvez a grande maioria, não possuem o conhecimento técnico necessário, nem a formação adequada para comandar a execução de tarefas de tanta importância e, a bem da verdade, tão complexas como a execução de sistemas de revestimentos.
Os problemas verificados nas edificações estão diretamente relacionados com a má qualidade de materiais, com o mau uso ou, ainda, com especificações incorretas. No entanto a qualidade da execução ainda tem a maior parcela de responsabilidade pelos problemas existentes.
A iniciativa que tive ao escrever o presente livro é individual, pensada para os alunos, e reflete a experiência de uma vida, ainda incompleta, mas já suficientemente sólida.
Não apresento referências bibliográficas, tão fundamentais em teses e trabalhos de pesquisa ou relatos históricos. Contudo, em um livro, por coerência, seria necessário citar a bibliografia consultada ao longo de uma vida. O que não é possível. Acredito que, em se tratando de informações muito pessoais, de conclusões próprias, na minha maneira de ver, essas referências podem ser dispensadas, até por protesto, já que a impressão que fica é a de que ninguém pode fazer uma afirmação que já outrem não a tenha dito no passado, embora obras de referência possam ser citadas no próprio texto, quando oportuno.
Espero que cada leitor analise criticamente o que está lendo e conclua sobre a conveniência de aceitar ou não, seguir ou não a orientação apresentada. Mas que a informação apresentada o instigue a fazer testes na obra ou em laboratórios, ou possa desafiá-lo a realizar ensaios.
Não é prudente tomar qualquer informação como uma verdade absoluta apenas porque foi dita anteriormente, ou porque está escrita, ou porque o autor possui inúmeros títulos, ou por qualquer outra razão. A análise crítica é fundamental. Não podemos abrir mão do direito, do dever e da necessidade de pensar, questionar, testar e concluir.
Eng. Civil Prof. Dr. Fernando Antonio Piazza Recena
PRÓLOGO
Costumo dizer que a Engenharia não é uma ciência exata. Na verdade, não é sequer ciência. Exatas são as ferramentas empregadas, estas, sim, ciências, como Matemática, Física e Química.
A Engenharia trabalha com aproximações, coeficientes, períodos de retorno, com tratamentos estatísticos de dados e com uma grande dose de intuição. Engenharia é o uso de ferramentas científicas na modelagem de fenômenos e na estimativa de resultados que podem ser obtidos de diferentes formas, mais rápido ou mais demoradamente, com menor ou maior custo ou mesmo com maior ou menor segurança, sendo o melhor caminho e a melhor alternativa definidos pelo talento.
O trabalho desenvolvido na Cientec – Fundação de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio Grande do Sul, por permitir o acesso a uma quantidade muito grande de diferentes obras, desde as edificações residenciais construídas com a técnica mais convencional até estruturas diferenciadas, assim como torres de telefonia, torres de aerogeradores, barragens, obras de saneamento e, ainda, pavimentos, pisos industriais, estruturas pré-moldadas, por exemplo, representa um grande aprendizado e uma fonte imensa de informações.
No Laboratório de Materiais de Construção Civil, são ensaiados diferentes tipos de concreto, elementos de cerâmica vermelha, agregados, cimentos e outros aglomerantes, argamassas e componentes pré-moldados. Evidentemente não é objetivo deste prólogo apresentar o rol de serviços realizados pela Cientec, mas evidenciar a perspectiva holística que se adquire pela necessidade de estudar diferentes materiais e técnicas.
Além de ensaios e consultorias, a Cientec