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O Mito
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E-book178 páginas2 horas

O Mito

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Sobre este e-book

Á muito tempo atrás, mais precisamente na época do antigo Império Babilônico, surgiu uma tentadora ideia. Esta ideia consistia de que Deus, o Criador, possuía um opositor à altura. Este dualismo, esta força do mal, contrariaria à força do bem, duelaria, na luta pelas almas das pessoas. Ao longo dos séculos, isso foi ganhando corpo e penetrando de vez na mente da humanidade. Com isto, este ser foi também ganhando forma, poderes e até reino, o reino das trevas, chegando até nós, nos dias de hoje * * * Três jovens, da atualidade, envolvem-se com a religião dos seus pais e buscam terem experiências metafísicas. Após algumas decepções e constatações de equívocos teológicos e de prática, um deles resolve abandonar aquele convívio.   Repleto de problemas do cotidiano, este jovem tenta encontrar um modo de destrinchar as suas dúvidas, revelando a farsa cristã, e tornando o entendimento das Escrituras, acerca do Diabo, claro como o dia. Envolto em estudos e pesquisas, este complexo paradoxo permeará parte da sua vida, fazendo com que este seja visto como um herege, findando-se assim aquela antiga amizade. Esta história é uma ficção, um drama baseado em fatos reais. Os nomes dos personagens, portanto, foram modificados. Qualquer semelhança terá sido mera coincidência.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de dez. de 2023
O Mito

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    O Mito - Marco Shaz

    O MITO...

    O Príncipe das trevas existe ou não?

    Á muito tempo atrás, mais precisamente na época do antigo Império Babilônico, surgiu uma tentadora ideia. Esta ideia consistia de que Deus, o Criador, possuía um opositor à altura.

    Este dualismo, esta força do mal, contrariaria à força do bem, duelaria, na luta pelas almas das pessoas.

    Ao longo dos séculos, isso foi ganhando corpo e penetrando de vez na mente da humanidade.

    Com isto, este ser foi também ganhando forma, poderes e até reino, o reino das trevas, chegando até nós, nos dias de hoje

    * * *

    Três jovens, da atualidade, envolvem-se com a religião dos seus pais e buscam terem experiências metafísicas.

    Após algumas decepções e constatações de equívocos teológicos e de prática, um deles resolve abandonar aquele convívio.

    Repleto de problemas do cotidiano, este jovem tenta encontrar um modo de destrinchar as suas dúvidas, revelando a farsa cristã, e tornando o entendimento das Escrituras, acerca do Diabo, claro como o dia.

    Envolto em estudos e pesquisas, este complexo paradoxo permeará parte da sua vida, fazendo com que este seja visto como um herege, findando-se assim aquela antiga amizade.

    Esta história é uma ficção, um drama baseado em fatos reais. Os nomes dos personagens, portanto, foram modificados. Qualquer semelhança terá sido mera coincidência.

    O autor.

    PREFÁCIO

    O salão principal da casa de cultura da cidade estava lotado. Havia gente de todo o tipo, querendo que seus respectivos exemplares fossem autografados.

    Atrás de uma grande mesa, bem enfeitada e repleta de livros, lá estava eu, o autor do recém-lançado best-seller, concedendo atenção à cada um que se aproximava.

    Ali, eu era a celebridade, o alvo e o foco de todos. Presentes estavam, a impressa local e até da Capital, além de jornalistas estrangeiros, para cobrirem aquele evento.

    Alguns familiares meus tentavam, sem sucesso, organizar a fila de leitores.

    Fazia muitos anos que eu, agora um senhor de idade, não aparecia pelas redondezas daquela região. E agora, como um filho ilustre daquela cidade, todos queriam ficar próximo de mim.

    A fama proporciona estas extravagâncias.

    Mas na contracapa do livro via-se pouquíssimos nomes escritos, e pouquíssima dedicatória.

    Os entendedores logo entenderão.

    Imaginar que quando vivenciei grande parte de toda esta narrativa, quase ninguém me entendia, quase ninguém me aceitava, e de quase ninguém obtinha respaldo para os meus questionamentos...

    E, em seguida, sorri ao refletir sobre aquela cena que tinha diante de mim:

    Como a vida é engraçada, e às vezes tão inusitada e surpreendente... Vendo a felicidade e o reconhecimento no rosto de cada um, difícil, até mesmo para mim, acreditar que o que estou vivenciando hoje seja verdade. Quem diria que o mito me traria onde me trouxe.

    CAPÍTULO 1

    Teresópolis é uma pequena cidade da região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Emancipada em 1891, esta cidade fica a apenas 75 km de distância da Capital, de mesmo nome do Estado.

    Sua área total não ultrapassa os 774,0 mil quilômetros quadrados, sendo a maior parte de área de mata nativa.

    Localizada na parte norte da Capital, a cidade tem esse nome em homenagem a Imperatriz Teresa Cristina, esposa do Imperador D. Pedro II.

    Como ele tinha sua moradia de férias em Petrópolis – nome este conferido em causa própria – achou então que seria justo batizar a cidade vizinha em tributo à sua mulher, falecida 2 anos antes da emancipação do município, ou seja, em 1889...

    Dizem os historiadores que os primeiros habitantes da cidade foram, na verdade, os Índios Timbiras, muito antes da família Imperial por aqui chegar.

    Originários do Maranhão (no Nordeste Brasileiro), do leste do Estado do Pará (região norte), e do Tocantins (região central do País), esta numerosa tribo indígena se distribuiu pelas demais outras áreas, subdividindo-se.

    Pois assim descreveu Baltasar Lisboa, um explorador Português, em 1788:

    Perto da cidade do Rio de Janeiro, por detrás das altas serras que compõem essa belíssima localidade, indo pela serra da estrela, há índios selvagens e bravos, que não aceitam a economia de Vossa Majestade e nem aceitam a hóstia dos Jesuítas.

    Ainda reza a lenda, que certa feita os Araribóias – tribo indígena que comandava a região, que hoje em dia é conhecida como Niterói – convocou os índios Timbiras para os auxiliarem na batalha contra os Franceses, isso por volta do ano de 1583.

    Mas os Timbiras não eram apenas um único grupo, homogêneo, de um único tipo de povo e língua. Eles eram a soma de outros povos indígenas, tais como os Apinayé, os Canela Ramkokamekrá e os povos Gaviões Parkatejê.

    Dentre estes, alguns falavam o idioma Tupi-guarani.

    Como curiosidade, algumas expressões foram extraídas dos antiguíssimos linguajares e dialetos deles. Palavras como Copacabana, Paquequer, Guaratinguetá e Itaboraí, hoje muito utilizadas, são originárias destes nossos antepassados tribais.

    E alguns outros costumes deixados por estas tribos, ainda resistem ao tempo.

    A arte da confecção de redes de descanso, as cestarias de vime, e até mesmo o hábito de tomar banho todos os dias, por incrível que possa parecer, são heranças deixadas pelos índios Timbiras para os Teresopolitanos da atualidade.

    Além das várias expressões dialéticas e dos hábitos do cotidiano, é na culinária que vemos ainda mais nítida a herança indígena na região.

    O uso do milho para confecção do fubá, a farinha de mandioca, o mingau, a tapioca e o cuscuz, não deixam dúvida de que os primeiros moradores destas altas serras tinham talento, arte e bom gosto.

    - Você já comeu? – O Sr. Rodolpho indagou, pondo-se novamente na direção do carro – Podemos seguir viagem?

    - Sim pai, podemos. – Suzy, sua filha, prontamente respondeu, assentando-se no banco do carona.

    E, virando-se para trás, ela observou a outra jovem e a mãe da mesma, que com eles seguiam viagem - estas de semblante tristonho e olhar perdido na paisagem lá fora.

          Sem coragem de dizer nada, Suzy voltou a mirar-se para frente.

    - É porque eu não quero chegar em casa de noite. A estrada pode ficar perigosa... Você sabe...

    - Sei, o senhor não gosta de dirigir de noite, né pai?

    - A serra fica muito movimentada nessa época. E...

    - Não precisa se justificar pai, eu já fui no banheiro daquele posto, e até comi um salgado gostoso. Aliás, o senhor comeu algo?

    - Não. Não... Eu não comi nada. Fiquei só pensando e pensando...

    É, pelo jeito só eu tive fome e apetite depois disso tudo... – Suzy pensou, e sentiu um nó apertando-lhe a garganta.

    CAPÍTULO 2

    Como cidade mais alta do Estado, com cerca de 871 metros de altitude, Teresópolis possui um clima super úmido tropical, de 80 a 90% de umidade relativa, causado pelo ar do Atlântico, a maior parte do ano.

    Este clima favorece a existência de muitas espécies de árvores e plantas.

    Entre as árvores que melhor se adequam a uma altitude mais baixa, cerca de 30 metros, temos a Palmeira Juçara, a Pindobinha, a Samambaiaçu, o Murici, o Baguaçu, o Jacatirão, a Faveira e a Embaúba.

    Acima de 500 metros de altitude verifica-se a existência das grandes árvores, tais como o Jequitibá-Rosa, o Ouriceiro e a Canela Santa.

    Dentro dessa densa mata, nota-se também diversos tipos de troncos e galhos cobertos por epífitas (uma relação ecológica de associação entre duas plantas diferentes, que sobrevivem juntas).

    Mais de 2.800 outras espécies da serra Teresopolitana já foram igualmente catalogadas, sendo que 369 são de orquídeas e 100 de bromélias.

    As Begoniáceas (arbustivas e raramente lenhosas), as Aráceas (da família das alismatales, de plantas com flor) e as Samambaias gramíneas, são outros exemplos da biodiversidade encontrada nesta região.

    Chamado de Parque Nacional da Serra dos Órgãos – devido a semelhança das formações rochosas verticais, criadas pela erosão, aos tubos usados nas Igrejas Portuguesas da época colonial – este belo pomar natural foi declarado pela Unesco como reserva da biosfera, em 1991.

    Abrangendo também os municípios de Guapimirim, Magé e Petrópolis, este parque possui mais de 20.000 hectares de mata nativa.

    O objetivo da criação e preservação deste local foi o de proteger as cabeceiras dos rios que correm para a bacia Fluminense (nome dado à região ao redor da cidade do Rio de Janeiro).

    - Você acha que fizemos a coisa certa?

    - Acho... Acho que sim, pai. – Suzy ameaçou virar-se para trás outra vez, mas evitando, olhou apenas para o Sr. Rodolpho.

    Depois ela criou coragem, e concluiu:

    – Nós tentamos de tudo antes...

    Eles retornavam de um hospital, na Capital, após um arriscado procedimento cirúrgico.

    - Não sei, filha... – O Sr. Rodolpho olhou para aquela moça e a sua mãe, pelo retrovisor – Minha cabeça dói... Quero é chegar logo em casa, para poder descansar. Foi um dia longo. Ainda falta subirmos a serra...

    - E meu irmão, como será que ele está?

    - Pois é, seu irmão... É nele que eu estou pensando o tempo todo...

    E em mim, será que por acaso eles não pensam? – A jovem, no banco de trás do carro, triste e abatida, nada dizia, mas a sua feição demonstrava rancor e ódio.

    A Rodovia Rio-Terê, também conhecida como serra de Teresópolis, havia sido inaugurada em 1959, pelo então Presidente da República Juscelino Kubitschek e o Governador do Estado, Roberto Silveira.

    Mas este mérito deve sempre ser dado à George March, pois que, por volta de 1826, ele e sua equipe de trabalhadores abriram o primeiro caminho – a estrada direta – ligando Magé, na baixada, ao Soberbo (antigamente chamado de Alto da boa vista).

    Foi ele também quem criou a primeira fazenda-modelo, chamando a atenção de alguns abastados de fora da cidade, para a região.

    Já a estrada das 14 voltas, foi criada somente lá pelos idos de 1898. Com a intenção de trazer o automóvel até a cidade serrana, o Rei Belga, Alberto I, realizou melhoramentos, isso em 1920. Mas foi somente em 1948 que as obras da então BR-4 (atual BR-116), com 13 km de extensão, teve seu início.

    - Quer que eu dirija um pouco, pai?

    - Não filha. Melhor não. Você é muito nova para encarar esta estrada. Olha só quanto caminhão que está passando pela gente. Fique calma, daqui a pouco a gente vai chegar...

    Pouco mais de meia hora de viagem, e eles provavelmente estariam chegando no Soberbo.

    CAPÍTULO 3

    Três meses depois...

    - Vamos Roberto, vamos comigo na Igreja. Lá Deus falará com você, e te ajudará a resolver estes seus problemas.

    - Mas, pai...

    - Nada de desculpas garoto! Vamos, se arrume logo, daqui a pouco o culto começará.

    E mesmo contrariado, Roberto seguiu os passos de seu pai, o Sr. Rodolpho.

    Falar que aquela congregação era acanhada é apelido. O lugar era pequeno demais. Ficava nos fundos de uma modesta casinha, no cruzamento de uma rua de bairro, o bairro onde vivia a família de Roberto.

    - É com grande alegria que recebemos hoje a visita do filho do nosso irmão Rodolpho, aleluia! – Disse o líder daquela reunião.

    E todos naquela humilde igrejinha, sentados em seus bancos, responderam em uníssono:

    - Aleluia!

    Logo percebi que todos ali se tratavam de irmão, e que isso era uma prática comum nas religiões pentecostais.

    Outra coisa que notei, foi que tudo fora previamente tramado. Todos dali sabiam que meu pai me levaria naquele dia. Por isso que ele insistiu tanto...

    Bem, dizer que fiquei com vergonha foi pouco. Fiquei foi com vontade de sumir dali, correndo.

    Mas meu pai não deixaria. Aliás, eu o envergonharia ainda mais se assim agisse.

    Ele só queria me ajudar.

    Eu havia engravidado uma menina de 14 anos, a Júlia, e não me sentia preparado para assumir aquela situação.

    Nessa época, eu tinha apenas 19 anos. Eu era um garoto, um inexperiente garoto, mas já um pai de primeira viagem, que sem emprego e recursos não apresentava estrutura psicológica para assumir uma família.

          O que dizer da menina com a qual me relacionei, então?

    Ela também não tinha noção alguma da montagem de uma nova linhagem. Nossa decisão ante esse impasse não fora das melhores, hoje reconheço.

    Como não queríamos

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