O Ilhéu: Learn European Portuguese Through Stories
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Sobre este e-book
Learn European Portuguese through stories
Numa reviravolta do destino, a jornalista Rita Valadares, cuja carreira foi arruinada por uma reportagem controversa, recebe um convite de uma enigmática milionária para uma entrevista exclusiva no ilhéu onde vive.
Contudo, ao lá chegar, Rita descobre que não é a única convidada — um antigo detetive e outras figuras sombrias do seu passado foram também atraídas ao lugar. Rapidamente, o grupo percebe que entrou num jogo mortal: um labirinto de salas escondidas construído pelo original e sinistro dono da mansão, um comerciante de diamantes. Para escapar, eles terão de desvendar enigmas e enfrentar verdades dolorosas sobre traições passadas.
O que começou como uma oportunidade para recuperar a sua reputação rapidamente se transforma numa luta pela sobrevivência, em que Rita é forçada a confrontar não apenas os perigos físicos do jogo, mas também os demónios interiores que a têm manipulado.
"O Ilhéu" é um mistério que entrelaça suspense e ação, desafiando a heroína a questionar até onde está disposta a ir para reescrever a sua própria história.
NÍVEL
- avançado (C1)
INCLUÍDO
- história em português (aprox.20.000 palavras)
- glossário
OBJETIVOS
- melhorar a compreensão escrita
- consolidar os aspetos gramaticais
- aumentar o vocabulário
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O Ilhéu - Susana Morais
O Ilhéu
Learn European Portuguese through stories
Susana Morais
image-placeholderStoryglot
Copyright 2024 © Susana Morais. All rights reserved.
Published by Storyglot.
ISBN: 978-989-35035-4-6
Author: Susana Morais
Cover illustration: grandfailure
This story is a work of fiction. This book's characters, dialogue, and events are fictional or coincidental.
No part of this work may be reproduced, reprinted, or transmitted in any way without the author's permission.
Please get in touch with the author at info@storyglot.com.
Índice
1.A chegada
2.Os convidados
3.Deixado para trás
4.A anfitriã
5.Arroz de marisco
6.O último convidado
7.O labirinto
8.Um bote na noite
9.No terraço
10.Um grupo inesperado
11.A contagem decrescente
12.Tiros
13.Sem saída
14.Reflexos
15.Destroços
16.A arma
17.Nos passadiços
18.Filomena Flandres
19.Vingança
20.O salto
21.O duelo
22.O polvo
23.Sussurros
24.Sob a superfície
Sobre a autora
A chegada
capítulo 1
Uma pequena onda passou por baixo do bote ¹ levantando-o. Mais uma destas e o almoço vinha fora, pensou Rita.
Tentando abstrair-se do embalar do mar, escreveu o título no caderno sobre o colo ²: O Ilhéu
. Com a língua, Rita deu uma volta à tampa da caneta que tinha na boca e mordeu o plástico deformado. A tampa partiu-se e do lábio nasceu uma pequena gota de sangue. Rita pescou a tampa da boca com os dedos e atirou-a para a água. Depois, riscou furiosamente o que tinha acabado de escrever.
— Ainda falta muito? — perguntou ela ao condutor do bote.
— Mais dez minutos. — Ele não olhou para trás, mas Rita imaginou-o a revirar os olhos. ³ Desde que ela tinha entrado no bote, ou melhor, desde que o tinha quase feito virar ao contrário ao meter a primeira perna lá dentro, que o bigode ⁴ do homem estremecia frequentemente. Ela achava que era o sinal do desdém.
— Estamos aqui parados há um quarto de hora. — insistiu ela.
— A maré ⁵ ainda não subiu o suficiente, menina. Pensava que os jornalistas faziam pesquisa antes de vir fazer uma entrevista.
Rita passou as mãos pela cara e afastou o comentário juntamente com o cheiro a maresia. ⁶ Tinham-lhe dito para manter os olhos no horizonte de modo a afastar a indisposição que tinha sempre ao andar de barco. A sério, miúda. Já vi um documentário sobre isso
tinha-lhe dito a amiga Jojó enquanto lhes tirava uma selfie forçada que mais tarde apareceria nas redes socias com a legenda A Rita vai à aventura! Esperemos que voltes, amiga!
A costa tinha desaparecido atrás do mar alto e à sua frente estava um ilhéu ⁷ rochoso e negro; o que restava de um antigo vulcão submarino. Os farrapos ⁸ de nevoeiro que se prendiam à sua volta esborratavam a linha entre a água e o céu, obrigando Rita a olhar para um cacho ⁹ de mexilhões presos a uma rocha negra. Para cima e para baixo, para cima e para baixo. Desviou-os de novo, desta vez para a água escura e fria. Os braços sinuosos de uma alga ¹⁰ rossavam no bote como se o impelissem ¹¹ a voltar para trás.
Rita esfregou a cara com mais vigor e olhou para o ilhéu à sua frente sem perceber como poderia albergar ¹² uma praia no seu interior.
Sem aviso, o bote rugiu ¹³ e avançou com um solavanco, ¹⁴ metendo por entre duas paredes de rocha como se estivesse a ser engolido pelo vulcão. A mão que Rita tinha a agarrar a borda do bote roçou na parede irregular, desenhando um fino corte nos nós dos dedos. ¹⁵
— Só temos de seguir este estreito ¹⁶ até ao fim. — disse o homem a insuflar o bigode. — Espero que não esteja com ideias de voltar para trás.
A Rita massajou a mão dorida. ¹⁷ Começava a desejar nunca ter aceitado o convite para entrevistar a milionária hermita. Talvez houvesse uma boa razão para nunca ter sido vista em público.
Como no fim de um longo túnel, a luz inundou o rosto de Rita e o bote foi recebido numa praia de areia branca aninhada na cratera do antigo vulcão. Na água pouco profunda da lagoa passavam como flechas ¹⁸ as sombras de peixes coloridos e o sol fraco dançava nas ondas suaves que conseguiam penetrar a muralha rochosa na maré cheia.
— Uau. — disse ela.
— Não é assim nos dias de tempestade. — rematou o homem, fazendo estremecer o bigode.
Uma gaivota pousou na proa do bote e abriu as asas ameaçadoramente. O condutor enxotou-a. ¹⁹
— Se lhes damos um dia um peixe, já acham que nos controlam. Temos de mostrar aqui quem é que manda. — disse ele.
Rita já não o ouviu. Estava demasiado absorta ²⁰ no postal à sua frente. Do outro lado da lagoa, no rochedo mais proeminente da cratera, erguia-se a casa da senhora Flandres. Um imenso bloco de janelas e pórticos decorados, aconchegados no nevoeiro que se prendia ali, refletindo da água e do céu os tons de azul de um palácio encantado.
Rita olhou para o seu caderno e escreveu de novo em letra torta, mas determinada: A Mansão Azul
.
Sorriu, satisfeita com o título. Afinal, o seu instinto de há momentos estava errado, ainda bem que viera. Fechando os olhos de alívio ²¹ quando o bote atracou ²² num pequeno pontão, Rita não reparou no círculo de gaivotas que rodopiava lentamente sobre a casa, como abutres ²³ a sobrevoar um animal moribundo. ²⁴
1. bote (m, -s): barco pequeno.
2. colo (m, -s): área do corpo entre o pescoço e os joelhos de uma pessoa sentada, onde se pode segurar ou carregar algo.
3. revirar os olhos (v.): girar os olhos, geralmente para expressar desdém ou incredulidade.
4. bigode (m, -s): pelos que crescem acima do lábio superior.
5. maré (f, -s): movimento regular de subida e descida do nível do mar.
6. maresia (f, -s): cheiro característico do ar próximo ao mar.
7. ilhéu (m, -s): pequena ilha, geralmente desabitada.
8. farrapo (m, -s): pequeno pedaço de tecido velho e rasgado.
9. cacho (m, -s): grupo de frutas, como um cacho de uvas.
10. alga (f, -s): planta aquática.
11. impelir (v.): empurrar ou forçar algo ou alguém a mover-se para a frente.
12. albergar (v.): dar abrigo ou refúgio a algo ou alguém.
13. rugir (v.): emitir um som alto e profundo, como um leão.
14. solavanco (m, -s): movimento brusco e violento, geralmente feito por um meio de transporte a avançar
15. nó do dedo (m, -s -s): articulação do dedo.
16. estreito (m, -s): passagem estreita de água entre a terra.
17. dorido (adj.): que ainda dói devido a dor forte anterior.
18. flecha (f, -s): projétil fino disparado por um arco.
19. enxotar (v.): afastar algo ou alguém com movimentos rápidos ou bruscos.
20. absorto (adj.): completamente concentrado ou imerso em algo.
21. alívio (m, -s): sensação agradável devido à redução do sofrimento.
22. atracar (v.): amarrar ou prender uma embarcação a um pontão ou doca.
23. abutre (m, -s): ave de rapina que se alimenta de animais mortos.
24. moribundo (adj.): à beira da morte, em estado terminal.
Os convidados
capítulo 2
Quando Rita olhou em volta, apercebeu-se de que não estava sozinha na praia. A alguma distância, um homem esperava ao lado de uma mala de viagem. O sol batia-lhe nas costas, escurecendo-lhe o rosto.
Rita voltou-se para o condutor do bote que já se preparava para partir sem dizer mais nada.
— Olhe! Espere!— implorou ela. — Pensava que era só eu.
— A pensar, morreu um burro. ¹
— Está a dizer-me que foram convidados mais jornalistas?
— Eu disse o que disse. — respondeu ele a estremecer o bigode.
Rita abanou a cabeça e ajustou a mochila às costas à medida que o som do bote era engolido pelo estreito que o levava de volta ao mar.
Ela decidiu ir na direção do homem com as mãos nos bolsos; areia enfiando-se nos sapatos a cada passo. Depois das