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O Profeta
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E-book256 páginas2 horas

O Profeta

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Sobre este e-book

Descubra a história intrigante de Almir Serra, um médium cuja vida é virada de cabeça para baixo quando sua maior profecia falha em se concretizar. Em O Profeta , seguimos Almir em sua jornada de autoquestionamento e transformação após prever um evento catastrófico em 2012 que nunca aconteceu. Enquanto enfrenta acusações de charlatanismo e lida com a devastação de sua própria fé, Almir é forçado a confrontar as verdades fundamentais sobre livre arbítrio, destino e a natureza do futuro. Este livro é uma exploração profunda da responsabilidade espiritual e do impacto das crenças nas vidas dos indivíduos e de suas comunidades. É uma jornada de desdobramento, erro, e redenção que questiona até que ponto podemos ou devemos tentar prever o que está por vir. Ideal para leitores em busca de uma história que combina elementos espirituais com dilemas humanos universais, O Profeta oferece uma nova perspectiva sobre o significado de ser um guia espiritual em um mundo incerto.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de jun. de 2024
O Profeta

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    O Profeta - Edomberto Freitas Alves Rodrigues

    O Profeta

    Como um médium se atrapalhou nas tramas da liberdade

    Edomberto Freitas Alves Rodrigues

    Clube de Autores

    Copyright © 2024 Edomberto Freitas Alves Rodrigues

    All rights reserved

    The characters and events portrayed in this book are fictitious. Any similarity to real persons, living or dead, is coincidental and not intended by the author.

    No part of this book may be reproduced, or stored in a retrieval system, or transmitted in any form or by any means, electronic, mechanical, photocopying, recording, or otherwise, without express written permission of the publisher.

    ISBN-13: 9781234567890

    ISBN-10: 1477123456

    Cover design by: Art Painter

    Library of Congress Control Number: 2018675309

    Printed in the United States of America

    O autor

    Edomberto Freitas Alves Rodrigues. Formado em História pela UFMG e Filosofia pela PUC-MG. Professor de história em BH e Betim. Pesquisador de espiritualidade e filosofia. Escreveu a coleção Religare e outros livros espiritualistas. Agora ele traz seu novo livro, O PROFETA, no qual mostra como a busca por aperfeiçoamento é um caminho que se perde no tempo e no espaço. Essa jornada nunca se faz sozinho, mas acompanhado por aqueles que desafiam nossa sabedoria ou enganos, mas têm a missão de desvendar aquilo que nós somos enquanto egos em evolução.

    Capa: Edomberto Freitas

    Sumário

    Introdução

    Sussurros e sombras

    A sombra do comunismo

    Entre ideais e ideologias

    Uma grande previsão

    A ascensão do Orgulho

    O retorno de Vargas

    Conflitos e consequências

    O profeta e o poder

    Então vieram JK e Jânio

    Jango não

    A salvação dos militares

    Apoio irrestrito

    O milagre, o início e o fim

    Surge um líder sindical

    A grande profecia

    Profecias concorrentes

    Novas profecias

    O sindicalista cresce

    Almir, o imbatível

    Profeta, mas nem tanto

    O mantra de 2012

    Falha mais uma previsão

    A ruptura

    Afinal, não há final

    O 2012 de Almir

    Aprendendo no Mundo Maior

    Aprendendo juntos

    Orientando profetas

    Terapia de progressão

    Como será o futuro?

    Numa época em que as certezas parecem tão escassas quanto essenciais, O profeta: como um médium se atrapalhou nas tramas da liberdade se desenrola como um fascinante relato sobre Almir Serra, um médium cuja vida é profundamente moldada e, finalmente, desafiada por suas próprias profecias. Este livro não é apenas a crônica de um homem navegando pelas águas turbulentas de suas visões e revelações espirituais; é uma jornada penetrante no coração da liberdade humana, do destino e do poder das escolhas que fazemos.

    Desde as revelações que ele fez nos anos 1960 sobre eventos cataclísmicos em 2012, que nunca se concretizaram, até a profunda crise pessoal e espiritual que se seguiu, a história de Almir é um espelho para as nossas próprias lutas com o conhecimento, a fé e a responsabilidade. Como guia espiritual, Almir influenciou muitos, mas a falha de sua maior profecia o leva a questionar não apenas suas habilidades, mas a própria natureza do futuro e do livre arbítrio.

    Em uma narrativa que entrelaça o pessoal com o universal, este livro explora como as convicções de Almir sobre o destino predeterminado são abaladas, forçando-o a confrontar a possibilidade de que o futuro seja menos um destino fixo e mais um espectro de infinitas possibilidades. À medida que Almir enfrenta sua própria vaidade e orgulho, ele aprende lições vitais sobre a humildade e o verdadeiro propósito da orientação espiritual.

    O profeta é uma exploração contundente de como as crenças que sustentamos e as profecias que pregamos podem confinar tanto quanto definir quem somos. Ele desafia o leitor a questionar onde a linha é traçada entre destino e decisão, entre o que é predito e o que é possível. Este livro é para qualquer um que tenha lutado com as grandes questões sobre como conhecemos nosso caminho na vida, como enfrentamos as previsões sobre nosso futuro e como, em última análise, definimos a liberdade à luz de tudo isso.

    Prepare-se para embarcar numa viagem introspectiva que não só ilumina as complexidades da existência espiritual mas também celebra a imprevisível e maravilhosa capacidade humana de mudar, adaptar-se e crescer.

    Sussurros e sombras

    Em uma pequena cidade encravada entre as colinas verdes de Minas Gerais, a vida seguia um ritmo calmo e previsível, exceto na casa dos Serra, onde o jovem Almir enfrentava um mundo que ninguém mais podia ver ou ouvir.

    Nascido em uma família de agricultores modestos, Almir cresceu cercado por campos de café e histórias de santos e sinais, contadas ao redor do fogão a lenha. Mas para Almir, as vozes que sussurravam ao anoitecer não contavam histórias comuns. Eles falavam de coisas que ainda estavam por acontecer, sussurros fantasmagóricos que, com o tempo, sempre se revelavam verdadeiros.

    Os primeiros sinais de sua mediunidade surgiram cedo. Aos cinco anos, ele começou a falar sobre visitantes noturnos, figuras que ninguém mais via, que vinham contar-lhe segredos. Inicialmente, seus pais, Amélia e Joaquim, achavam que eram apenas amigos imaginários, uma fase comum da infância. Mas a fase não passava. Pior, os segredos que Almir revelava começaram a se materializar, como o incêndio no moinho da cidade que ele havia chorado dias antes de acontecer, ou a inesperada morte do velho Antônio, o carteiro, cujo coração ele disse que pararia de bater.

    À medida que as previsões de Almir se tornavam realidades, a simplicidade de sua infância foi substituída por um isolamento crescente. A comunidade, profundamente religiosa e supersticiosa, via o menino com uma mistura de reverência e medo. Comentários sussurrados passaram a seguir a família Serra na igreja e no mercado, rotulando Almir ora como um santo, ora como um presságio de azar.

    Dentro de casa, a tensão cresceu. Joaquim, preocupado com o olhar das pessoas e o estigma associado à mediunidade, insistia para que Almir ficasse calado sobre suas visões. Amélia, por outro lado, embora temerosa, sentia-se compelida a entender e apoiar o dom do filho. Foi ela quem levou Almir à velha Dona Clara, uma curandeira que morava no fim da rua de terra batida. Clara ouviu o menino com uma expressão pensativa, seus olhos perscrutando o ar como se pudessem ver o que ele via.

    — Você tem um dom, Almir, — ela disse, com uma voz que carregava o peso do mundo — Mas como toda dádiva, ela traz seu fardo. Você vai aprender a usá-la, ou ela vai consumir você.

    Sob a tutela de Dona Clara, Almir começou a entender e, em parte, controlar suas habilidades. A velha mulher ensinou-o a escutar sem medo, a discernir entre as vozes que devia atender e aquelas que devia ignorar. Com o tempo, ele aprendeu a encontrar um certo conforto nas previsões, aceitando que elas eram parte dele, como suas mãos ou seus olhos.

    No entanto, a segurança que Almir buscava continuava elusiva. Ele queria apenas ser como os outros meninos, jogar nas colinas e nadar no rio sem o peso de saber o que o amanhã traria. Mas suas visões não lhe davam escolha, cada sussurro uma corda que o amarrava mais firmemente ao seu destino incomum.

    ***

    Conforme Almir crescia, o fardo de suas visões e o estigma da mediunidade moldavam sua personalidade de maneiras complexas. Ele desenvolvia traços distintos que refletiam tanto seu dom incomum quanto as reações daqueles ao seu redor a esse dom.

    Almir era naturalmente cauteloso. Em uma comunidade onde cada olhar e sussurro podia conter julgamento ou medo, ele aprendeu a medir cada palavra e a esconder suas emoções. Sua insegurança era alimentada pelo medo constante de rejeição, e ele frequentemente questionava a si mesmo e suas habilidades. Em seu íntimo, temia que seu dom fosse realmente uma maldição que o afastaria para sempre das pessoas normais que ele tanto queria ser.

    A segurança tornou-se um pilar central na vida de Almir. Ele buscava ambientes e situações que lhe proporcionassem a sensação de controle e previsibilidade. A casa de Dona Clara, por exemplo, tornou-se um refúgio, não apenas por sua aceitação e orientação, mas porque lá, suas habilidades eram vistas como uma bênção, não uma maldição. Em sua busca por estabilidade, Almir frequentemente se apegava a rotinas e rituais, tanto mundanos quanto espirituais, que lhe davam uma sensação de ordem e propósito.

    Ao mesmo tempo em que ansiava por conexões e amizades, Almir se mostrava desconfiado. Ele sabia que suas visões poderiam vir a qualquer momento, revelando aspectos das pessoas que elas prefeririam manter escondidos. Essa capacidade de ver além das aparências fazia com que ele hesitasse em confiar plenamente nos outros. Contudo, aqueles poucos em quem confiava ganhavam sua lealdade inabalável. Ele valorizava profundamente os laços com essas pessoas, vendo-os como um porto seguro em um mundo que muitas vezes não entendia.

    Apesar de suas lutas internas, ou talvez por causa delas, Almir era extremamente sensível aos sentimentos dos outros. Ele podia sentir as emoções das pessoas quase tão claramente quanto ouvia as vozes dos espíritos. Essa empatia, embora às vezes o sobrecarregasse, também lhe dava uma compreensão profunda do sofrimento humano, o que eventualmente enriquecia seu trabalho como médium. Ele não apenas transmitia mensagens do além, mas também oferecia conforto e compreensão, reconhecendo as dores e as esperanças daqueles que o procuravam.

    À medida que Almir amadurecia e suas habilidades eram cada vez mais solicitadas, ele começava a sentir um orgulho ambíguo. Por um lado, havia a satisfação de ser útil e de fazer algo que ninguém mais podia; por outro, um medo persistente de que esse orgulho o afastasse da humildade necessária para gerir seu dom com responsabilidade. Ele lutava para manter seu ego em cheque, consciente de que a linha entre ser um guia espiritual e um charlatão poderia ser tênue.

    Estas facetas da personalidade de Almir não apenas definem quem ele é, mas também estabelecem a base para os conflitos e crescimentos que ele enfrentará ao longo da sua história. Esses traços se entrelaçam para criar um personagem complexo e profundamente humano, cuja jornada é tanto sobre descobrir o verdadeiro significado de sua habilidade quanto sobre encontrar seu lugar em um mundo que tanto o teme quanto o reverencia.

    ***

    À medida que Almir amadurecia, suas previsões começaram a desempenhar um papel duplo em sua vida. Inicialmente fonte de temor e isolamento, elas gradualmente se transformaram em um mecanismo compensatório para sua insegurança crônica. Encontrar certeza em meio à incerteza do dia a dia oferecia a ele uma maneira de se sentir mais controlado e menos vulnerável.

    A capacidade de prever eventos proporcionava a Almir uma estrutura que faltava em sua vida pessoal e emocional. Ele começou a usar suas visões para se preparar para eventos futuros, estabelecendo planos e estratégias que lhe permitiam lidar com eles de maneira mais eficaz. Esta preparação não só mitigava seu medo do desconhecido, mas também reforçava sua autoconfiança, permitindo-lhe agir com mais autoridade e assertividade.

    Suas previsões precisas também começaram a mudar a forma como os outros o viam. Em vez de ser considerado uma anomalia ou uma curiosidade, Almir começou a ser procurado como um conselheiro e guia. A comunidade, que antes murmurava sobre suas habilidades com suspeitas e medo, agora buscava seu conselho em assuntos de grande importância. Isso não só reforçou sua posição social, mas também satisfez seu desejo de ser valorizado e aceito, compensando suas inseguranças internas.

    Em suas relações pessoais, Almir começou a usar suas previsões para navegar e, às vezes, controlar as dinâmicas. Isso trouxe uma nova complexidade às suas interações: embora se sentisse mais seguro, também enfrentava o dilema ético de quão longe poderia ir ao usar seu conhecimento do futuro para influenciar o presente. Este dilema tornou-se uma fonte constante de introspecção e, ocasionalmente, de conflito interno, pois ele ponderava sobre a linha entre usar suas habilidades para o bem comum e manipular eventos para sua própria segurança emocional.

    O uso de suas visões para criar um sentido de segurança também trouxe questões espirituais e éticas. Almir começou a questionar se sua habilidade era realmente um dom para ser usado em benefício próprio ou se deveria ser vista puramente como um serviço aos outros. Essa reflexão o levou a uma jornada mais profunda de autodescoberta e amadurecimento, onde ele teve que enfrentar e reconciliar as partes de si mesmo que ansiavam por segurança com aquelas que buscavam servir a um propósito maior.

    ***

    Na adolescência, a vida de Almir toma um novo rumo à medida que ele mergulha profundamente nos estudos do apocalipse bíblico e das profecias de Nostradamus. Essa fase de sua vida não apenas intensifica sua conexão com o misticismo, mas também molda a maneira como ele vê o mundo e sua própria mediunidade.

    Fascinado pelo enigmático e pelo esotérico, Almir encontra nos textos apocalípticos e nas centúrias de Nostradamus um vasto campo para explorar e interpretar. Ele passa horas na pequena biblioteca da cidade ou na sala traseira da igreja, lendo tudo o que pode encontrar sobre profecias e o fim dos tempos. Seus estudos não são meramente acadêmicos; eles são alimentados por uma busca pessoal por significado e orientação sobre como usar seu dom.

    Almir começa a se identificar com as figuras dos profetas, vendo em suas vidas paralelos com suas próprias experiências. Ele é particularmente tocado pela solidão e pelo peso da responsabilidade que esses profetas carregavam, algo que ele mesmo sente em relação às suas visões. Essa identificação fortalece sua crença de que suas habilidades são um chamado maior, um destino que ele precisa cumprir.

    Os estudos de Almir sobre o apocalipse e Nostradamus oferecem a ele um quadro para interpretar suas próprias visões. Ele começa a ver padrões e significados mais amplos, não apenas em eventos isolados, mas em uma trama maior de causas e efeitos. Essa perspectiva o leva a fazer previsões mais audaciosas e globais, incluindo profecias sobre crises políticas e desastres naturais.

    No entanto, essa nova fase também traz conflitos. Internamente, Almir luta com o medo e a ansiedade sobre o futuro que ele vê se desdobrando, especialmente quando suas previsões envolvem catástrofes ou sofrimento. Externamente, sua crescente reputação como um profeta moderno atrai tanto seguidores quanto críticos. Enquanto alguns o veem como um guia espiritual, outros o denunciam como alarmista ou charlatão.

    Apesar dos desafios, essa fase de intensa erudição e reflexão acaba sendo crucial para o amadurecimento de Almir. Ele aprende a equilibrar sua vida interior com as

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