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História dos Campeonatos de Futebol em Portugal, 1980 a 1986
História dos Campeonatos de Futebol em Portugal, 1980 a 1986
História dos Campeonatos de Futebol em Portugal, 1980 a 1986
E-book468 páginas5 horas

História dos Campeonatos de Futebol em Portugal, 1980 a 1986

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Sobre este e-book

A mais completa obra sobre o futebol português em números.Este livro diz respeito ao período dos campeonatos de futebol, de 1980 e 1986, em que engloba todos os acontecimentos, histórias, finais, resultados e classificações das Ligas, Campeonatos Nacionais e Taças de Portugal. Este trabalho foi ganhando forma ao longo dos anos; posso mesmo afirmar que terá começado na minha adolescência, sem ter ideia que poderia algum dia tomar este rumo. Quando adolescente e amante do futebol, mostrei sempre interesse pelas estatísticas dos resultados e classificações, começando a apontar tudo o que dizia respeito ao tema e no seu passado histórico, decidi compor esta obra pessoal, o mais completo possível, da história dos campeonatos de futebol. Esta 8a parte diz respeito aos campeonatos da Liga, campeonatos nacionais, distritais e Taça de Portugal.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de out. de 2013
ISBN9781301941155
História dos Campeonatos de Futebol em Portugal, 1980 a 1986
Autor

Giusepe Giorgio

Nasceu em Londres, Grâ-Bretanha, a 15 de Junho de 1968, formado em Engenharia Civil, do qual exerce a profissão, tem no desporto o complemento das suas necessidades. Gosto pelas histórias e estatísticas do futebol, acaba por ser um coleccionador de mesmo.

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    História dos Campeonatos de Futebol em Portugal, 1980 a 1986 - Giusepe Giorgio

    Giusepe Giorgio

    2013

    Título: História dos Campeonatos de Futebol em Portugal, 1980 a 1986

    Published by Giusepe Giorgio

    At Smashwords Edition.

    Outubro 2013

    ISBN 978 130 194 1155

    Reservado todos os direitos de acordo com a legislação em vigor.

    Reprodução proibida por todos e quaisquer meios.

    Por vontade expressa do autor, a presente edição não segue as regras do Acordo Ortográfico.

    Índice

    Título

    Introdução dos Campeonatos Nacionais e Taça de Portugal

    Época 1980-81 – O Benfica abriu a década de 1980 com dobradinha

    Época 1981-82 – Sporting, os últimos títulos antes do longo jejum

    Época 1982-83 – Eriksson no Benfica, faz dobradinha e chega à final da Taça UEFA

    Época 1983-84 – O último Bi-Campeonato do Benfica

    Época 1984-85 – FC Porto Campeão no início de um novo ciclo

    Época 1986-86 – FC Porto Bi-Campeão, num dos campeonatos mais equilibrados dos últimos anos

    BIBLIOGRAFIA

    Introdução dos Campeonatos Nacionais e Taça de Portugal

    Este oitavo livro diz respeito ao período de 1980 a 1986, com a transição futebolistica do poder; o título do Sporting (1982) a que se seguia um longo jejum sem vencer o campeonato, o última Benfica bicampeão (1983 e 1984), o surgimento do FC Porto, pós Basileia com o início do dominio a nível nacional.

    Na época de 1980/81 o Benfica abriu a década de 1980 com novo pleno nacional: Campeonato, Taça de Portugal (3-1 ao FC Porto na final) e a Supertaça Cândido de Oliveira, pela 1ª vez na História do clube. Só faltou a Taça das Taças para fazer o pleno.

    A época de 1981/82 é recordada por todos os sportinguistas como uma das melhores de sempre da história do Sporting. Com efeito, naquela época, o Sporting, treinado pelo, excêntrico e carismático, inglês Malcolm Allison (Big Mal), conquistou a dobradinha (Campeonato Nacional e Taça de Portugal). Os últimos títulos antes do longo jejum.

    Na época de 1982/83 os encarnados fazem a dobradinha em Portugal e chegam à final da Taça UEFA. Eriksson chegaria a Portugal, ostentando já no currículo a conquista da Taça UEFA com o Gotemburgo. O Campeonato acabaria por se tornar facilitado mercê das 11 vitórias consecutivas logo a abrir.

    Após o sucesso de que se tinha revestido a época anterior, o Benfica abriria a temporada de 1983/84 de forma auspiciosa. De uma assentada conquista a Taça de Portugal referente à temporada 82/83, em pleno Estádio das Antas contra o FC Porto. No campeonato, o domínio benfiquista seria bem marcado logo de início, com uma primeira volta em que apenas cedeu um empate.

    Na época de 1984/85, o Porto sagrou-se Campeão Nacional ao fim de 6 anos de jejum. Para trás, ficava um período conturbado em que Américo de Sá deixara a liderança do clube e Jorge Nuno Pinto da Costa. É um título simbólico, o primeiro de Pinto da Costa na qualidade de presidente. A vitória na Luz com um golo de Fernando Gomes praticamente abriu as portas do campeonato.

    Foi o segundo título de Artur Jorge como treinador, num dos campeonatos mais equilibrados dos últimos anos. Nessa época, o FC Porto foi campeão nacional com dois pontos de vantagem sobre o Benfica, com o título a decidir-se dramaticamente nas últimas jornadas.

    Época 1980-81 – O Benfica abriu a década de 1980 com dobradinha

    O Benfica abriu a década de 1980 com novo pleno nacional: Campeonato, Taça de Portugal (3-1 ao FC Porto na final) e a Supertaça Cândido de Oliveira, pela 1ª vez na História do clube. Só faltou a Taça das Taças para fazer o pleno. Fica também para a história as palavras que o treinador húngaro, amado por todo o plantel, utilizava nos balneários antes de começar um jogo: "Eu ter muito medo deste jogo". Com Lajos Baroti como treinador e o regresso de João Alves e Veloso, o Benfica teve no FC Porto grande adversário na luta pelo título, onde o Sporting apático cedo comprometeu a defesa do título conquistado e nunca soube encontrar-se. O FC Porto inicia a pré-época fragilizado, a direcção do Porto, presidida na altura por Américo de Sá, viu-se a braços com um motim, resultando na destituição de Pinto da Costa e depois Pedroto e restante equipa técnica por solidariedade.

    Benfica Campeão Nacional

    *Com o Espinho a vencer por 2-0, foi interrompido aos 84′ por força de uma invasão pacífica de campo, sendo o Benfica punido com derrota por 3-0.

    O Sporting, campeão nacional entra mal na abertura do campeonato; a primeira jornada, dita um duelo entre os dois primeiros classificados da época passada, Sporting-FC Porto, mas ao contrário do previsto seria um FC Porto remendado devido à crise da pré-época e com um novo treinador (Herman Stessl, Austríaco), a vencer o jogo (2-1 em Alvalade); Adelino Teixeira abre o activo aos 27' para os portistas, na 2ª parte Manoel empataria aos 52' e Albertino volta a colocar o FC Porto em vantagem aos 60'. Ao contrário o Benfica, com novo treinador e reforços (regresso de João Alves), vence no Bessa (1-0). Na 2ª jornada, jogando em casa o Benfica e o FC Porto são os únicos invictos, os leões voltam a escorregar (empate em Viseu, 1-1). Na 3ª jornada, O FC Porto perde em Setúbal, o Benfica isola-se no primeiro lugar (3-0 em Braga), Sporting com primeira vitória (3-1 ao Marítimo) e os Vimarenses sobem ao 2º lugar.

    Na jornada 4, enquanto o FC Porto volta às vitórias (2-1 ao Espinho), Benfica goleia (6-0 ao Penafiel) o Sporting aumenta a diferença para quatro pontos com empate em Guimarães (2-2) e os Encarnados sobem para dois pontos a vantagem sobre um trio, liderado por Portimonense (5-1 ao Boavista, 2-0 ao Braga e 2-0 na Póvoa), Guimarães e FC Porto. Nas jornadas seguintes o Benfica continua imparável e aproveita empate surpresa do Varzim nas Antas e novo empate do Sporting em Setúbal, depois dos leões terem ganho em Penafiel e ao Belenenses. E há 7ª jornada o Benfica estava isolado com três pontos sobre portistas e no 3º lugar, Portimonense e Sporting a cinco pontos! Penafiel estreia novo treinador e vence o Belenenses (1-0), Oliveira (ex FC Porto) também joga e faz o passo do golo. Na 8ª jornada o FC Porto trava o Benfica (2-1); o líder ainda não tinha sofrido qualquer golo no campeonato, mas Mike Walsh aos 5' inaugura o marcador, Shéu empata aos 11', com o 1º tempo a terminar 1-1. Na 2ª parte Costa coloca os portistas novamente em vantagem aos 55' e o Benfica perderia por 1-2 na primeira derrota da época. Reanima o campeonato com Sporting a aproveitar (4-1 ao Espinho), mas Portimonense cede em Coimbra (0-1). Jornada 9, volta a ser benéfica para o Benfica; enquanto os Encarnados batem o Ac. Viseu (3-0), Sporting perde no Bessa (1-2) e FC Porto perde em Portimão no grande jogo da jornada; de realçar os 4 pontos de intervalo entre o Guimarães (5º) e o trio em último lugar (Setúbal, Académico Coimbra e Penafiel). Com o primeiro terço do campeonato, de salientar a goleada invulgar de 6-3 do FC Porto sobre o Amora e o Benfica a passar na madeira (2-1, mas a lembrar fantasmas do passado). No 1º lugar o Benfica com 18 pontos, 2º FC Porto com 15 pontos, 3º lugar Sporting com 13 pontos e no 4º lugar, as equipas do Guimarães e Portimonense com 12 pontos.

    Em vésperas de um Sporting-Benfica, os líderes voltam a aumentar a vantagem sobre FC Porto (empate em Coimbra) e Sporting (empate em Braga). No jogo grande Alvalade, o Benfica adianta-se no marcador por César aos 25' e o Sporting empataria já na 2ª parte por Freire aos 69'. O FC Porto estava à escuta, recebendo o Penafiel de Oliveira e as magias do treinador resultaram num empate a duas bolas em pleno Estádio das Antas, Oliveira regressava às Antas depois do Verão quente agitado que levou ao afastamento de Pinto da Costa de José Maria Pedroto do Clube. Em solidariedade a esses dois, Gomes e Oliveira também deixaram as Antas. Depois de um péssimo começo de época, com Oliveira, desde a 7.ª jornada, o Penafiel estava em plena e rápida, recuperação. Contudo, houve um outro indivíduo que reclamou como, em parte, da sua autoria esse empate nas Antas. Trata-se de Zandinga, um parapsicólogo, creio que espécie de vidente, que fazia parte da equipa técnica do Penafiel. Ao que consta, Zandinga preparou um feitiço atrás da baliza que Fonseca defendera na 2.ª parte, e foi aí que o Penafiel marcou os dois golos. Será que foi o feitiço do Zandinga, ou maestria e magia do Oliveira que resultaram no sucesso do Penafiel? Não beneficiando do empate no derbi Sporting-Benfica (1-1).

    Depois do empate caseiro com o Benfica, o Sporting compromete definitivamente as aspirações à revalidação do título ao perder no Algarve, aumentando a distância para oito pontos, sendo ultrapassado pelo Portimonense; FC Porto mantém a distância de quatro pontos. Até ao fim da 1ª volta o FC Porto recupera um ponto, com o empate cedido pelo Benfica em Setúbal, vencendo na última jornada da 1ª volta ao SC Espinho (2-1); Portistas com dupla vitória, por 1-0 (na Madeira e com Guimarães) e o Sporting que regressa ao 3º lugar com goleada ao Amora (5-0) e vitória em Coimbra (2-1). O Portimonense termina a 1ª metade em 4º lugar com Bracarenses em 5º lugar e o sensacional Amora em 7º lugar a quatro pontos do Sporting. No fundo da tabela o Marítimo é o lanterna vermelha, seguindo-se um trio composto pelos dois Académicos e o Belenenses com mais um ponto e varzim e Setúbal acima da linha de água.

    A 2ª volta inicia-se tal como a 1ª volta; Benfica bate Boavista por 3-0 e o FC Porto reforça o 2º lugar e mantém a pressão sobre os encarnados ao voltar a ganhar ao Sporting por 1-0 nas Antas, com o irlandês Walsh a marcar aos 19' da 1ª parte, um jogo sempre controlado pelo FC Porto; nos jogos de aflitos o Belenenses vence em Coimbra por 2-0. Na 16ª jornada, com os líderes a venceram, a sensação acontece em Alvalade com o Académico de Viseu a vencer por 1-0 e o Sporting começa a temer o 3º lugar, pois o Portimonense com menos um ponto, junta-se quatro equipas a dois pontos e Boavista em 9º lugar a três. Na 19ª jornada com o Sporting a estabilizar nos resultados (vence na Madeira e em casa ao Guimarães), o Benfica empata em Penafiel (0-0) e vê o FC Porto aproximar-se (1-0 em Espinho), reduzindo para dois pontos a diferença. No fecho do segundo terço do campeonato o Benfica ia a Portimão (4º lugar), num jogo dificílimo onde FC Porto e Sporting, tinham caído; o Benfica teve uma tarde endiabrada e vence por 5-1, (atirando o Portimonense para um 7º lugar); FC Porto mantém a pressão com 2-1 ao Boavista.

    Com entrada no último terço do campeonato ninguém cedia e na 23ª jornada, o grande jogo do título com o Benfica-FC Porto; Os encarnados já não venciam ao FC Porto, desde o último título conquistado (3-1 em Maio de 1977, quase quatro anos). O Benfica vence com golo de João Alves por 1-0 e dá passo gigante rumo ao título, mas ainda em fase de descompressão vai empatar a Viseu (1-1) na 24ª jornada, com FC Porto a recuperar um ponto; Sporting e ressurgido Boavista, empatam em Alvalade (1-1) e a luta do 3º lugar parece ser entre ambos. Depois de golear o Marítimo por 6-1, o Benfica volta a jogar fora e volta a ceder outro ponto (0-0 em Guimarães), FC Porto tira vantagem cilindrando o condenado Académico de Coimbra por 7-0, Sporting volta a empatar em Alvalade, segundo jogo consecutivo (1-1 com Braga), Marítimo também compromete a manutenção (1-1 com Portimonense e a três pontos da linha de água), tal como Amora com mais um ponto e que depois dos 15 pontos conquistados na 1ª volta, só somou mais 4! e isto quando faltam quatro jornadas para terminar o campeonato.

    Na 27ª jornada, surge o último clássico do campeonato, com um derbi Benfica-Sporting; Os encarnados estavam proibidos de perder, pois implicaria que o FC Porto se colaria no primeiro lugar e o Sporting queria segurar o 3º lugar com o Boavista a ameaçar. Com tantas situações em jogo mesmo na manutenção, seria uma jornada de empates; No jogo grande da zona dos aflitos, o Amora bate o Marítimo por 1-0 e condena os madeirenses; No jogo entre Académicos o de Viseu, vai ganhar a Coimbra, e ultrapassa os pressionados Espinho e Varzim. Na Luz o Sporting entra melhor no jogo contra um Benfica nervoso, mas a 1ª parte termina com o Benfica a vencer por 1-0, com golo de penalti duvidoso sem antes ter havido um golo invalidado pelo árbitro ao Sporting. O jogo terminaria empatado a uma bola com Jordão a marcar o golo do empate e assim a justiça no resultado. FC Porto não aproveita empatando em Penafiel e assim mantém-se os dois pontos com três jornadas para jogar. Na 28ª jornada ninguém cede e o Benfica pode festejar o título se vencer na Luz o Setúbal, pois mesmo que perca a vantagem na última jornada a diferença de golos entre marcados e sofridos era a favor do Benfica de 20 golos...

    Benfica-Sporting 1-1

    À penúltima jornada, a vitória esclarecedora no Estádio da Luz garantiu a conquista do campeonato ainda com uma jornada por disputar; O Benfica ganharia por 5-1 e ainda aumentava a vantagem após o empate caseiro do FC Porto com o condenado Marítimo. Na luta pelo 3º lugar o Sporting cede o lugar ao Boavista; os Leões são surpreendentemente goleados na Amora (0-3), mantendo assim a esperança na manutenção. E o Boavista vence na Póvoa de Varzim, complicando a vida à equipa Poveira. Beleneneses salva-se em definitivo ao vencer em Portimão (2-1) e o SC Espinho dá um grande passo ao vencer em Braga, pois a última jornada é em casa com o Benfica. Tendo em conta que nesta época só descem três automaticamente (o quarto vai disputar uma Liguilha), a decisão fica entre o SC Espinho (recebe o Benfica), Varzim (vai a Penafiel), Académico Viseu (Vai ao condenado Marítimo) e Amora que vai ao Restelo; um deles junta-se ao Marítimo e Académico de Coimbra e o outro 13º lugar vai jogar a Liguilha de manutenção com os vices das três zonas.

    Na última jornada disputava-se apenas o prestígio do 3º lugar, o lugar de descida e do torneio de Liguilha. Enquanto o Boavista desesperava com o empate caseiro com o SC Braga (1-1), o Sporting segurava o 3º lugar por um ponto ao bater o Académico de Coimbra por 3-0 no jogo de despedida da 1ª Divisão. No jogo da festa do título de campeão o Benfica deslocava-se a Espinho e perde por 2-0; O jogo Espinho-Benfica, da 30ª jornada, foi interrompido aos 84′ por força de uma invasão de campo; o resultado era de 2-0. O Benfica foi subsequentemente punido com uma derrota de 3-0. No entanto, os golos marcados nesse jogo (SCE: Coelho, Vitorino) foram contabilizados. O Amora foi o grande beneficiado na luta pela manutenção, enquanto o Académico de Viseu perdia na Madeira (3-5), ficou na expectativa com o Varzim a empatar em Penafiel, mas a reviravolta final do Amora no Restelo (esteve a perder e virou o resultado), saldou-se, de uma hipotética descida automática para uma manutenção definitiva; o Académico acabaria por ocupar o 13º lugar tendo que disputar a liguilha e o Varzim que pensava contentar-se com a liguilha desceria na companhia do Marítimo e do Académico de Coimbra. Na liguilha o Académico de Viseu levaria a melhor sobre o Leixões (Norte), Os Nazarenos (Centro) e Juventude Évora (Sul), com os Viseenses a levar a melhor sobre a equipa da Nazaré na última jornada, num jogo em que o empate bastava, acabando por vencer.

    Benfica, Campeão Nacional

    Após três épocas consecutivas sem vencer o campeonato nacional, algo que não sucedia desde 1954/55, o Benfica voltaria aos títulos em 1980/81 e logo com uma dobradinha, a 7ª do seu historial. Aliás, logo em Outubro, o Benfica tinha já deixado bom prenúncio ao conquistar a Supertaça, na altura ainda sem o nome de Cândido de Oliveira, pelo que na prática a época se saldou por um tripleto de troféus. A única temporada, em toda a sua história, em que o Benfica venceria Campeonato, Taça de Portugal e Supertaça. Foi um campeonato em que o Benfica apresentando um magnifico lote de jogadores, dentro os quais se destacavam Bento, Humberto Coelho, Shéu, Chalana, Carlos Manuel e Nené e se juntavam as aquisições de João Alves e Veloso e para os orientar tinha sido contratado o húngaro Lajos Baroti, ex-seleccionador magiar em 3 campeonatos do Mundo, para substituir Mário Wilson. O 24º título nacional do clube acabou por ser garantido de forma natural, afinal de contas a equipa esteve na frente do campeonato desde a 1ª jornada, venceu os primeiros 7 jogos sem sofrer qualquer golo, claudicando apenas à 8ª jornada na visita às Antas, e acabando a primeira volta com 3 pontos de avanço sobre o FC Porto. A segunda volta iniciou-se com 3 vitórias consecutivas, mas um empate a zero em Penafiel reduziria a vantagem para o segundo classificado para apenas 2 pontos. Mais três vitórias consecutivas permitiriam segurar a vantagem para a recepção ao FC Porto na 23ª jornada da prova. Naquela tarde de 14 de Março de 1981 pairavam fantasmas no ar, nas últimas 3 temporadas o Benfica não tinha ganho qualquer jogo contra os nortenhos em jogos a contar para o campeonato e na época de 77/78 tinha acabado o campeonato sem derrotas e em igualdade pontual com os portistas mas acabando por o perder na diferença de golos marcados quando tinha estado a vencer nas Antas durante 80 minutos na antepenúltima jornada do campeonato. Seria o Benfica capaz de sacudir a malapata? João Alves teria a palavra… O luvas pretas acabaria por marcar o golo com que tinha sonhado. Aos 44 minutos, Chalana ganha a linha de fundo na esquerda, cruza, Freitas falha o corte e Alves chuta potentemente sem que Tibi pudesse sequer esboçar reacção. O génio de São João da Madeira poderia assim dedicar o golo que valeria um campeonato à sua filha Núria, nascida 24 horas antes e que, em virtude de se encontrar em estágio, não tinha ainda tido oportunidade de conhecer. Na segunda parte, não facilitando, o Benfica encostaria os portistas às cordas com Nené e César a enviariam bolas aos postes da baliza defendida por Tibi. Contudo, o jogo acabaria com a magra vitória do Benfica, alicerçada na grande exibição de Veloso a secar Costa e na inspiração de João Alves. Com todas as cartas na mão para vencer a prova, o Benfica acaba por inesperadamente escorregar logo na jornada seguinte, na deslocação a Viseu, concedendo um empate a 1, duas jornadas volvidas, nova escorregadela, agora com um nulo em Guimarães ao que se juntou a expulsão de João Alves, que assim não defrontaria o Sporting na jornada seguinte. O empate caseiro cedido ante os leões acabaria por ser um mal menor, uma vez que deixaria o Benfica com 2 pontos de avanço sobre o perseguidor portista. Seria um jogo marcado pela polémica arbitral devido a um golo invalidado a Jordão. Daí até ao final da prova, o Benfica não voltaria a facilitar e acabaria por celebrar a conquista, mais uma vez, na visita a Setúbal, com um categórico triunfo por 1-5. No dia 31 de Maio de 1981, na última jornada do Campeonato, a Luz renderia homenagem aos seus heróis e estes corresponderiam com uma vitória por 2-0 ante o Sporting de Espinho, numa época de pleno sucesso, onde a única mácula seria a eliminação nas meias-finais da extinta Taça das Taças, ante o hoje insignificante Carl Zeiss Jena, da ex-RDA. Outra das curiosidades desta época seria que pela primeira vez um estrangeiro se tornaria campeão nacional de futebol pelo clube da Luz, precisamente, os brasileiros Jorge Gomes e César Martins de Oliveira. A célebre Assembleia Geral de 1 de Julho de 1979, presidida pelo juiz desembargador Adriano Afonso, abriria finalmente as portas há entrada de estrangeiros no futebol benfiquista e Jorge Gomes seria o primeiro de todos, seguido por César (Cirillo Miramon não entra nestas contas pois não há registos de que tenha actuado oficialmente pelo clube). Se Jorge Gomes, vindo de Braga,  persiste na memória comum como o primeiro de todos, César ficaria para sempre recordado pelo golo marcado ante o Porto que garantiu ao Benfica a Taça de Portugal de 1979.

    FC Porto, 2º classificado

    A direcção do Porto, presidida na altura por Américo de Sá, viu-se a braços com um motim. O motivo, quase como um crime de lesa-majestade, foi a destituição de Pinto da Costa do cargo de director do Departamento de Futebol. O clube, depois da travessia do deserto, impunha-se a pulso nos territórios habitualmente hegemónicos do sul. Sob a liderança sagaz de Pedroto, o jejum foi quebrado e, com ele, a aparente maldição que impedia, ano após ano, o lançamento do grito de CAMPEÕES. Depois da repetição do êxito de 1977/78, com o bi-campeonato a ser comemorado efusivamente pelos adeptos nortenhos, o ano de 1980 viu o estilhaçar de alguns sonhos, contribuindo para o avolumar de tensões internas. A perda do TRI, sonho acalentado por uma imensa legião de fervorosos crentes, aliada à derrota na final de má memória, na Taça de Portugal, onde sob a égide de César Correia, juiz de campo, os benfiquistas ergueram o troféu maculado, revolutearam os espíritos nas Antas. Solidários com Pinto da Costa, Pedroto e restante equipa técnica [António Morais, José Mota e Hernâni Gonçalves] foram suspensos preventivamente pelos dirigentes portistas, abrindo uma brecha no aparentemente sólido bloco de interesses corporativos que norteavam a Instituição.

    A 26 de Outubro de 1980, Bento levava para as Antas um «record» fabuloso: 1080 minuto, sem sofrer golos, em jogos, para o Campeonato Nacional. Resistiu inviolado, apenas seis minutos. Desfeiteou-o Mike Walsh, em partida que o F. C. Porto venceu por 2-1. A Direcção portista ofereceu a cada um dos jogadores 25 contos. Costa, pelo golo da vitória, recebeu prémio particular de 100 contos, quinhão que decidiu, simbolicamente, dividir por todos os companheiros. Para Stessl, maus ventos agitavam-se pouco depois. Na segunda eliminatória da Taça UEFA, o F. C. Porto foi eliminado pelos suíços do Grasshopper — e, volvidos alguns dias, o Penafiel (com António Oliveira como jogador-treinador e Zandinga como... bruxo) empatou nas Antas a dois golos, na noite mais horrível da vida de Fonseca, simplesmente porque Zandinga, antes de a partida se iniciar, se foi pôr atrás da baliza do F. C. Porto a esgravatar, debilitando o guarda-redes, que ele sabia bem temer certos misticismos! Era a primeira vingança de António Oliveira, que, ainda com a época em curso, assinaria pelo Sporting, a troco de 20 mil contos. Com o coração azul dorido, afirmaria: «Este deve ser o dia mais feliz da vida de Américo de Sá.» A talho de foice, Pinto da Costa voltou a atacar: «Oliveira manteve a sua palavra de não voltar ao F. C. Porto enquanto Américo de Sá fosse presidente. Dar esse passo custou-lhe, certamente, muito, que ele tem, como todos sabem, o F. C. Porto no coração, mas, infelizmente, há quem não tenha coração assim e ponha os seus interesses acima dos interesses do clube.» Entretanto, João Rocha lançara, também, o canto de sereia a José Maria Pedroto, que em Guimarães continuava a trabalhar com Artur Jorge. O treinador disse não, até porque continuava a sonhar com as Antas sem Américo de Sá, mas não deixou de, felicitando João Rocha por ter conseguido «a transferência do ano» e, sobretudo, por ter «derrotado os boicotes fascistas», alfinetar o presidente do F. C. Porto. Américo de Sá tentou descobrir, sebastianicamente, nova estrela. Cogitou que poderia ser Folha, que, no Boavista, avolumara fama de goleador, que ao marcar cambalhotava. Ficou a saber-se que o F. C. Porto estava disposto a gastar 10.800 contos com a sua contratação. A Folha dera mesmo já 500 contos de adiantamento, prometendo-lhe, igualmente, um duplex numa zona chique do Porto, cujo valor ascendia a 5000 contos. Mas o Benfica também estava na liça e, precisamente na véspera do jogo com os portistas, na Luz, Gaspar Ramos ganhou a corrida a Folha, subindo para 14.175 contos a proposta do FC Porto de 10.800. Do Benfica, no acto da assinatura recebeu Folha um cheque de 2000 contos, prometendo devolver ao F. C. Porto... 1000, cumprindo a lei que determinava a devolução do dobro do sinal. Apesar disso, Jeremias Neves considerou que a atitude do avançado não era de «homem digno». No campo mais uma derrota do F. C. Porto, que, assim, ficou a sete pontos do Benfica. Dois dias depois, Américo de Sá, em comunicado, culpava António Garrido do Campeonato perdido, acusando-o de ter deixado em claro «uma agressão sem bola de Humberto Coelho a Walsh e, pouco depois, uma outra de Veloso a Costa». E mais: que aos 64 minutos «perdoou uma clara grande penalidade cometida por Alves sobre Jaime Pacheco». E que «o golo do Benfica foi validado apesar de um claro fora-de-jogo de César, mostrado pela televisão». O Benfica tropeçou, mas não perdeu o norte. E ganhou o Campeonato. Teles Roxo curou, depressa, de dizer que a sua vitória se devera aos árbitros. Por dizerem essas coisas, rolaram as cabeças de Pedroto e de Pinto da Costa… Nas meias-finais da Taça de 1981, o F. C. Porto bateu o Setúbal por 2-1, mas chegou ao intervalo em desvantagem. Octávio, no regresso às Antas, mas no outro lado da barricada, depois do Verão quente, no final da partida recusou-se a cumprimentar Rodolfo e explicou porquê: «Só costumo dar uma oportunidade a alguns indivíduos. Foi o caso de Rodolfo, a quem aguentei muitas atitudes incorrectas enquanto estive no FC Porto, porque, por exemplo, em Setúbal, quando o FC Porto lá jogou para o Campeonato, cumprimentei-o e fui covardemente agredido pelas costas. Ajudei-o muito na sua recuperação, mas Rodolfo não tem recuperação possível»... A 5 de Junho, em vésperas da partida com o Benfica, o F. C. Porto colocou a hipótese de não se deslocar ao Jamor para disputa da Taça de Portugal, alegando falta de segurança, mas, segundo Teles Roxo, deixou-se de pensar nisso quando o presidente da FPF garantiu «todas as medidas de

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