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Coração de Corda
Coração de Corda
Coração de Corda
E-book65 páginas54 minutos

Coração de Corda

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Sobre este e-book

Um sorriso doce pode esconder o segredo mais obscuro. Philip Reeve é um artesão reconhecido e Angelique uma frágil bailarina francesa que, no Teatro Dark Forest, o encantou com a sua arte . Quando a dama o visita na loja de brinquedos, Philip não consegue esquecer a cena presenciada nos bastidores, nem o medo que vê nela. Contudo, é incapaz de imaginar a magnitude da tempestade que se adivinha.

Noveleta nomeada na categoria de Ficção Fantástica em Conto, dos Prémios Adamastor do Fantástico.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de dez. de 2013
ISBN9781311937070
Coração de Corda
Autor

Carina Portugal

Carina Portugal nasceu em Cascais, a 19 de Junho de 1989, e vive actualmente na Amadora. Licenciou-se em Biologia (ramo de Biologia Molecular e Genética), pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.Apaixonada pelo género Fantástico, publicou contos em várias antologias, entre as quais: Vollüspa, com “O Acorde das Almas” (HM Editora, 2012); A Fantástica Literatura Queer, com “Duas Gotas de Sangue e um Corpo para a Eternidade” (Tarja Editorial, 2012); Trëma, com o conto “O Cais do Poeta” (2012); Dragões, com o conto “A Alma dos Mil Nomes” (Editora Draco, 2012); recentemente participou na Antologia Fénix de Ficção Científica e Fantasia, V. II e III, com os contos “Já Sinto” e “Frio, cada vez mais Frio”, respectivamente (2013).Participou em algumas webzines, como a Revista Abismo Humano (2010) e a Nanozine (2012). Para além disso, publicou os e-books “Os Passos dos Destino”, em co-autoria com a escritora Carla Ribeiro (2009), “O Retrato da Biblioteca” (2012), “Poesia Dispersa” (2013), “Duas Gotas de Sangue e um Corpo para a Eternidade” (re-edição, 2013) e “Coração de Corda” (2013).Actualmente colabora no projecto Fantasy & Co., dedicado à publicação e divulgação de contos de jovens escritores portugueses.

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    5/5
    Um belíssimo conto, muito bem escrito!

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Coração de Corda - Carina Portugal

CORAÇÃO DE CORDA

By

Carina Portugal

SMASHWORDS EDITION

* * * * *

PUBLISHED BY:

Carina Portugal on Smashwords

Coração de Corda

Copyright © 2013 by Carina Portugal

Illustrations © 2013 Ana Santo

ISBN: 9781311937070

Smashwords Edition, License Notes

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O seu suporte e respeito pela propriedade da autora serão apreciados.

Este conto é pura ficção e qualquer semelhança com pessoas, locais ou eventos é pura coincidência. As personagens são produtos da imaginação da autora.

*****

Um grande agradecimento à Ana Santo por ter ajudado com a capa, e ao Tchaikovsky por me ter inspirado e acompanhado durante a escrita e revisão do texto.

*****

CORAÇÃO DE CORDA

*****

Londres, 1852

Como um véu negro que se abate sobre o olhar, as luzes apagaram-se em redor da plateia, deixando os espectadores cegos com a sua brusquidão. Apesar disso, depressa a visão se acostumou ao novo ambiente. Com o decair das luzes, também as conversas cessaram. Sentado na primeira fila, Philip deixara de ouvir as reclamações de Timothy em relação às cadeiras menos confortáveis do Teatro Dark Forest. Não era a primeira vez que ali iam, muito pelo contrário, mas o seu amigo, que por sinal fora quem o convidara, insistia nas críticas, esperançado de que o novo director do local mandasse remodelar toda a sala.

Sem esperar por mais nada, devagar, as cortinas vermelhas foram corridas, revelando o palco ornamentado em tons de branco e azul, os cenários abstractos lembrando uma mistura de água e céu a tocarem-se. No centro, encontrava-se um nenúfar branco por desabrochar. A orquestra deu então início ao ballet, numa melodia suave que tomou os espectadores nos seus braços invisíveis. Não havia um único homem a tocar flauta, violino ou piano; todo o instrumental era formado por uma única máquina de complexidade apreciável, criada por um músico que também se notabilizara na área da física e da mecânica.

Philip recostou-se, enquanto observava uma dúzia de bailarinas delgadas, vestidas de dourado, a entrarem em cena, caminhando devagar, os braços erguidos acima da cabeça, sincronizadas com a música e entre si. Rodearam o nenúfar, dançando à sua volta, oscilando ora para mais perto, ora para mais longe. Por vezes estendiam os braços, lembrando raios de Sol que tentavam tocar a flor.

Por fim, as pétalas começaram a mover-se e, uma a uma, caíram em sucessão, revelando uma jovem acocorada em pose fetal. Ao ritmo da orquestra, o corpo desdobrou-se até esta ficar de pé. Os orbes de um azul safira fixaram-se na plateia e Philip sentiu-se a estremecer quando se detiveram em si, por um instante de segundo, lembrando dois lagos claros onde podia cair se a sua atenção se desequilibrasse.

A jovem bailou sem sair da área circunscrita do nenúfar, por alguns momentos, permitindo que os espectadores absorvessem a sua delicadeza dentro do fato branco cuja saia era feita de pétalas e o espartilho ornamentado com bordados de flores douradas. Deu depois um salto delicado no ar, como se saindo da flor para o mundo desconhecido.

Um sorriso leve iluminou o rosto de Philip, durante todo o ballet, enquanto seguia os movimentos fluidos com um olhar atento e escutava a orquestra, como que tentando distinguir cada uma das notas. Para além disso, aquela bailarina com aspecto de porcelana encantara-o de uma forma estranha. O seu talento conseguia transmitir-lhe a verdadeira essência do bailado, mais até do que a música.

Quando o espectáculo chegou ao fim, aplaudiu com sinceridade e, antes que o amigo dissesse fosse o que fosse, levantou-se.

– Tenho um assunto a tratar – declarou, com uma palmada no ombro dele. – Podes voltar a casa sem mim. Depois apanho uma carruagem.

Timothy abriu a boca para protestar, no entanto já Philip se distanciava com passos apressados.

Recolheu o seu casaco e a cartola, na recepção. Quase à saída do teatro, uma mulher segurava de encontro ao peito uma braçada de rosas que vendia a quem acabara de assistir ao bailado. Philip contemplou as flores e, de arrasto, o decote proeminente que o espartilho revelava, como se as flores estivessem

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