Sem ira
De Kate Walker
3.5/5
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Sobre este e-book
Alice passara seis apaixonados meses a ser amante de Domenico até que cometeu um enorme erro: apaixonar-se. Sabia que ele nunca a amaria, por isso abandonou-o.
Porém, agora, o lindíssimo italiano exigia que voltasse para a sua cama sem saber que estava grávida. Talvez quando descobrisse nunca mais a deixasse ir-se embora…
Kate Walker
Kate Walker was always making up stories. She can't remember a time when she wasn't scribbling away at something and wrote her first “book” when she was eleven. She went to Aberystwyth University, met her future husband and after three years of being a full-time housewife and mother she turned to her old love of writing. Mills & Boon accepted a novel after two attempts, and Kate has been writing ever since. Visit Kate at her website at: www.kate-walker.com
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Sem ira - Kate Walker
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2006 Kate Walker
© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Sem ira, n.º 2156 - dezembro 2016
Título original: The Italian’s Forced Bride
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-9191-3
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
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Capítulo 1
Alice Howard sabia perfeitamente quem estava atrás da porta desde que ouvira a campainha.
Sabia muito bem quem estava ali. E era a última pessoa que queria ver. E também era a pessoa que mais desejava ver no mundo.
A simples ideia de lhe abrir a porta deixava-a fraca, de tal modo que não era capaz de ir à janela e espreitar para confirmar se a identidade do visitante inesperado era a que ela imaginava.
Mas não era preciso fazê-lo. Tinha a certeza.
Há três dias que lhe enviara a carta que dizia que tinham de falar de algo importante.
Deslizou a sua mão para a sua barriga num gesto de protecção para o seu bebé.
Dissera-lhe que se tratava de algo muito importante. E certamente era. A atmosfera era a adequada. A sua chegada era totalmente inesperada. Nem sequer o barulho de um motor a aproximar-se pela estrada a alertara para o facto de ele estar ali. E até o barulho impaciente da campainha na tranquilidade da tarde era o adequado para a situação. O silêncio da casa aumentava a tensão. Transformava-a num ambiente frio e arrogante como o próprio Domenico.
Domenico…
Finalmente dera um nome ao seu visitante inesperado.
Alice mordeu o lábio inferior. Tinha os olhos azuis avermelhados por causa das noites que passara em branco e da preocupação de um segredo que guardava no seu interior.
– Domenico… – disse em voz alta, enquanto se sentava na cama do seu quarto.
Entrelaçou os seus dedos em cima do seu colo enquanto lutava para vencer a tentação de se aproximar da janela e espreitar.
Contudo, não era preciso olhar para saber o que veria. Tinha a imagem dele gravada na sua mente… as suas feições poderosas e a sua personalidade forte, o seu cabelo preto e olhos escuros apareceram na sua mente com todo o amor que uma vez sentira por ele… Todas as lágrimas que derramara desde que se fora embora e antes não foram suficientes para apagar as lembranças do homem que significara mais para ela do que a própria vida.
Aquele homem que fora o dono do seu coração. Porém, descuidara por completo o presente que lhe dera. Tratara-a cruelmente sem se importar com o facto de ela ser tão vulnerável. E então, no final, quando não conseguira aguentar mais, tivera de o abandonar e fora-se embora.
Alice pensara que estava suficientemente longe dele. Que viajar para o seu pais natal, para Inglaterra, para sua casa, para uma vila a centenas de quilómetros da sofisticada Florença italiana onde ele vivia, faria com que tivesse fugido da sua influência maligna. Que ali, no sossego do campo, teria oportunidade de curar as suas feridas em privado e recuperar a força para enfrentar o mundo novamente e começar de novo.
– Alice!
Ao ouvir o seu nome já não havia a menor dúvida de que era ele.
Só Domenico usava o seu nome daquele modo, prolongando o «i» e fazendo-o parecer um poema, em vez de ser simplesmente um nome.
– Alice!
No entanto, não havia nada de poético na forma como acabara de pronunciar o seu nome novamente. O seu tom de voz era como um chicote, frio e desumano.
– Abre a porta, bolas! Sei que estás aí!
Era impossível que soubesse, pensou Alice. Estava a desafiá-la! Estava a provocá-la deliberadamente, a agir como costumava agir.
Domenico nunca admitia que se enganava ou que não tinha a certeza de alguma coisa. Domenico, o homem que sabia tudo, entendia tudo e conseguia enfrentar tudo o que a vida lhe apresentasse. Devia ter nascido com aquela segurança em si próprio. Desde bebé devia ter olhado para o mundo com a arrogância de um pequeno imperador romano, sabendo que com um simples estalar de dedos teria aos seus pés todos os ajudantes e criados.
Portanto, agora estaria frustrado por ela se recusar a abrir-lhe a porta.
– Vai-te embora! – exclamou ela, em direcção à janela.
A única coisa que tinha de fazer era ficar onde estava, refugiada nas paredes grossas da sua cabana, e a frustração de Domenico transformar-se-ia em aborrecimento e, então, ele meter-se-ia no carro e ir-se-ia embora a toda a velocidade.
E ela estaria livre dele. Pelo menos por um tempo. Porque sabia que não se daria por vencido. Domenico Parrisi não se dava por vencido assim tão facilmente. Ou melhor dizendo, nunca se dava por vencido.
Voltaria. Mais cedo ou mais tarde voltaria. Mas pelo menos ela ganharia um pouco mais de tempo para pensar no que fazer e dizer.
De repente, houve um silêncio suspeito. A campainha parou de tocar e não ouviu mais a voz de Domenico. Ter-se-ia ido embora?
Alice aproximou-se da janela. Quis espreitar por entre a cortina grossa de veludo, mas não conseguiu. Afastou-a um centímetro, inclinou a cabeça… E encontrou a cara de Domenico, a olhar para ela.
Estava em cima do capô do carro, com as pernas cruzadas à altura dos tornozelos e os braços cruzados. O seu cabelo preto brilhava com o sol e um vento suave da Primavera remexia algumas madeixas. Estava à espera e a observar, como um predador à caça.
Estava a olhar para ela. A sua boca, normalmente uma tentação para ela, era uma linha fina e controlada. A frieza dos seus olhos foi como um punhal no seu coração.
E, então, Domenico levantou um braço e cumprimentou-a com a mão.
O gesto foi claro. «Desce», dizia. «E rápido».
– Está bem – murmurou ela da segurança que lhe dava o seu esconderijo atrás do vidro. – Descerei. Mas aviso-te que é possível que te arrependas de o fazer.
Ela estava em casa, pensou Domenico ao ver Alice desaparecer da janela. E era melhor assim. Se não, teria feito aquela viagem inutilmente. E ele não tinha nem tempo nem vontade de perder horas para nada.
Quando o detective que contratara lhe dera aquela morada, reflectira muito para tentar perceber se valia a pena viajar para a encontrar.
Não teria sido mais fácil apagá-la dos seus pensamentos, com a mesma facilidade com que Alice fora capaz de apagar os meses que tinham passado juntos? Mas o problema era que, assim que deixara entrar um único pensamento na sua mente, este fora seguido por muitos outros. Pensamentos que ele dizia que esqueceria. Lembranças que não queria despertar. E muito menos naquele momento!
Alice e ele tinham tido uma relação. Mas, aparentemente, para ela não fora assim. Alice «só estivera a divertir-se», dissera-lhe ela naquele último confronto frio. Agora que sua relação com ele já não a satisfazia, decidira ir-se embora. Fizera as malas e fora-se embora. Da sua casa, da sua vida, do seu mundo. Não lhe dera nenhum tipo de explicação, simplesmente fora-se embora, deixando claro que já não tinha tempo para ele e que já não lhe interessava.
Era evidente que a mulher que espreitava do primeiro andar de uma cabana suja não se alegrava por o ver, antes pelo contrário. Olhava para ele como se fosse um ser estranho e desagradável que acabasse de emergir de um lago cheio de lodo. E ficara petrificada, em vez de ir à porta para o deixar entrar.
Ela abandonara-o e ele não estava habituado a essas coisas. Na verdade, era sempre ele que se ia embora. E gostava que fosse assim. Porque significava que quando algo acabava, não havia volta. Não ficava nada por resolver. Ficava tudo claro.
Porém, com Alice nada fora claro.
Não lhe agradaria nada que ela ficasse escondida dentro de casa e que a sua viagem não lhe servisse de nada. Não tencionava voltar se ela mais tarde decidisse mudar de opinião e quisesse vê-lo.
A verdade era que não sabia porque estava ali…
De repente, ouviu o barulho do ferrolho e os seus pensamentos pararam de dar voltas na sua cabeça.
Abriu-se a porta e Alice apareceu.
– Dannazione! – praguejou Domenico ao sentir o efeito que o aparecimento dela tinha nele.
O seu corpo reagiu com um calor na sua barriga. Excitou-se. E tornou-se evidente o motivo que o levara até lá, tão resistente e ao mesmo tempo tão decidido a encontrá-la.
Ainda desejava aquela mulher. Desejara-a desde que a vira pela primeira vez. E continuava a desejá-la, bolas!
Alice estava vestida de um modo muito mais informal que de costume. Vestia uma t-shirt