Rendição final
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Sobre este e-book
A plantação de Cotton Creek era o único lar que Tanya conhecera. Chegara lá com dezassete anos, depois de ter perdido a memória e de se ter apaixonado pelo filho do seu benfeitor, David. Num momento de loucura adolescente, tinha-o beijado e ainda a atormentava a humilhação que sentira depois. Agora, David regressara e queria o que era legitimamente seu... incluindo Tanya. O quarto converteu-se num campo de batalha onde o prazer era o prémio máximo. Mas quando Tanya recuperou a memória, teve de tomar uma dolorosa decisão: aceitar a sua verdadeira e incrível identidade ou ficar com David para sempre...
Shirley Rogers
Shirley Rogers lives in the Hampton Roads area of Virginia, where she was born and raised. She is the youngest of five children, and feels lucky to live within a few miles of her entire family, except for her son, who lives in Tennessee. She shares her home with her husband of 29 years, two cats, KiKi and Buddy, and an adorable Maltese named Blanca. Shirley is the mother of two children. Both her son and daughter graduated college in the same year with like degrees in communication. Her son, Michael, works in the music industry. Her daughter, Michelle, is a copy editor. Shirley considered herself a hands-on mom and raising her children was the most important thing in her life. Though she always felt she wanted to have a career, she put it off to be at home with her kids, always arranging her work hours around the hours they would be home. Once her children were older, she toyed with going to college. Though she excelled in English, it didn't take long for her to learn that she was mathematically challenged. During this time, she figured out that she loved writing, and since she enjoyed reading romances, she decided to write them. Shirley wrote around her teenage children's schedules, often grabbing a few minutes before or after baseball games for her son and volleyball games for her daughter. When her children were a little older and exerting their independence, she began to get serious about publishing her stories. As a person who can honestly say she has never set a goal she hasn't met, she pursued her writing career, setting her goal at selling her books to Silhouette. The best Christmas present she ever received was a call from a Silhouette editor offering to buy her first book one week before Christmas, 1996! When she isn't writing, Shirley enjoys spending time with her family. She tries to see her son and daughter-in-law as often as possible, and she spends quite a bit of time with her daughter. Shirley also loves to travel and see new places. She's been to 15 states and has visited Washington, D.C. too many times to count. In addition, she's visited Europe, travelling through England, France, Germany, Switzerland, and Holland. She's cruised to the Bahamas, and she has been to Mexico twice, but only just across the border to shop so that may not count! She looks forward to travelling more in the future.
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Rendição final - Shirley Rogers
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2004 Harlequin Books S.A.
© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Rendição final, n.º 711 - Julho 2015
Título original: Terms of Surrender
Publicado originalmente por Silhouette® Books.
Publicado em português em 2006
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-7127-4
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S. L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Epílogo
Se gostou deste livro…
Savannah Spectator
Crónica Social
A campanha eleitoral para o Senado gerou uma grande quantidade de eventos sociais em redor dela durante os últimos meses, tais como festas para angariar fundos ou para conhecer os candidatos e seus programas. No entanto, agora que as eleições passaram e que o nosso novo senador está a instalar-se no seu cargo, os jornalistas da imprensa social acreditam que se avizinha uma época de seca informativa. Os ecos dos recentes escândalos que salpicaram a família do nosso charmoso senador vão-se dissipando pouco a pouco e, depois dos inúmeros casamentos que se produziram, não tem havido nada importante que contar. Dar-nos-á o nosso novo senador algo suculento sobre que falar? Afinal, é uma pena que um homem tão charmoso esteja há tanto tempo sozinho…
Claro que é pedir muito que nos surpreenda com um romance. Seria muita sorte. Embora nos últimos meses tudo tenha corrido maravilhosamente ao brilhante, rico e charmoso senador. De facto, o único que faltava para que a felicidade da sua família fosse completa, era que encontrassem a sua sobrinha, aquela pobre menina desaparecida há cinco anos. Aparecerá algum dia? Não podemos saber, mas a esperança é a última a morrer e a cidade de Savannah é uma fonte inesgotável de surpresas.
Capítulo Um
– David… promete-me… promete-me que…
Franzindo ligeiramente a testa, David Taylor ajoelhou-se junto da enorme cama de madeira de carvalho na que jazia o seu pai moribundo.
– Diz, pai – inquiriu.
Tendo em conta que sempre houve fortes diferenças entre eles, não conseguia imaginar o que levaria, naquele momento, o seu progenitor a rebaixar-se para lhe pedir um favor.
– Promete-me… promete-me que cuidarás da Tanya.
De todas as coisas que pensou que lhe pudesse dizer, aquela era a que menos esperava. Inspirando profundamente, cravou o olhar nos cansados olhos azuis do homem prostrado diante dele, que tão pouco se assemelhava àquele pai severo que sempre fora. Não era mais do que uma sombra da figura autoritária que fora para ele quando criança. Aos sessenta anos, o cabelo, outrora castanho claro, convertera-se em quase branco, e a rápida perda de peso causada pela doença deixara a sua pele macilenta. Em pouco tempo, o cancro que padecia tinha-o consumido.
– Pai, eu…
– Promete! – insistiu ele, tentando endireitar-se com um angustiante gemido, ao mesmo tempo que o puxava, já sem forças, pela manga.
– Está bem, prometo – apressou-se a responder David. – Mas agora deita-te – disse-lhe, apertando-lhe a mão e empurrando-o suavemente com a outra para que se voltasse a deitar. – Cuidarei dela; tens a minha palavra.
No entanto, tinha a certeza de que não lhe seria fácil cumpri-la. Apenas vira Tanya Winters durante uns minutos à sua chegada a Cottonwood, a plantação da Geórgia que pertencera à sua família durante décadas, mas aqueles minutos bastaram para reavivar nele a atracção que sentira por ela, uma atracção que não se dissipara nos cinco anos em que estivera fora.
A julgar pelo desdém mal contido que mostrara ao cumprimentá-lo, era óbvio que continuava zangada com ele pelo modo como se «despedira» dela no dia em que se foi.
Olhou novamente para o corpo deitado do seu progenitor, para os seus olhos fechados. Quase não tinha chegado a tempo. O médico pessoal do pai, Mason Brewer, que estava em pé ao seu lado, dissera-lhe que provavelmente não chegaria ao dia seguinte. David, que sentiu como se engasgava só de pensá-lo, engoliu em seco. Não podia acreditar que o seu pai estivesse a morrer.
– Acho que deveríamos avisar a Tanya – disse o doutor Brewer num tom sereno.
David assentiu com a cabeça e, enquanto o médico saía do quarto, endireitou-se com a esperança de que, apesar de não ter passado mais de trinta minutos junto do pai, o que lhe tinha pedido era sintomático de que se tinham reconciliado. Nunca se tinham dado bem e, agora que a morte estava a levá-lo, já não tinha ocasião de solucionar as coisas entre eles.
A mãe de David morrera quando ele tinha apenas dez anos e, depois da perda da esposa, Edward Taylor nunca mais foi o mesmo. Quando criança, David tentara agradar ao pai, mas ao chegar à adolescência rendera-se ao reparar que nada do que pudesse dizer ou fazer ia facilitar as coisas entre eles. Mais tarde, poucos meses depois de tirar o curso na universidade, foi-se embora de casa, e aquela decisão de não ficar com o pai na plantação aumentou a distância entre os dois.
Abandonara a plantação perto de Cotton Creek, uma pequena cidade rural a uma hora de distância de Savannah, pronto para abrir caminho na vida por si próprio, e conseguira-o. Iniciara o seu próprio negócio que naqueles cinco anos se tinha consolidado, convertendo-se numa grande companhia, a Taylor Corporation, mas nem sequer aquele sucesso pessoal bastara para conseguir a aprovação do pai.
A porta abriu-se naquele momento e, ao virar a cabeça, viu que o doutor tinha voltado com Tanya. David admirou a sua grácil figura e porte elegante enquanto entrava no quarto. Se aos dezassete anos já era uma menina linda, naqueles cinco anos transformara-se numa beleza. Tinha apanhado o cabelo loiro num rabo-de-cavalo, deixando a descoberto a pele perfeita do rosto; os olhos âmbar, inchados e vermelhos pelas lágrimas, estavam cheios de tristeza.
Quando David se retirou para a deixar passar, Tanya nem olhou para ele enquanto se aproximava da cama do pai. Ficou de joelhos ao seu lado e sussurrou-lhe com voz trémula:
– Já cá estou, Edward.
Com uma mão pegou na do pai, enquanto com a outra lhe acariciava a testa. Ao ouvir a voz dela, as duras feições do homem transformaram-se, iluminaram-se-lhe os olhos e um fraco sorriso desenhou-se nos lábios secos.
Perante aquela imagem, David debateu-se entre os ciúmes e o ressentimento. Não esperava que vê-la de novo lhe causasse impressão alguma, mas quando descera para o cumprimentar à sua chegada, reparou que a distância não tinha diminuído a atracção que sentia por ela.
Por outro lado, pela frieza com que Tanya o recebera, parecia que não tinha esquecido a «ousadia» que cometera antes de sair pela porta, há cinco anos atrás, quando a tomou entre os braços e a beijou.
Além disso, irritava-o sentir-se um estranho na sua própria casa enquanto ela o tratava quase com sobranceria, como se tivesse mais direito a estar lá do que ele.
Tanya foi enviada para Cottonwood através de um programa do centro de menores de Cotton Creek para ajudar adolescentes desfavorecidos dando-lhes um emprego. O seu pai gostou imenso dela imediatamente e, segundo parecia, naqueles cinco anos formou-se entre ambos um vínculo que nunca houve entre o seu pai e ele.
Virou-se para lhes dar privacidade, mas ao ouvir um gemido abafado, virou-se e teve a impressão que tudo estava a acontecer em câmara lenta quando o doutor Brewer foi para junto do pai com o estetoscópio e Tanya se sentou junto da cama.
Como se fosse algo natural, como se não tivesse estado anos longe dali, David foi com ela. Passou-lhe um braço pelos ombros e com o outro ajudou-a a levantar-se, afastando-a da cama para dar espaço ao médico. Apesar do desdém que sabia que sentia por ele, era óbvio que estava muito unida ao pai.
O olhar de David cruzou-se com o do doutor que, com voz queda, confirmou que o pai tinha morrido.
Chorando, Tanya virou-se para ele e afundou o rosto no pescoço dela. Com o coração angustiado, David assentiu com a cabeça em direcção ao doutor Brewer e tratou de levar a jovem para fora do quarto, mas ela tentou safar-se.
– Já não podes fazer nada por ele, Tanya – disse-lhe com suavidade. – Vamos.
Tremendo de dor e desespero, Tanya chorava enquanto a levava para fora do quarto e a conduzia ao andar de baixo, à sala. A brilhante luz do sol entrava pelas enormes janelas, em doloroso contraste com o escuro vazio que se tinha formado no seu interior. A única pessoa que amara tinha-se ido. Que iria fazer sem Edward?
Uma nova onda de angústia atingiu-a e novas lágrimas rolaram pela sua cara. Sentia que as forças a tinham abandonado e segurou-se a David, temerosa que as pernas não pudessem sustê-la.
Quando David a abraçou com força e lhe sussurrou que tudo ia correr bem, teria gostado de acreditar, mas não podia. O homem que lhe tinha dado uma oportunidade quando mais ninguém o tinha querido fazer tinha-se ido para sempre.
Parecia que tinha passado uma eternidade desde o dia em que Edward Taylor a acolhera sendo apenas uma adolescente, há cinco anos atrás. Aquela plantação da Geórgia era o único lugar que podia chamar «lar», já que a sua vida antes de ir viver para lá continuava a ser um mistério para ela. Só sabia o que o pessoal do hospital lhe dissera: que a encontraram deitada numa estrada local, inconsciente, com um golpe que lhe provocara amnésia, e que a documentação que levava a identificava como Tanya Winters, uma menina órfã com um prolongado historial policial de delitos menores. E então, por sorte, Edward Taylor, um rico latifundiário da zona, dera-lhe uma oportunidade para a ajudar a ser alguém, oferecendo-lhe um emprego na sua plantação de amendoins.
«Deus, que vai ser de mim agora?», perguntou-se angustiada. Adorava aquela casa, aquelas terras e as pessoas que lá trabalhavam; adorava a pequena cidade de Cotton Creek… lá todos a aceitavam apesar do seu passado, e não se importavam que fosse humilde. Mas, agora que o seu pai morrera, deixaria David que permanecesse em Cottonwood e que continuasse a administrar a plantação?
Não, aquilo nunca ocorreria. Depois da azeda despedida há cinco anos atrás, surpreendia-a até que naquele momento lhe estivesse a dar ânimo. No Verão em que chegara a Cottonwood, ele acabava de regressar da universidade, findo o curso, mas ao passo que ela fora vítima de uma paixão juvenil mal o viu, achou que ele não