Segredo do passado
De Maggie Cox
3/5
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Sobre este e-book
Jack Fitzgerald acreditava que Caroline, o seu primeiro amor, o traíra, uma traição que tinha feito com que perdessem o seu bebé e que manchara o seu bom nome. Agora voltava transformado num milionário e disposto a demonstrar o que valia a todos os que o tinham rejeitado. Contudo, quando voltou a ver Caroline, desejou voltar a ir para a cama com ela pelo menos mais uma vez…
Caroline tinha a certeza de que Jack não poderia voltar a amá-la depois do que acontecera. Por isso decidiu não se deixar levar pela atracção que sentia por ele, apesar de ser a mais forte que alguma vez sentira…
Maggie Cox
The day Maggie Cox saw the film version of Wuthering Heights, was the day she became hooked on romance. From that day onwards she spent a lot of time dreaming up her own romances,hoping that one day she might become published. Now that her dream is being realised, she wakes up every morning and counts her blessings. She is married to a gorgeous man, and is the mother of two wonderful sons. Her other passions in life – besides her family and reading/writing – are music and films.
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Segredo do passado - Maggie Cox
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2006 Maggie Cox
© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Segredo do passado, n.º 2233 - fevereiro 2017
Título original: The Pregnancy Secret
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em português em 2007
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-9570-6
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
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Capítulo 1
Passara o dia inteiro a sentir o chamamento do mar. Assim que bateram as cinco e trinta e um minutos, fechou a loja, montou na sua bicicleta e pedalou, com a pressa de um prisioneiro em fuga, em direcção à praia. Quando chegou, deixou a bicicleta onde era habitual e caminhou até à beira da água, inspirando o ar salgado com ânsia, como se tivesse estado fechada durante muito tempo e precisasse novamente de ar puro.
Era por isso que sabia que não podia viver longe do mar. De algum modo, tornara-se parte dela. Exercia sempre um efeito regenerador no seu espírito e ajudava-a a colocar ordem no seu mundo.
Caroline não sabia porque se levantara tão inquieta naquela manhã. Durante o dia inteiro, custara-lhe concentrar-se ou atender correctamente os clientes que tinham ido à sua loja para comprar artigos de arte e artesanato. Além disso, tivera muito para fazer entre um cliente e outro, mas não conseguira concentrar a sua atenção. Passara o dia a olhar para o relógio, sem saber se haveria de fechar a porta, ir para o seu refúgio preferido ou continuar a pintar o seu desespero numa tela.
Por fim, optara por outra opção.
Naquele momento, enquanto observava as ondas a rebentar nas rochas, sentiu-se asfixiada pela dor insuportável que lhe subia pela garganta. Passara o dia inteiro a tentar contê-la, mas estando ali, o único lugar onde podia dar rédea solta aos seus sentimentos, deixou de lutar contra ela. Era uma dor antiga e familiar, que provinha de factos que tinham acontecido há dezassete anos e, às vezes, ela ainda se perguntava como conseguiam ter tanta força para continuarem a afectá-la com aquela intensidade.
Mas Caroline não queria examinar os seus sentimentos naquele momento, portanto, simplesmente, deixou-se levar até se acalmar. Tal como as marés, que subiam e desciam de um modo tão fascinante. Chegara à gruta de chão arenoso que considerava o seu oásis de paz privado. Assentou os pés no chão com firmeza e respirou o ar salgado… A mesma técnica que a ajudara a suportar o desespero no passado, quando o sentira com mais força, e a mesma que a ajudaria a suportá-lo naquele dia.
Era a primeira vez que Jack voltava àquele lugar desde há… dezassete anos. Pôde então confirmar que a povoação costeira, que atormentava o seu sono, continuava mais ou menos na mesma. O Verão já passara há algum tempo e o Inverno manifestava-se com força. Tudo continuava igualmente tranquilo, como se a passagem do tempo não tivesse deixado a sua marca ali.
Jack sentiu-se tão vazio ao pensar nisso que, por um momento, se alguém tivesse olhado para o seu rosto de perto, teria visto o brilho das lágrimas nos seus olhos. Talvez fosse melhor se tivesse mudado… Pelo menos, nesse caso, não seria atacado pelas lembranças que depressa enterraria no esquecimento. Mas a vista de uma fila de casas em frente à praia, a partir da curva que levava à rua sem saída onde vivera com a sua mãe, trouxe-lhe uma onda de lembranças.
Destacava-se uma imagem em especial: a primeira vez que vira Caroline Tremayne. Ela voltava para casa com as suas colegas depois das aulas e o seu belo rosto sorridente chamara, imediatamente, a atenção do jovem Jack. O seu cabelo comprido, loiro e encaracolado, as pernas mais sensacionais com as meias do uniforme… Desde que a vira, ficara enfeitiçado; era a primeira vez que o seu coração batia com tanta força ao ver uma rapariga bonita.
Enfiando as mãos nos bolsos do seu casaco Burberry, Jack continuou a andar, alegrando-se por sentir a chuva fraca que começava a cair-lhe na cara. Disse para si mesmo que, provavelmente, ela teria partido dali, da povoação onde ele tinha crescido e onde ela chegara quando fizera dezassete anos. Provavelmente, estaria casada com algum médico ambicioso, com a bênção do seu pai, e viveria numa daquelas mansões de campo ou num bairro chique de Londres. Jack perguntou-se se teria tornado realidade o seu desejo de ser artista ou se se teria contentado em ficar em casa a cuidar da sua família, enquanto o seu marido se concentrava na sua carreira.
Ao pensar naquilo, Jack abrandou automaticamente o passo e passou a mão pelo cabelo com uma raiva contida. Detestava que o facto de pensar que ela estivesse com outra pessoa ainda o afectasse: o seu coração pulsava como o de um condutor de rally ao entrar demasiado depressa uma curva perigosa. Era-lhe mais fácil tomar decisões das quais dependiam lucros de milhões de dólares do que pensar em Caroline Tremayne. Aquelas lembranças atormentavam-no, faziam com que lhe ardesse o sangue nas veias, mas a verdade era que ela não merecia que ele lhe dedicasse um único segundo dos seus pensamentos, pois Caroline, ao fazer o que fizera há dezassete anos, acabara com a sua capacidade para confiar nas pessoas.
Jack recomeçou a andar, dizendo para si que tinha de se concentrar no motivo que o levara até ali. Com passo decidido, chegou até à casa vitoriana onde vivera… A casa que agora era sua e com a qual podia fazer o que quisesse.
A chuva interrompeu o passeio revitalizante de Caroline à praia e teve de ficar a meio, apertando os dentes e pestanejando com frequência para conseguir ver através da cortina de chuva. Queixou-se entredentes do seu azar por não ter trazido uma gabardina, pois o seu casaco de algodão não oferecia qualquer protecção.
Surpreendida por um carro que passou demasiado perto, saltou do selim e subiu para o passeio, puxando a sua bicicleta. Com a cabeça encurvada e as mãos geladas, acelerou o passo e só viu o homem que caminhava rapidamente em direcção a ela quando já era demasiado tarde e chocaram.
Ele tentou equilibrar-se, agarrando-a pelos braços, mas a bicicleta de Caroline chocou contra a sua tíbia e ele não conseguiu evitar praguejar. Caroline começou a desculpar-se, levantando a vista para ele, envergonhada.
Mas quando os seus olhos escuros pousaram sobre os olhos azuis do homem, a surpresa foi tão grande como se a tivessem molhado com uma mangueira contra incêndios e ela quase caiu de costas. «Oh, meu Deus…!»
– Jack?
A sua garganta quase se fechou ao pronunciar o seu nome. Não o dizia há anos e, num segundo, disse-o… Como se estivesse à espera da liberdade nos seus lábios…
– Caroline – ele pestanejou para limpar as suas pestanas da chuva, olhando para ela sem calor nem qualquer prazer. O seu queixo ficou tenso, como se tivesse de lidar com a mais desagradável das surpresas.
Caroline percebeu o seu olhar gélido e a sua hostilidade, e desejou começar a chorar, mas conteve-se. Paralisada, mordeu o lábio inferior e quis fugir daquele encontro desagradável que o destino lhe proporcionara, mas era incapaz de se mexer.
Ele largou-a bruscamente.
– Quase não mudaste – disse, quase como se fosse uma acusação.
Os sentimentos de Jack estavam agitados e o seu corpo protestava em silêncio. O que estava ela a fazer ali? Não era possível que continuasse a viver na vila depois de tantos anos. Se tivesse suspeitado, por um segundo, que Caroline Tremayne seria a primeira pessoa com quem se encontraria, «nunca» teria posto os pés ali e também não teria comprado a casa onde crescera.
Primeiro amara-a e depois odiara-a com a mesma avidez, mas o que sentia por ela, naquele momento, era apenas desprezo. Mas apesar de ter uma opinião tão má dela, Jack não podia negar a evidência inquietante da sua beleza, uma beleza que não se esfumara minimamente durante todos aqueles anos… De facto, florescera até se transformar em algo capaz de partir corações.
A sua pele continuava a ser tão fina como a seda mais cara, os seus olhos castanhos, cativantes como os de uma princesa oriental, e a sua boca… sem maquilhagem, tentadora como o pecado, húmida e brilhante da chuva. Aparentemente, ainda tinha o poder de fazer com que Jack desejasse imediatamente saboreá-la.
– O que estás a fazer aqui? – perguntou-lhe ela, agarrando-se com força ao guiador da sua bicicleta. – Não te diz respeito.
– Desculpa, eu…
– Não te lembras que eu não gosto de conversar? – repôs ele, levantando um sobrolho.
Caroline ficou a olhar para ele enquanto as suas faces coravam da vergonha que o seu comentário lhe produzira.
Jack assentiu e os seus lábios esboçaram uma expressão de satisfação ao ver o seu desconforto.
– Bom, vejo que nada mudou – enfiou as mãos nos bolsos do seu casaco e deu meia volta. – Adeus, Caroline.
– O doutor Brandon já concluiu o seu dia de trabalho?
– O seu último paciente acabou de sair, menina Tremayne. Pode entrar.
Caroline passou junto à amável recepcionista e bateu à porta de Nicholas. Ao ouvir «entre», abriu a porta e entrou.
Aquele homem fora o melhor amigo do seu pai até à sua morte e agora era o dela. Ao olhar para o seu sorriso sereno, evocou o pouco que lhe restava de compostura depois do encontro com Jack Fitzgerald.
– Caroline!
Levantou-se da imponente secretária