Conquistada pelo xeque
De Penny Jordan
5/5
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Sobre este e-book
O príncipe Drac'ar al Karim, xeque de Dhurahn, prometera encontrar uma esposa para o seu irmão e… quem melhor do que Sadie Murray, uma inocente inglesa sem emprego e sem amigos?
No entanto, tinha de ter a certeza absoluta de que Sadie era tão inocente como parecia. Enquanto estivesse em seu poder, era ele quem mandava… e estava disposto a testar o seu valor como esposa a qualquer momento…
Penny Jordan
After reading a serialized Mills & Boon book in a magazine, Penny Jordan quickly became an avid fan! Her goal, when writing romance fiction, is to provide readers with an enjoyment and involvement similar to that she experienced from her early reading – Penny believes in the importance of love, including the benefits and happiness it brings. She works from home, in her kitchen, surrounded by four dogs and two cats, and welcomes interruptions from her friends and family.
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Conquistada pelo xeque - Penny Jordan
Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2006 Penny Jordan. Todos os direitos reservados.
CONQUISTADA PELO XEQUE, N.º 1125 - Novembro 2012
Título original: Taken by the Sheikh
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em português em 2009
Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.
Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência. ™ ®, Harlequin, logotipo Harlequin e Sabrina são marcas registadas por Harlequin Books S.A.
® e ™ São marcas registadas pela Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas que têm ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
I.S.B.N.: 978-84-687-1337-3
Editor responsável: Luis Pugni
Conversão ebook: MT Color & Diseño
www.mtcolor.es
Prólogo
– Portanto, as negociações correram bem, não foi?
Drax franziu o sobrolho e fechou os olhos arrogantes sobre o igualmente arrogante nariz aquilino. Embora o seu irmão o tivesse recebido com o seu habitual calor no seu regresso ao pequeno emirato árabe que governavam juntos, Drax tinha a sensação de que o seu irmão gémeo, Vere, tinha alguma coisa na cabeça que não lhe contara.
– As negociações em Londres correram muito bem – confirmou.
Vere e ele governavam Dhurahn juntos há quase uma década. Tinham acedido ao poder precisamente depois do seu vigésimo quinto aniversário, depois da morte dos seus pais num acidente de carro, numa visita de estado.
Apesar da sua proximidade, nunca tinham falado sobre aquele momento terrível: a perda do seu pai, forte e impulsivo, e da sua bela mãe irlandesa. Não existira necessidade. Ao serem gémeos, tinham compreendido os sentimentos do outro de modo instintivo. Fisicamente eram idênticos, mas no que se referia às suas personalidades, às vezes, Drax achava que eles eram as duas partes que compunham uma peça: partilhavam as mesmas bases, mas ambos manifestavam um desejo de conduzir a sua vida partilhada por caminhos diferentes.
Drax viera directamente do aeroporto para a sala privada de reuniões do seu irmão, sem sequer se preocupar em passar pelos seus próprios aposentos para mudar de roupa. Portanto, enquanto Vere estava vestido com a tradicional túnica azul-escura bordada a ouro e usava a cabeça coberta, Drax vestia um elegante fato azul. O casaco aberto deixava ver uma camisa branca bem engomada e uma gravata discreta de seda vermelha.
Apesar de os seus modos de se vestirem não poderem ser mais diferentes, o aspecto físico, magnífico e idêntico, de ambos causava impacto.
Os dois eram altos e de ombros largos, com os mesmos olhos verdes ligeiramente fundos e o mesmo perfil de predador. O seu sangue berbere, misturado com o francês e depois irlandês, tinha-lhes conferido uma aura de poder e sensualidade que ia muito mais além da simples beleza, o que teria sido perigoso num homem. Quanto mais em dois de força imponente.
– Ambos sabemos que não somos o único país do Médio Oriente que quer estabelecer-se, não só como o centro financeiro árabe com maior reconhecimento mundial, mas com boas relações com o resto dos centros financeiros do planeta. Dos diferentes contactos que estabeleci em Londres, fiquei com a sensação de que somos a opção favorita. Deixei claro que Dhurahn está preparado para oferecer um enclave de cinquenta hectares de terreno para construir os edifícios necessários para desenvolver o projecto e que favorecemos o uso do código comercial inglês pelos seus princípios de justiça e igualdade. Também disse que prevemos alcançar um nível de transacções semelhante ao de Nova Iorque, Hong-Kong ou Londres com uma segurança jurídica que permitirá que os investidores possam confiar. Mas já chega de falar do que se passou em Londres, Vere. Tens alguma coisa em mente.
Vere arqueou um sobrolho como reconhecimento silencioso da astúcia do seu irmão.
– Sim – admitiu. – Temos um problema.
– Que problema?
– Enquanto estavas em Londres, entraram em contacto connosco o soberano de Zuran e o emir de Khulua.
Drax esperou. Não havia nada de estranho em os seus vizinhos mais próximos entrarem em contacto com eles, tinham boas relações. Dhurahn não tinha as grandes reservas de petróleo de que desfrutavam aqueles dois países, mas um longo rio tornava as suas terras férteis e ricas, e transformara-se no celeiro que fornecia produtos frescos a Zuran para o seu crescente sector turístico. Os anos de batalhas ensanguentadas sobre as areias do deserto tinham ficado para trás e as gentes de Dhurahn viviam em paz com os seus vizinhos, desfrutando de uma prosperidade que beneficiava todos.
Mas certos métodos tribais de garantir a paz ainda se mantinham.
– Ambos, o soberano e o emir, não se sabe como, ouviram rumores dos nossos planos – disse Vere, num tom seco. – Não é que me tenham dito muito, mas é evidente porque estão, de repente, tão interessados em consolidar as actuais boas relações que temos.
– Isso é o que estás a contar-me... Mas o que é que não estás a contar-me? – exigiu Drax, consciente de que o seu irmão escondia alguma coisa. – Manter boas relações com os nossos vizinhos parece ser uma coisa lógica...
– O que os dois querem falar connosco é de casamentos.
– Casamentos? – Drax franziu o sobrolho.
Tinham trinta e quatro anos. Um dia, é claro, ambos se casariam, escolhendo as suas esposas, pensando no futuro do país, mas esse momento ainda não tinha chegado. Antes, havia coisas mais importantes para fazer: estabelecer Dhurahn como o centro financeiro mais potente da região.
– Os nossos casamentos – repetiu Vere, sério. – O teu com a filha mais velha do emir e o meu com a mais nova do soberano.
Olharam um para o outro.
– Esses casamentos estreitariam os nossos laços com os dois países, e o seu desenvolvimento também ficaria vinculado ao de Dhurahn – assinalou Drax. – Estamos entre os dois países e damo-nos bem com ambos, mas há aspectos com que eles não concordam. O emir nunca aprovou a decisão do soberano de aumentar o desenvolvimento de Zuran na indústria turística. Agora, nós mantemos o equilíbrio de poder entre eles e, em muitos sentidos, a nossa posição é a mais forte.
– E, por muito que não o admitas, o emir está ciumento do sucesso financeiro de Zuran e ansioso por o igualar. Se acedermos à sua sugestão, ambos tentarão utilizar os vínculos familiares para exigirem maiores alianças e apoios, e acabarão por conseguir o nosso poder. Não podemos permitir que isso aconteça. Além do mais, teoricamente poderá chegar uma altura em que a nossa lealdade mútua a Dhurahn poderá entrar em conflito com a lealdade exigida pelas nossas esposas e as suas famílias.
– E, se não acedermos, arriscamo-nos a ofender tanto o emir como o soberano e podemos chegar a ter más relações com ambos. E não podemos permitir-nos isso. Acabaria com os nossos planos de estabelecer Dhurahn como o centro financeiro e comercial da zona.
– Sim.
– Não podemos deixar-nos manipular assim – disse Drax, zangado, passeando pela sala.
– Nenhum dos dois quer ver-se preso aos nossos vizinhos por um casamento – reconheceu Vere. – Dhurahn tem de ser governado a pensar no seu próprio futuro e é nosso dever garanti-lo.
– Mas, como tu dizes, se recusarmos, arriscamo-nos a ofender dois homens muito poderosos – disse Drax. – A menos, é claro, que lhes digamos que rejeitamos a sua oferta porque já temos outro compromisso matrimonial. Desse modo, deixariam de nos pressionar e não se sentiriam ofendidos.
– E quando descobrissem que não vamos casar-nos?
– Têm de descobrir? – perguntou Drax, mantendo a frieza. – Ambos sabem que a tradição da nossa família é tomar uma única esposa. Também não é uma missão impossível encontrar duas mulheres, as mulheres adequadas, com as quais possamos casar-nos e depois...
– As mulheres adequadas?
– Sabes ao que me refiro – Drax encolheu os ombros. – Do tipo descartável: moralmente decentes, para que possam ser aceites e o suficientemente ingénuas para acederem a um divórcio sem muita publicidade e por um pouco de dinheiro.
– Oh, desse tipo! – exclamou Vere, cínico. – Uma virgem inocente, disposta a apaixonar-se por um xeque e tão agradecida por ele se casar com ela que aceitará um divórcio sem pedir um tostão. Achas que isso ainda existe? Eu acho que não – disse, seco, a Drax. – Claro, se a encontrares, casar-me-ei sem colocar nenhum problema, mas ambos sabemos que esse tipo de mulheres que aceita um casamento breve não costuma ser a virgem que a nossa gente espera. A realidade é que é mais provável que sejam umas aventureiras que exigirão uma quantia exorbitante para participarem no casamento temporário e que venderão a história assim que possam. E esse tipo de atenção mediática não é a que precisamos para sermos vistos no mundo como homens íntegros – abanou a cabeça. – Não, Drax, parece a solução perfeita para o dilema, mas acho que é impossível encontrar sequer uma mulher assim tão perfeita, quanto mais duas... Além disso, suficientemente depressa para acabar com as exigências do emir e do soberano de que nos casemos com as suas filhas.
Os olhos de Drax brilharam.
– É um desafio, mano?
– Sei que é melhor não te desafiar, Drax – disse Vere, entre gargalhadas, – mas se conseguires encontrar essa mulher...
– Duas mulheres – corrigiu Drax. – Prometo-te que as encontrarei, Vere. E tu terás a primeira.
– Hum... – Vere não parecia muito convencido. – Muito bem, mas entretanto, a única maneira de mantermos os nossos vizinhos afastados é continuarmos a negociar com o soberano e o emir sem nos comprometermos com nada. Convidaram-nos para uma visita não oficial a Zuran – continuou Vere. – E acho que devias ser tu a ir, Drax.
– Achava que o soberano te queria a ti para a sua filha, dado que és o mais velho – disse Drax, ardiloso, – mas queres que eu vá como táctica dilatória. Porque não? É verdade, querem falar contigo em Londres – disse. – Disse-lhes que estarias disponível assim que eu chegasse a Dhurahn.
– Um dos benefícios de governarmos os dois: pode estar sempre um aqui e o outro onde faça falta.
– Mas és tu quem prefere ficar aqui no deserto – assinalou Drax. – Eu agradeço por ter de ir cuidar dos nossos negócios em qualquer sítio.
– Uma associação perfeita, construída sobre uma confiança que nada pode destruir e lealdade absoluta.
Em silêncio, apertaram as mãos e, depois, à maneira árabe, abraçaram-se com intensidade.
Capítulo 1
– És uma inútil! Não consigo perceber porque respondi à tua candidatura de emprego. Dizes que tens um mestrado em Gestão de Empresas e não consegues sequer fazer o mais simples que te peço.
Sadie ouvia, com a cabeça baixa, a reprimenda da sua chefe libanesa, consciente de que, se olhasse directamente para a madame Sawar, notaria a hostilidade que havia no seu olhar. E Sadie não podia permitir-se dar à madame a oportunidade de a ameaçar, como fizera tantas vezes nos últimos dois meses, de lhe reter os salários que ainda lhe devia.
Ser acusada tão injusta e vingativamente era bastante mau, mas ter de permanecer ali de pé e receber uma reprimenda, num tom de voz suficientemente alto para que o resto dos empregados da casa Sawar pudessem ouvi-la, era muito pior. Era típico da sua patroa, reconheceu Sadie, ter escolhido o momento em que desfrutava do seu tempo livre para comer nos jardins do edifício de estilo tradicional de Zuran. Sadie sabia perfeitamente que, embora não conseguisse vê-los, a maior parte do pessoal estaria escondida entre as sombras do edifício a ouvir a reprimenda.
Também não teriam podido evitar ouvi-la com os gritos que a madame Sawar estava a dar. Inclusive, poderia ouvir-se na rua, pensou Sadie, triste. Não era a única receptora da raiva da sua patroa. Mal passava um dia sem que a madame perdesse as estribeiras com alguém.
Sadie poderia ter-se defendido das acusações injustas, é claro, e ter-lhe dito que, para além do mestrado, se doutorara com distinção. E poderia ter-lhe dito também que,