Casamento de conveniência
De Kim Lawrence
4.5/5
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Sobre este e-book
Mas Ethan sabia que a amável e prática Ana seria uma esposa muito conveniente para tomar conta dos seus dois filhos, dado que era uma ama exemplar. Mas qual não seria a sua surpresa ao descobrir que a sua tímida esposa tinha paixões ocultas...
E como poderia Ana esconder-lhe que se apaixonara por ele desde o início e que tinha sido essa a razão pela qual aceitara o casamento, e não pela sua segurança económica...
Kim Lawrence
Kim Lawrence was encouraged by her husband to write when the unsocial hours of nursing didn’t look attractive! He told her she could do anything she set her mind to, so Kim tried her hand at writing. Always a keen Mills & Boon reader, it seemed natural for her to write a romance novel – now she can’t imagine doing anything else. She is a keen gardener and cook and enjoys running on the beach with her Jack Russell. Kim lives in Wales.
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Casamento de conveniência - Kim Lawrence
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 1998 Kim Lawrence
© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Casamento de conveniência, n.º 506 - maio 2019
Título original: Wife by Agreement
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-1328-077-6
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Créditos
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
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Capítulo 1
Ana introduziu a chave na fechadura com muito cuidado. No interior só se ouvia o barulho do relógio de parede. Felizmente, não havia ninguém acordado. Apoiou-se na porta e suspirou aliviada: «Finalmente!»
Não acendeu a luz, mas descalçou os sapatos, agarrou neles e aproximou-se da mesa que estava no centro da sala. Estava a pensar que tinha vontade de tomar um duche quente, quando alguém acendeu de repente a luz.
– São precisos todos esses subterfúgios? – inquiriu Ethan, sentando-se à mesa com um copo de brandy na mão.
A vaga ironia da sua voz era evidente.
– O que foi que aconteceu? – acrescentou.
A última coisa que Ana queria fazer era falar da hora passada e a última pessoa com quem queria fazê-lo era com Ethan.
Levou a mão inconscientemente à blusa aberta, mas aquele gesto fez com que ele reparasse nisso. O que é que tinha estado a fazer sentado na escuridão? Fez uma careta e baixou a vista.
A desagradável luz eléctrica revelou que estava muito pior do que pensara. Tinha as pernas sujas com lama e as meias estragadas, a saia de veludo estava rota, tal como a blusa de seda.
– Parece pior do que realmente é – comentou.
Mas sabia que não era verdade. Os arranhões da sua face estavam a começar a doer-lhe.
Com um gesto de impaciência, Ethan rebelou-se contra o gesto dela de o apaziguar.
– Tiveste um acidente de viação?
– Não exactamente.
A verdade é que não se podia dizer que saltar de um carro que ia a cinquenta quilómetros por hora fosse um acidente. Sabia muito bem que Ethan diria que tinha sido uma loucura, mas ele não estivera lá.
Ethan esticou um braço e tocou nela.
– Meu Deus, estás gelada!
Levantou-se, despiu o roupão e colocou-o nos ombros dela antes de acrescentar:
– Senta-te, antes que caias ao chão.
Então, fê-la sentar-se no sofá.
– Vais apanhar frio – protestou ela.
Debaixo do roupão, Ethan trazia apenas as calças do pijama. Tinham levado as crianças para o sul de França em Junho e ela reparou que ele ainda estava bronzeado.
– Bebe isto – ordenou ele, obrigando-a a beber um gole de conhaque. – E, agora, conta-me o que foi que aconteceu.
– Quero tomar um duche.
Mas ele colocou uma mão no ombro dela para impedir que se levantasse.
– Depois de me explicares. Pensei que tivesses ido jantar com os teus colegas da escola nocturna.
O tom de voz que utilizou reflectia que ele achava que aquilo era mentira.
Porque é que ela precisaria de lhe mentir? Pensaria que ela tinha uma vida dupla?
– Foi… o que fiz. Debbie e Alan vieram buscar-me. Depois Craig Finch, que começou as aulas recentemente, ofereceu-se para me trazer a casa. Disse que ficava a caminho e que assim pouparia a Alan um desvio, mas foi ele quem se desviou e, quando eu lhe disse isso, ele…
– O que é que fez?
Ethan inquiriu calmamente, mas o seu sobrolho franzira-se.
– Riu-se.
Ela teve vontade de vomitar só de se lembrar da expressão de Craig. Já lhe tinham incomodado alguns dos comentários que fizera, mas tinha sido o seu sorriso que a alarmara.
– Riu-se?
Não era isso que Ethan esperara ouvir.
– Tu não estavas lá! Ele tinha estado a dizer… umas coisas.
– Magoou-te?
Ethan parecia agora muito mais ameaçador do que Craig. Ela sentiu-se culpada por fazer aquela comparação. Ethan tinha as suas falhas, mas era um homem decente e razoável, apesar da maneira como a estava a interrogar naquele momento. Normalmente, não se metia na sua vida.
– Não. Isto aconteceu-me quando saltei do carro.
Algo da violência dos rasgos dele desapareceu e foi substituído por surpresa. Ethan Kemp não era um homem a quem se pudesse surpreender facilmente. As suas mãos grandes pararam de se cerrar em punhos.
– O carro estava parado?
Ela negou com a cabeça e olhou desesperada para ele. Normalmente, Ethan não era tão lento.
– Tive sorte dele não ter posto o trinco na porta.
– Estou a ver que podes agradecer a tua boa sorte – comentou, ironicamente.
– Aterrei sobre uns arbustos espinhosos e estraguei a roupa ao tentar desembaraçar-me deles. Escondi-me na beira da estrada, para o caso dele decidir voltar para trás para me procurar, e depois vim a pé pelo campo.
– Onde é que isso aconteceu?
– No cruzamento ao pé de Tinkersdale Road.
– Isso fica a mais de dez quilómetros daqui.
– Pareceram-me mais de dez, mas pode ser que tenhas razão. Não te preocupes que ninguém me viu.
Disse aquilo para o sossegar. O facto de verem a esposa de Ethan Kemp a caminhar pelo campo naquele estado não era algo que ele aprovasse. Ethan preocupava-se com o que as outras pessoas pensavam.
– Não te lembraste de telefonar para mim ou para a polícia?
– Deixei a mala no carro quando saltei e não tinha dinheiro. A polícia não se interessa por delitos que não foram cometidos. A verdade é que ele não me tocou.
– E tens a certeza de que o ia fazer?
– Foi uma daquelas situações em que é melhor prevenir do que remediar – declarou ela, zangada. – Não costumo deixar que a imaginação me domine, Ethan.
Não podia discutir aquilo. Ana Smith era a mulher mais prática e plácida que ele conhecera nos trinta e seis anos da sua vida. Franziu a testa. Depois de um ano de casamento, ainda pensava nela como Ana Smith e não Kemp. Se alguém lhe tivesse dito naquela manhã que ela era capaz de saltar de um carro em movimento, ele teria rido por considerar a ideia absurda.
Ana não era exactamente tímida, mas a sua maneira de ser reservada fazia com que algumas pessoas pensassem que o era. Mas também não era do género de pessoa que se pusesse a caminhar pelo campo depois de sair de uma situação perigosa. Pelo menos, ele não teria pensado que o fosse. Ter-lhe-ia contado tudo aquilo se não o tivesse encontrado ali? Teria aparecido à hora do pequeno-almoço como se nada tivesse acontecido?
– Temos que telefonar à polícia.
– Para quê? Não aconteceu nada. Imagino que iriam pensar que sou mais uma neurótica, mas gostaria que ele me devolvesse a mala, pois tinha a minha carteira lá dentro.
– Não queres ver esse porco preso? – rosnou ele, incredulamente.
Era difícil compreender as pessoas que não queriam represálias.
– Se gostaria de o ver preso? O que gostaria era de o ver sofrer o que eu sofri, a impotência, o terror… Raramente temos o que gostaríamos, Ethan – declarou ela, contendo a fúria.
– É uma filosofia muito deprimente.
A profundidade da paixão dela surpreendeu-o. Que sentisse paixão, surpreendia-o! Fazia-o sentir-se incomodado. Que outras surpresas esconderia sob aquele plácido exterior?
– É só uma observação. Agora, se não te importas, gostaria de me ir deitar.
Ele agarrou-a pelo braço, como se esperasse que ela fosse cair a qualquer momento. Na porta do seu quarto, ela despiu o roupão.
– Obrigada. Desculpa se tenho estado um pouco resmungona. Boa noite, Ethan.
Aquela despedida, educada mas firme, pareceu fazer com que ele mudasse de opinião sobre o que ia dizer. Ela sorriu-lhe vagamente e depois entrou no seu quarto. Segundos mais tarde, ela ouviu a porta do quarto de Ethan também a fechar-se.
Enquanto se despia fez uma careta de desgosto; embora tivesse conseguido salvar-se, teria que deitar a sua roupa no lixo.
Olhou-se ao espelho de corpo inteiro e surpreendeu-se. Trazia o cabelo castanho despenteado e salpicado de lama. Os arranhões na face eram muito notórios e os restos da maquilhagem davam-lhe o aspecto de um panda assustado. A quantidade de pele que se via através dos buracos da blusa era indecente e não estranhava que Ethan tivesse ficado tão surpreendido.
Foi um alívio ficar debaixo do duche quente e deixar que a água levasse algo da tensão que sentia, mas por muito que se esfregasse, pensar em Craig fazia-a sentir-se suja. Como poderia um homem que parecia tão normal actuar daquela maneira? Ter-lhe-ia ela dado a impressão de que acederia às suas pretensões? Afastou aquele pensamento horrível da sua cabeça. Não, a culpa não fora dela.
Na sua inocência, imaginara que trazendo uma aliança no dedo teria automaticamente uma protecção contra as atenções não desejadas de um homem. Olhou automaticamente para o dedo e pareceu-lhe estranho sem a aliança. Colocou-se de joelhos no chão e começou a procurar no fundo da banheira. Não estava lá e um pânico desmesurado apoderou-se dela.
Saiu do duche, tapou-se com uma toalha e dirigiu-se para o quarto. A aliança não estava em nenhum lugar.
– Bati à porta – declarou Ethan, quando apareceu na porta de comunicação entre os dois quartos.
Era