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Zero Negativo
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E-book282 páginas3 horas

Zero Negativo

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Sobre este e-book

Um caçador treinado encontra-se em uma corrida interplanetária no cativante romance de estreia de Jimm Grogan: Zero Negativo.

Tomek vive uma vida aparentemente quieta como engenheiro de espaçonaves para o Império interestelar Azten de Mundos Confederados.

Ninguém sabe, entretanto, que durante as frequentes "férias" de Tomek, ele é voluntário da polícia do seu planeta, rastreando criminosos condenados e entregando-os à justiça. Conhecido por assumir casos que ninguém mais assumiria, Tomek usa o codinome "Zero Negativo" a fim de proteger a ele e aqueles que ele ama.

Tomek assume a investigação da sua vida quando ele rastreia aqueles responsáveis por dois grandes crimes: um em que milhares de fazendeiros morrem de uma praga suspeita, e outro em que o assssino em massa usa uma droga misteriosa para forçar as vítimas a entregarem seus bens antes de morrerem.

Assim que Tomek desvenda o mistério por trás daqueles responsáveis, ele está confiante de que serão trazidos à justiça.

Mas o sinistro grupo Tridente tem outros planos em mente quando eles eventualmente descobrem quem Zero Negativo realmente é. Enquanto eles chegam perto de descobrir sua localização, usando guardas imperiais corruptos como capangas, Tomek deve lutar pela sua vida se quiser sobreviver.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento9 de jan. de 2018
ISBN9781547511051
Zero Negativo

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    Pré-visualização do livro

    Zero Negativo - Jimm Grogan

    ÍNDICE

    Índice

    Agradecimentos

    1 Tomek

    2 Zimvia

    3 Scod

    4 Lachie

    5 Jase

    6 Traggie

    7 Cane-Lua

    8 Dashe

    9 Col

    10 Nannie

    11 A Capanga

    12 Durk

    13 Basdu

    14 Claymore

    15 Mestre

    16 Vigilante

    17 Gat

    18 Alex

    19 Telsey

    20 Raio da Morte

    21 Baktu

    Apêndice Ilustrado – Raças

    Humano

    Plajoni

    Zimvi

    Navino

    Soosan

    Orwallin

    SOBRE O AUTOR

    AGRADECIMENTOS

    Essa é a segunda edição do meu primeiro livro publicado. Eu preciso agradecer à minha esposa e outros membros familiares por suas avaliações e encorajamento. Além disso, vários outros amigos, companheiros de trabalho e vizinhos me ajudaram a manter a minha motivação enquanto esperavam ansiosamente por esta obra.

    Gostaria de dar um agradecimento especial à minha editora Anjanette Oborn. Ela teve a maior influência em melhorar essa história e eu aprecio sua orientação.

    ––––––––

    Obrigado a Duncan Long pelas ilustrações.

    Traduzido do inglês por Yan de Oliveira Laaf

    Traduzido do inglês por Yan de Oliveira Laaf

    1 Tomek

    ––––––––

    Tomek voltou à cadeira do quarto do hotel, batendo as pontas dos dedos ociosamente nos seus braços. Ele estava vestido em trajes de estilo aquático, seu corpo coberto; o rosto estava escondido no capacete. De dentro, ele assistia aos vídeos do saguão e da entrada através da rede de vigilância privada do hotel, hackeada minutos antes.

    Ele avistou-a saindo do elevador e interrompeu o movimento dos dedos. Ela estava andando em direção à sua suíte, arrastando uma grande mala levitante. Como ele, ela era humana e estava usando o que pareciam ser óculos escuros especiais. Tomek inclinou-se à frente para dar uma olhada de perto.

    — Capacete, aumente o zoom no rosto da ruiva — ele comandou. Seu rosto e seus cabelos ondulados preencheram a visão. — Capacete, compare com a mais recente imagem de Marta Fresden. — Tomek não esperava o cabelo vermelho, mas aquilo teria sido fácil de mudar.

    A foto de uma mulher apareceu: cabelos negros e lisos, bochechas redondas e um sorriso radiante. A ruiva parecia abatida em comparação, e o sorriso havia desaparecido, mas ainda poderia ser a mesma pessoa.

    Ela se aproximou da porta com um suspiro. Tomek se inclinou de volta, cruzando suas pernas e braços. O sistema de áudio do seu quarto fez um breve som que significava que alguém estava esperando lá fora. Ele descruzou os braços e franziu o cenho. Por que ela não destravou a porta e entrou? Ele pensou. Ela havia feito a reserva.

    Tomek piscou duas vezes, e seu capacete converteu-se em um modo de transparência unilateral. Ele levantou e caminhou até a porta, olhando ao redor da suíte para ter certeza de que não havia deixado nada fora do lugar. Após o que parecia ter sido um número apropriado de segundos, ele abriu.

    — Você é Freebon? — Ela perguntou. Então ela realmente tinha um sorriso.

    — Sim — Tomek mentiu, fingindo olhar ao longo do corredor. — Quem é você?

    Seu sorriso desapareceu.

    — Eu sou a contrabandista de animais exóticos que você está esperando. Deixe-me entrar.

    Tomek deixou-a entrar e fechou a porta atrás dela.

    — Eu reservei esse quarto para nós com extrema privacidade — disse a contrabandista de animais exóticos — então não se preocupe com as câmeras ou microfones dos quartos. — Ela sentou na cama, olhando pela janela artificial do outro lado do quarto; a qual silenciosamente projetava a paisagem da cidade e a corrente de ar. Sua luz solar de mentira projetava sombras abaixo dos móveis.

    — Mais um dia, mais um crédito — ela suspirou.

    Tomek permaneceu imóvel, deixando-a observar por vários segundos, e então limpou sua garganta.

    — Você trouxe sua seleção na mala?

    — Sim. — Ela virou a cabeça para fitá-lo. — Você realmente precisa do capacete? — Ela perguntou, tentando espiar através da superfície negra da proteção de rosto. — O quarto é privado.

    — Você está perguntando se eu confio em você. A resposta é não. Mas eu tenho dinheiro e estou pronto para fazer negócios. — Tomek cruzou os braços.

    — Você pode ver através disso em todos os comprimentos de ondas visuais? — Ela perguntou. — Meus pássaros são mais bonitos quando você pode ver todas as cores corretamente. — Ela empurrou sua mala para longe do caminho e apalpou um ponto na cama logo ao seu lado. — Sente e tire seu capacete.

    Tomek sentou no canto oposto da cama, mas manteve seu capacete.

    — Se eles forem os pássaros que quero, eu saberei dizer, e pagarei você. Eu posso aproveitá-los quando você tiver ido embora.

    A mulher sorriu.

    — Eu não costumo oferecer meus pássaros como antes, mas eu tenho bocas para alimentar e uma família para cuidar.

    Tomek silenciosamente moveu os lábios:

    — Capacete, mostre-me o perfil de Marta. — O documento resultante confirmou que Marta era solitária e não tinha família. Tomek sorriu para descartar o documento da sua visão. — Creio que deveria me sentir privilegiado em vê-los, então — ele disse em voz alta.

    A contrabandista abriu o topo da mala. Ela alcançou lá dentro e puxou três pássaros. Ignorando Tomek, eles voaram para diferentes pontos no quarto e se empoleiraram. A mulher franziu o cenho.

    — Eu não reconheço esses pássaros. O que são eles? — Tomek perguntou. Ele já estava olhando para imagens da espécie dresed do planeta Bisbane dentro do seu capacete. Eram os mesmos que os pássaros no quarto.

    — Tire o seu capacete — ela persuadiu, alcançando para tocar o seu ombro.

    — Não. Não enquanto você estiver aqui. Como eu vou saber que você não vai me chantagear após a compra dos seus animais ilegais?

    Ela ergueu as sobrancelhas e recuou sua mão.

    — Bem, então o seu nome real provavelmente não é Freebon. Que tal eu atrair os pássaros para o banheiro, e você então pode tirar o capacete e vê-los lá dentro? Para apreciá-los, você precisa vê-los sem nenhum filtro.

    Ela se levantou e fez dois pássaros empoleirarem-se na sua luva. O terceiro pássaro era menos cooperativo, então ela levou os dois ao banheiro. Ela saiu, fechou a porta, e permaneceu lá esperando.

    — Os espelhos não vão ligar — ela disse — mas deve bastar. Dê uma olhada neles.

    Tomek levantou e foi até o banheiro, fechando e trancando a porta atrás dele. Mantendo seus olhos fechados, ele retirou o capacete e o repousou na bancada. Ele tateou ao longo do lado esquerdo do seu traje até que localizou o seu bolso lateral e rapidamente abriu o zíper. Escorregando sua mão na pequena abertura, ele removeu um par de óculos especiais e os colocou.

    Ele abriu seus olhos e olhou para ambos os pássaros. Apesar de comuns no tamanho, eles tinham grande olhos hipnóticos que giravam com padrões e cores líquidas. Eles começaram a cantar em tons perturbadores. Ele podia sentir suas sugestões telepáticas: sugeriam que ele continuasse a olhar para eles. Tomek virou sua cabeça e olhou para a porta para ter certeza de que era capaz de desobedecê-los.

    Assim que olhou de volta, os pássaros voaram para permanecerem na sua linha de visão. Ele ainda estava no controle. Os óculos funcionaram, apesar de não tão bem quanto o capacete. De certo modo, os óculos eram melhores— ele podia saber o que ele deveria estar sentindo. Os pássaros voaram de volta à bancada quando ele retornou seu olhar para lá. Seus padrões de olhos flutuantes pareciam mudar em resposta a quão hipnóticos Tomek os achava. Finalmente, eles se estabilizaram em um padrão que Tomek achava simplesmente incrível. Ele podia assistir o dia todo. Observar seus olhos hipnóticos era aparentemente a parte mais importante da equação. Tomek estava intrigado.

    Um pássaro empoleirou-se no seu capacete, o outro na ponta da bancada perto dele. Eles agora estavam sugerindo que ele os alimentasse. Carne.

    — Eu acho que os pássaros gostariam de comer — Tomek disse como se estivesse em um sonho.

    — Freebon, mantenha seu capacete desequipado e destrave a porta para mim — a mulher disse.

    Tomek alcançou e destravou a porta, cuidadosamente mantendo seu olhar nos pássaros para que ela não visse seus óculos. Ele estava agora convencido de que ela era a criminosa por quem ele procurava.

    A porta abriu com um clique.

    — Olá, Freebon. — Ele sentiu-a tocar gentilmente no seu cabelo e acariciar suas costas. — Olá, bebês. Mamãe já vai alimentar vocês.

    — Eu posso dar os meus dedos aos pássaros — Tomek disse. Ele começou a estender a mão.

    — Opa, você ainda está com as suas luvas, — riu a mulher.

    Um dos pássaros tentou mordê-lo mesmo assim. Tomek tentou não recuar enquanto observava o pássaro torcer sua cabeça para baixo e bicar a luva. Ele removeu sua mão e fingiu tirar a luva.

    — Primeiro, diga-me onde está seu dinheiro — ela comandou em uma voz confortante.

    — Está no capacete. — Tomek disse.

    Ela encostou-se no lado do corpo dele enquanto tentava alcançar o capacete. Tomek olhou para o outro lado, com medo de que ela pudesse ver seus óculos. Os pássaros voaram na direção do banheiro e da sua linha de visão, mas o timing dos movimentos da mulher os atrapalhou.

    Tomek agarrou os ombros dela e empurrou-a contra a bancada, seu rosto pendurado sob a pia vazia. Ele se inclinou sobre ela com seu antebraço esquerdo e arrancou os óculos dela com a outra mão. Ela gritou e fechou os olhos.

    Tomek recitou o manuscrito legal para a prisão de um cidadão.

    — Marta.

    À menção do seu nome, Marta imediatamente tentou se livrar.  Ela quase o conseguiu, mas Tomek pressionou contra ela, prendendo seus braços em volta do seu peitoral e braços.

    — Marta Fresden Calipra Regalia 2090 1, você foi acusada e condenada pela alta corte do... —

    Marta girou sua cabeça para fitar os óculos e rosto de Tomek.

    — Trapaceiro fedorento! — ela gritou.

    — do Império Azten dos Mundos Confederados por quatro homicídios. Você foi sentenciada a uma vida na prisão. A lei de Azten encoraja cidadãos voluntários a cumprirem com esse dever, assim conservando os recursos de execução da lei e oferecendo oportunidades para serviços patrióticos. Eu estou aqui para detê-la.

    — Escute, eu não sou bem uma assassina — Marta implorou. — Cada caso, eles foram acidentes.

    Tomek alcançou o seu bolso e tirou algumas amarras de mão. Ele puxou as luvas delas, percebendo uma série de cicatrizes em camadas nos seus pulsos nus enquanto ele as prendia.

    — Perceba que eu só trabalho com três pássaros hoje em dia, não dezesseis, para que eu tenha completo controle sobre eles. Mesmo se eu efetivamente os abandonasse com você, levaria dias para que eles conseguissem comê-lo.

    Tomek a arrastou e a forçou a sair do banheiro.

    — Isso soa agradável.

    — Não, eu não abandonaria meus bebês com você — ela prometeu. — Eles são os únicos que ainda tenho.

    Tomek enterrou o rosto dela na cama e puxou um pouco as pernas de Marta enquanto se inclinava para aplicar outra série de amarras aos seus tornozelos. Quando estava prestes a conseguir, ela se encolheu e empurrou-o com seus quadris. Ele tentou se segurar na colcha, mas sua mão escorreu ao longo da ponta do colchão. Ela rolou para o outro lado e libertou suas pernas enquanto a cabeça dele atingia o piso de carpete.

    Ela se apressou para fora da cama, chutando-o no olho. Enquanto corria para a porta, batendo contra as paredes e móveis com seus olhos firmemente cerrados, Tomek percebeu que a lente do olho esquerdo dos seus óculos havia quebrado e cortado o seu rosto sintético de disfarce. Ele ergueu a mão e sentiu a pontuda linha onde o material moldado havia sido danificado. Não havia sangue.

    Ele olhou para cima a tempo de ver Marta escapando enquanto um dos pássaros voava de sua visão periférica para seu foco central. Ele fechou seus olhos com força. Ele sentiu um impulso quase incontrolável de olhar para o pássaro novamente mas ao invés disso tateou o caminho até o banheiro. Ele jogou os restos dos óculos fora, pegou o capacete, e o colocou.

    Pronto. Ele saiu e encontrou os pássaros voando em direção à porta. Tomek começou a correr atrás deles mas percebeu um brilho no chão enquanto corria para além da cama. Ele parou e encarou o objeto.

    Era o seu pingente— um transceptor de rádio AM arcaico da mesma largura do seu dedão, embutido em vidro transparente com formato de joia. Ele pegou o pingente e colocou-o de volta em seu bolso esquerdo, fechando o zíper.

    Ele correu para fora da suíte e avistou Marta entrando em um elevador lotado no fim do corredor. Sua figura alta era distinta entre o grupo de soosans que se apressavam atrás dela. Ela deve ter aberto seus olhos para conseguir chegar lá tão rápido. A alguns metros, os pássaros estavam distraindo dois turistas, arrulhando seus sons perturbadores.

    — Oh, eles são lindos — disse a turista.

    — Dá pra ver que eles estão com fome — disse o turista maravilhado.

    — Deixe-os ter alguns pedacinhos do seu mindinho. — Ela ergueu a mão do outro.

    Tomek golpeou um dos pássaros ao chão e pisou nele para o horror do casal. Os outros dois pássaros voaram para longe.

    — Chame a segurança! — gritou o turista, tentando bloquear o caminho de Tomek.

    Tomek passou por ele, seguindo os outros dois pássaros, e chegou ao átrio: um espaço aberto de teto translúcido, e uma altura de seis andares. Inclinando-se por cima do corrimão do terceiro andar, ele observou enquanto os pássaros voavam muito acima do saguão. Eles circularam em volta, parecendo observar as passarelas e áreas de lazer nos três níveis mais acima. Eles esquivaram-se de um elevador voador e descerem em direção à multidão abaixo. Lá, eles empoleiraram-se em uma escultura de uma grande, exótica árvore e inspecionaram a multidão de pessoas. Um grupo de turistas passeava sem rumo, admirando as várias esculturas de pedra no térreo.

    Tomek avistou o elevador de Marta voando para baixo. O elevador pausou no ar, piscando sua luz repetidamente, apressando pedestres a se moverem do local marcado no piso principal onde ele precisava aterrissar. Após alguns momentos, a porta abriu. Marta escutou o arrulho dos pássaros e fechou seus olhos assim que saiu do elevador, espremendo-se em direção às portas da frente.

    Tomek sussurrou:

    — Capacete, trave as portas de entrada do hotel e envie-me um elevador — e piscou. As ordens foram enviadas através da sua conexão hackeada para a rede privada do hotel. Um andar abaixo, algumas pessoas esbarraram nas portas do elevador que esperavam que abrissem para elas.

    Enquanto isso, os pássaros haviam focado em uma senhora de idade no piso principal, a qual estendia suas débeis mãos para eles. Eles voaram para longe do galho de pedra, empoleiraram-se nos seus pulsos, e começaram a bicar seus dedos até sangrarem, enquanto ela continuava sorrindo para eles.

    Tomek ordenou seu capacete para tocar o alarme de evacuação do hotel no saguão. Assim que o alarme ecoou no átrio, os assustados pássaros pararam; um chiou em agitação enquanto ambos erguiam suas asas e voavam.

    Só então, o elevador que ele havia chamado chegou na frente dele, bloqueando sua visão. O balaústre da passagem retraiu-se no chão, e as portas do elevador se abriram. Ele se apressou para dentro do elevador e virou-se para ver um grupo de pequenos soosans peludos correndo em sua direção. Aquelas pessoas só tinham duas velocidades: em pé parados ou correndo. Ele pressionou o botão para fechar a porta prematuramente e, sentindo-se culpado, observou suas fofas e decepcionadas faces enquanto as portas se fechavam. O elevador zuniu para o andar de baixo.

    Quando a porta abriu, ele viu um guarda da segurança do hotel correndo, tentando responder ao alarme. Ele alcançou o guarda e apontou para os pássaros voando ao redor do barulho.

    — Aqueles dois são pássaros carnívoros e hipnotizantes. Eles vão machucar qualquer hóspede e qualquer outra pessoa que olhar nos seus olhos. — O guarda pareceu não escutar e desapareceu numa entrada que lia Apenas Funcionários.

    O alarme parou, o time de segurança parecia ter tomado controle. Aquilo podia significar que as portas foram destravadas também. Tomek correu em direção às portas de entrada, esquivando-se das pessoas e estátuas. Ele tinha quase certeza de que vira a coroa vibrante do cabelo de Marta no meio da multidão tentando sair.

    As portas se abriram, e Tomek perdeu o rastro dela com o movimento súbito. Ele correu acompanhando a multidão em saída, escaneando a área exterior. Ele olhou para cima, para baixo, e ao longo da rua, mas não havia sinais de seus ondulados cabelos vermelhos.

    Ele conectou-se novamente com as câmeras de segurança do hotel e permaneceu perto da parada de trânsito público, observando e revisando as gravações recentes da rua na frente do hotel. Sem sinais de Marta. Ela nunca saiu. Ou era ela sorrateira. Ele teria que rastreá-la mais tarde, pois estava preocupado com os pássaros.

    Tomek correu de volta ao hotel. No meio do saguão, estava Marta— suas sangrentas mãos estendidas à sua frente, pulsos ainda presos, um pássaro empoleirado em cada lado. Ela arrulhava para eles carinhosamente. Várias outras pessoas, incluindo dois seguranças do hotel, permaneciam em pé em transe, assistindo.

    Tomek caminhou até a multidão hipnotizada e juntou-se a eles. Ele apressou-se por entre as pessoas até chegar próximo a Marta, e então arrancou os pássaros das mãos dela e esmagou-os um contra o outro em seu punho. Ele deixou seus flácidos corpos caírem ao chão.

    A multidão gritou em horror, e Tomek sentiu a ponta da bengala de alguém bater na traseira do seu capacete. Tomek começou a recuar quando um dos seguranças o eletrocutou, fazendo-o desabar ao chão. Seu traje interferiu com as ondas elétricas, e ele foi capaz de se forçar a levantar. Empurrando as pessoas na ponta da multidão, ele correu para criar alguma distância entre eles. Ninguém o perseguiu. Tomek parou.

    — O que aconteceu? — Perguntou alguém.

    — Por que estávamos deixando aqueles pássaros comerem os dedos dela? — Perguntou outro.

    — Meus bebês! — Marta chorou. — Eles estão mortos. — Ela os recolheu em suas mãos e os segurou contra seu rosto.

    — Ela ainda deve estar em transe — comentou um zimvi com preocupação.

    Tomek voltou ao grupo.

    — Marta Fresden e seus pássaros mortais são procurados por homicídio. Eu estou aqui para detê-la.

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