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Um lugar no paraíso
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E-book192 páginas6 horas

Um lugar no paraíso

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Sobre este e-book

Tendo-a ao seu lado, poderia enfrentar os fantasmas do passado?

A povoação inteira ficou admirada ao ver aparecer Wade Winslow montado na sua Harley. Só uma emergência teria podido fazer com que o rapaz rebelde regressasse a um lugar onde nunca se tinha sentido cómodo. Efectivamente, alguém necessitava da sua ajuda, a jovem ingénua que noutro tempo se tinha entregado a ele… numa noite de paixão que Erin McCuen jamais esqueceria. Mas então Wade tinha saído da povoação, levando o seu coração com ele. Doze anos mais tarde, o rapaz que sempre a tinha defendido estava de volta… para a tentar com um desejo que surpreendeu a ambos.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de fev. de 2018
ISBN9788491709701
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    Um lugar no paraíso - Gail Barrett

    Editado por Harlequin Ibérica.

    Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

    Núñez de Balboa, 56

    28001 Madrid

    © 2005 Gail Ellen Barrett

    © 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

    Um lugar no paraíso, n.º 2 - fevereiro 2018

    Título original: Where He Belongs

    Publicada originalmente por Silhouette® Books.

    Este título foi publicado originalmente em português em 2007

    Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

    Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

    Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

    ® Harlequin e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

    ® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

    As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

    Imagem de portada utilizada com a permissão de Dreamstime.com

    I.S.B.N.: 978-84-9170-970-1

    Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

    Sumário

    Página de título

    Créditos

    Sumário

    Capítulo 1

    Capítulo 2

    Capítulo 3

    Capítulo 4

    Capítulo 5

    Capítulo 6

    Capítulo 7

    Capítulo 8

    Capítulo 9

    Capítulo 10

    Capítulo 11

    Capítulo 12

    Capítulo 13

    Capítulo 14

    Capítulo 15

    Capítulo 16

    Capítulo 17

    Capítulo 18

    Epílogo

    Se gostou deste livro…

    Capítulo 1

    Wade Winslow só tinha uma coisa em mente enquanto descia com a sua Harley pela rua principal de Millstown, no estado de Maryland: sair o quanto antes dali. Aquela era a cidade onde crescera e ali conheciam-no como o Indesejável Winslow. Não importava quantos anos passassem, porque a má reputação durava tanto como os antigos edifícios do centro da cidade e ali até os velhos carvalhos faziam caretas à sua passagem com os seus ramos torcidos a apontá-lo e a prendê-lo no passado.

    Lutara contra o desejo de sair dali a correr, mas tinha de estar com Norm. Esse fora o objectivo que perseguira durante os últimos dois dias, desde que saíra de Miami ao saber que o cancro se apoderara do homem que o tratara como um filho. Estava a morrer. Raios! Será que nenhuma das pessoas que amava conseguia sobreviver?

    Com uma sensação angustiante no estômago, virou no Stone Mill Café e entrou no beco do cinema, que agora estava fechado, com um rugido do motor semelhante à frustração que albergava no seu coração.

    Dantes, Norm costumava viver fora da cidade, numa quinta com uns quantos hectares de terra rochosa, nas encostas dos Montes Apalaches. Aquele lugar fora perfeito para ensinar um rapaz rebelde a sobreviver no mundo. Mas Norm vendera a quinta quando Rose morrera e Wade partira, e tantos anos como fumador tinham acabado por o afectar.

    A Harley parou ao fim da rua, em frente ao duplex que Norm chamava «lar».

    Wade estacionou junto a uma fila de carros, saiu da mota, tirou o capacete e pendurou-o na mota. Depois, espreguiçou-se, pois doía-lhe o corpo todo, passou os dedos pelo cabelo para se pentear e pôs a t-shirt por dentro do casaco de cabedal. Doente ou não, Norm não tolerava as faltas de respeito e Wade devia-lhe demasiado para o enfrentar.

    E agora, ia perdê-lo.

    Com os nervos à flor da pele, dirigiu-se até à porta e entrou directamente na cozinha, que cheirava a café e estava cheia de vizinhos: Jack Fleagle, proprietário do cinema até este fechar, a senhora Cline, empregada dos correios até se reformar no ano passado, e Battle-Ax Bester, uma mulher que mais parecia um defesa de rugby, com um penteado estranho em forma de colmeia. Raios, como se não tivesse já o suficiente!

    Ao vê-lo, ela apertou os lábios.

    – Que atrevimento o teu apareceres aqui!

    Raios! Já se tinham passado anos desde a altura do liceu e ainda o tratava como se tivesse matado um homem e acabado na prisão, como o seu pai. Era normal que detestasse aquela cidade.

    – Wade, vieste! – o irmão mais novo de Norm, Max, de cerca de cinquenta anos, deu um passo em frente ao vê-lo e apertou-lhe a mão.

    Wade olhou-o nos olhos e viu tensão reflectida neles. Sentiu um aperto no estômago.

    – Não há…

    – Não – disse Max, dando-lhe uma palmada no ombro. – Vem comigo. Agora está com a enfermeira, mas perguntou por ti.

    Wade abriu passagem por entre as pessoas através da sala e foi até ao quarto de Norm. Uma vez lá, bateu com os nós dos dedos e empurrou a porta.

    – Norm?

    Uma mulher que não conhecia virou-se para ele.

    – Desculpe, mas o senhor Decker precisa…

    – Wade… – sussurrou Norm. – Vieste…

    Wade sentiu uma pontada de dor no coração; a enfermeira afastou-se da cama e ele obrigou-se a continuar a respirar. Meu Deus, aquele era Norm? Estava pálido e combalido.

    O que lhe acontecera? Na Primavera anterior, passara por ali quando ia a caminho de Montana e Norm estava bem.

    – Só pode ficar um minuto – avisou-o a enfermeira. – Acabou de tomar os medicamentos. Se precisar de alguma coisa, estarei na cozinha.

    – Vá com o senhor Decker – brincou ele, tentando disfarçar o que sentira. Pegou numa cadeira e sentou-se ao lado da cama. – Que mordomias, agora que vives na cidade. Se soubesse que te tinhas tornado tão formal, teria vestido um fato.

    – Ouvi a mota. Sabia que virias.

    Claro que viria. Pusera-se a caminho de imediato e só parara algumas horas para dormir na fronteira da Carolina do Norte.

    – Onde…?

    – Florida. Encontrei uma praia linda. Não imaginas as raparigas que há lá.

    – Não estavas na… Califórnia?

    Ainda nervoso, tentou manter um tom desenvolto.

    – Não. Fui para San Diego quando acabou a temporada de incêndios, mas não aguentava tanto trânsito, portanto fui para a Florida. Tinha pensado ir para as Bahamas durante algum tempo – e esperar que o seu joelho se curasse para não perder o seu emprego de guarda-florestal. Esticou a perna dorida.

    – Dói?

    Wade fez uma careta. O cancro minara o corpo de Norm, mas não a sua mente.

    – Magoei-me no último salto. Ao saltar de pára-quedas, uma rajada de ar apanhou-me de surpresa e fiz uma má aterragem. Nada sério. Tive de atravessar a montanha toda a pé quando acabámos de extinguir o incêndio, portanto não me faria mal descansar.

    Wade pertencia a um corpo de bombeiros especializado em incêndios florestais e só trabalhava durante a temporada de incêndios. O seu grupo chegava até ao incêndio de avião que depois os deixava saltar de pára-quedas. Embora implicasse um grande risco, ele gostava do seu trabalho.

    Norm fechou os olhos.

    – Millstown é um bom sítio.

    – Fica – fez uma careta e gemeu.

    – O que se passa? – perguntou Wade, alarmado. – Queres que chame a enfermeira?

    – Não – Norm abriu os olhos frágeis. – Maldita morfina…

    Wade levantou a vista e viu uma bomba de morfina junto ao saco de soro. Junto à cama havia uma garrafa de oxigénio e uma cadeira de rodas no canto do quarto. Tudo aquilo tinha a função de suavizar a situação de Norm. Tentou falar mas as palavras não lhe saíram. Engoliu em seco.

    Norm mexeu os lábios e ele aproximou-se para o ouvir melhor.

    – Fica …

    – É o que tenciono fazer.

    Norm não estava a pedir-lhe para viver em Millstown; sabia muito bem que Wade não podia ficar ali. Só queria que estivesse ali quando ele morresse. Quando morresse… Meu Deus…

    – O que queres de mim? Queres que te faça o jantar do dia de Acção de Graças? Raios, Norm! A seguir vais pedir-me para te polir as pratas – como quando Rose era viva. Sentiu pânico.

    – Aqui não. Promete-me, Wade.

    Ia perder Norm. Meu Deus, não… Norm também…

    – Wade…

    Começou a sentir que uma gota de suor lhe corria pela testa. Não conseguia suportar aquilo, não conseguia suportar que Norm morresse, ficar em Millstown. Mas não podia partir, não podia deixar Norm.

    – Estarei aqui – enquanto precisasse dele.

    – Aqui não – repetiu Norm.

    – Como aqui não?

    – Aluga… um quarto.

    Alugar um quarto? Franziu o sobrolho. O que estava a dizer?

    – Não vou deixar-te, Norm – o seu coração disparou ao pensar nisso. – Dormirei no sofá, como sempre.

    – Não! – disse Norm, com voz aguda. – A enfermeira está aqui. Max. Preciso que fiques… Mills Ferry…

    Mills Ferry? A velha mansão dos subúrbios? Porque haveria de ficar lá? Porque queria Norm que ficasse lá? A não ser que…

    – O que sou agora para ti? – perguntou ele, ficando tenso, de repente. – Uma companhia? Já não sou bem recebido?

    – Não, Wade – Norm tirou uma mão trémula de debaixo do lençol e agarrou-lhe no pulso. – O meu filho, sempre o meu filho… Precisa de ajuda… Por favor… – a sua voz apagou-se.

    Wade sentiu medo.

    – Mas…

    – Promete-me, promete-me – a mão de Norm deslizou do seu pulso.

    Wade faria tudo por ele, independentemente de como o seu pedido fosse estranho.

    – Está bem, ficarei lá.

    – Ainda bem – e Norm fechou os olhos.

    – Norm? Norm?

    – Desculpe – disse a enfermeira atrás dele. – O senhor Decker precisa de descansar.

    Norm não morrera. Wade suspirou de alívio. Só estava a dormir, graças a Deus! Mas quanto tempo duraria?

    Levantou-se, embora lhe tremessem as pernas. Norm sempre lhe parecera uma pessoa invencível; grande, forte, com uns braços poderosos e mãos calosas do trabalho. Era um homem calado que o ensinara a seguir as pistas dos animais no campo, a arranjar a carrinha quando tinha problemas e o que fazer quando as raparigas começavam a telefonar lá para casa.

    Homem paciente e tranquilo, Wade só o vira perder a calma uma vez, quando Wade tentara enganar Rose. Nunca mais voltara a fazê-lo.

    E agora, aquele homem forte estava no seu leito da morte.

    – Desculpe.

    Com uma profunda dor no peito, retirou-se para os pés da cama. Sentiu que os olhos lhe ardiam ao ver como a enfermeira colocava a máscara de oxigénio a Norm e lhe compunha as almofadas.

    De repente, não aguentou mais. Precisava de espaço, de ar. Saiu a passos largos do quarto e foi para a cozinha.

    – Wade, Wade.

    Ele abriu a porta com um empurrão e saiu para a rua. Maldito cancro! Tirou o capacete da mota e colocou-o. Como podia a doença avançar tão depressa? E porque não lhe telefonara Max antes? Calçou as luvas de cabedal.

    – Wade, espera.

    Mas montou-se na Harley e fulminou Max, que o seguira até à rua, com o olhar.

    – Porque não me disseram que tinha tido uma recaída? – perguntou. – Tenho dinheiro, podia tê-lo levado a Baltimore a um especialista, em vez de ele estar aqui.

    – Ele andou num especialista. No Hospital John Hopkins. Durante mais de um ano.

    – E não me contaram isso?

    – Eu queria fazê-lo. Todos nós queríamos, mas Norm convenceu-nos a esperar.

    – Estou a ver – então compreendeu claramente. Toda a gente na cidade sabia que Norm estava a morrer, mas ninguém se incomodara em dizer-lhe nada.

    – Pensámos que, bom, com tudo o que tu passaste… – explicou Max. – Não queríamos que te preocupasses.

    – Muito bem – baixou a viseira do capacete e rodou a chave na ignição, ligando o motor com um rugido. Não lhe tinham contado porque ele não fazia parte da família, porque ele não pertencia àquele lugar. Nunca pertencera nem nunca pertenceria.

    Porque em Millstown nada mudara. Colocou a mudança e arrancou dali a toda a velocidade.

    O vento frio chegava do rio Potomac, atravessando os bosques até Mills Ferry, e fazia vibrar as velhas janelas da mansão. Erin McCuen, apoiada a uma das vidraças, tremeu. Não podia adiar. Tinha de ligar o aquecimento antes que a sua avó ficasse doente.

    Sentiu que entrava em desespero, mas tentou manter-se firme. Não podia perder a calma, por mais que estivesse endividada. De algum modo, pagaria as contas.

    – Foste ao banco? – perguntou a sua avó, sentada numa cadeira ao seu lado.

    – Sim, avó – suspirou. – Está tudo bem.

    – … roubam-me o dinheiro. Acham que não me dou conta.

    – Não te preocupes. A conta corrente está exactamente como a deixaste – vazia e, aparentemente, assim continuaria. Naquele momento, um passarinho vermelho com uma pequena crista pousou numa manjedoura junto à janela. – Olha, um cardeal! Não conseguem resistir às sementes de girassol que lhes deixei.

    Ajudou a sua avó a segurar nos binóculos para o ver melhor. Ainda bem que os cardeais não migravam para o sul no Inverno. A sua avó perdera muitas coisas no acidente de carro, entre elas, parte da sua capacidade de falar, de se mexer, a memória recente e a capacidade de fazer as suas adoradas colchas de patchwork. Observar as aves era o único prazer que lhe restava.

    E Erin certificar-se-ia de que a sua avó continuaria a ver os pássaros desde a segurança do seu lar até ao dia da sua morte, por muito mal que estivesse a sua situação financeira.

    Tentou afastar a sensação de ansiedade e pôs os binóculos de lado para pegar numa colcha desbotada e tapar os ombros da sua avó. Desde o acidente, as contas tinham-se multiplicado. O seguro cobrira a maior parte,

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