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Dois casamentos
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E-book194 páginas4 horas

Dois casamentos

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Sobre este e-book

Seria melhor não se intrometer no caminho de um homem disposto a recuperar a família que perdera…
Tudo começou quando o filho de Cass ligou ao seu pai para estar presente no funeral do seu padrasto. Foi assim que Blake se encontrou cara a cara com Cass, a mulher que lhe partira o coração há dezoito anos, contudo agora ela estava grávida de outro homem…
Como se as coisas já não fossem suficientemente complicadas, Blake estava ainda mais sexy e irresistível do que ela se lembrava. No entanto o seu sonho de alcançar a felicidade ao seu lado tinha desaparecido com o fim do casamento.
Todavia havia algo que Cass não sabia sobre o seu ex-marido…
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2018
ISBN9788491709695
Dois casamentos
Autor

Karen Templeton

Since 1998, three-time RITA-award winner (A MOTHER'S WISH, 2009; WELCOME HOME, COWBOY, 2011; A GIFT FOR ALL SEASONS, 2013), Karen Templeton has been writing richly humorous novels about real women, real men and real life. The mother of five sons and grandmom to yet two more little boys, the transplanted Easterner currently calls New Mexico home.

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    Pré-visualização do livro

    Dois casamentos - Karen Templeton

    Editado por Harlequin Ibérica.

    Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

    Núñez de Balboa, 56

    28001 Madrid

    © 2005 Karen Templeton-Berger

    © 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

    Dois casamentos, n.º 1 - janeiro 2018

    Título original: Marriage, Interrupted

    Publicada originalmente por Silhouette® Books.

    Este título foi publicado originalmente em português em 2007

    Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

    Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

    Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

    ® Harlequin e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

    ® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

    As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

    Imagem de portada utilizada com a permissão de Dreamstime.com

    I.S.B.N.: 978-84-9170-969-5

    Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

    Sumário

    Página de título

    Créditos

    Sumário

    Capítulo 1

    Capítulo 2

    Capítulo 3

    Capítulo 4

    Capítulo 5

    Capítulo 6

    Capítulo 7

    Capítulo 8

    Capítulo 9

    Capítulo 10

    Capítulo 11

    Capítulo 12

    Capítulo 13

    Capítulo 14

    Se gostou deste livro…

    Capítulo 1

    Sabia que ainda tinha duas pernas depois da sua avultada barriga. E, em circunstâncias normais, Cass teria esperado até ter o bebé para voltar a dedicar-lhes algum tempo, no entanto, tinha de ir a um funeral em menos de duas horas. Ia usar um vestido e isso, irremediavelmente, implicava meias. Por essa razão, enfrentava naquele momento a dificuldade de ter de se depilar.

    O sol primaveril de Albuquerque entrava pela janela da casa de banho enquanto Cass considerava as suas opções, contudo, nenhuma parecia muito boa. Sabia que se entrasse na banheira nunca conseguiria sair. Por outro lado, se optasse pelo duche, poderia cair e partir o pescoço. E se se sentasse, não conseguiria dobrar-se o suficiente para chegar às suas pernas.

    Restava apenas a opção do lavatório. Lembrava-se vagamente de que o usara quando estava prestes a ter Shaun. Pareceu-lhe que tinham passado séculos. Blake corria por toda a casa tentando preparar-se para ir para o hospital enquanto ela depilava as pernas. Claro que nessa altura tinha apenas vinte anos e era um pouco mais ágil.

    Encheu o lavatório de água, pôs-se de lado para levantar uma perna e agarrou-se com força ao toalheiro a tempo para não cair. Em seguida, recompôs-se como conseguiu, disposta a fazer uma nova tentativa mas com lágrimas de impotência nos olhos.

    «Que Deus dê juízo ao próximo que for tão parvo para confiar em mim!», disse para si, furiosa.

    Depilou uma perna e levantou a outra como conseguiu, porém, cortou-se ao primeiro movimento. Não conseguiu reprimir um palavrão e, a contra gosto, cortou um pedaço de papel higiénico e pô-lo sobre a ferida.

    Durante mais de dez anos evitara a ideia de voltar a casar-se com alguém. Na verdade, também não tivera tempo, já que estivera demasiado ocupada a criar sozinha o seu filho, a terminar o seu curso de Marketing e a trabalhar. Apenas tivera a oportunidade de se sentir sozinha a meio caminho entre a creche e a escola, ou a escola e o seu emprego.

    No entanto, depois conhecera um homem encantador, respeitável, e aparentemente sério, durante um jantar da Câmara Municipal. Tinham gostado um do outro e tinham começado a sair juntos. Ele oferecera-lhe o que ela precisava e queria: segurança, um pai para o seu filho e a oportunidade de ser mãe novamente. A paixão desenfreada não fazia parte do acordo, porém, parecera-lhe suficiente porque achava que já não tinha energia para esse tipo de paixão, nem desenfreada nem de nenhuma outra forma.

    A ferida parara de sangrar. Cass acabou o seu suplício justamente antes de sentir um pontapé na barriga. Ela acariciou o seu bebé com a mão, tentando tranquilizá-lo. Pensou que pelo menos conseguira voltar a ser mãe.

    Lágrimas de raiva deslizaram pelo seu rosto até não restarem mais. Bateu no chão com raiva e sentou-se na retrete, cobrindo a cara com as mãos. Não entendia como podia ter cometido duas vezes o mesmo erro. Outras mulheres conseguiam ver além da superfície, para lá do encanto, das promessas e dos elogios, contudo, ela parecia incapaz de o fazer.

    – Cassie, querida! Estás bem?

    Cass pegou num pedaço de papel higiénico e assoou o nariz. Era irónico que, apesar de tudo, continuasse a gostar tanto da mãe de Alan. Era uma mulher exuberante e extravagante. E nem sequer a desilusão que o canalha do seu filho lhe dera mudara o que sentia por aquela senhora. Não se sentia muito bem ao pensar tudo aquilo do seu marido que, afinal de contas, acabava de falecer, no entanto, sabia que não era a primeira viúva da história que não lamentava o falecimento do seu cônjuge.

    – Sim, Cille. Eu estou bem – respondeu à sua sogra enquanto limpava o rosto e tentava acalmar-se.

    – Sim, claro. E eu sou Madonna. Vá, abre a porta antes que eu tenha de a arrombar.

    Lucille Stern era uma mulher bonita e delicada de oitenta anos, que não conseguiria sequer deitar abaixo uma casa de bonecas. Cass levantou-se e abriu a porta.

    A sua sogra, transmitindo uma mistura de perfume enjoativo e cânfora, estava à sua frente com as mãos nas ancas. Tinha um vestido vermelho de cetim com rachas laterais e uns brincos grandes de brilhantes.

    – Não te ofendas, querida, mas estás com um aspecto horroroso – disse à sua nora.

    – Ah! Obrigada – respondeu Cass enquanto se recuperava ao ver a sua sogra vestida como uma cortesã. – Mas pelo menos as minhas pernas estão depiladas.

    As duas mulheres dirigiram-se para o quarto de Cass e Lucille tentou prender um dos laços do vestido.

    – Fenomenal. Então, diremos às pessoas que admirem os teus gémeos – disse, virando-se de costas para Cass. – Este fecho e a minha artrite não são uma boa combinação. Ajudas-me?

    – Cille – começou a sua nora, enquanto pensava nas palavras que podia usar. – Não achas que este vestido é um pouco…? Um pouco exagerado?

    A idosa não conseguiu evitar suspirar.

    – Bom, este não é exactamente o melhor dia da minha vida, sabes? – respondeu enquanto ajeitava o cabelo. – Portanto precisava de alguma coisa que me animasse. Por isso vesti-me de vermelho. O que vais fazer? Expulsar-me do velório?

    Cass mordeu o lábio. Alan fora o seu único filho. E, apesar de as coisas entre eles terem deixado de ser ideais há muito tempo, aquela mulher acabava de perder o filho. Naquele momento, Lucille devia estar a sentir falta da relação que tivera com Alan no passado, antes de a relação se ter deteriorado.

    Contudo, sabia que as duas superariam a sua morte, pois eram mulheres muito fortes.

    – Ninguém te vai expulsar de lado nenhum, Lucille – disse-lhe.

    – Mamã…

    Cass virou-se para trás. O seu filho estava a olhar para ela da porta. Tinha um casaco que um amigo lhe emprestara e umas calças formais. Era um traje muito diferente do habitual, já que usava sempre calças de ganga gastas e t-shirts demasiado grandes para o seu tamanho. Era espantoso conseguir adivinhar o aspecto que Shaun teria quando fosse adulto, se Cass não o estrangulasse antes. Supunha que a relação mãe-filho que tinham não era mais problemática do que a de outros pais com os seus filhos adolescentes, provavelmente até melhor, porém, por vezes as coisas ficavam muito complicadas.

    – Meu Deus! – exclamou Cille olhando para o jovem enquanto saía do quarto. – O jovem tem orelhas!

    Shaun sorriu e tocou inconscientemente numa das orelhas, que deixara à vista ao apanhar o seu cabelo loiro com um rabo-de-cavalo. A maioria dos seus amigos tinha o cabelo curto, contudo, ele tinha ideias próprias. Acontecera o mesmo com os três brincos que tinha numa das orelhas, cortesia de uma amiga. Cass quis matá-lo quando vira o que fizera, porém, uma infecção quase fizera o trabalho por ela.

    No final, decidira que pelo menos devia sentir-se contente por não se ter lembrado de furar outras partes do seu corpo, ou pintar o cabelo de verde.

    Shaun ficou à espera na porta até que Lucille chegou ao seu quarto e fechou a porta. Então, virou-se para a sua mãe. Já não sorria e parecia genuinamente preocupado.

    – Como estás? – perguntou à sua mãe.

    Fizera-lhe aquela pergunta uma centena de vezes desde a morte de Alan e ela continuava sem lhe dizer a verdade.

    – Não estou muito mal.

    – O papá está aqui.

    – O quê? – perguntou Cass, deixando-se cair sobre a cama. – Porquê?

    Uma mistura de desafio e culpa apareceu nos olhos do seu filho.

    – Telefonei-lhe ontem de manhã.

    – Pediste-lhe para vir? – perguntou ela, emocionada com a descoberta.

    – Eu… – disse o rapaz encolhendo os ombros e colocando as mãos nos bolsos do casaco. – A única coisa que fiz foi dizer-lhe o que tinha acontecido. É só isso. Não sabia que ele viria.

    No entanto, era óbvio que era exactamente isso que esperava que Blake fizesse. Cass tentou controlar-se para não lhe dizer o que pensava. Achava que o que acabava de acontecer não tinha nada a ver com o seu ex-marido e a sua presença ali não passava de uma invasão da sua privacidade. No entanto, calou-se porque se apercebeu de que o seu filho vivia a sua vida tentando conseguir a atenção do seu pai. Portanto, não a surpreendeu que o jovem quisesse que Blake estivesse presente, sobretudo depois do ano tão decepcionante que acabava de passar.

    – Mamã.

    Cass levantou a cabeça e olhou para o seu filho. Era um adulto incipiente, contudo, ela conseguia ver dentro dele o menino frágil que vira crescer. Fazia o que pensava que era o melhor para o seu filho. E fora a pensar nele que se casara com Alan. As coisas não tinham corrido como esperava e não fora culpa de ninguém, mas Shaun ficara a perder.

    – Fiz mal por ter telefonado ao papá? – perguntou-lhe com o sobrolho franzido.

    Parecia um menino pequeno, à espera da aprovação da sua mãe. Cass levantou-se da cama, aproximou-se dele e pegou na sua mão. Era muito estranho estar à espera do seu segundo filho quando o primeiro já era mais alto do que ela.

    – Não há problema, querido. Ele… – tentou encontrar as palavras adequadas. – O que se passa é que a notícia apanhou-me de surpresa. É só isso.

    – Está bem. Muito bem – respondeu o jovem com um suspiro de alívio. – Acho que quer falar contigo.

    «Agora que pensava que as coisas não podiam piorar», lamentou-se Cass.

    – Está bem. Diz-lhe que sairei num minuto – respondeu-lhe.

    O enorme interesse que Blake estivera a fingir pela ostentosa pintura impressionista pendurada sobre a lareira de pedra abandonou-o quando sentiu, mais do que viu, que Cass entrara na sala. Virou-se e ficou sem fôlego.

    Nunca a vira pior.

    Estava no degrau que dava passagem para a grande sala pavimentada com tijolos, com uma mão na parte baixa das costas. Era uma mulher alta mas parecia mais pequena do que era normal ao lado das enormes e enfadonhas paredes brancas. Os tectos, cobertos de vigas, estavam a cinco metros das suas cabeças. Era uma sala fria e inóspita.

    Um tímido sorriso surgiu na boca de Cass. Como se não soubesse qual a reacção apropriada em circunstâncias como aquela.

    – Que surpresa! – exclamou.

    Blake não conseguiu evitar que o seu pulso acelerasse ao ouvir a sua voz doce. Recordou que costumava dizer-lhe que poderia fazer com que uma coisa tão vulgar e mundana como pedir o pequeno-almoço num café à beira da estrada soasse como um poema. Sempre que ele o dizia, ela desatava a rir-se.

    No entanto, naquele momento ela não estava a sorrir. Antes pelo contrário. Era óbvio que estivera a chorar. Claro que ele não podia esperar outra coisa. Afinal, acabava de perder o seu marido.

    «Respira, Blake, respira», teve de se repetir mentalmente.

    Não havia nada que pudesse dizer que fizesse sentido, que explicasse a razão por que estava ali ou que tornasse a situação mais fácil. Era uma certeza que já sabia quando decidira ir de Denver para o funeral. Porém, não estava preparado para o que estava a sentir. A única coisa que queria era aproximar-se dela e abraçá-la.

    – Como estás? – perguntou-lhe.

    – Bom, eu aviso-te quando precisar de mais Valium – respondeu ela, entrando na sala.

    Blake não esperava menos dela e, por uma décima de segundo, não conseguiu evitar irritar-se. Cass usava sempre o humor e a ironia para disfarçar o que realmente sentia. Nunca soube o que acabara com o seu casamento, pois ela preferia o sarcasmo à honestidade. As razões óbvias tinham sido óbvias para os dois. Outra coisa era descobrir porque tinham chegado àquela situação. Doze anos depois, a sua relação era muito ambígua e ainda estava por definir. Não eram amigos mas também não havia ódio, amor ou interesse mútuo nas suas escassas conversas.

    Cass fez uma careta e sentou-se numa cadeira à frente da janela. Blake recordava muito bem aquela posição. Tinha as pernas ligeiramente afastadas, uma mão ainda nas costas e esfregava a coxa com a outra. A lembrança atravessou-lhe o coração. Não esperava aquele efeito.

    – Shaun disse-me que o funeral é às onze horas.

    – É verdade – confirmou ela.

    – Mas ainda não estás pronta.

    – Bom, não esperava ter visitas tão cedo no dia do funeral do meu marido – repôs ela olhando para ele nos olhos.

    «Ponto para ela», pensou Blake.

    Cass inclinou ligeiramente a cabeça e de forma inconsciente começou a acariciar a sua enorme barriga e o bebé que esperava. Ele não conseguiu evitar pensar

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