Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

A Guerra das Eras
A Guerra das Eras
A Guerra das Eras
E-book210 páginas2 horas

A Guerra das Eras

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Seattle, ano de 2187. O Marechal do Tempo William "Billy" Drake enfrenta o evento mais estranho na história humana: chacina simultânea de quase 100 milhões de pessoas em todo o planeta. Sem indícios nem suspeitos, Drake deve resolver o enigma antes que o Construtor da Realidade seja afetado pelo evento estranho.

170 anos antes, o casal James Dacy e Mary Bell sofrem um acidente de carro violento, do qual incrivelmente eles não ficaram feridos; No entanto, suas vidas mudaram para sempre, tornaram-se o acionador de um paradoxo temporal que ameaça destruir os fios da realidade e do tempo. Será uma corrida contra o tempo para decodificar o mistério que está mudando o mundo como é conhecido.

James e Mary devem enfrentar o Chrono-Caçador, uma gangue de mercenários enviados do fim do universo com o objetivo de acabar com o casal. Em sua luta, eles encontrarão um cientista brilhante sobre o caminho que diz ter a chave para viajar pelo tempo.

Mas serão suficientes os esforços para salvar a ordem da realidade, ou, finalmente, o Continuum alterado do tempo destruirá a vida em todo o universo?
É uma história em que cada milênio desaparece em um segundo, até a eternidade pode acabar.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de fev. de 2018
ISBN9781547516278
A Guerra das Eras

Relacionado a A Guerra das Eras

Ebooks relacionados

Ficção Científica para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de A Guerra das Eras

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    A Guerra das Eras - Juan Carlos Arjona Ollero

    Uma sombra sobre Seattle

    O ruído incessante de alarmes e sirenes ecoou das naves-ambulância retumbou nas ruas lotadas da Nova Seattle. Centenas de policiais vestidos com sua equipe de controle de multidão formaram uma corrente humana para impedir a passagem de curiosos.

    —Este lugar foi declarado ZRT. Por favor, mantenham-se o mais afastado possível! Repito, este lugar é um ZRT, disse uma voz profunda e robótica através dos enomes amplificadores da nave-ambulância. Vários policiais tiveram ademais de sacar suas armas para que a multidão retrocedesse um pouco.

    —O demônio, porco, nós queremos saber o que aconteceu aqui! – gritou um homem alto, com rosto do cara durão apontando com as mãos a enorme tenda de lona preta que tinha sido instalado na entrada da cidade até cerca de cinco quilômetros a redonda. Nós temos direito de saber o que aconteceu na cidade e vamos descobrir por bem ou por mal! – continuou gritando enquanto ele puxou do bolso uma granada de nêutrons e se dispunha a tirar o pino.

    Os policiais novamente levantaram suas armas tirando previamente os seguros. O sujeito lançou a granada contra o grupo de policiais que em seguida atirou ao chão para evitar a explosão. Mas estranhamente o artefato desapareceu antes de detonar. Um resplendor prateado apareceu entre o cordão policial e os manifestantes.

    Em um abrir e fechar de olhos se personificou um indivíduo alto e corpulento. Aproximou-se com incrível agilidade até o homem que tinha jogado a granada, o tomou com destreza de braço e o bateu contra o solo enquanto o agredido gritava de dor e a multidão se afastava.

    —Essa granada teria matado todas as pessoas em um diâmetro de quinhentos metros... É um maldito idiota ou o quê? – O homem levantou o encrenqueiro e lhe golpeou com força na cara fazendo aterrissar uns metros mais adiante. Logo se voltou à multidão enquanto tirava um cigarro. – E vocês sugerem lhes que se afaste daqui o quanto antes. Esta é uma Zona Risco Temporal e venho a fechá-la; podemos fazê-lo pacificamente para que não haja feridos ou podemos terminar isto no que demoro em desfazer-me de vocês. O homem ergueu uma de suas mãos e todos os manifestantes retrocederam de imediato.

    Alguns deles olharam o tipo com medo; outros com certa curiosidade. Os agentes recuperaram o controlo da situação e voltaram a reestabelecer o cordão humano.

    Um policial que parecia estar a cargo do resto se aproximou até o homem para poder falar com ele.

    —Lamento muitíssimo esta situação, Marechal Drake. Sou o capitão Roberts. Se nós tem ido das mãos. Por sorte tem aparecido justo a tempo. Disse enquanto estreitava a mão do recém-chegado.

    —Chame-me Billy, capitão, ainda não me acostumei ao título... Em fim, podemos entrar no lugar? Tenho assuntos que atender em Ganímedes e logo tenho que... – Billy se ficou quieto repentinamente e começou a olhar em várias direções, como se estivesse procurando algo com a olhada. – Sim, já o noto. – murmurou Billy. 

    —Não esperava menos do grande Billy Drake. – disse Roberts com um sorriso. Começou a caminhar em direção aos guardas da entrada da cidade, lhes fez uma senha e eles abaixaram as armas e os deixaram a passar junto a Billy. – Lhe surpreendera o que estou a ponto de mostrar-lhe. Nós enfrentamos o crime maior na história da humanidade, é por isso que tem sentido essa perturbação de taquiones no ambiente. E creiam-me, os taquiones é o que menos deve preocupar-lhe... Veja você mesmo. – Roberts descobriu uma cortina de lona que dava acesso a zona isolada pela polícia. A princípio a Billy lhe custou a adaptar-se a falta de luz. Não parecia haver nada estranho até que se fixou no solo das ruas. – Santo Deus! – Billy recorreu com seus olhos até onde sua vista lhe permitia. O solo era um tapete de centenas, talvez milhares, de cadáveres. Havia cadáveres espalhados por todos os lados; no solo eram tantos que em algumas zonas se formavam pequenas montanhas de mortos. Deu uma olhada ao seu redor e observou como as equipes de forenses e ajudantes recolhiam os restos humanos e os introduziram nas bolsas pretas.

    Roberts tirou de seu bolso um pequeno projetor de holograma, acendeu-o e em seguida se mostrou grande quantidade de informação. O capitão começou a mover suas mãos procurando o arquivo que queria enquanto Billy seguia contemplando o desmesurado número de cadáveres.

    —Não foi uma morte acidental, nem muito mesmo natural. – assegurou Billy a vez que fechava os olhos para se concentrar-se e perceber assim a alteração do espaço-tempo. – Os taquiones são partículas extremamente estranha. Como bem perceberá, podem viajar mais rápidos que a luz e tendem a deformar o espaço-tempo dos lugares ou realidades onde aparecem. O feito de que possa perceber seu rastro neste lugar significa...

    —Significa que algo ou alguém viajou no tempo até aqui e assassinou estas pessoas. Uma análise excelente, marechal. – interrompeu o capitão enquanto seguia procurando o arquivo. Billy seguia concentrando-se em perceber o rastro que havia deixado os taquiones.

    Caminhou até o cadáver mais próximo e se agachou junto a ele. Tirou-se uma de suas grossas luvas de couro e guardou em sua jaqueta.

    —Isto não será bonito. – pensou Billy enquanto punha sua mão fria na frente do cadáver. Ela era uma mulher bonita ao menos em vida tinha sido. Agora seu rosto era totalmente inexpressivo; sua pele tão branca e pálida lhe transportou para a tela de uma pintura assustadora.

    O capitão seguia falando acerca de algo que Billy não chegava a entender. O marechal começou a escutar-lhe distante já que afetava a sua concentração.

    —Por favor, capitão, faça um pouco de silêncio, vou tentar descobrir o que ocorreu aqui. – interrompeu Bill enquanto fazia um gesto com as mãos. Voltou a concentrar-se de novo no cadáver e fechou seus olhos.

    Billy Drake era sem duvida uno dos seres mais assombrosos do universo, o primeiro humano a ser declarado um Marechal do Tempo inclusive no século XXII quando a raça humana havia evolucionado tanto como para ser capazes de colonizar outros planetas do sistema solar e curar todas as enfermidades que no passado eram mortais, inclusive a clonagem e as viagens interestelares eram puro cotidiano. Billy sobresaía por acima de qualquer outro ser humano, a razão: havia sido o único sobrevivente do projeto Kairos, uma investigação levada a cabo na época de A Queda na que os seres humanos tentaram criar, através da alteração genética, um ser que fora capaz de controlar o tempo e o espaço com o fim de proteger a humanidade em período de crises extremas.

    Em definitiva, algo assim como seu máximo salvador.

    Milhares de pessoas foram inoculadas com bósons de Higgs ou, como eles chamaram na época, A partícula de Deus. O princípio, os resultados foram desanimadores; a mortalidade nos sujeitos de prova era de 99%, todos escolhidos aleatoriamente. A humanidade estava contemplando o crepúsculo da vida desde um abismo rochoso, até que William Billy Drake se apresentou como voluntário do projeto Kairos e sobreviveu. As partículas de Deus em seu corpo o dotaram de habilidades super-humanas nem sequer a avançada tecnologia do século XXII havia conseguido copiar. Billy era capaz de alterar a matéria nível molecular tele transportar matéria de lugar para outro e até mesmo viagens no tempo, embora com grande dificuldade. No entanto, a capacidade de ver o passado com perfeita clareza era uma habilidade da que estava a ponto de fazer uso e não havia sido graças a essas partículas.

    —Vamos querida, conte a Bill teus segredos. – pensou fechando os olhos. As imagens começaram a aparecer em sua mente com uma incrível velocidade, como se fora um filme em câmera rápida: uma garota pousando para uma foto, fazendo fila para subir pela primeira vez a uma nave interestelar. Um rapaz roubando-lhe um beijo antes de subir a uns desses taxis antigos, e algumas outras cenas. – Não, necessito saber o que passou aqui, devo comcentrar-me no rastro de taquiones, mas já não é tão forte como antes – respirou profundamente e focou sua mente. Viu-se desde a perspectiva da jovem mulher. Estava correndo como se algo invisível lhe estivesse perseguindo-lhe,ele respirou profundamente e focou sua mente. Ele foi a partir da perspectiva do jovem. Ele estava correndo como se algo invisível que estavam perseguindo-a, olhou ao seu redor e vinha gente cair ao solo e convulsionar em uma espécie de ataque de epilepsia. Corria com força. O sujeito eu ia ao seu lado começou a flutuar descontroladamente, se ergueu quase seis metros e logo seu corpo começou a comprimir-se sobre si mesmo até que se voltou uma massa sanguinolenta e caiu com um golpe surdo ao solo. Gritou de pânico. Era um panorama tirado de um filme de terror, corpos explodindo, flutuando e caindo ao solo. Tentou correr até um edifício próximo, mas foi demasiado tarde, sentiu como se algo a agarrara do peito e começou a erguer-se. Doía-lhe. Não pode descrever o que era, mas lhe doía. Notava como pouco a pouco sua força começava a diminuir. Estava a ponto de morrer, o sabia. Tudo se voltou difuso, mas no segundo antes de fechar para sempre, viu o brilho escuro da antimatéria: a morte.

    Billy abriu os olhos e puxou a mão da frente do cadáver enquanto exalava um forte suspiro. Não havia dúvida alguma, a alteração de taquiones era o rastro de algo muitíssimo pior. Levantou-se e caminhou com rapidez até se encontrava o capitão Roberts. O rosto de Billy refletia uma preocupação enorme. Roberts devia notá-lo, pois a expressão relaxada de antes de converteu em um sorriso forçado.

    —Capitão será muito sincero com você. É...

    —Sua sinceridade terá que esperar marechal, pelo menos até você ver isto. – As palavras com que Roberts o interrompeu foram tão determinadas que Billy se limitasse a assentir e olhar atentamente o holograma que se havia despregado frente a ele.

    O mapa da nova terra, a divisão geográfica e social que havia tido o planeta depois de ter sobrevivido à Queda, se havia resumido em três mundos: Coelum, formado a partir de Europa e Ásia; Terranova, o maciço natural que se formou mediante a união da América e África; e Temporis Aeternia, o império nevado que era sede da nova monarquia. Apesar de que A Queda havia minado em grande quantidade a população e um considerável número de pessoas se encontrava vivendo nas colônias de Marte e a Lua, ainda viviam em na nova terra ao redor de cem milhões de habitantes em todo o planeta, ainda que isso estivesse por mudar.

    —Essas manchas escuras representam os pontos onde nossos especialistas acreditam que se deram feitos como estes: ao redor de uns 85% da nova terra sofrerá alterações de espaço-tempo similares. Tememos que muito mais fosse morrer – manifestou Roberts com um tom de voz sombrio. Enquanto, sua olhada ia a parar às equipes de forenses que seguiam trabalhando arduamente para recolher a multidão de cadáveres que abarrotavam o solo da nova Seattle, uma Seattle morta.

    —Siga-me, há pessoas que querem falar com você. – instou o capitão uma vez que tomava rumo com direção ao posto de comando que havia na zona.

    Billy se mordeu o lábio com impaciência e afastou o olhar do fatídico prognóstico que lhe brindava o mapa holográfico. Em outros tempos, Terranova havia sido seu lar; Billy havia vivido um tempo nas selvas virgens do continente. Depois de evitar a destruição do planeta, o haviam permitido assentar-se ali até que estivesse pronta a torre temporal, seu lar definitivo, localizada em Ganímedes, uma das luas de Júpiter. Agora contemplava seu planeta natal há anos luz de distância, sempre atento, vigiando o Continuum em caso de alarme.  Agora, nesta situação devia atuar tal e como se esperava dele. Isto lhe comprometia a aplicar tudo o que significava ser um Marechal do Tempo, ou o que o mesmo, um protetor do espaço-tempo e salvador do novo tempo.

    O bracelete que levava em um de seus punhos começou a emitir bips.

    —Elizabeth, o que tem descoberto ali em Ganímedes? – perguntou Billy a sua interlocutora.

    —Marechal, a análise ao Continuum já foi completado. Os resultados indicam uma forte alteração no espaço-tempo na cidade de Califórnia; se considera a causa do incidente na nova Seattle. – lhe respondeu uma robótica, mas muito definida voz feminina.

    —Califórnia? Então é ali onde devo dirigi-me agora mesmo e...

    —Não, marechal, não se trata de um onde, senão de um quando, neste caso, ano de 2017. – rematou a sensual e automatizada voz de Elizabeth.

    —Câmbio e curto, nenê. – concluiu Billy

    Olhou ao solo e se encontrou os olhos com os olhos mortos de um menino pequeno. Suspirou profundamente enquanto caminhava atrás do capitão Roberts. Se não faziam algo logo A Queda seria um jogo de meninos comparado com o que estava a ponto de suceder. O mundo se voltaria um lugar frio e sem vida, justo como os olhos do menino morto a que acabava de deixar atrás.

    .....

    Apolo estava sentado em seu trono. Ao contrário dos demais caçadores que se sentiam relaxados, ele era um pouco impaciente e esperando o colossal relógio de areia que adornava o dintel da porta de seu castelo deixara cair os últimos grãos; quando isso ocorrer, terão permitido aparecer-se perante o Mestre no Salão das Eras, o lugar onde ele lhes destinaria sua nova missão. Hammer estava dormindo perto da porta os irmãos Jessel e Calixto praticavam técnicas de combate.

    Apolo estava impaciente, podia senti-lo, esta vez seria algo grande; já estava cansado das tarefas insossas e patéticas que o Mestre lhes atribuiria.

    Ainda que a última vez fosse divertida: a bomba de antimatéria funcionou melhor que o esperado. Esse pensamento lhe reconfortou; novamente pode sentir de novo o frio que percorreu sua cinzenta pele aquela vez que quase destruíram naquele maldito lugar, o lar dessas bestas orgulhosas de sua própria ignorância, essas bestas que se faziam chamar humanos. Apertou suas mãos com forças até escutar o ranger de seus dedos. A recordação daquela missão era algo que lhe alegrava e enfurecia ao mesmo tempo.

    —Já tem terminado a conta atrás, Apolo. Não o façamos esperar. – a calma e profunda voz pertencia a Hammer, a segunda autoridade ao comando dos Crono-Caçadores que sinalava ao grande relógio de areia do qual já não caiam mais grãos. Era hora de aparecer-se perante o Mestre.

    —Bem, venham todos. Jessel, Calixto, tem chegado o momento. – Apolo se levantou som presteza de seu trono e caminhou até posicionar-se sobre a gravura com forma de sol negro que adornava o chão do palácio.

    —Estava dando uma surra em Calixto, ainda eu devo admitir eu tem melhorado desde a última vez. Talvez agora possa destruir um planeta por si só. – Jessel se posicionou frente a Apolo e em meio dos outros caçadores.

    —A próxima vez baterei em teu rosto com tanta força contra a parede que t...

    —Fechem as bocas imbecis! Hammer transporta-nos uma vez! – interrompeu Apolo de maneira incisiva perante as palavras

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1