Sob o feitiço do mar
De Kate Hewitt
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Sobre este e-book
Kate Hewitt
Kate Hewitt has worked a variety of different jobs, from drama teacher to editorial assistant to youth worker, but writing romance is the best one yet. She also writes women's fiction and all her stories celebrate the healing and redemptive power of love. Kate lives in a tiny village in the English Cotswolds with her husband, five children, and an overly affectionate Golden Retriever.
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Sob o feitiço do mar - Kate Hewitt
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2008 Kate Hewitt
© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Sob o feitiço do mar, n.º 1117 - setembro 2017
Título original: The Greek Tycoon’s Convenient Bride
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-9170-266-5
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
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Prólogo
Lukas Petrakides, atrás das folhas frondosas de uma palmeira, viu uma jovem a sair do quarto do hotel em direcção à praia.
As suas madeixas pretas e frisadas abanavam com a brisa nocturna e a mulher rodeou o seu corpo com os seus braços esbeltos num gesto que manifestava a sua vulnerabilidade.
Não pensara encontrar ali alguém. Consumido por uma vitalidade e uma energia que o impedia de dormir, Lukas não parara de dar voltas aos planos para o novo complexo turístico luxuoso que acabava de abrir as portas a pouca distância de uma pequena vila do Languedoc francês, ao longo de uma praia banhada pelas águas quentes do Mediterrâneo.
Exausto, com a necessidade de sair dos limites da sua suíte e de se distrair dos seus pensamentos, dirigira-se para a praia.
O vento e as ondas que rompiam suavemente contra a areia e sob o céu estrelado tinham um efeito tranquilizador e Lukas tirara os sapatos e arregaçara as calças para passear pela praia.
Então viu-a.
Não soube o que o atraiu nela, nem porque aquela figura alta e esbelta parecia ter tanta elegância, beleza e desejo.
E também tristeza.
Com a cabeça baixa e os ombros ligeiramente descaídos, parecia desesperada, e aquela imagem despertou nele emoções profundas e uma ligação forte.
Deu um passo para ela, um impulso, um instinto, antes de se reprimir. Sabia que a sua presença provocaria perguntas, complicações.
Devia manter a sua reputação, como sempre fizera. Por isso, manteve-se nas sombras, observando-a a caminhar para as ondas.
A mulher parou à beira-mar, deixando que as ondas lhe acariciassem os pés descalços, e contemplou as águas tranquilas do Mediterrâneo. Virou ligeiramente a cabeça para as portas do hotel com uma expressão de preocupação no rosto, como se alguém estivesse à sua espera. Tal como ele.
Quem a esperava? Um namorado? Um marido?
Um amante?
Fosse quem fosse, não lhe dizia respeito, pensou Lukas.
Se fosse outro homem, com outra vida e com outras responsabilidades, provavelmente não reprimiria os seus impulsos e aproximar-se-ia para conversar com ela.
Porém, isso nunca aconteceria. Um sentimento de amargura atravessou a sua expressão, enquanto ela deixava cair os braços e levantava a cara para o céu estrelado. A brisa do mar moldou o seu vestido barato ao contorno do corpo feminino e despertou o desejo em Lukas.
Um desejo que devia ignorar. Como filho único, como único herdeiro da fortuna imobiliária dos Petrakides, Lukas tinha demasiadas responsabilidades e não podia esquecê-las por um simples devaneio com uma jovem desconhecida.
Porque ele nunca permitiria que fosse mais do que isso.
O seu olhar endureceu e, por um momento, pensou ouvi-la a suspirar levemente, embora talvez tivesse sido a brisa. Ou talvez a sua imaginação.
Talvez o som procedesse dele.
Pois, de repente, ela levantou a cabeça e Lukas recuou, escondendo-se entre as sombras. Teria sido ele?
A jovem percorreu a praia com o olhar e apressou-se a voltar para o quarto do hotel. Lukas apercebeu-se de que não o vira. Fora alguma coisa no quarto que atraíra a sua atenção.
Lukas seguiu-a com o olhar, perguntando-se quem, ou o quê, chamara a sua atenção e porque tinha um aspecto tão triste, como se carregasse um fardo enorme.
Lukas entendia perfeitamente aquela sensação.
A porta do terraço fechou-se e, reprimindo outra onda de desejo, Lukas virou-se para regressar à sua suíte privada.
Capítulo 1
Rhiannon Davies viu-se ao espelho antes de assentir para a ama.
– Bom, não vou demorar mais do que umas horas – disse, olhando para a menina sentada no chão. – É provável que precise de fazer uma sesta.
A ama, uma formidável matrona francesa de expressão impassível, assentiu antes de pegar em Annabel e de a segurar com firmeza.
– Duvido que chore – disse Rhiannon.
Durante as duas semanas em que cuidara de Annabel, a menina mal chorara. Apesar de os acontecimentos, da mudança de lar e de mãe, a menina limitava-se a observar o mundo com os seus olhos enormes e a experimentar tudo com as suas mãos gordinhas, contudo, o seu comportamento fora exemplar.
Rhiannon levara-a a França, para aquele complexo turístico luxuoso, à procura de Lukas Petrakides, para que lhe dessem a estabilidade e o amor de que a menina precisava.
Annabel pôs a mão na boca e mordiscou-a, observando a mulher que aparecera tão bruscamente na sua vida.
Rhiannon.
Toda aquela situação era difícil, totalmente nova e fazia com que sentisse uma tristeza terrível.
Rhiannon nunca tivera um bebé nos braços até que Leanne, com o rosto pálido e os olhos muito abertos, lhe entregara a menina que dormia tranquilamente e lhe dissera: «Cuida dela», antes de acariciar a face da sua filha pela última vez.
Rhiannon viu-se mais uma vez ao espelho. Levava os caracóis morenos apanhados atrás das orelhas, a tez pálida salpicada de sardas, uma saia bonita mas barata e uma t-shirt sem mangas a condizer. Uma roupa modesta, profissional, adequada para a ocasião.
Suprimindo um suspiro, saiu do quarto do hotel.
O sol brilhava no céu e Rhiannon respirou o ar fresco e puro do mais recente complexo turístico Petra Resort, que se levantava junto ao Mediterrâneo, numa praia isolada da província francesa do Languedoc.
Reservar o quarto mais barato do hotel no fim-de-semana da sua inauguração custara-lhe quase meio mês de salário, certamente muito acima das suas possibilidades. Apenas quinze dias antes, Leanne reaparecera breve e inesperadamente na sua vida para lhe deixar Annabel e lhe pedir que cuidasse dela. Também lhe dissera o nome do pai de Annabel.
Rhiannon mordeu o lábio inferior. O que aconteceria se Lukas se recusasse a falar com ela? Ou, pior ainda, se não quisesse assumir a sua responsabilidade? Quando tentara entrar em contacto com ele por telefone, todas as suas tentativas tinham sido em vão.
«Daremos a sua mensagem ao senhor Petrakides», tinham-lhe dito sempre que telefonara.
Sim, claro. A incredulidade e o desprezo tinham sido óbvios, até humilhantes. Nem sequer se tinham incomodado em apontar o seu número de telefone nem o seu nome.
Então lera um artigo sobre a inauguração de um novo complexo turístico em França, onde Lukas Petrakides estaria presente, e Rhiannon soube que aquela podia ser a única oportunidade de Annabel de conhecer o seu pai e a sua família.
Todas as crianças precisavam dos seus pais, dos seus pais verdadeiros, e não de uns desconhecidos que cuidassem deles por obrigação. Ela tinha a certeza disso.
Desde que soubera o nome do pai de Annabel, Rhiannon descobrira muitas coisas a respeito de Lukas Petrakides. Embora levasse uma vida bastante discreta, tanto o público como a imprensa grega o adoravam. Todos pareciam considerá-lo muito atraente, educado e incrivelmente carismático.
Rhiannon sorriu. De certeza que as revistas cor-de-rosa tinham de inventar muitas coisas para vender. Ao contrário do que acontecia com outros magnatas, Lukas Petrakides nunca aparecia em público com belas mulheres. A sua única acompanhante era uma das suas três irmãs mais velhas. Também não posava para fotografias. Pelos vistos não ia a festas, não bebia, e não dançava.
Aparentemente, a única coisa que fazia era trabalhar.
Ao comprovar a sua reputação excelente, Rhiannon não conseguiu evitar sentir alguma incredulidade. Lukas Petrakides esquecera-se das suas responsabilidades, pelo menos, durante um fim-de-semana de sexo sem compromisso. Uma pessoa conseguira atravessar a sua armadura e encontrar, se não o seu coração, pelo menos a sua libido.
O resultado daquela união estava no seu quarto do hotel.
Rhiannon tremeu ao aperceber-se de que o seu plano se limitava ao mais básico: reservar duas noites no hotel, ir à recepção e encontrar Lukas Petrakides.
E depois?
Tomaria conta de Annabel, aceitando-a na sua vida e no seu coração, e formando uma família feliz e perfeita?
Rhiannon suspirou. As coisas não costumavam funcionar assim. A vida não era um conto de fadas. Pelo menos, para ela nunca fora assim.
Contudo, Lukas era um homem responsável e a imprensa sensacionalista apresentava-o como um modelo exemplar. A sua reputação de pessoa íntegra, honrada e com um sentido do dever acentuado fora o que a levara a tomar aquela decisão.
Rhiannon chegou finalmente à recepção, onde os seguranças lhe pediram o número do seu quarto e o seu nome antes de a deixar entrar. Ao entrar na sala enorme, apercebeu-se de que não pertencia ali.
Percorreu a sala com o olhar e corou ao reparar nos olhares curiosos e carregados de desdém que se cravaram nela ao vê-la. Sabia que a sua roupa não era cara, porém, também não era de mau gosto. No entanto, a julgar pelas expressões de algumas das mulheres que olhavam para ela, Rhiannon sentiu-se como se estivesse nua.
Que raios, quase todas tinham menos roupa do que ela, disse para si, levantando a cabeça. Não queria saber do que os outros pensavam. A única coisa importante era falar com Lukas e falar-lhe de Annabel.
Entrou na sala e então viu-o. Alto, com um fato cinzento elegante, apoiado no balcão, com um copo na mão.
Viu o seu sorriso sensual e os seus movimentos elegantes, porém, isso não evitou a sua primeira impressão.
«Não é feliz. Sente-se sozinho».
Rhiannon abanou a cabeça. Que tolice. Quem podia sentir-se sozinho ou infeliz rodeado de toda a sociedade internacional? Encolhendo os ombros, começou a andar em direcção ao balcão. A alguns metros do homem, parou e mordeu o lábio.
Lukas Petrakides estava rodeado de mulheres ricas e sofisticadas, que faziam fila para atrair a sua atenção e conseguir trocar algumas palavras com ele. Ela não pensara como seria difícil aproximar-se dele.
Queria falar com ele em