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Mário Gomes
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E-book74 páginas48 minutos

Mário Gomes

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Sobre este e-book

Poeta das praças e das ruas da cidade de Fortaleza, Mário Gomes foi transformado em símbolo por seu comportamento de andarilho e pela perspicácia de seus versos. Filho de um motorista e uma costureira, dedicou quatro décadas à poesia do cotidiano e aos dias e às noites da cidade. Em entrevista à jornalista Ethel de Paula, disse "minha casa é meu corpo, meu carro também. Moro dentro dos meus sapatos, ora! Meu nome é Pensamento!".
IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de nov. de 2017
ISBN9788575298107
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    Mário Gomes - Ethel de Paula

    Copyright© 2017 by Ethel de Paula


    FUNDAÇÃO DEMÒCRITO ROCHA

    Presidente | João Dummar Neto

    Diretor Geral | Marcos Tardin

    EDIÇÕES DEMÓCRITO ROCHA (EDR)

    (Marca registrada da Fundação Demócrito Rocha)

    Editora Executiva | Regina Ribeiro

    Editor Adjunto | Humberto Pinheiro

    Editor Assistente | Jáder Santana

    Editor de Design | Amaurício Cortez

    Projeto Gráfico e Ilustração | Amaurício Cortez, Dhara Sena, Karlson Gracie e Welton Travassos

    Ilustração | Karlson Gracie

    Revisão | Joice Nunes

    Fotos | Banco de Dados do O POVO

    Catalogação na Fonte | Kelly Pereira

    Produção de eBook | Amaurício Cortez

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


    P281m Paula, Ethel de

                            Mário Gomes / Ethel de Paula. – 1. ed. – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2017.

                            77p. : il. P&B - (Coleção Terra Bárbara)

                            ISBN: 978-85-7529-810-7

                            1. Biografia.  2. Gomes, Mário  I. Título. II. Título

    CDU 929GOMES


    sumário

    prelúdio

    Uma vida dentro dos sapatos

    capítulo 1

    Réquiem para Mário Gomes: ou de como o engolidor de estrelas beijou a boca da noite e ficou iluminado

    capítulo 2

    O escritório do poeta Mário Gomes: ou de como aliar-se ao vento para colher calcinhas em lugares utópicos

    capítulo 3

    Os ajudantes: ou de como ser amigo de Mário Gomes era andar por dentro de um poema movente só para cuidar bem dele

    poemas escolhidas

    livros publicados

    referências bibliográficas

    a autora

    a coleção terra bárbara

    prelúdio

    Uma vida dentro dos sapatos

    Mário Gomes (1947-2014) foi um misto de flâneur terceiro-mundista-sem-paisagem e dândi desafortunado das ruas de Fortaleza. Escolheu viver solitário e em deriva perene pelos interstícios da cidade desde os 20 anos de idade, depois de ser banido de casa pelo pai por descumprir regras de conduta doméstica incompatíveis com seu gosto explícito pela boemia e uma assumida falta de vocação para o trabalho. Aos 67 anos, idade em que falece, o homem errante, estranhamente altivo em seu precário desalinho de roupas sobrepostas, ainda gabava-se de só ter tido carteira assinada por um ano apenas, prova inconteste de sua inadequação ambulante e da vagabundagem decantada como filosofia de vida.

    Palavras suas: Eu não tenho vocação pra trabalho... não tenho vocação pra trabalhar pra ninguém não. Trabalhar pros outros? E por acaso eu tô com fome? A estrada é fechada? O cara ser vagabundo e louco não é contra lei não, rapaz! Realmente eu sou vagabundo. Vagabundo é o cara que não tem vocação para trabalho nenhum. Eu nunca vi nada bom em trabalhar. Se o vagabundo quer trabalhar ele deixa de ser vagabundo. Eu não trabalho pra não desclassificar a classe trabalhadora. Vagabundo não precisa de nada. Tem o vagabundo e o malandro. Malandro é o patrão que tem tudo, que manda o trabalhador trabalhar pra ele. Vagabundo não tem profissão nenhuma e não quer emprego em lugar nenhum.

    A teima em sair do script por toda uma vida teve preço: inconformada com a rebeldia do filho, a própria família, por diversas vezes, tratou de interná-lo em hospitais psiquiátricos. Dos 20 aos 29 anos, entre internações forçosas e fugas mirabolantes, experimentou choques elétricos, confinamentos e tratamentos controversos, acabando por vencer pelo cansaço todas as investidas de controle e disciplina impostos, isso depois de ser enfim diagnosticado como psicótico crônico e conquistar o direito à aposentadoria por invalidez: um salário-mínimo mensal e vitalício.

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