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Aldemir Martins
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E-book103 páginas1 hora

Aldemir Martins

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Sobre este e-book

Aldemir Martins retratava em suas obras o que ficou conhecido como "homem do Nordeste". Viajante, percorria tanto o interior do Brasil quanto suas grandes capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, além de ter morado em Roma, na Itália. Expandiu sua produção para além da forma pintura, experimentando outras linguagens pictóricas, como gravura, desenho, cerâmica e escultura em diferentes suportes.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de nov. de 2017
ISBN9788575298060
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    Aldemir Martins - Marcos Tardin

    Copyright© 2017 by Marcos Tardin


    FUNDAÇÃO DEMÒCRITO ROCHA

    Presidente | João Dummar Neto

    Diretor Geral | Marcos Tardin

    EDIÇÕES DEMÓCRITO ROCHA (EDR)

    (Marca registrada da Fundação Demócrito Rocha)

    Editora Executiva | Regina Ribeiro

    Editor Adjunto | Humberto Pinheiro

    Editor Assistente | Jáder Santana

    Editor de Design | Amaurício Cortez

    Projeto Gráfico e Ilustração | Amaurício Cortez, Dhara Sena, Karlson Gracie e Welton Travassos

    Ilustração | Karlson Gracie

    Revisão | Joice Nunes

    Fotos | Acervo da família

    Catalogação na Fonte | Kelly Pereira

    Produção de eBook | Amaurício Cortez

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


    T173a     Tardin, Marcos

                        Aldemir Martins / Marcos Tardin. – 1. ed. – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2017.

                        104p. : il. P&B - (Coleção Terra Bárbara)

                        ISBN: 978-85-7529-806-0

                        1. Biografia. 2. Martins, Aldemir I. Título. II. Título CDU 929MARTINS


    sumário

    introdução

    capítulo 1

    O caramujo

    capítulo 2

    Entre a serra e a Caatinga

    capítulo 3

    O Rio de Janeiro de Amélia

    capítulo 4

    Um olhar sátiro

    capítulo 5

    A doença

    capítulo 6

    Caixeiro-viajante do desenho

    capítulo 7

    O cacique das artes plásticas

    capítulo 8

    Do samba-canção à bossa nova

    capítulo 9

    De novo, uma paixão

    capítulo 10

    Gozei gostoso: taí o quadro

    capítulo 11

    Arte e consumo

    capítulo 12

    Tempo da saudade

    cronologia

    referências bibliográficas

    o autor

    a coleção terra bárbara

    Para Isadora e Daniel,

    minhas obras-primas.

    introdução

    Eu sabia sobre Aldemir Martins provavelmente tanto quanto você sabe agora. E isso não é um elogio para nenhum de nós. É só a constatação de uma dessas injustiças inexplicáveis, ao menos parcialmente reparada a partir de agora.

    Esta publicação que você tem em mãos é, com quase absoluta certeza, o mais próximo de uma biografia já impressa sobre um dos mais importantes artistas plásticos brasileiros. Se alguém já escreveu ou publicou algo semelhante antes, nem eu nem a família de Aldemir tivemos conhecimento até hoje. Repito: uma injustiça inexplicável. Com o artista, com a sua história e com as boas histórias.

    Para além dos méritos e conquistas profissionais, essas sim já bastante propagadas, este cearense nascido em Ingazeiras, criado na Guaiuba, consagrado em São Paulo e símbolo do que o Brasil tem de mais brasileiro possui uma história de vida encantadora, repleta de desafios, superações, amores, decepções, risos, lágrimas, dramas, traições e consagrações. É a jornada de um herói cearense. Pouquíssimo conhecida ou absolutamente inédita para o grande público.

    Agradeço imensamente à editora Regina Ribeiro pelo convite e pela oportunidade de realizar o trabalho de pesquisa e escrita deste livro, uma experiência inédita para mim. Agradeço muitíssimo também a Mariana Pabst Martins, pelas muitas conversas, pelas colaborações, correções e, acima de tudo, pela confiança em relatar momentos íntimos da família, alguns profundamente doloridos. Necessário registrar ainda os agradecimentos aos que se dispuseram a me ajudar de variadas maneiras, entre os quais Lúcio Brasileiro, Max Perlingeiro, Vicente Barroso, Pedro Martins, José Guedes, Roberto Galvão e o banco de dados do O POVO.

    Para realizar este trabalho, também viajei a Ingazeiras, Guaiuba e São Paulo, assim como li uma dezena de livros e centenas de páginas de jornais. Aproveito a deixa para recomendar assistirem ao documentário Aldemir Martins, da série Os cearenses, uma realização da Fundação Demócrito Rocha.

    Ainda assim, e apesar de todos os meus esforços, posso ter cometido injustiças e falhas. Se ocorreram, são de responsabilidade única e exclusivamente minha.

    Finalmente, um alerta: qualquer que seja a sua impressão ao terminar este livro (e espero com todas as forças que o texto te prenda até o final!), Aldemir Martins merece mais, muito mais. Como eu disse há pouco, a injustiça está só parcialmente reparada a partir de agora. Obrigado.

    capítulo|1

    O caramujo

    De um lado, a serra verde. Do outro, a mata branca.

    Na depressão onde está, o rio intermitente proporciona uma frágil mistura dos dois cenários. O calor é amenizado pela sombra de aroeiras, umbuzeiros, juazeiros, angicos e baraúnas. Mandacarus e xique-xiques dispensam as sombras. Tudo imóvel. Até a brisa parou.

    Suspiro de tristeza.

    Silêncio também do carcará, dos periquitos, das preás, capivaras, dos gambás, sapos-cururu, veados-catingueiros, tatus-peba, das cutias, ararinhas-azuis, asa-brancas, dos saguis, pica-paus...

    O menino mestiço registra aquele momento na memória, atento a cada cor, cada curva, cada reta. Os olhos escuros rasgados, herança indígena – ou de um gato, como a amiguinha costuma brincar – piscam. Por um instante, o mormaço, o suor e as lágrimas parecem deixar tudo fora de foco. Sentado à beira d’água, ele enxuga o rosto e apaga o desenho feito com a ponta do graveto na terra úmida.

    Já ia se levantar quando vê, bem ao

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