O sinal do pajé
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O sinal do pajé - Daniel Munduruku
O sInal do pajé
Curumim sentou-se numa pedra à beira do igarapé. De onde estava, via sua avó banhar-se nas águas limpinhas daquele rio. Pensou no quanto aquela velha sabia sobre seu povo. Ela tinha vivido muitas coisas em sua longa vida. Viu gente nascer e morrer; viu o chão tremer com os ataques dos povos inimigos; viu as flechas passarem voando sobre sua cabeça e atingirem corpos de jovens guerreiros que defendiam a aldeia.
O menino desviou um pouco sua atenção para acompanhar o voo do mutum que havia acabado de chegar. É o sinal do pajé
, pensou. Ele deve estar perto daqui.
Imaginou o que sua avó ia dizer e voltou-se para a mulher.
— É o sinal do pajé, Curumim. Ele deve estar por perto.
O pequeno sorriu contente ao perceber que estava conseguindo ler o pensamento dela.
Não demorou muito e um homem já arcado pelo tempo aproximou-se deles. Fez um gesto com a mão direita e foi refestelar-se nas águas geladas do igarapé. Andou até o meio do rio, abaixou-se com as mãos em cuia, jogou água sobre o seu corpo nu.
— Hoje vai chover, minha velha. O vento está trazendo a notícia. É bom que os rapazes que saíram para a caçada retornem até o fim da tarde. Caso contrário, correm o sério risco de topar com uma chuva forte.
— Você já avisou a eles sobre isso, meu marido. Eles devem ter aprendido que com sua palavra não se brinca.
Imperou um silêncio momentâneo. Curumim olhou para o céu e viu que estava muito azul, sem sinal de chuva alguma. Mas nada perguntou, pois sabia que a palavra do pajé era incontestável. O menino ficou observando o comportamento dos avós. Imaginou como eram na infância ou em sua vida de jovens. Teriam feito as mesmas brincadeiras que hoje ele fazia? Teriam subido em árvores, nadado nos rios e igarapés, brincado de caçar e pescar? Ou teriam apenas guerreado com os outros