Alfabetizar na Escola: Até Quando?
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Alfabetizar na Escola - Laura Maria Bassani Muri Paixão
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO E CULTURAS
Aos meus pais (in memoriam) que, abaixo de Deus, deram-me a oportunidade da vida.
Ao meu esposo, Matuzalén Paixão, amor, carinho, dedicação, companheirismo, vida.
Ao meu filho, Matheus Muri Paixão, a quem a vida me deu a oportunidade de amar sem medidas.
Às professoras do 4º e 5º anos do ensino fundamental, que fazem de sua profissão um essencial instrumento de qualidade de vida para todos.
AO LEITOR
A Coleção Educação e Culturas organiza-se a partir de temas diversos, para fomentar debates sobre problemáticas do nosso tempo, algumas das quais são pautadas nas agendas de várias linhas e grupos de pesquisas e áreas de conhecimento. A diversidade de abordagens teóricas e metodológicas neste cenário provoca o leitor a estabelecer diálogos que articulam interdisciplinaridade e interculturalidade na sua interface com a escola. Objetiva-se fomentar interlocuções com as análises do binômio Educação e Cultura – não somente a educação escolar, mas esta em especial. A ênfase recai no estudo colaborativo de práticas educativas interculturais, com esforço para superar dicotomias entre escolar e não escolar, entre aprender e ensinar. São experiências e vivências que emergem de contextos sociais diversos e seus territórios, como: indígenas, quilombolas, pomeranos, imigrantes italianos, assentados de reforma agrária, agricultores familiares de modo geral entre outros. Ganham relevância conhecimentos produzidos pelos Povos e Comunidades Tradicionais, cujas bases epistemológicas problematizam produção acadêmica acumulada pela Ciência e reproduzida pelo projeto de Estado Burguês, por vias e formas há muito criticadas pelos intelectuais da cultura, entre eles o professorado. Assim acreditamos contribuir para a construção coletiva de projetos alternativos de educação, que promovam diversidade, autonomia e justiça social.
Erineu Foerste
Gerda Margit Schütz-Foerste
AGRADECIMENTOS
Diante da solidão característica da trajetória da elaboração de um livro, a presença de Deus foi imprescindível para que eu chegasse até aqui. Devido a isso, quero agradecer exclusivamente a Ele.
Agradeço exclusivamente a Ele, por ter permitido que algumas pessoas fossem para mim como anjos, a quem devo a conclusão deste trabalho, e qualquer tentativa de agradecimento se faz insuficiente perante a importância que tiveram.
Primeiramente, agradeço ao Pai pelo meu orientador, o professor doutor Erineu Foerste, por ter acreditado nesta pesquisa, acolhendo-me generosamente no Grupo de Pesquisa que coordena, denominado ‘‘Culturas, Parcerias e Educação do Campo’’, mesmo que minha experiência docente seja toda vivenciada na metrópole, além da recepção em sua casa até altas horas da noite, quando tive várias vezes o privilégio de ouvir suas explicações, em coorientação por parte da cordialidade e doçura de sua esposa, que é uma querida, a professora doutora Gerda Margit Schütz-Foerste. Todo esse carinho só veio a fortalecer a admiração e o respeito que eu já nutria por eles há algum tempo.
Por falar em recepção calorosa, agradeço a Deus pela oportunidade ímpar de almoçar junto ao seio familiar do professor doutor Bernd Fichtner, em Siegen-Alemanha, onde fui alimentada não só física como também academicamente, novamente com dupla ou tripla orientação: dele, de sua esposa, Maria Benites, e do meu orientador.
Pelas contribuições ímpares das professoras doutoras Cleonara Maria Schwartz e Edenize Ponzo Peres.
Agradeço também ao Pai celeste pela alegria de conhecer pessoas tão generosas e acolhedoras como os professores alemães, que já têm muito do nosso jeito brasileiro, Elke e Edmund Wild, sem os quais nossa missão acadêmica germânica não seria possível.
Pelos colegas do Grupo de Pesquisa Culturas, Parcerias e Educação do Campo, pelo carinho e pelos momentos de companheirismo na militância por tão significativa causa, em especial, Walkyria Barcelos Sperandio, Jandira Marquardt Dettman e Júlio de Souza Santos, pelo incentivo e pelas imprescindíveis contribuições.
Pelos funcionários da Seme/PMV, diretores, pedagogas e professoras das escolas, por sua acolhida compreensiva, atenção e colaboração.
Obrigada pelos amigos e familiares que me incentivaram nos momentos de construção desta obra, em especial meu sobrinho Allisson Campos Muri e meus amigos Júlia Aguiar Costa e Arthur Aguiar Costa, pois sua alegria e dedicação fortaleceram-me para que eu chegasse até aqui.
Estudar a língua é tentar detectar os compromissos que se criam por meio da fala e as condições que devem ser preenchidas por um falante para falar de certa forma em determinada situação concreta de interação.
Dentro de tal concepção, já é insuficiente fazer uma tipologia entre frases afirmativas, interrogativas, imperativas e optativas a que estamos habituados, seguindo manuais didáticos ou gramáticas escolares. No ensino da língua, nessa perspectiva, é muito mais importante estudar as relações que se constituem entre os sujeitos no momento em que falam do que simplesmente estabelecer classificações e denominar os tipos de sentenças.
João Wanderley Geraldi
PREFÁCIO
Leitura, docência, diálogos e práticas escolares: temas fundamentais para que pensemos uma formação crítica e alinhada à perspectiva emancipadora que deve subsidiar o percurso educacional nas instituições básicas de ensino, e seguirem para além da escola com os alunos, seres sociais por excelência.
Não é fácil a profissão docente em contextos culturais como o nosso, que, em pleno retrocesso político, tem buscado minimizar a importância dos livros, do pensamento crítico, do professor como mediador do conhecimento e da cultura, da escola como lócus de práticas reflexivas alinhadas às situações históricas concretas que nos constituem como sujeitos de ação.
Desse modo, toda produção que registre as vozes, os anseios e as concepções de professores e alunos em suas práticas escolares torna-se valorosa como registro histórico e memorialístico, de modo a inspirar outros sujeitos e outras vivências no âmbito da leitura e da educação, áreas tão desprestigiadas em tempos atuais, mas também tão potentes no que concerne à humanização e formação intelectual dos homens.
Uma sociedade em que a arte, a literatura e a cultura em geral tenham lugar garantido na vida de seus cidadãos certamente será um espaço de convivência mais solidário, reflexivo e menos desigual e árido. Por isso, pesquisas como as de Laura Paixão, aqui transformadas em livro, precisam ser compartilhadas e socializadas entre os estudiosos e interessados pela literatura, leitura e educação, e por todos aqueles que cultivam a esperança nessa sociedade em transformação.
A partir de matrizes teóricas fundamentais, tais como Paulo Freire, Mikhail Bakhtin, Bernd Fichtner, Sírio Possenti, João Wanderley Geraldi, Erineu Foerste, dentre outros autores representativos do campo da linguagem e da educação, a autora traz à baila importantes questionamentos acerca das práticas da leitura e da escrita na escola básica, por meio de um diálogo essencial entre teoria e prática no chão da escola.
A inserção da pesquisadora em campo, a partir de uma postura participativa e dialógica, traz para nós, leitores, uma experiência real, concreta e profundamente inserida em condições discursivas próprias do universo escolar, em que as práticas de leitura e escrita ainda se apresentam tão descoladas da dinâmica histórica que nos exige outras leituras do mundo, outras formas de participação social da escola e novos caminhos em nossa profissão docente.
A potência da escrita de Laura Paixão também reside nas décadas de experiência como professora de leitura e escrita na rede municipal de ensino na cidade de Vitória (ES), um percurso que lhe conferiu sensibilidade e autoridade para analisar de forma pontual o seu objeto de estudo, o que nos assegura uma interlocução coerente, orgânica e eivada de esperança para novos professores que iniciam sua jornada no ensino fundamental.
Vale ressaltar que a pesquisa da autora aponta questões fundamentais para a formação docente: a necessidade de processos dialógicos entre professores que atuam em todos os níveis de alfabetização, a equipe gestora da escola e a da Secretaria Municipal de Educação, numa perspectiva de parceria, em que a interlocução entre o cotidiano escolar e a interação verbal nele ocorrida nas práticas de linguagem esteja alinhada às concepções teóricas discutidas na academia sob a óptica reflexiva dos estudos: uma via de mão dupla em que escola e universidade não representem polos opostos de trabalho.
Desse modo, ao propor uma visão docente pautada no inacabamento e na necessidade de interação humana como processo constituinte da subjetividade do sujeito professor, a autora reitera como proposta para os processos formativos de professores, seja a formação inicial e/ou continuada,
[...] uma dimensão colaborativa, envolvendo os professores da academia e os da educação básica, evidenciando a necessidade de se pensarem estudos que visem à formação de professoras para o exercício crítico de sua profissão, sendo que tudo seja pensado com a participação do profissional da educação básica.(PAIXÃO, 2020, p. )
Leitura indispensável para nós, educadores, que lidamos diariamente com as condições ainda adversas e pouco adequadas para desenvolvermos uma visão mais humana da sala de aula, do processo pedagógico e dos caminhos que a linguagem pode nos fazer percorrer em busca da dialogia, da valorização do outro e da consolidação de um ensino de leitura e escrita mais antenado com os sinais sociais que emergem a todo o instante em nosso cenário e convidam-nos a uma participação mais engajada como profissionais da educação.
Erineu Foerste
Pós-doutor – Alemanha
Professor adjunto da Ufes e Membro do Colegiado PPGE Ufes
Coordenador do Grupo de Pesquisa Culturas, Parcerias e Educação do Campo
Letícia Queiroz de Carvalho
Doutora em Educação – PPGE Ufes
Docente efetiva do Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Vitória
APRESENTAÇÃO
Por meio desta obra apresento os estudos por mim desenvolvidos em nível de mestrado, na linha Culturas, Currículo e Formação de Professores, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Trata-se de um estudo que tem por objetivo analisar as práticas docentes consideradas pelas professoras¹ do 4º e 5º anos do ensino fundamental² (EF) como promotoras de leitura e escrita em escolas do sistema municipal de educação de Vitória (ES).
A escolha do tema do presente livro justifica-se por diversos fatores, tais como o grande desafio que sempre foi e continua sendo o ensino de leitura e escrita no Brasil, em especial nas séries iniciais do EF, dando destaque aqui ao 4º e 5º anos, uma vez que as pesquisas acadêmicas ainda não apresentaram estudos voltados para analisar esse tema com as lupas ajustadas para tais anos escolares. Além disso, a presente temática faz parte da minha experiência: 30 anos nesse sistema educacional nas turmas em questão. Outra justificativa é a constatação das peculiaridades das séries analisadas, uma vez que são constituídas de sujeitos que já passaram por diferentes experiências de apropriação de leitura e escrita desde que ingressaram no ensino básico, buscando unir esforços e vozes para (re)pensar ações pedagógicas que visem ao fortalecimento dos passos dados até aqui com esses estudantes; de resgatar o que ficou pelo caminho; e problematizar o que ainda se faz necessário, a fim de que se efetivem, entre os anos iniciais e o 4º e 5º anos do EF, eventos dialógicos entre sujeitos sociais, a partir das práticas docentes de leitura e escrita.
Para a elaboração desta obra, tomei como base teórica a perspectiva histórico-cultural³, por considerar que ela apresenta importantes pistas que ajudam a compreender melhor as relações entre escola, ensino e sociedade, uma vez que a apropriação do conhecimento é resultado do desenvolvimento histórico e