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Alfabetizar na Escola: Até Quando?
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Alfabetizar na Escola: Até Quando?
E-book217 páginas2 horas

Alfabetizar na Escola: Até Quando?

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Sobre este e-book

Meu encontro com a pesquisa realizada por Laura Paixão, junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Espírito Santo, é marcado por momentos de grande admiração pelo trabalho realizado por essa professora da rede municipal de ensino da prefeitura de Vitória.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de jul. de 2020
ISBN9788547339838
Alfabetizar na Escola: Até Quando?

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    Alfabetizar na Escola - Laura Maria Bassani Muri Paixão

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO E CULTURAS

    Aos meus pais (in memoriam) que, abaixo de Deus, deram-me a oportunidade da vida.

    Ao meu esposo, Matuzalén Paixão, amor, carinho, dedicação, companheirismo, vida.

    Ao meu filho, Matheus Muri Paixão, a quem a vida me deu a oportunidade de amar sem medidas.

    Às professoras do 4º e 5º anos do ensino fundamental, que fazem de sua profissão um essencial instrumento de qualidade de vida para todos.

    AO LEITOR

    A Coleção Educação e Culturas organiza-se a partir de temas diversos, para fomentar debates sobre problemáticas do nosso tempo, algumas das quais são pautadas nas agendas de várias linhas e grupos de pesquisas e áreas de conhecimento. A diversidade de abordagens teóricas e metodológicas neste cenário provoca o leitor a estabelecer diálogos que articulam interdisciplinaridade e interculturalidade na sua interface com a escola. Objetiva-se fomentar interlocuções com as análises do binômio Educação e Cultura – não somente a educação escolar, mas esta em especial. A ênfase recai no estudo colaborativo de práticas educativas interculturais, com esforço para superar dicotomias entre escolar e não escolar, entre aprender e ensinar. São experiências e vivências que emergem de contextos sociais diversos e seus territórios, como: indígenas, quilombolas, pomeranos, imigrantes italianos, assentados de reforma agrária, agricultores familiares de modo geral entre outros. Ganham relevância conhecimentos produzidos pelos Povos e Comunidades Tradicionais, cujas bases epistemológicas problematizam produção acadêmica acumulada pela Ciência e reproduzida pelo projeto de Estado Burguês, por vias e formas há muito criticadas pelos intelectuais da cultura, entre eles o professorado. Assim acreditamos contribuir para a construção coletiva de projetos alternativos de educação, que promovam diversidade, autonomia e justiça social.

    Erineu Foerste

    Gerda Margit Schütz-Foerste

    AGRADECIMENTOS

    Diante da solidão característica da trajetória da elaboração de um livro, a presença de Deus foi imprescindível para que eu chegasse até aqui. Devido a isso, quero agradecer exclusivamente a Ele.

    Agradeço exclusivamente a Ele, por ter permitido que algumas pessoas fossem para mim como anjos, a quem devo a conclusão deste trabalho, e qualquer tentativa de agradecimento se faz insuficiente perante a importância que tiveram.

    Primeiramente, agradeço ao Pai pelo meu orientador, o professor doutor Erineu Foerste, por ter acreditado nesta pesquisa, acolhendo-me generosamente no Grupo de Pesquisa que coordena, denominado ‘‘Culturas, Parcerias e Educação do Campo’’, mesmo que minha experiência docente seja toda vivenciada na metrópole, além da recepção em sua casa até altas horas da noite, quando tive várias vezes o privilégio de ouvir suas explicações, em coorientação por parte da cordialidade e doçura de sua esposa, que é uma querida, a professora doutora Gerda Margit Schütz-Foerste. Todo esse carinho só veio a fortalecer a admiração e o respeito que eu já nutria por eles há algum tempo.

    Por falar em recepção calorosa, agradeço a Deus pela oportunidade ímpar de almoçar junto ao seio familiar do professor doutor Bernd Fichtner, em Siegen-Alemanha, onde fui alimentada não só física como também academicamente, novamente com dupla ou tripla orientação: dele, de sua esposa, Maria Benites, e do meu orientador.

    Pelas contribuições ímpares das professoras doutoras Cleonara Maria Schwartz e Edenize Ponzo Peres.

    Agradeço também ao Pai celeste pela alegria de conhecer pessoas tão generosas e acolhedoras como os professores alemães, que já têm muito do nosso jeito brasileiro, Elke e Edmund Wild, sem os quais nossa missão acadêmica germânica não seria possível.

    Pelos colegas do Grupo de Pesquisa Culturas, Parcerias e Educação do Campo, pelo carinho e pelos momentos de companheirismo na militância por tão significativa causa, em especial, Walkyria Barcelos Sperandio, Jandira Marquardt Dettman e Júlio de Souza Santos, pelo incentivo e pelas imprescindíveis contribuições.

    Pelos funcionários da Seme/PMV, diretores, pedagogas e professoras das escolas, por sua acolhida compreensiva, atenção e colaboração.

    Obrigada pelos amigos e familiares que me incentivaram nos momentos de construção desta obra, em especial meu sobrinho Allisson Campos Muri e meus amigos Júlia Aguiar Costa e Arthur Aguiar Costa, pois sua alegria e dedicação fortaleceram-me para que eu chegasse até aqui.

    Estudar a língua é tentar detectar os compromissos que se criam por meio da fala e as condições que devem ser preenchidas por um falante para falar de certa forma em determinada situação concreta de interação.

    Dentro de tal concepção, já é insuficiente fazer uma tipologia entre frases afirmativas, interrogativas, imperativas e optativas a que estamos habituados, seguindo manuais didáticos ou gramáticas escolares. No ensino da língua, nessa perspectiva, é muito mais importante estudar as relações que se constituem entre os sujeitos no momento em que falam do que simplesmente estabelecer classificações e denominar os tipos de sentenças.

    João Wanderley Geraldi

    PREFÁCIO

    Leitura, docência, diálogos e práticas escolares: temas fundamentais para que pensemos uma formação crítica e alinhada à perspectiva emancipadora que deve subsidiar o percurso educacional nas instituições básicas de ensino, e seguirem para além da escola com os alunos, seres sociais por excelência.

    Não é fácil a profissão docente em contextos culturais como o nosso, que, em pleno retrocesso político, tem buscado minimizar a importância dos livros, do pensamento crítico, do professor como mediador do conhecimento e da cultura, da escola como lócus de práticas reflexivas alinhadas às situações históricas concretas que nos constituem como sujeitos de ação.

    Desse modo, toda produção que registre as vozes, os anseios e as concepções de professores e alunos em suas práticas escolares torna-se valorosa como registro histórico e memorialístico, de modo a inspirar outros sujeitos e outras vivências no âmbito da leitura e da educação, áreas tão desprestigiadas em tempos atuais, mas também tão potentes no que concerne à humanização e formação intelectual dos homens.

    Uma sociedade em que a arte, a literatura e a cultura em geral tenham lugar garantido na vida de seus cidadãos certamente será um espaço de convivência mais solidário, reflexivo e menos desigual e árido. Por isso, pesquisas como as de Laura Paixão, aqui transformadas em livro, precisam ser compartilhadas e socializadas entre os estudiosos e interessados pela literatura, leitura e educação, e por todos aqueles que cultivam a esperança nessa sociedade em transformação.

    A partir de matrizes teóricas fundamentais, tais como Paulo Freire, Mikhail Bakhtin, Bernd Fichtner, Sírio Possenti, João Wanderley Geraldi, Erineu Foerste, dentre outros autores representativos do campo da linguagem e da educação, a autora traz à baila importantes questionamentos acerca das práticas da leitura e da escrita na escola básica, por meio de um diálogo essencial entre teoria e prática no chão da escola.

    A inserção da pesquisadora em campo, a partir de uma postura participativa e dialógica, traz para nós, leitores, uma experiência real, concreta e profundamente inserida em condições discursivas próprias do universo escolar, em que as práticas de leitura e escrita ainda se apresentam tão descoladas da dinâmica histórica que nos exige outras leituras do mundo, outras formas de participação social da escola e novos caminhos em nossa profissão docente.

    A potência da escrita de Laura Paixão também reside nas décadas de experiência como professora de leitura e escrita na rede municipal de ensino na cidade de Vitória (ES), um percurso que lhe conferiu sensibilidade e autoridade para analisar de forma pontual o seu objeto de estudo, o que nos assegura uma interlocução coerente, orgânica e eivada de esperança para novos professores que iniciam sua jornada no ensino fundamental.

    Vale ressaltar que a pesquisa da autora aponta questões fundamentais para a formação docente: a necessidade de processos dialógicos entre professores que atuam em todos os níveis de alfabetização, a equipe gestora da escola e a da Secretaria Municipal de Educação, numa perspectiva de parceria, em que a interlocução entre o cotidiano escolar e a interação verbal nele ocorrida nas práticas de linguagem esteja alinhada às concepções teóricas discutidas na academia sob a óptica reflexiva dos estudos: uma via de mão dupla em que escola e universidade não representem polos opostos de trabalho.

    Desse modo, ao propor uma visão docente pautada no inacabamento e na necessidade de interação humana como processo constituinte da subjetividade do sujeito professor, a autora reitera como proposta para os processos formativos de professores, seja a formação inicial e/ou continuada,

    [...] uma dimensão colaborativa, envolvendo os professores da academia e os da educação básica, evidenciando a necessidade de se pensarem estudos que visem à formação de professoras para o exercício crítico de sua profissão, sendo que tudo seja pensado com a participação do profissional da educação básica.(PAIXÃO, 2020, p. )

    Leitura indispensável para nós, educadores, que lidamos diariamente com as condições ainda adversas e pouco adequadas para desenvolvermos uma visão mais humana da sala de aula, do processo pedagógico e dos caminhos que a linguagem pode nos fazer percorrer em busca da dialogia, da valorização do outro e da consolidação de um ensino de leitura e escrita mais antenado com os sinais sociais que emergem a todo o instante em nosso cenário e convidam-nos a uma participação mais engajada como profissionais da educação.

    Erineu Foerste

    Pós-doutor – Alemanha

    Professor adjunto da Ufes e Membro do Colegiado PPGE Ufes

    Coordenador do Grupo de Pesquisa Culturas, Parcerias e Educação do Campo

    Letícia Queiroz de Carvalho

    Doutora em Educação – PPGE Ufes

    Docente efetiva do Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Vitória

    APRESENTAÇÃO

    Por meio desta obra apresento os estudos por mim desenvolvidos em nível de mestrado, na linha Culturas, Currículo e Formação de Professores, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

    Trata-se de um estudo que tem por objetivo analisar as práticas docentes consideradas pelas professoras¹ do 4º e 5º anos do ensino fundamental² (EF) como promotoras de leitura e escrita em escolas do sistema municipal de educação de Vitória (ES).

    A escolha do tema do presente livro justifica-se por diversos fatores, tais como o grande desafio que sempre foi e continua sendo o ensino de leitura e escrita no Brasil, em especial nas séries iniciais do EF, dando destaque aqui ao 4º e 5º anos, uma vez que as pesquisas acadêmicas ainda não apresentaram estudos voltados para analisar esse tema com as lupas ajustadas para tais anos escolares. Além disso, a presente temática faz parte da minha experiência: 30 anos nesse sistema educacional nas turmas em questão. Outra justificativa é a constatação das peculiaridades das séries analisadas, uma vez que são constituídas de sujeitos que já passaram por diferentes experiências de apropriação de leitura e escrita desde que ingressaram no ensino básico, buscando unir esforços e vozes para (re)pensar ações pedagógicas que visem ao fortalecimento dos passos dados até aqui com esses estudantes; de resgatar o que ficou pelo caminho; e problematizar o que ainda se faz necessário, a fim de que se efetivem, entre os anos iniciais e o 4º e 5º anos do EF, eventos dialógicos entre sujeitos sociais, a partir das práticas docentes de leitura e escrita.

    Para a elaboração desta obra, tomei como base teórica a perspectiva histórico-cultural³, por considerar que ela apresenta importantes pistas que ajudam a compreender melhor as relações entre escola, ensino e sociedade, uma vez que a apropriação do conhecimento é resultado do desenvolvimento histórico e

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