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Cultura, educação popular e transformação social: As formulações do MEB e do CPC entre 1961 e 1964
Cultura, educação popular e transformação social: As formulações do MEB e do CPC entre 1961 e 1964
Cultura, educação popular e transformação social: As formulações do MEB e do CPC entre 1961 e 1964
E-book238 páginas3 horas

Cultura, educação popular e transformação social: As formulações do MEB e do CPC entre 1961 e 1964

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Sobre este e-book

Entre as diversas experiências de movimentos de cultura e educação popular organizadas no período de 1961 a 1964, este livro toma como objeto de estudo as formulações do MEB, ligado à CNBB e, por conseguinte, à Igreja Católica, e do CPC, ligado a UNE e com parte de seus membros ligados ao PCB. Todos os leitores se beneficiarão com esta obra, em especial os interessados em história e em história da educação, pois poderão se certificar da qualidade da pesquisa realizada, do uso de forma pertinente das fontes primárias, da límpida e objetiva apresentação final, e da relevância da análise elaborada sobre os temas tão candentes da educação popular e cultura popular.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de fev. de 2015
ISBN9788581486895
Cultura, educação popular e transformação social: As formulações do MEB e do CPC entre 1961 e 1964

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    Cultura, educação popular e transformação social - Jeferson Anibal Gonzalez

    Copyright © 2014 by Paco Editorial

    Direitos desta edição reservados à Paco Editorial. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão da editora e/ou autor.

    Coordenação Editorial: Kátia Ayache

    Revisão: Isabella Pacheco

    Capa: Márcio Santana

    Diagramação: Márcio Santana

    Edição em Versão Impressa: 2014

    Edição em Versão Digital: 2015

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    Conselho Editorial

    Profa. Dra. Andrea Domingues (UNIVAS/MG) (Lattes)

    Prof. Dr. Antonio Cesar Galhardi (FATEC-SP) (Lattes)

    Profa. Dra. Benedita Cássia Sant’anna (UNESP/ASSIS/SP) (Lattes)

    Prof. Dr. Carlos Bauer (UNINOVE/SP) (Lattes)

    Profa. Dra. Cristianne Famer Rocha (UFRGS/RS) (Lattes)

    Prof. Dr. José Ricardo Caetano Costa (FURG/RS) (Lattes)

    Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes (UNISO/SP) (Lattes)

    Profa. Dra. Milena Fernandes Oliveira (UNICAMP/SP) (Lattes)

    Prof. Dr. Ricardo André Ferreira Martins (UNICENTRO-PR) (Lattes)

    Prof. Dr. Romualdo Dias (UNESP/RIO CLARO/SP) (Lattes)

    Profa. Dra. Thelma Lessa (UFSCAR/SP) (Lattes)

    Prof. Dr. Victor Hugo Veppo Burgardt (UNIPAMPA/RS) (Lattes)

    Prof. Dr. Eraldo Leme Batista (UNIOESTE-PR) (Lattes)

    Prof. Dr. Antonio Carlos Giuliani (UNIMEP-Piracicaba-SP) (Lattes)

    Paco Editorial

    Av. Carlos Salles Block, 658

    Ed. Altos do Anhangabaú, 2º Andar, Sala 21

    Anhangabaú - Jundiaí-SP - 13208-100

    Telefones: 55 11 4521.6315 | 2449-0740 (fax) | 3446-6516

    atendimento@editorialpaco.com.br

    www.pacoeditorial.com.br

    Por respirar o mesmo ar, camarada!

    Por comer o mesmo pão, companheira!

    Por compartilhar os mesmos ideais e anseios, sem desistir nos momentos adversos e por persistir na busca de nossos sonhos, dedico este livro à Michele Cristine da Cruz Costa.

    Aos meus pais, Maria Aparecida Gonzalez y Gonzalez e Annibal Araújo

    "Todos os pedaços da minha vida têm algo teu

    e isso de verdade não é nada extraordinário

    pois tu sabes tão objetivamente quanto eu [...]"

    Mario Benedetti

    Sumário

    Folha de Rosto

    Página de Créditos

    Dedicatória

    Eígrafe

    SIGLAS

    Prefácio

    INTRODUÇÃO

    As fontes bibliográficas e documentais

    CAPÍTULO 1: HISTÓRIA, HISTORIOGRAFIA E EDUCAÇÃO - PRESSUPOSTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

    1. História e Historiografia

    2. O Materialismo Histórico

    3. Pressupostos Teórico-Metodológicos para a Pesquisa Histórico-Educacional

    CAPÍTULO 2: OS DETERMINANTES HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO NO BRASIL ENTRE 1930 E 1964

    1. Aspectos Histórico-Políticos e Econômicos

    2. Instituições-Base: A Igreja Católica, o PCB e o ISEB

    2.1 Igreja Católica

    2.2 Partido Comunista Brasileiro

    2.3 Instituto Superior de Estudos Brasileiros

    3. A Educação entre 1930 e 1964

    3.1 Expansão das Matrículas e Reorganização do Sistema

    3.2 O Movimento Renovador e o Predomínio da Pedagogia Nova

    3.3 As Disputas em torno da LDB de 1961: Escola Pública Versus Escola Privada

    3.4 Campanhas Nacionais de Alfabetização

    3.5 Paulo Freire e a Educação Popular

    4. Movimentos de Educação e Cultura Popular: Apresentação Geral

    CAPÍTULO 3: AS CONCEPÇÕES SUSTENTADAS PELO MEM E PELO CPC

    1. O Meb e o CPC: Origem, Organização e Princípios Gerais

    1.1 Movimento de Educação de Base

    1.2 Centro Popular de Cultura

    2. Cultura Popular: Conceito Hegemônico e Debates

    3. Educação Popular

    3.1 Educação: Conscientização como Princípio Comum

    3.2 Alfabetização de Adultos: as Cartilhas como Materiais Didáticos

    CAPÍTULO 4: ROMANTISMO REVOLUCIONÁRIO, REALISMO EM EDUCAÇÃO E NÃO DIRETIVIDADE: POSSIBILIDADES DE ANÁLISE

    1. O Romantismo Revolucionário

    1.1 O Romantismo como Visão de Mundo

    1.2 A Tipologia do Romantismo

    1.3 O Romantismo Revolucionário e os Movimentos de Cultura e Educação Popular

    2. O Realismo em Educação

    2.1 Entusiasmo pela Educação e Otimismo Pedagógico

    2.2 O Realismo em Educação como Síntese Dialética

    2.3 Os Movimentos de Cultura e Educação Popular e o Realismo em Educação

    3. A não Diretividade na Educação

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

    REFERÊNCIAS

    Paco Editorial

    SIGLAS

    ABE – Associação Brasileira de Educação

    AP – Ação Popular

    BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento

    CAPES – Coordenadoria de Aperfeiçoamento Pessoal do ensino Superior

    CEAA – Campanha Nacional de Educação de Adolescentes e Adultos

    CEBs – Comunidades Eclesiais de Base

    CEDI – Centro Ecumênico de Documentação e Informação

    CEDIC – Centro de Informação e Documentação Científica Prof. Casemiro dos Reis Filho

    CNBB – Confederação Nacional dos Bispos do Brasil

    CNER – Campanha Nacional de Educação Rural

    CPC – Centro Popular de Cultura

    EJA – Educação de Jovens e Adultos

    EUA – Estados Unidos da América

    FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

    FFLCH – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    FGV – Fundação Getúlio Vargas

    FMI – Fundo Monetário Internacional

    IBESP – Instituto Brasileiro de Economia, Sociologia e Política

    IESAE – Instituto de Estudos Avançados em Educação

    INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa

    ISEB – Instituto Superior de Estudos Brasileiros

    JAC – Juventude Agrária Católica

    JEC – Juventude Estudantil Católica

    JIC – Juventude Independente Católica

    JOC – Juventude operária Católica

    JUC – Juventude Universitária Católica

    LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

    LEC – Liga Eleitoral Católica

    MEB – Movimento de Educação de Base

    MEC – Ministério da Educação

    MNEA – Mobilização Nacional de Erradicação do Analfabetismo

    PCB – Partido Comunista Brasileiro

    PCdoB – Partido Comunista do Brasil

    PIB – Produto Interno Bruto

    PSD – Partido Social Democrático

    PTB – Partido Trabalhista brasileiro

    PUC-SP – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

    RENEC – Representação Nacional das Emissoras Católicas

    SECAD – Secretaria de Alfabetização e Diversidade

    SIRENA – Sistema Rádio Educativo Nacional

    SIREPA – Sistema Rádio Educativo da Paraíba

    SIRESE – Sistema Rádio Educativo do Sergipe

    SNT – Serviço Nacional de Teatro

    SUDENE – Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste

    TFP – Tradição, Família e Propriedade

    TPE – Teatro Paulista de Estudantes

    UDC – União de Defesa Coletiva

    UDN – União Democrática Nacional

    UFBA – Universidade Federal da Bahia

    UFF – Universidade Federal Fluminense

    UFG – Universidade Federal de Goiás

    UFPB – Universidade Federal da Paraíba

    UFPR – Universidade Federal do Paraná

    UFRGS – Universidade Federal do rio Grande do Sul

    UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    UFU – Universidade Federal de Uberlândia

    UNB – Universidade de Brasília

    UNE – União Nacional dos Estudantes

    UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

    UNESP – Universidade do Estado de São Paulo

    UNIOESTE – Universidade do Oeste do Paraná

    USP – Universidade de São Paulo

    Prefácio

    A introdução que o autor do presente livro faz, ao seu texto como um todo, é muito esclarecedora. Não cabe, portanto, ao prefaciador antecipar o que virá muito bem dito a seguir.

    De qualquer maneira, e por conta da estrutura com a qual o livro é apresentado ao público leitor, cabe ainda ressaltar aspectos que considero relevantes.

    Em primeiro lugar, chamo a atenção para as discussões iniciais que se voltaram para alguns esclarecimentos sobre os conceitos de história e historiografia, em decorrência das várias escolas e tendências que a eles se dedicaram. Um objetivo destaque é dado ao materialismo histórico na sua diferenciação em relação às demais concepções.

    Optando pelo materialismo histórico-dialético e assumindo o seu referencial teórico como instrumento da análise a ser construída, o autor claramente se posiciona. Postura louvável e menos frequente nos trabalhos acadêmicos da área nos dias de hoje, uma vez que as preocupações pouco ou quase nada se voltam para o aclaramento do lugar teórico de onde os seus autores estão a falar. Não raro, se indagados sobre a sua possível matriz, até se assustam com a pergunta ou a consideram não procedente.

    Bem, mas o objetivo central do presente estudo não foi o de realizar embates sobre os temas acima indicados. O desafio maior se demonstrou outro, ou seja: compreender as concepções de educação, cultura popular e transformação social presentes nas formulações do Movimento de Educação de Base (MEB) e do Centro Popular de Cultura (CPC) com o olhar materialista histórico e dialético.

    Tendo bem definido o seu objeto de estudo, o autor se lança à construção do contexto histórico no qual aquele se desenvolveu. Muitas determinações de ordem econômica, política e social, dentre outras, são indicadas numa forma ampla de relações.

    A dimensão histórica da sociedade brasileira dos anos 1930 aos 60 é evidenciada em vários dos seus componentes. Registre-se, em especial, os conflitos entre as oligarquias tradicionais e os setores urbanos emergentes, o processo de industrialização, a formação do proletariado, os trabalhadores agrícolas e as classes médias em ampliação quantitativa. Houve ainda, de alguma forma e em diferentes escalas, rupturas nos blocos ideológicos vigentes. É dado destaque à Igreja Católica, ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e ao Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB) que por diferentes vias influenciaram os movimentos de cultura popular e educação popular que se projetaram no cenário em transformação.

    As três instituições mencionadas são apresentadas pelas suas posturas face ao Brasil de então, suas inserções nos movimentos sociais e também com suas contradições intrínsecas.

    O passo seguinte do estudo aqui prefaciado foi dado quando ele resenha, com o auxílio de bibliografia especializada, o tema da educação nacional no período já delimitado. Da não democratização do ensino, das Leis Orgânicas da Reforma Capanema, à LDB (1961) e ao ideário do movimento renovador, com a urdidura do tecido histórico, tudo é parcimoniosamente apresentado com um olhar sempre crítico. Numa caminhada gradativa em direção ao foco central da pesquisa, há a mediação do mais geral para o particular, garantida pela análise das Campanhas Nacionais de Alfabetização, organizadas desde o pós-guerra, e da atuação destacada de Paulo Freire no referido campo.

    É feita uma apresentação geral dos movimentos de educação e cultura popular nos governos dos presidentes Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart. Em decorrência do movimento histórico, teria ocorrido uma ressignificação do termo educação popular que deixou de significar somente uma instrução elementar para ser entendido também como instrumento de conscientização. Envolveram-se com os novos propósitos, e não pelas mesmas razões, sujeitos de posturas liberais, marxistas ou católicos.

    Chegando à parte central da pesquisa, o MEB, um sistema de escolas radiofônicas da Igreja Católica, é apresentado desde as suas origens, estrutura, funcionamento e concepções de educação. O mesmo ocorre com o CPC, ligado à União Nacional dos Estudantes (UNE) e ideologicamente vinculado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e ao Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB). O atento leitor terá uma noção do alcance e da dimensão do MEB e do CPC naqueles anos 1960.

    Utilizando-se de expressivos documentos produzidos à época e portadores de bases teóricas que sustentavam os vários conceitos de educação popular, o autor os decifra meticulosamente. É possível constatar as convergências e as divergências dos vários segmentos sociais e instituições envolvidos naquela dinâmica e profundamente interessados nas questões da educação e da cultura. Seguem-se, ainda, considerações sobre os recursos didáticos (cartilhas) e a influência do Método Freire nos movimentos.

    Como toda pesquisa de qualidade, temos no trabalho de Gonzalez um forte exercício teórico, para além da parte empírica. Recorrendo aos conceitos de romantismo revolucionário, realismo em educação e a não diretividade em educação, o MEB e o CPC são lidos e interpretados no seu contexto histórico e naquilo que incorporaram dos referidos conceitos nas suas concepções e ações. O recurso a textos filosóficos e histórico-educacionais foi de grande relevância. Revigora-se, à luz da teoria, a compreensão do objeto focado.

    As conclusões do autor mais uma vez revelam a sua seriedade e comprometimento na produção do conhecimento. Ele não provou a sua hipótese principal de que a origem institucional diferenciada dos movimentos indicaria que suas concepções de transformação social tenderiam para o reformismo no caso do MEB/Igreja Católica ou para a revolução no caso do CPC/PCB. A hipótese não se sustentou a partir da análise das concepções de cultura popular e educação popular presentes nas formulações dos movimentos e na sua prática educativa. Os movimentos se formularam e agiram sob o manto da ideologia nacional desenvolvimentista. Com o golpe do movimento civil-militar de 1964, muitos rumos da educação e da educação popular passariam a ser radicalmente alterados.

    Todos os leitores se beneficiarão do presente texto, mas, em especial, os interessados em história e em história da educação. Com certeza poderão se certificar da qualidade da pesquisa realizada, do uso de forma pertinente das fontes primárias, da límpida e objetiva apresentação final, e da relevância da análise elaborada sobre os temas tão candentes da educação popular e cultura popular.

    José Luís Sanfelice

    Prof. Titular em História da Educação (UNICAMP), Pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas História, Sociedade e Educação no Brasil – HISTEDBR.

    INTRODUÇÃO

    A primeira metade da década de 1960 no Brasil é marcada por uma efervescência política e cultural sob hegemonia da ideologia nacional-desenvolvimentista. Esse contexto é construído a partir da década de 1930 quando os ventos da industrialização impulsionam a ideia de um desenvolvimento nacional baseado na substituição de importações e na configuração de um país urbano-industrial. Os movimentos de cultura e educação popular surgem, assim, sob influência do momento histórico-político e teórico-filosófico que animava a defesa da independência do país em relação aos grandes centros econômicos do mundo, valorização da cultura nacional e a superação da educação como mera instrução do povo, ou seja, configurando um complexo de iniciativas no campo educacional que Saviani (2007) chamou de educação do povo, para o povo e pelo povo.

    Entre as diversas experiências de movimentos de cultura e educação popular organizadas no período, o presente estudo¹ toma como objeto de estudo as formulações do Movimento de Educação de Base (MEB), ligado à Confederação Nacional dos Bispos do

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