O homem de terno preto
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Sobre este e-book
E durante longos anos de sua vida esse homem é mantido como escravo no garimpo de diamantes, mas o que ninguém sabe é que após todas as investidas dos corruptos o homem se irou contra todos e decide por si só uma destruição em massa a ponto de deixar em ruínas submersas de água uma vida inteira.
O plano só não dá certo por que no meio do caminho surge um garoto metido a detetive que acaba comovendo o coração do homem e o convencendo a se entregar, só então o final surpreenderá a todos.
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O homem de terno preto - Antônio Carlos Brasil
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editor: Thiago Domingues
revisão: André Bruno Lourenço
projeto gráfico: Studio Cachalote
diagramação: Rodrigo Rodrigues
capa: Tiago Shima
e-ISBN 978-85-300-0232-9
Todos os direitos reservados, no Brasil, por
Editora Viseu Ltda.
falecom@eviseu.com
www.eviseu.com
O homem de terno preto
Aqui começa a história de João da Roça.
Olá, meu nome é Roger Werneck e vou lhe contar um caso ocorrido durante algum tempo de minha infância, depois que fomos morar em outro bairro um pouco mais afastado da cidade onde morei meus primeiros anos de vida.
Bem me lembro como se fosse hoje a nossa vidinha humilde, e singela, mas ainda sim uma vida agradável, pelo menos para mim. Pois como ainda eu tinha apenas sete anos de idade na época, não havia se quer passado pela minha cabeça o sufoco de minha família para manter as despesas da casa, todas em dia. Mamãe lavava as roupas de uma pequena empresa por fora, na intenção de aumentar um pouquinho nossa renda e ajudar pelo menos em alguma conta dentro de casa.
Já que o salário de meu pai mal dava para a bendita carne de nossa casa. Quer dizer, nossa casa em termos, aquilo era uma baita mansão, perto de onde fomos morar após alguns meses.
O fato era o seguinte: Meu pai havia herdado a tal mansão de meu avô, o velho Sr. Werneck, que a pouco tempo nos deixou e, segundo um tal de procurador Sr. Cortez, a casa iria a leilão se não fosse feito o pagamento integral da dívida e parcelar o restante.
Minha Mãe havia ficado muito indignada com o fato ocorrido, pois onde já se viu receber de herança uma casa cheia de dívidas. Após alguns anos de puro sofrimento, meu pai sentou-se no sofá com a minha mãe e sugeriu uma grande solução.
– Amanda, meu amor, já que não aguento mais a pressão e acho que nunca sairemos dessa situação, pois já se passaram quase três anos desde que recebemos essa herança que mais se parece com um presente de grego. Minha mãe toda ansiosa pela resposta de meu pai, logo o interrompeu, dizendo – Arnaldo, querido, me diga logo qual foi a bendita solução tomada por você.
– Olha, querida, estive a alguns dias conversando com um advogado, amigo meu, e de repente acabei tocando no assunto da tal herança. Então o pedi uma sugestão para sair desse problema. Por sua vez o advogado me sugeriu deixar de pagar as prestações e perder de vez a casa. Ou entrar com uma ação Judicial pedindo uma providência a respeito de uma possível quitação do bem, já que o titular do imóvel é falecido e não poderia mais continuar pagando suas contas. E assim meu pai o fez, longos meses de espera e enfim saiu a liminar dando a causa por encerrada e a ordem de quitação do bendito imóvel. A casa até era ótima e muito confortável, mas meu pai resolveu que a venderia por um bom preço, pois quando morávamos em uma pequena casinha a algum tempo atrás, nossa vidinha era simples, porém uma vida digna e cheia de bons momentos ainda que em meio às dificuldades do dia a dia;
Enfim ficamos na casa herdada por meu pai, por pelo menos um ano, pois foi o tempo mínimo que o juiz nos determinou ficarmos instalados. Pois dessa forma ficaria evidente que o nosso grande interesse em herdar a casa, mesmo sem termos as mínimas condições de assumir seu debito.
Por fim meu pai acabou vendendo a casa, por um bom dinheiro e por sinal o possível comprador foi até muito generoso e nos pagou um preço até maior do que a tabela da região. Meu pai antes de entregar as chaves da casa, resolveu procurar algum imóvel compatível com a nossa velha casa onde morei até os meus sete anos de vida.
A busca foi demorada, mas até que valeu apena, pois meu pai procurava uma casa simples e modesta, como a casa que escolhemos, só não sabia ele que a casa estaria quase de graça comparada com outra pelo mesmo bairro.
Depois de fechar negócio com o proprietário deste imóvel, logo fizemos as malas e partimos rumo ao nosso lar, mas o ambiente da nova casa, deixou-me um pouco desapontado no início.
Sim, porque logo chegamos de carro no nosso novo imóvel, senti um grande calafrio, seguido por um friozinho na barriga.
E confesso que não sei explicar com clareza o fato ocorrido, pois a rua estava muito calma e as pessoas haviam estampado no rosto um semblante de boas-vindas.
Quer dizer, com exceção de uma pessoa, um velho que ali passava no presente momento onde eu iria descer do carro, empunhando uma velha inchada no lombo e uma cara fechada com um ar de poucos amigos, seu nome era conhecido por ali como João da Roça.
Bem, o velho recebeu esse nome distinto, somente pelo fato de andar com uma inchada no lombo, onde quer que vá.
Mesmo debaixo de chuva ou frio, o velho é tão estranho na aparência a ponto de assustar até os cachorros pelas ruas onde ele anda.
Até as crianças mais novas sentem medo quando está próxima da hora de João da Roça aparecer, assim logo começa aquele corre-corre pelas ruas e uma grande gritaria.
– Corre, lá vem ele. Corre, olha lá o velho da inchada.
Pelo menos foi isso que percebi em tão pouco tempo, enquanto desci do carro, e também percebi algo mais, pois mesmo com tanto alvoroço e