Chastity e a sua apresentação à sociedade: Coleção/Série: A Série das Debutantes Destemidas, #4
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Sobre este e-book
Descrição do livro
Durante anos, A Senhora Chastity Neville tem permanecido na sombra da sua irmã severa mais velha. Mas enquanto a Prudence erudita poderia contentar-se em fazer passar as suas horas sozinha com um livro, Chastity deseja secretamente soltar-se das suas maneiras de mulher solteira. Quando ela encontra uma velha carta indicando que a sua mãe poderá ter tido um passado escandaloso, Chastity é arrastada para o mistério da mulher que ela nunca conhecera. Nesta época natalícia, ela está determinada a descobrir a verdade—e a começar um escândalo por ela própria.
Bastian Stanhope, o Conde de Mansfield tem vivido a sua vida de acordo com os desejos dos outros. Tomando conta da sua mãe doente é a sua responsabilidade. Mas quando ele conhece a Senhora Chastity, ele é atraído pela sua compaixão e espírito aventuroso. Pela primeira vez, ele começa a pensar no seu próprio futuro. É a época de alegria enganadora, então para ganhar o coração de Chastity, ele terá de ser mais arrojado e corajoso.
Com beijos por baixo do azevinho, a procura escandalosa de Chastity pode bem tornar-se no amor para a vida inteira.
Christina McKnight
USA Today Bestselling Author Christina McKnight writes emotionally intricate Regency Romance with strong women and maverick heroes.Christina enjoys a quiet life in Northern California with her family, her wine, and lots of coffee. Oh, and her books...don't forget her books! Most days she can be found writing, reading, or traveling the great state of California.Sign up for Christina's newsletter and receive a free book: eepurl.com/VP1rPFollow her on Twitter: @CMcKnightWriterKeep up to date on her releases: christinamcknight.comLike Christina's FB Author page: ChristinaMcKnightWriterJoin her private FB group for all her latest project updates and teasers! facebook.com/groups/634786203293673/
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Chastity e a sua apresentação à sociedade - Christina McKnight
Dedicatória
A cada leitor que acredita na
MAGIA da época natalícia!
Prólogo
Downshire Place
Londres, Inglaterra
Outubro 1815
Chastity Neville subiu o lanço de escadas que parecia infinito, dirigindo-se sempre no seu objetivo: o sótão da casa de Downshire. As suas pernas inchavam do esforço necessário para subir ao cimo da sua casa da família na cidade de Londres. Tinham passado muitos anos desde a última vez que tinha visitado o sótão. Apesar do ar saturado e bolorento as afastar para pisos da casa mais usados frequentemente, ela e a sua irmã mais velha, Prudence, tinham continuado a adorar esconder-se no meio das arcas velhas e poeirentas e na mobília antiga coberta com panos. Quando fizeram anteriormente essa viagem, tinham encontrado conforto nas coisas do passado: memórias das suas vidas antes do seu irmão mais velho ter mudado de casa e o seu pai ter arranjado outra esposa...uma mulher não muito mais velha que Chastity.
Nada sobre esta viagem a um quarto cavernoso e já há muito esquecido, que se situava acima dos quartos dos criados era para se esconderem – ou fugir à vida.
Assim que a porta decrépita virou, com sons enferrujados das dobradiças, Chastity observou que o sótão não tinha mudado e parecia que – pela camada compacta de pó revestindo cada superfície, incluindo o chão – ninguém tinha entrado no quarto desde a última visita delas.
Era reconfortante; no entanto, ao mesmo tempo, irritante.
O quarto ignorado era muito parecido com a mãe de ambas.
Esquecida.
Algo de uma era passada, para ficar trancado à chave e ser afastado dos pensamentos.
Normalmente, ela ficava fora das suas memórias. Contudo, Chastity não tinha quaisquer recordações da sua mãe, a Senhora Downshire, Clara Neville, a segunda esposa do Marquês de Downshire.
"Despache-se, Prudence fazia troça no patamar das escadas, atrás dela.
Não temos o dia todo."
Estranhamente, elas tinham o dia todo. Sem alterar os seus programas, poderiam permanecer no sótão durante uma quinzena antes que alguém desse pelas suas ausências. O seu pai estava em Londres a visitar a sua terceira esposa, Esmee, na sua nova casa, e Triston, o irmão delas, vivia com a sua mulher numa casa na cidade que tinha conseguido encontrar, em Berkeley Square.
Chastity sabia fazer melhor que mencionar a abundância de tempo livre que elas tinham à sua irmã, e, ao invés, entrou no quarto bolorento para vistoriar a coleção de baús de madeira juntos, no centro do quarto, as paredes alinhadas com vários objetos da infância delas.
O berço, as cadeiras de baloiçar e um guarda-roupa alto de alfazema.
Os únicos restos da sua infância. Chastity ansiava olhar para as cadeiras pequenas e puxar o berço até que baloiçasse gentilmente.
Triston tinha-lhes contado histórias de quando eram jovens, de como o pai tinha adorado as suas duas filhas bebés. Como ele as segurava, cantava para elas, as embalava para adormecerem – uma em cada braço. Apesar dos dez anos que separavam Prudence e Chastity, elas sempre se pareceram quase idênticas na altura e expressão.
Nem uma nem outra se lembravam desses momentos ternurentos com o seu pai; eram tão vagos como as recordações que tinha da mãe.
A suavidade da pele da mãe de Chastity, a melodia da sua voz, o aroma do seu cabelo...eram tudo coisas que Chastity nunca iria conhecer.
Agarrando o candelabro bem alto, Prudence passou por Chastity e andou com um ar pesado pelo quarto, a sombra dela perseguindo a imensa parede, agourenta e iminente. Não percebo porque temos de vir cá acima.
Chastity colocou a mão no bolso do seu avental e sentiu o convite que tinha chegado com o correio, de manhã.
A Senhora Luci vai cansar com Montrose e temos de encontrar vestidos de noite para usar,
respondeu Chastity.
Temos dois armários a transbordar com vestidos de todas as cores e estilos para escolher na nossa própria câmara.
"Vestidos adequados. Chastity suspirou, não querendo começar outro desentendimento com a irmã.
Será um casamento do período natalício, com quatro dias de atividades. Precisamos de algo especial para vestir."
Não me parece que alguém irá notar em nós com a presença de Edith, Luci e Ophelia.
Prudence colocou o candelabro numa mesa baixa e poeirenta. E é assim mesmo como nós queremos.
Nós.... Elas.
Frases comuns usadas por todos os seus conhecidos quando mencionavam as irmãs Neville.
Um par.
Um conjunto condizente.
Indecifráveis uma da outra.
Muitos pensavam que seriam gémeas. No entanto, ninguém passava tempo suficiente para as conhecer. Se o fizessem, rapidamente perceberiam que havia mais em Chastity do que eles apenas viam à superfície.
Chastity perdeu a paciência. Até Prudence via-as como duas mulheres mentalmente parecidas que queriam as mesmas coisas para o futuro.
Nomeadamente, permanecer na escuridão. As raparigas que nunca arranjavam pares nos bailes contentavam-se em passar a juventude até que a idade de solteironas lhes caísse em cima.
Se uma frequentasse uma soirée, era preciso procurar durante muito tempo e muito dificilmente encontrariam as irmãs Neville, possivelmente escondidas nas palmeiras, junto ao salão do baile ou na escuridão das varandas enquanto homens elegantes e elegíveis guiavam mulheres elegantes para o salão.
Chastity estava cansada de estar ligada a esse papel de rapariga ignorada: uma Senhora evidente sem expetativas para o futuro apesar da sua linhagem rica e com título nobre.
Testemunhando Edith, Luci e Ophelia apaixonarem-se tinha sido o suficiente para Chastity desejar o mesmo. Haviam destinos bem piores do que arranjar uma união com um lorde elegante e bonito que apenas tivesse olhos para ela. A primeira Apresentação à sociedade de ambas tinha sido tudo menos estelar, sem lordes – ou cavalheiros – a mostrarem qualquer interesse. Não houve quaisquer convites sociais pelas mães de família procurando uniões vantajosas para os seus filhos com título nobre, nem passeios em Hyde Park com lordes galanteadores e nem um pedido até para uma única dança.
Contudo, o casamento no período natalício da Senhora Lucianna com Montrose seria uma oportunidade perfeita para Chastity abandonar as suas maneiras de rapariga ignorada. Cinco dias gloriosos na herdade de Montrose, Oxburgh Hall. Iriam haver passeios a cavalo, enigmas, jogos de cartas, um casamento... tudo culminando num enorme baile para celebrar o casal desposado. Chastity até tinha ouvido falar de uma caça à raposa.
Era para ser uma pequena reunião de família e amigos próximos, o que significava que as debutantes bajuladoras da sociedade elegante de Londres não estariam presentes – apesar de Montrose claramente convidar os seus amigos; talvez alguns solteiros, lordes elegantes e bonitos com idade para casar.
Chastity tentou conter a sua excitação enquanto se ajoelhava junto a um grande baú e destrancou a tampa. Durante a infância, ela e Pru tinham fugido à governanta e correram acima, os vários lanços de escadas, para passarem horas mergulhando nos vestidos antigos da mãe, experimentando as luvas de seda, pelos cotovelos e dançando pelo sótão. Cada vestido era talhado de forma precisa e feito das melhores sedas, cetins e musselina.
Se reparassem em Chastity, ela precisaria do vestido perfeito para o grande baile.
O baú abriu revelando uma quantidade escondida de tecidos em várias cores: esmeralda vibrante, amarelo canário, vermelho vivo, laranja tangerina e o azul real. Cetins, sedas e brocados. Renda excelente e camadas de fios com missangas.
Cada peça de roupa era requintadamente bela e nada daquilo que ela já tinha sonhado usar fora dos limites da sua casa na cidade.
Desde a apresentação à sociedade, anteriormente na Temporada de festas, Pru e Chastity tinham preferido vestidos em cores de pastel com decotes modestos e poucos adornos.
Nenhum destes servirá.
Pru cruzou os braços sobre o corpete do seu vestido do dia e bateu na biqueira da sua meia bota.
Se elas tivessem procurado pelos vestidos uns meses mais cedo, Chastity teria concordado com a irmã. Os vestidos seriam muito ousados com os seus decotes em cascata e adornos de missangas que quase de certeza que chamariam a atenção.
No entanto, muitas coisas tinham mudado desde que Chastity tinha sido apresentada à sociedade.
Ela aproximou-se do baú e puxou por um vestido azul real, com a sede amarrotada pelos anos de estar escondido no sótão, mas sem ter quaisquer outras manchas. Tinha um decote audaz, uma cintura alta, mangas tapadas e missangas pretas cosidas nas dobras e através do corpete.
O vestido era requintado.
Perfeito para um baile da época natalícia.
Não está a pensar em usar tal vestido,
Prudence troçou.
O meu objetivo é mesmo esse.
Chastity segurou o vestido em frente dela. O comprimento era perfeito e o estilo parecia quase perverso para ter, pelo menos, quinze anos. Ajude-me a colocá-lo.
Chastity deu o vestido a Prudence e começou a desapertar a fila de botões de pérolas pretas descendo as costas, recusando-se a permitir que a irmã tivesse a oportunidade de protestar.
O olhar atento e esguio de Prudence mostrava bem a sua reprovação, não dando lugar a palavras, mesmo que a sua irmã nunca permitisse uma ocasião para criticar severamente a outra. Irá chamar muito a atenção.
E que mal tem isso?
Chastity acabou de desabotoar os botões e agarrou na bainha, gesticulando para Prudence a ajudar a deslizar o vestido pela sua cabeça.
Olhando apenas ao de leve, Prudence segurou o vestido bem alto para que caísse pelo corpo de Chastity e sobre o seu vestido do dia. Estava um pouco justo nas ancas, mas, pelo contrário, o vestido abraçava-a em todos os sítios certos. Chastity alisou o vestido com as mãos, com os olhos fechados, imaginando a sua mãe a frequentar uma soirée vestida com aquele vestido. Não demorou até que a imagem depressa se desvanecesse, já que, verdadeiramente, Chastity apenas possuía uma imagem dela. Era um retrato suspenso por cima da lareira no quarto partilhado com a irmã, a mãe sentada e grávida, Prudence ainda bebé, aninhada nos braços dela e o pai permanecendo em pé, rígido e severo atrás da sua esposa, com as mãos penduradas de lado.
O retrato da família tinha sido apenas encomendado três semanas antes de Chastity nascer – e de a sua mãe falecer. Quase que tinha sido atirado para o lixo quando o pai voltou a casar, com Esmee, a sua terceira e atual esposa.
Chastity abriu os olhos, rezando para que as memórias desaparecessem rapidamente.
Fica-lhe mesmo bem,
admitiu Prudence com má cara. No entanto, não consigo imaginar porque quer usar tal coisa.
A irritação de Chastity para com a disposição severa da irmã desapareceu. Prudence não tinha culpa de Chastity ter sido sempre tão reservada para falar dos seus quereres e desejos ou que nunca tinham estado em sintonia com a necessidade de Pru de permanecer incógnita, na sombra.
Obrigado, querida irmã.
Chastity olhou fixamente para a arca aberta. Então e você? Também vai precisar de um vestido de noite?
Pru desvalorizou a pergunta da irmã. Tenho um vestido de musselina verde pálido que ainda tenho que usar. Serve perfeitamente.
Chastity sempre se admirou pelo fato da sua irmã se contentar completamente com o permanecer à margem da sociedade. Enquanto o último grupo de debutantes se pavoneava e desfilava pelos salões de bailes e jardins por toda a cidade de Londres, Prudence abraçava a invisibilidade. Não queria saber de apresentações e dançar.
Ela empenhava-se em tudo menos ser uma debutante com sucesso.
E, devido à proximidade de ambas, Prudence assumia que Chastity queria o mesmo. Era semelhante a todos os anos que elas tinham passado juntas, inseparáveis, conectadas da forma que a maioria dos gémeos nunca alcançaram. Tinham perdido a mãe antes de a terem conhecido. Com o novo casamento do pai, elas tinham, de certa forma, também o tinha perdido – apesar de ainda estar bem vivo.
O irmão, Triston, era tudo o que Prudence e Chastity não eram. Era bonito como uma espécie de um semideus grego ou, pelo menos, a mulher de Triston, Edith, assim o apelidava bastante. Chastity nunca tinha conhecido um homem – nem uma mulher, que nesse sentido – que não se sentisse atraído ou atraída por Triston. Apesar da atenção e agitação que se fazia em seu redor, ele era simples e bondoso. Acima de tudo, ele amava as suas irmãs mais novas. Tanto que ele tinha estado ao seu lado durante a sua Apresentação à sociedade e tinha frequentado todos os bailes, musicais e tardes no parque com elas.
Nunca as tinha forçado a ser alguém que elas não quisessem ser.
O trio até tinha arranjado um sarilho aqui e ali...e revelavam a madrasta pela mulher vil que era. Contudo, isso foi antes de Triston ter declarado o seu amor pela Senhora Edith – e muitos meses antes, a Senhora Lucianna tinha conhecido o Duque de Montrose.
Através de Triston, Chastity tinha conhecido Edith, a sua nova cunhada e as duas melhores amigas dela, Ophelia e Lucianna.
Desde que conheceu as jovens, o desejo de deixar o seu papel de rapariga ignorada tinha aumentado. Ela desejava ter o sorriso sonso de Luci, ou a natureza inovadora de Edith ou o espírito aventureiro de Ophelia.
A estadia na herdade de Montrose daria a Chastity a liberdade de ser quem queria, mas numa escala relativamente pequena. Não estava preparada para causar um alvoroço diante de Londres inteira. No entanto, umas aventuras em Oxburgh Hall não fariam mal nenhum. Ela pode aperceber-se que gostou ou talvez ela iria detestar a mudança. De qualquer maneira, Chastity estava determinada a explorar quem ela poderia ser.
Ela e Pru não poderiam ficar para sempre juntas.
Vamos tirar esse vestido. A sujidade do quarto agarra-se a ele.
Prudence agarrou nas pregas do vestido azul e levantou-o pela cabeça de Chastity, prendendo-se um botão nos caracóis castanho claros e mandando uma dor aguda pelo seu couro cabeludo.
Ela aproximou-se e desembaraçou o seu cabelo enquanto um pedaço de papel esvoaçou até ao chão entre ela e Pru.
Ambas congelaram, olhando fixamente para a tira de pergaminho.
Tinham vasculhado o baú muitas vezes quando eram mais jovens e nunca tinham reparado em quaisquer papeis escondidos no meio das pregas dos vestidos.
O objeto parecia ser uma carta meticulosamente dobrada, tendo o papel amarelado com a idade. O que quer que estivesse escrito nele não se percebia pelo papel grosso.
O que pensa ser isto?
perguntou Prudence com um sussurro sem fôlego, olhando diretamente para Chastity.
Não faço a mínima ideia.
Mas Chastity iria descobrir. Ela baixou-se e agarrou o papel, com as mãos trémulas enquanto desfolhava a nota. Olhou a folha, com um choque que corria por ela enquanto lia os gatafunhos com uma letra decididamente feminina. Parece ser uma carta do tipo...
Prudence agarrou no papel, fechando um pouco os olhos enquanto lutava para ler naquela luz fraca. Depois de um curto momento, ela aproximou-se para o candelabro.
O que diz?
É a letra da mãe. Reconhecê-la-ia como igual à da secretária dos papéis.
O tom pouco à vontade de Prudence deveria ter preocupado Chastity, mas, em vez disso, ela aproximou-se ainda mais, na expetativa de ver a letra da mãe dela e de ler as palavras que ela tinha escrito. Isto é estranho.
Dê cá,
pediu Chastity. O par tinha apenas uma mão cheia de apontamentos escritos pela sua mãe – uma tira de uma modista, uma lista de compras e uma proposta para uma festa com jantar cujos pais tinham sido anfitriões antes do nascimento de Chastity.
Espere, irei lê-la para si.
Prudence tossiu e começou:
––––––––
Meu querido Cam
O meu coração bate sempre por si – e apenas por si. A minha alma vibra com a mais pura agonia quando não está por perto. O meu desejo maior é que os seus desejos sejam os mesmos que os meus. Apesar do meu tempo fora – terrível como foi – apenas pensei em si durante toda a nossa separação. Se o seu coração bate quando me vê, eu peço-lhe...encontre-me depois do segundo baile. No terraço do escritório do meu pai. Nós deveremos, finalmente, ser um só esta noite, apesar de ser tudo o que apenas iremos ter.
Com todo o meu amor e maior anseio.
Clara
Chastity admirou-se tanto que colocou as mãos nas bochechas inflamadas com vergonha com as palavras escritas da mãe. A nota era suposta ser privada e ela não conseguia esquecer o sentimento de que elas tinham tropeçado num segredo muito bem guardado durante muito tempo.
Amor. Desejo. Anseio.
Na carta estavam presentes todos os assuntos que tinham ocupado a mente de Chastity durante os últimos meses.
Quem é Cam?
perguntou Prudence, claramente irritada.
Chastity tinha sido levada de tal forma pelas lembranças da carta que não percebeu sequer que aquele Querido Cam não era dirigido ao pai delas, Horace Neville. Não faço ideia.
De repente, não foram nas palavras de amor e adoração que Chastity pensou, mas no mencionar de uma separação. Quando é que a mãe e o seu querido Cam tinham sido separados e porquê? Nunca tinha questionado o amor da mãe pelo seu pai, apesar dos vários encontros amorosos dele, que eram do conhecimento de todos os que viviam em Downshire Place. Ficar a saber que o coração do seu pai pudesse pertencer a outra não seria nenhuma surpresa para ela – ou Pru. Mas a mãe delas?
Olhou para a sua irmã mais velha, precisando de uma resposta. A única explicação que Chastity poderia compreender era a de que a sua mãe tinha amado outro homem. Que tinha sido forçada a ficar longe dele...e mesmo assim, tinham encontrado uma maneira de estarem juntos.