Lgbtfobia na Educação e a Atuação da Gestão Escolar
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Sobre este e-book
Sua grande potencialidade consiste na conexão de um profundo debate teórico a respeito da gestão escolar no Brasil, passando por suas principais escolas de pensamento, juntamente a experiências reais de atuação da gestão escolar frente às questões de diversidade sexual e identidade de gênero nas escolas.
Outro importante diferencial do livro é a discussão sobre o fortalecimento da formação de gestores/as escolares, bem como da participação da comunidade escolar na gestão das unidades escolares com vistas à superação do problema da LGBTfobia na escola. Suas reflexões oferecem alternativas para construção de uma educação livre de discriminações, com equidade e igualdade.
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Pré-visualização do livro
Lgbtfobia na Educação e a Atuação da Gestão Escolar - Émerson Silva Santos
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS:DIVERSIDADE DE GÊNERO, SEXUAL, ÉTNICO-RACIAL E INCLUSÃO SOCIAL
Dedico este livro:
À minha família, em nome da minha mãe, Maria Lucia,
da minha irmã, Débora, e do meu sobrinho, Vitor.
À toda população LGBT, que sofre preconceito, discriminação e violência motivada pela LGBTfobia na escola, em fases tão importantes na constituição de um sujeito, como a infância e a adolescência.
Aos membros do Coletivo LGBT Lutas e Cores, por sua coragem, ousadia e utopia em construir um mundo livre da LGBTfobia e de todas
as formas de discriminação.
AGRADECIMENTOS
Minha especial gratidão:
A todos/as os/as participantes e voluntários da pesquisa que resultou neste livro.
À professora Allene Lage.
Aos professores Benedito Medrado, Everaldo Fernandes e Marcelo Miranda.
Às pessoas especiais que me apoiaram no percurso da construção deste livro: Cleyton Feitosa, Elba Ravane, Emerson Granja, Henrique Avelino, Márcio Rubens, Otávio Silva, Paloma Almeida, Rafael José e Rafael Viera.
Ao Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea da Universidade Federal de Pernambuco (PPGEduc/UFPE).
À Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco.
À Secretaria de Educação de Pernambuco.
[...] temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades.
(Boaventura de Sousa Santos, 2003)
PREFÁCIO
Muitos estudos têm sido empreendidos sobre a LGBTfobia na escola e estes têm problematizado várias questões, o que tem contribuído para o enfrentamento, ou não, dessa violência dentro de um ambiente que deveria ser democrático por excelência. Entretanto, o que a maioria dos estudos vêm apontando é a grande recorrência desse tipo de violência e as marcas produzidas principalmente em adolescentes, que são expostos às diversas formas de LGBTfobia no ambiente escolar.
Nessa direção, grande parte das pesquisas realizadas colocam o foco principalmente na atuação do professor(a) e sua relação com os(as) estudantes, concluindo pelo despreparo dos docentes em lidar com as situações de LGBTfobia que ocorrem em sala de aula, devido à ausência desse conteúdo na formação pedagógica ou então porque implicados por suas concepções religiosas, agem de maneira inadequada na interpretação da violência decorrente da LGBTfobia, advinda tanto de professores(as), quanto de estudantes.
A novidade da pesquisa de Émerson Santos é ir além e abordar a gestão escolar na análise do enfrentamento da LGBTfobia, descentrando o problema da responsabilidades apenas do professor(a), ampliando o olhar também para os gestores, que são os sujeitos que definem as diretrizes e os valores da escola conforme o projeto pedagógico, de forma participativa ou não, e que vão incidir diretamente na maneira como a escola vai tratar as ocorrências desse fenômeno.
A pesquisa que resultou neste livro, realizada ao nível do mestrado, na qual fui a orientadora científica, decorreu da própria trajetória pessoal de Émerson Santos de convivência com a LGBTfobia e da construção do seu Eu, enquanto ser político, que vivencia intensamente as lutas protagonizadas dentro do movimento LGBT, tanto ao nível local quanto nacional, para romper com o preconceito e manifestas formas de violência social concreta, que põe em risco a vida das pessoas LGBTs e a sua dignidade social. Por isso, baseado em sua experiência de constrangimentos, como muitos adolescentes e jovens LGBTs, procurou compreender esse fenômeno nessa instituição tão importante na nossa sociedade, para assim contribuir com a transformação das gerações, no desenvolvimento de uma educação voltada para o respeito à cidadania das pessoas LGBTs e à construção de um imaginário humanizado sobre toda e qualquer pessoa no processo educativo do sistema público de ensino.
Na perspectiva de dar forma a essa reflexão e socializar com o público interessado, Émerson Santos organizou o livro de maneira bastante pedagógica. Desse modo o livro está bem estruturado, iniciando pelo percurso da realização da pesquisa, seguindo de um debate teórico bem fundamentado, que reúne a construção histórica dos principais conceitos – de administração escolar à gestão escolar, diversidade sexual e identidade de gênero na educação – e as compreensões mais atuais que permeiam o debate acadêmico do momento sobre esses temas.
Além da construção do debate, Émerson Santos foi de encontro a realidade de duas escolas da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco localizadas no município de Caruaru, e dialogou com gestores e professores sobre suas experiências de formação, do exercício profissional e das compreensões de mundo frente aos desafios de lidar e enfrentar a LGBTfobia na escola. Com os estudantes construiu um momento de diálogo importante, numa Roda de Conversa ampla, a qual resultou numa interação muito produtiva em que os estudantes colocaram suas vivências e dúvidas sobre o tema diversidade sexual e LGBTfobia na escola.
Nesse sentido, a realidade foi reveladora e exigiu dele, como pesquisador, um distanciamento epistemológico, mas não político, pois compreendendo os sofrimentos da LGBTfobia dos adolescentes e baseado em sua atuação de ativista, procurou uma metodologia de coleta e análise de dados que, por uma lado criasse empatia e confiança com os entrevistados e interlocutores, mas pelo outro o posicionasse como um pesquisador especialista que soube desvendar as entrelinhas das narrativas de professores, gestores e estudantes.
Durante todo o processo de escrita, trabalho de campo e análise, Émerson Santos percorreu com iniciativa e autonomia intelectual, produzindo a partir da sua experiência de ativismo no movimento LGBT. Um percurso formativo muito intenso e comprometido, não apenas com a agenda científica do seu curso de mestrado, mas também com a agenda política da luta do movimento LGBT, em Caruaru, ele também foi um dos protagonistas e articuladores da criação do Coletivo Lutas e Cores.
Nesse percurso epistemológico, o encontro analítico aprofundado entre teoria e realidade trouxe à luz novas compreensões, que são de grande importância nesse momento, em que há um aumento crescente da LGBTfobia em várias dimensões sociais, incentivadas por discursos religiosos fundamentalistas, nas redes sociais, sobre diversidade sexual, disseminadas de maneira criminosa, inclusive por ocupantes de cargos públicos de alta relevância sem nenhum fundamento teórico ou compromisso com a verdade. Entretanto esses discursos são amparados em interesses que visam a resguardar um conservadorismo como forma de combate aos avanços dos movimentos sociais e a popularização de luta política, especialmente LGBT e feminista, que têm denunciado e posto em causa as formas reguladas e institucionais da LGBTfobia, do machismo, da misoginia, do patriarcado e do racismo.
Assim, Émerson Santos nos brinda com uma obra científica que pode contribuir com a lutas de professores, gestores, estudantes, pesquisadores e ativistas interessados em compreender as possibilidades de superação da LGBTfobia na escola e a construção de uma sociedade sem preconceitos e violências com respeito à diversidade sexual.
Um livro imprescindível nestes tempos de desconstrução de direitos.
Manhãs de janeiro de 2019 em Caruaru.
Allene Lage
Doutora em Sociologia
APRESENTAÇÃO
Este livro é um dos resultados da minha pesquisa de mestrado no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea da Universidade Federal de Pernambuco, iniciada em março de 2016 e concluída em fevereiro de 2018. Discuto aqui qual o lugar das questões de diversidade sexual e identidade de gênero na atuação da gestão escolar, a partir dos enfrentamentos e silenciamentos de gestores/as escolares diante de violências motivadas pela LGBTfobia no interior das instituições públicas de ensino.
O conjunto de discussões aqui apresentadas é fruto de uma rigorosa pesquisa de campo realizada em duas escolas da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco que envolveu gestores/as, professores/as e estudantes com vistas a uma compreensão mais ampliada das violências LGBTfóbicas na escola e das alternativas de superação desse problema que aflige um número inestimável de crianças e adolescentes no Brasil.
Construído a partir de uma lacuna identificada em duas grandes áreas da educação (Estudos da Gestão Escolar e Estudos de Gênero e Sexualidade), o livro aponta a importância da atuação da gestão escolar na promoção do respeito à diversidade sexual e à identidade de gênero, bem como no combate às violências LGBTfóbicas na escola. Até a publicação desta obra, nenhum estudo da área de gênero e sexualidade na educação havia se proposto a debater o problema da LGBTfobia na educação básica considerando a atuação dos/as gestores/as escolares.
Por isso, uma das principais contribuições deste livro é a ampliação da compreensão a respeito do próprio papel da gestão escolar, questionando àqueles que defendem a concentração das suas atividades em dimensões meramente técnicas. Do mesmo modo, também questiona as críticas, até então construídas, que apontam para necessidade de uma gestão escolar democrática sem considerar a importância da equidade e igualdade na participação e no próprio processo educativo. A ausência da dimensão da equidade compromete qualquer possibilidade de democracia. Não haverá possibilidade de escola democrática sem o empenho da gestão e de toda a comunidade escolar no combate à LGBTfobia e a todas as formas de discriminação.
LISTA DE ABREVIATURAS e SIGLAS
Sumário
INTRODUÇÃO
Homofobia ou LGBTfobia?
Organização do livro
CAPÍTULO 1
O PERCURSO DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA
CAPÍTULO 2
DA ADMINISTRAÇÃO ATÉ A GESTÃO ESCOLAR: CONSTRUINDO UM CONCEITO
CAPÍTULO 3
CRÍTICA À ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR E A EMERGÊNCIA DA GESTÃO ESCOLAR: RECONSTRUINDO UM CONCEITO
3.1 Contribuições da Escola Crítica
da Administração Escolar
3.2 Gestão Escolar Democrática: Equidade, Participação e Respeito às Diferenças na Escola
CAPÍTULO 4
DIVERSIDADE SEXUAL E IDENTIDADE DE GÊNERO NA EDUCAÇÃO
4.1 Estudos de Gênero e de Sexualidade
4.2 Produzindo Desigualdades a partir das Diferenças
CAPÍTULO 5
ESCOLAS DA REDE ESTADUAL DE ENSINO DE PERNAMBUCO
5.1 Notas sobre o Campo de Pesquisa: Escola A
5.2 Notas sobre o Campo de Pesquisa: Escola B
5.3 Gestão Escolar na Rede Estadual de Ensino de Pernambuco
CAPÍTULO 6
GESTÃO ESCOLAR, DIVERSIDADE SEXUAL E IDENTIDADE DE GÊNERO NA COMPREENSÃO DE PROFESSORES/AS E GESTORES/AS ESCOLARES
CAPÍTULO 7
GESTÃO ESCOLAR, EQUIDADE E DEMOCRACIA: DESAFIOS PARA CONSTRUÇÃO DO RESPEITO À DIVERSIDADE NA ESCOLA
7.1 Formação de Gestores/as Escolares e Participação da Comunidade Escolar: alternativas para superação da LGBTfobia na Escola
7.2 Os Efeitos da Heteronormatividade e da Heterossexualidade Compulsória na Escola
7.3 Silenciamentos e Enfrentamentos da LGBTfobia na Escola
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
Temos assistido um significativo crescimento quantitativo e qualitativo das investigações acadêmicas que têm gênero e/ou sexualidade como suas categorias ou mesmo como seus objetos de estudo. Multiplicam-se eventos científicos como simpósios, seminários, encontros e congressos cuja finalidade exclusiva é a socialização deste tipo de pesquisa. Além disso, as reuniões acadêmicas mais tradicionais também tem se aberto para essa discussão, não sendo incomum encontrar nesses eventos alguns grupos de trabalho dispostos à acolher artigos que tratam de questões relacionadas à gênero e/ou sexualidade.
Se por um lado, esse cenário indica um processo de consolidação dos estudos de gênero e de sexualidade, por outro, nos mostra o quão forte ainda é o conjunto de violências, opressões e discriminações contra a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT¹), atraindo olhares dos/as² pesquisadores/as das ciências sociais.
A pesquisa que resultou neste livro se insere nesse contexto. Realizada no âmbito do curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea da Universidade Federal de Pernambuco (PPGEduc/UFPE), entre os anos de 2016 e 2018, buscou estudar questões relacionadas à diversidade sexual e à identidade de gênero nas escolas públicas a partir da atuação da gestão escolar, tendo em vista que os processos de violência, discriminação e preconceito contra estudantes LGBT é uma dura uma realidade cotidiana nas escolas brasileiras.
Inúmeras pesquisas realizadas pelo Movimento LGBT, por organizações internacionais e por pesquisadores/as dos programas de pós-graduação de universidades públicas e privadas mostram que essas violações tem um forte impacto sobre a saúde mental dos/as estudantes, acarretando em uma insuficiente aprendizagem, evasão escolar e até suicídios. Apesar disso, as iniciativas dos órgãos de gestão da educação (Ministério da Educação, Secretarias Estaduais e Secretarias Municipais) ainda são insuficientes para entender e enfrentar