"A Odisseia de Atena": Georreferenciamento da Educação Profissional e Tecnológica

De Ridelson Farias de Sousa e Jimmy de Almeida Léllis

Na Mitologia Grega, Atena é a deusa da sabedoria e das artes (da educação, do conhecimento); e na cultura romana, Atena era chamada de Minerva. Filha de Zeus e protetora da cidade que tem seu nome, Atena usa uma lança que significa "estratégia para vencer", imprimindo em suas odisseias caminhos estratégicos balizados pelo respeito à civilização, às artes, à justiça, em busca de habilidades, de inspiração, de força e do raciocínio das coisas no mundo. É por esses termos que este livro, "A Odisseia de Atena": georreferenciamento da educação profissional e tecnológica, assim se denomina, uma vez que, em alusão à Atena, relata as experiências de expansão da educação profissional e tecnológica como verdadeiras odisseias em prol do conhecimento, ou seja, "estratégias para vencer". É justamente isso que os leitores encontrarão nesta narrativa. Trata-se de uma experiência de gestão, que evidencia a metodologia utilizada para ampliar as ofertas da educação profissional e tecnológica. O livro constitui-se como memória viva que registra as articulações institucionais desenvolvidas, à guisa de exemplo, por meio da experiência do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba sobre seu próprio crescimento. Portanto, todos saímos ganhando com tamanha ousadia. Por isso, convidamos você, leitor, a entrar nos relatos que se constituíram em nossa própria história. Viva Atena!

• Idioma: Português
• Editora: Editora Appris
• Data de lançamento: 10 de jul. de 2019
• ISBN: 9788547321840

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Sumário

1

A INSTITUIÇÃO IFPB

1.1 HISTÓRIA DO IFPB

1.2 O IFPB: EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA NA PARAÍBA

1.3 MISSÃO DO IFPB

1.4 ÁREAS DE ATUAÇÃO DO IFPB

1.5 EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA NO IFPB

1.6 ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NO IFPB

1.6.1 Ensino

1.6.1.1 Objetivos do ensino

1.6.1.2 Cursos oferecidos

1.6.2 Pesquisa

1.6.2.1 Objetivos da pesquisa

1.6.2.2 Áreas de conhecimento

1.6.3 Extensão

1.6.3.1 Objetivos da Extensão

1.6.3.2 Áreas temáticas

1.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

2

METODOLOGIA PARA DEFINIÇÃO DE CURSOS NO IFPB NA EXPANSÃO III

2.1 ESTRATÉGIAS PARA A EXPANSÃO DA EDUCAÇÃO NO IFPB

2.2 OS CAMPI DO IFPB COMO DESENVOLVEDORES DAS REGIÕES DA PARAÍBA

2.3 METODOLOGIA

2.3.1 Descrição da Região Geoadministrativa

2.3.2 População

2.3.3 Empresas versus ocupação

2.3.4 Produção agropecuária

2.3.5 Índice de desenvolvimento Firjan

2.3.6 Hospitais e equipes de PSF

2.3.7 Produto Interno Bruto – PIB

2.3.8 Atividade produtiva

2.3.9 Educação

2.3.9.1 Gap da Educação

2.3.9.2 Candidatos em potencial

2.3.10 Mapeamento de cursos na região

2.3.11 Arranjos Produtivos Locais – APLs

2.3.12 Implementação dos cursos nos campi do IFPB

2.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

3

IMPLANTAÇÃO DE CURSOS NO CAMPUS CATOLÉ DO ROCHA

3.1 ESTUDO DE VIABILIDADE DE CURSOS PARA O CAMPUS CATOLÉ DO ROCHA

3.1.1 Dados históricos e geográficos do município de Catolé do Rocha – PB

3.1.2 8ª Região Geoadministrativa: Catolé do Rocha

3.1.3 Relação da população da 8ª Região Geoadministrativa versus contingente populacional do estado da Paraíba

3.1.4 Empresas versus ocupação

3.1.5 Agropecuária

3.1.6 Índice de desenvolvimento Firjan

3.1.7 Hospitais e equipes de PSF

3.1.8 Produto Interno Bruto – PIB

3.1.9 Atividade produtiva

3.1.10 Educação

3.1.10.1 Gap da Educação

3.1.10.2 Candidatos em potencial

3.1.11 Mapeamento de cursos na região

3.1.12 Arranjos Produtivos Locais – APLs

3.1.13 Implementação dos cursos para o campus Catolé do Rocha

3.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

4

IMPLANTAÇÃO DE CURSOS NO CAMPUS ESPERANÇA

4.1 ESTUDO DE VIABILIDADE DE CURSOS PARA O CAMPUS ESPERANÇA

4.1.1 Dados históricos e geográficos do município de Esperança – PB

4.1.2 3ª Região Geoadministrativa: Campina Grande

4.1.3 Relação da população da 3ª Região Geoadministrativa versus contingente populacional do estado da Paraíba

4.1.4 Empresas versus ocupação

4.1.5 Agropecuária

4.1.6 Índice de desenvolvimento Firjan

4.1.7 Hospitais e equipes de PSF

4.1.8 Produto Interno Bruto – PIB

4.1.9 Atividade produtiva

4.1.10 Educação

4.1.10.1 Gap da Educação

4.1.10.2 Candidatos em potencial

4.1.11 Mapeamento de cursos na região

4.1.12 Arranjos Produtivos Locais – APLs 1

4.1.13 Implementação dos cursos para o campus Esperança

4.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

5

IMPLANTAÇÃO DE CURSOS NO CAMPUS GUARABIRA

5.1 ESTUDO DE VIABILIDADE DE CURSOS PARA O CAMPUS GUARABIRA

5.1.1 Dados históricos e geográficos do município de Guarabira – PB

5.1.2 2ª Região Geoadministrativa: Guarabira

5.1.3 Relação da população da 2ª Região Geoadministrativa versus contingente populacional do estado da Paraíba

5.1.4 Empresas versus ocupação

5.1.5 Agropecuária

5.1.6 Índice de desenvolvimento Firjan

5.1.7 Hospitais e equipes de PSF

5.1.8 Produto Interno Bruto – PIB

5.1.9 Atividade produtiva

5.1.10 Educação

5.1.10.1 Gap da Educação

5.1.10.2 Candidatos em potencial

5.1.11 Mapeamento de cursos na região

5.1.12 Arranjos Produtivos Locais – APLs

5.1.13 Implementação dos cursos para o campus Guarabira

5.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

6

IMPLANTAÇÃO DE CURSOS NO CAMPUS ITABAIANA

6.1 ESTUDO DE VIABILIDADE DE CURSOS PARA O CAMPUS ITABAIANA

6.1.1 Dados históricos e geográficos do município de Itabaiana – PB

6.1.2 12ª Região Geoadministrativa: Itabaiana

6.1.3 Relação da população da 12ª Região Geoadministrativa versus contingente populacional do estado da Paraíba

6.1.4 Empresas versus ocupação

6.1.5 Agropecuária

6.1.6 Índice de desenvolvimento Firjan

6.1.7 Hospitais e equipes de PSF

6.1.8 Produto Interno Bruto – PIB

6.1.9 Atividade produtiva

6.1.10 Educação

6.1.10.1 Gap da Educação

6.1.10.2 Candidatos em potencial

6.1.11 Mapeamento de cursos na região

6.1.12 Arranjos Produtivos Locais – APLs

6.1.13 Implementação dos cursos para o campus Itabaiana

6.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

7

IMPLANTAÇÃO DE CURSOS NO CAMPUS ITAPORANGA

7.1 ESTUDO DE VIABILIDADE DE CURSOS PARA O CAMPUS ITAPORANGA

7.1.1 Dados históricos e geográficos do município de Itaporanga – PB

7.1.2 7ª Região Geoadministrativa – Itaporanga

7.1.3 Relação da população da 7ª Região Geoadministrativa versus contingente populacional do estado da Paraíba

7.1.4 Empresas versus ocupação

7.1.5 Agropecuária

7.1.6 Índice de desenvolvimento Firjan

7.1.7 Hospitais e equipes de PSF

7.1.8 Produto Interno Bruto – PIB

7.1.9 Atividade produtiva

7.1.10 Educação

7.1.10.1 Gap da Educação

7.1.10.2 Candidatos em potencial

7.1.11 Mapeamento de cursos na região

7.1.12 Arranjos Produtivos Locais – APLs

7.1.13 Implementação dos cursos para o campus Itaporanga

7.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

8

IMPLANTAÇÃO DE CURSOS NO CAMPUS SANTA RITA

8.1 ESTUDO DE VIABILIDADE DE CURSOS PARA O CAMPUS SANTA RITA

8.1.1 Dados históricos e geográficos do município de Santa Rita – PB

8.1.2 1ª Região Geoadministrativa: João Pessoa

8.1.3 Relação da população da 1ª Região Geoadministrativa versus contingente populacional do estado da Paraíba

8.1.4 Empresas versus ocupação

8.1.5 Agropecuária

8.1.6 Índice de desenvolvimento Firjan

8.1.7 Hospitais e equipes de PSF

8.1.8 Produto Interno Bruto – PIB

8.1.9 Atividade produtiva

8.1.10 Educação

8.1.10.1 Gap da Educação

8.1.10.2 Candidatos em potencial

8.1.11 Mapeamento de cursos na região

8.1.12 Arranjos Produtivos Locais – APLs

8.1.13 Implementação dos cursos para o campus Santa Rita

8.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

1

A INSTITUIÇÃO IFPB

1.1 HISTÓRIA DO IFPB

A história da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) no Brasil vem sendo construída há mais de um século. O pontapé inicial se deu em 1909, quando o presidente Nilo Peçanha instituiu as Escolas de Aprendizes e Artífices. Ao longo do tempo, foram várias as mudanças ocorridas na EPT. A última reconfiguração aconteceu em 2008, quando foram criados, pela Lei nº. 11.892, os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), e instituída a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT). A mudança intensificou a expansão da EPT em todo o território nacional, promovendo a formação e qualificação de cidadãos com vistas à atuação profissional nos diversos setores da economia, com ênfase no desenvolvimento socioeconômico local, regional e nacional, a partir da oferta formativa em benefício da consolidação e fortalecimento dos arranjos produtivos, sociais e culturais locais.

A RFEPCT é formada por 38 IFs, dois Cefets (Centro Federal de Educação Tecnológica), uma Universidade Tecnológica Federal (UTFPR), o Colégio Pedro II e algumas Escolas Técnicas vinculadas às Universidades Federais. Um desses IFs está localizado na Paraíba: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB).

O IFPB foi criado em 2008 a partir da integração de duas instituições: o Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba (Cefet-PB) e a Escola Agrotécnica Federal de Sousa (EAF Sousa).

Apesar de a nomenclatura ser nova, o IFPB é uma instituição de ensino centenária, pois teve início com a instalação da Escola de Aprendizes Artífices da Parahyba em 1909, durante o governo do Presidente Nilo Peçanha. A referida escola passou por mudanças ao longo do tempo: foi transformada em Liceu Industrial, em 1937; Escola Industrial Federal da Paraíba, em 1942; Escola Técnica Federal da Paraíba, em 1959; e Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba, em 1999. Paralelamente, em 1955, começou a funcionar a Escola de Economia Doméstica Rural, que, em 1979, teve sua denominação alterada para Escola Agrotécnica Federal de Sousa.

Com a promulgação da Lei nº 11.892 (BRASIL, 2008), o IFPB passou a funcionar por meio dos campi João Pessoa, Sousa, Cajazeiras e Campina Grande, este último implantado por meio da Expansão I, ocorrida em 2007, ainda sob o nome de Cefet. Na mesma época, foi iniciada a fase de Expansão II da Rede Federal, e com isso o IFPB ganhou novos campi (Cabedelo, Monteiro, Patos, Picuí e Princesa Isabel), o que contribuiu para o engrandecimento e fortalecimento do estado da Paraíba, com oferta de EPT de qualidade para sua população. Em 2011, em função da Expansão III, mais seis novos campi estão em implantação (Guarabira, Esperança, Santa Rita, Itabaiana, Itaporanga e Catolé do Rocha). Estimando um raio de 50 quilômetros (Figura 1.1), a partir da sede de cada campus, a Instituição, hoje, está mais próxima da população paraibana, inclusive nas regiões que antes eram desassistidas de ensino profissional e tecnológico, o que aumenta, efetivamente, a inclusão de paraibanos nas várias modalidades de ensino ofertadas e, consequentemente, a inserção no mercado de trabalho.

FIGURA 1.1 – CAMPI DO IFPB – ABRANGÊNCIA DE 50 QUILÔMETROS DE RAIO

FONTE: Os autores.

Somando os seis campi em fase de implantação aos nove existentes, o IFPB totaliza 15 campi, os quais garantem oferta de formação profissional e tecnológica em todas as Regiões Geoadministrativas do estado. Além destes, foram iniciados, em 2014, a implantação de mais seis campi avançados, a saber: Santa Luzia, Soledade, Areia, Pedras de Fogo, Cabedelo Centro e Mangabeira, os quais, somados aos primeiros, totalizam 21 unidades distribuídas em todo o território paraibano (Figura 1.2).

FIGURA 1.2 – CAMPI E CAMPI AVANÇADOS DO IFPB – ABRANGÊNCIA DE 50 QUILÔMETROS DE RAIO

FONTE: Os autores.

Totalmente sintonizado com o mundo do trabalho e com as necessidades organizacionais, o IFPB atende a demandas locais e regionais em termos de educação profissional e tecnológica.

1.2 O IFPB: EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA NA PARAÍBA

Segundo a Lei 11.892/08 (BRASIL, 2008), o IFPB é uma instituição de educação superior, básica e profissional, pluricurricular e multicampi, especializada na oferta de educação profissional e tecnológica, contemplando os aspectos humanísticos, nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com sua prática pedagógica.

Nessa perspectiva, a organização do ensino no IFPB oferece oportunidades em todos os níveis da aprendizagem, permitindo o processo de verticalização do ensino. Ampliando o cumprimento da sua responsabilidade social, também atua fortemente com Programas de Formação Inicial e Continuada (FIC), Programa Nacional de Integração da Educação Básica com a Educação Profissional na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja), propiciando o prosseguimento de estudos por meio do Ensino Técnico de Nível Médio, Ensino Tecnológico de Nível Superior, as Licenciaturas, os Bacharelados e os estudos de Pós-Graduação Lato Sensu e Stricto