AS RELAÇÕES LÓGICO-SEMÂNTICAS DE PROJEÇÃO EM TEXTOS ACADÊMICOS
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AS RELAÇÕES LÓGICO-SEMÂNTICAS DE PROJEÇÃO EM TEXTOS ACADÊMICOS - SAYHARA MOTA SAMPAIO
escrita.
PREFÁCIO
A história do desenvolvimento dos povos é conhecida porque a humanidade, na realização de suas atividades, deixa registrado de alguma forma a sua contribuição por meio da linguagem. A linguagem, por sua vez, se manifesta por vias diversas, por meio de gêneros discursivos, oportunizando que as novas gerações se apropriem das informações já produzidas e a partir delas propiciem novas descobertas. Assim, somos motivados a pensar e a criar alternativas para questões que fazem parte do nosso cotidiano. No caso específico do presente estudo, As relações lógico-semânticas de projeção em textos acadêmicos, a autora propõe uma reflexão sobre a produção de textos no meio acadêmico considerando a necessidade de promover uma revisão dos conceitos e estudos da língua já produzidos. Como se depreende a partir da leitura do título da obra, propõe-se um repensar sobre o texto acadêmico quanto a sua produção e recepção.
Via de regra, o estudo de texto centrou-se ao longo do tempo na formalidade das estruturas linguísticas em detrimento do uso efetivo da língua. A partir deste entendimento, Sayhara procede uma valiosa reflexão sobre o percurso dos estudos gramaticais para a produção de textos. Considera que os ensinamentos e orientações para produção de textos se baseiam em exemplos artificiais e descontextualizados, ou recortes de obras literárias. Ao pautar a discussão dos estudos da língua nesta perspectiva, o resultado, ou melhor, o texto deixa de cumprir a sua função primordial que consiste em viabilizar a interação e a comunicação entre os indivíduos. No entendimento de Gouveia (2009), é preciso que se olhe tanto para o sistema da língua e das suas funções, simultaneamente, uma vez que a forma que a gramática de uma língua assume relaciona-se às necessidades sociais e pessoais que a língua é chamada a servir. Visto por este viés, a autora propõe, com base nos estudos da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) que se repense a abordagem dos aspectos gramaticais até então adotados. Assim se delineia uma nova concepção de texto, capaz de traduzir de modo significativo as ideias expressas. De acordo com a teoria defendida por Halliday, a linguagem serve para expressar conteúdo das experiências humanas no mundo, seja ela real ou exterior ao sujeito; para estabelecer e manter relações sociais uns com os outros e para desempenhar papeis sociais. Noutras palavras, a linguagem serve para satisfazer as necessidades humanas.
O esforço empreendido tem como foco demonstrar que os recursos gramaticais devem estar a serviço da coerência do texto em que a estrutura linguística se constitui o suporte para o estabelecimento do significado realizado por recursos léxico-gramaticais. Quanto ao sistema lógico-semântico constata-se a existência de diferentes relações lógico-semânticas, podendo elas ocorrerem entre um elemento primário e um secundário de um nexo oracional, tanto por parataxe quanto por hipotaxe, havendo a possibilidade de agrupá-las em dois tipos fundamentais de relações: a expansão e a projeção. A primeira, a expansão, relaciona fenômenos tidos como pertencentes à mesma ordem experiencial, enquanto a segunda, a projeção, relaciona um fenômeno a outro de uma ordem superior da experiência, isto é, a um fenômeno semiótico: aquilo que as pessoas pensam e dizem. O usuário ao fazer escolhas estabelece o significado recorrendo aos sistemas de complexos oracionais construindo conexões lógicas entre eventos da experiência em análises de textos realizadas com base na Linguística Sistêmico-Funcional. Acrescenta-se que todos os significados se relacionam diretamente com o contexto social.
Para tecer o presente estudo, Sayhara se serve de um corpus composto por três corpora todos de ordem acadêmica formado por 170 artigos, 23 monografias, 12 dissertações e 9 teses a fim de melhor captar os processos verbais e mentais das relações lógico-semânticas de projeção. No levantamento dos dados foi utilizado o programa computacional WordSmith Tools (Scott, 2012). A análise dos dados permite afirmar que os escreventes reconhecem a necessidade de organizar o texto para um leitor possibilitando a troca de informações pelo enunciador.
A partir da compreensão de que a teoria Sistêmico-Funcional da linguagem abarca as diversas dimensões de análises discursivas como em descrições linguísticas o leitor é desafiado a inteirar-se das novas formas de entender a língua e usá-la de forma adequada com vistas a atender os fins pretendidos pelo falante/escrevente.
Raimundo Luiz do Nascimento
INTRODUÇÃO GERAL
O texto é considerado como uma unidade semântica que estabelece sentido(s), independentemente de sua extensão, em que as relações entre suas partes contribuem para esse processo. Dessa maneira, compreender essas relações, que são tanto lógicas quanto semânticas, possibilita reconhecer propriamente a construção de sentido pretendido na produção do texto. É o que consideram Halliday e Hasan (1976) quando indicam, em exemplo, que a coesão é uma dessas formas de articular significados entre as diferentes porções do texto, podendo a sinalização desse processo de articulação ser explícita ou não.
Destarte, Halliday (1994) afirma que o que contribui para que os textos consigam expressar ou não seus significados, realizando padrões semânticos para possibilitar a interação e comunicação entre os indivíduos, estaria basicamente na implicação entre discurso e gramática, posto que, no seu entendimento, qualquer análise de discurso deve refletir as relações gramaticais, sob pena de não passar de um comentário acidental. Por essa orientação, o texto é uma unidade semântica da gramática social
, e não apenas um amontado de palavras que formam frases e orações, já que os significados construídos somente podem ser decifrados por meio dos seus objetivos estruturais dessa mesma gramática em que fora codificado. Assim, ainda de acordo com Halliday, todos os significados são totalmente inéditos, criados especificamente para aquela específica comunicação.
Considerando esses elementos e procurando descrever, compreender e analisar a natureza das relações que se estabelecem no interior dos textos, os estudos desenvolvidos nessa área têm sido realizados desde a década de 70 do século passado, com investigações voltadas particularmente para as relações que articulam e organizam, desde o domínio da frase simples (composta por uma oração), até porções maiores, como os períodos ou complexos oracionais, no dizer de Halliday e Matthiessen (2004), no conjunto de conceitos que tais estudiosos chamam de introdução à gramática funcional, ou seja, a base da linguística sistêmico-funcional (LSF).
Os estudos da LSF reconhecem a noção de língua como complexa e eles promovem reflexões acerca dos usos concretos que fazemos dela nas relações sociais, o que caracteriza tanto seu aparato teórico quanto metodológico, já que as abordagens podem refletir a língua em suas diferentes dimensões e comportamentos.
A partir dessa proposta da LSF, as investigações têm demonstrado a necessidade de se proceder de forma mais sistemática e, portanto, mais sistêmica, no entendimento dessas relações de base semântica, reconhecendo, para além dos recursos da textura (interna e externa), aqueles que denotam significados que se realizam contextualmente, graças aos fatores envolvidos na produção e recepção dos textos.
Nesta obra interessa-nos, de modo mais pontual, analisar as relações internas, que também podem ser designadas como fatores da coesão, principalmente os nexos semânticos que mantêm o elo coesivo no interior dos complexos oracionais. De forma mais específica, o presente livro centra-se nas relações lógico-semânticas de projeção enquanto recurso que permite a coesão e desenvolvimento de sentidos de um texto, permitindo progredi-lo e projetar
estruturas discursivas anteriores introduzidas.
Embora os estudos sobre relações lógico-semânticas estejam contemplados em pesquisas variadas e por orientações teóricas diversas, como Prestes (2003), Neves (2006), Aluísio (2007), Melo (2013) etc., ainda há um número pequeno de estudos voltados para essa temática em língua portuguesa, com aplicação direta das categorias da LSF e, especificamente, com estudo de textos produzidos na academia, em suas diferentes modalidades, quais sejam, a graduação e a pós-graduação.
Logo, já que o texto acadêmico é um dos elementos vitais nos diversos estágios pelos quais passa um estudante, estes precisam estar aptos a produzirem textos que envolvam desde relações mais simples até aquelas que impliquem reconhecer cadeias complexas de sentidos, com vistas à consecução de seus objetivos quando do processo de produção. Por outras palavras, os estudantes necessitam ler, compreender e produzir textos que estejam além das relações sintáticas e que mantenha entre si relações lógico-semânticas que possibilitem auxiliar o processo de expandir o conhecimento, promovendo uma comunicação direta entre o enunciador e o receptor. Essas relações lógico-semânticas existentes num texto constituem-se por meio de dois níveis: entre as orações e um nível mais complexo, dispostos entre grupos de orações, o que Halliday e Matthiessen (2004) chamam de complexo oracional.
Assim, os textos acadêmicos, seja em nível de graduação seja de pós-graduação, refletem relações de sentidos que demandam, por parte de quem produz e de quem recebe, o reconhecimento de modelos
mais ou menos fixos de construção de significados, voltados especialmente para a representação do conhecimento produzido na academia. Isso posto, a importância de se estudar as relações lógico-semânticas, especificamente as de projeção, pode fornecer subsídios para o entendimento do que esse tipo de relação, seja por locução (processos materiais e verbais), seja por ideia (processos mentais), favorece o desenvolvimento do texto enquanto unidade básica de comunicação altamente articulado e, nesse caso, o reconhecimento por parte do estudante do nível de maturidade e proficiência na escrita acadêmica.
Diante do exposto, esta pesquisa pretende responder algumas indagações, a saber: quais relações lógico-semânticas de projeção são mais e menos recorrentes em textos de estudantes de graduação e de pós-graduação da área de Letras? Há usos mais concentrados nos textos de um ou outro nível de formação?
Para responder a essas indagações, estabelecemos por objetivo geral compreender as relações lógico-semânticas de projeção em textos acadêmicos de estudantes de graduação e pós-graduação da área de Letras, a partir do atendimento aos objetivos específicos:
• Descrever as relações lógico-semânticas de projeção mais e menos recorrentes em