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Irlandês Rebelde: Mystic Cove, #4
Irlandês Rebelde: Mystic Cove, #4
Irlandês Rebelde: Mystic Cove, #4
E-book248 páginas3 horas

Irlandês Rebelde: Mystic Cove, #4

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Sobre este e-book

O quarto livro da série Mystic Cove

A autora best-seller do New York Times e do USA Today, Tricia O'Malley, nos traz uma série ambientada no escarpado litoral irlandês.

Uma solitária de corpo e alma…

Morgan McKenzie se vira sozinha desde os dezesseis anos, quando fugiu de uma casa adotiva digna de pesadelos. Com medo de voltar a fincar raízes e acabar sendo magoada, Morgan prefere estar sempre se mudando. Até que ela se vê inexplicavelmente atraída para Grace’s Cove, uma cidadezinha do litoral irlandês. Antes que perceba, Morgan está com endereço fixo e fazendo amizades pela primeira vez na vida. Determinada a manter as defesas erguidas para proteger tanto o coração quanto o toque de mágica que carrega, Morgan luta contra sua crescente atração pelo queridinho da cidade, Patrick Kearney.

Patrick não consegue tirar os olhos de Morgan. Desde o momento que cruzou com ela na pista de dança no casamento de Keelin, ele ficou perdido. Atraído pela beleza e pela vulnerabilidade dela, a frustração de Patrick só aumenta enquanto seus avanços continuam sendo rejeitados. Quanto mais Morgan se rebela contra o que sente por Patrick, mais ela é arrastada em uma batalha contra os seus piores demônios.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento4 de dez. de 2019
ISBN9781071524398
Irlandês Rebelde: Mystic Cove, #4

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    Irlandês Rebelde - Tricia O'Malley

    Capítulo Um

    — P ara! — Morgan McKenzie acordou gritando. A garganta queimava enquanto ela agarrava o peito, tentando respirar. O ataque de pânico começou a abrir caminho e ela lutou para se localizar.

    — Oh não. — Morgan levantou a cabeça bruscamente e tentou se concentrar em outra coisa que não no ataque de pânico, e mais no problema com o qual tinha que lidar naquele momento.

    O problema era que todo o conteúdo do pequeno conjugado onde morava estava levitando ao seu redor.

    E isso incluía a sua cama.

    — Certo, respire, concentre-se — Morgan falou consigo mesma, tentando, desesperadamente, baixar todo os objetos que flutuavam ao seu redor. Não possuía muitas coisas e tinha muito cuidado com o pouco que tinha. Se Morgan quebrasse o abajur por causa de um pesadelo recorrente, isso lhe custaria ao menos uma semana de pagamento.

    Suspirou de alívio enquanto a mesa de cabeceira e o abajur voltavam para o chão, mas descer a cama sem causar um estrondo no apartamento de baixo era outra história. Contou até dez mentalmente para se forçar a se concentrar antes de, aos poucos, conseguir ir baixando a cama bem suavemente.

    — Oh, isso tem que parar — Morgan resmungou consigo mesma enquanto saía da cama e ia até a pequena cozinha.

    O apartamento era minúsculo e mal cabia em seu orçamento, mas Morgan não se importava. Não era muito mais que uma sala grande enfiada no terceiro andar de um pequeno prédio nos arredores da cidade. Porém, os pisos desgastados de madeira e as janelas salientes e curvadas tinham lhe agradado e o teto alto com as vigas expostas fazia o espaço parecer maior do que era.

    Com a ajuda da chefe, Aislinn, ela foi capaz de encaixar uma cama de casal e um sofá de dois lugares, assim como uma mesa e duas cadeiras, na sala. Fotos das paisagens raivosas de Aislinn cobriam as paredes de tijolos trazendo cor e movimento ao cômodo. Morgan se deliciara, secretamente, em comprar um delicado edredom verde da cor do mar para a cama e um conjunto de toalhas para o pequeno banheiro que ficava perto da cozinha.

    Não era muito, mas era o seu lar.

    Além da van, esse era o primeiro lugar que Morgan podia chamar de seu. Depois de anos de ser movida, sem qualquer cerimônia, de casa adotiva a casa adotiva, Morgan tinha uma aversão natural a criar raízes. Até que veio para Grace’s Cove e se viu capaz de fazer amizades pela primeira vez na vida.

    E encontrou pessoas que tinham os mesmos dons que ela.

    Não tinha sido fácil… crescer sem família, lutando para entender uma habilidade sobrenatural que, aparentemente, agia por vontade própria. Foi ficando tão ruim que, de tempos em tempos, as freiras tentavam exorcizar os demônios dela.

    Morgan estremeceu enquanto media o café para colocar na cafeteira francesa.

    Vamos falar sobre incutir inseguranças profundas? ela pensou. Morgan odiava os sonhos que a forçavam a reviver aquela época. As freiras a tinham convencido de que elas estavam agindo de acordo com a vontade de Deus. Só Baird, o marido de Aislinn, e psiquiatra da cidade, tinha mostrado a ela que ser atada a uma cama e rezar por horas era uma forma de abuso infantil.

    Baird. Morgan soltou um suspiro aliviado enquanto pensava no seu amigo e psiquiatra calmo e gentil. Ele tinha oferecido atendê-la de graça, a pedido da esposa, e sua empregadora, Aislinn. Os olhos dela se encheram de lágrimas só ao pensar sobre o quanto ambos a tinham ajudado em tão pouco tempo. Morgan tinha muita certeza de que morreria se algum dia os decepcionasse.

    E não foi apenas Baird e Aislinn que a ajudaram, Morgan pensou enquanto esperava, com impaciência, o café ficar pronto. Flynn tinha lhe dado uma chance ao contratá-la para trabalhar no barco de pesca com ele. A esposa dele, Keelin, estava se tornando uma curandeira e ela vinha insistindo para que Morgan passasse mais tempo com a avó dela, a maior curandeira de toda a Irlanda, Fiona. A cabeça de Morgan coçou quando ela pensou sobre se encontrar com Fiona. Passou tanto tempo tentando esconder suas habilidades que ir até Fiona era como arrancar o esparadrapo de uma ferida. Ela ainda não estava pronta para dar aquele passo.

    E havia Cait e Shane. Cait era uma dona de pub bem mandona, e que agora estava muito grávida, que estava sempre se intrometendo na vida de Morgan e que lhe dava ordens como se a conhecesse desde sempre. Embora Morgan levantasse uma resistência simbólica de vez em quando, ela não podia deixar de amar, em segredo, o fato de que alguém se importava com ela o suficiente para lhe tratar assim. O marido de Cait, Shane, tinha conseguido este apartamento pra ela e Morgan tinha quase certeza de que ele lhe dera um belo desconto. Uma dívida que ela pretendia pagar cuidando do bebê deles, de graça, assim que ele nascesse.

    A mente de Morgan vagou para a galeria de Aislinn, a Wild Soul. Ela tinha se arriscado naquele dia quando usou os poderes para impedir que uma pintura caísse da parede. Era uma peça tão linda que Morgan tinha reagido por instinto. Aislinn a vira usando o poder para salvar a pintura, e em vez de fazê-la dar o fora da cidade, ela contratou Morgan e tinha se tornado sua mentora.

    Morgan não sabia a quem agradecer pela fortuita virada nos acontecimentos da sua vida, mas algo a tinha empurrado para Grace’s Cove. Encontrar uma cidadezinha onde várias pessoas tinham dons similares aos seus foi a melhor coisa que já lhe aconteceu.

    O cheiro do café provocou o nariz de Morgan e ela dispersou esses pensamentos. Morgan suspirou aliviada quando pegou a sua única xícara, um experimento rejeitado de cerâmica que Aislinn tinha considerado feio demais para vender. Morgan amava a sobreposição de marfim e turquesa da caneca e tinha insistido para lavá-la consigo para casa. Beber dali todas as manhãs era um lembrete do quão longe ela tinha chegado.

    E do quanto ela tinha perdido.

    Morgan passou os olhos pela sala, certificando-se de que nada tinha sido quebrado durante o pesadelo. Ela ainda precisa descobrir como controlar os poderes enquanto dormia, e principalmente durante os pesadelos. Essa era uma das principais razões por ela não sair com ninguém e por nunca ter dormido na casa de algum cara.

    Ela só podia imaginar a cara dele se ele acordasse e desse de cara com uma mesa pairando sobre eles. Ele fugiria gritando.

    Morgan sacudiu a cabeça e tomou um gole de café.

    — Deixa isso para lá — ordenou a si mesma. Os pesadelos sempre a deixavam melancólica e a levavam de volta ao tempo em que tinha sido atada à cama enquanto o padre George gritava para ela em latim. Ela deveria falar sobre isso com Baird uma hora dessas.

    Olhando para o relógio, Morgan percebeu que esteve perdida tempo demais nos próprios pensamentos. Ela foi para o banheiro e olhou no espelho minúsculo, fazendo careta para o reflexo. Olheiras borravam os seus olhos, olhos que não podiam se decidir se eram verdes ou azuis, e a pele estava pálida demais. Apertou as bochechas para que elas ficassem mais coradas e puxou o longo cabelo escuro para trás e o trançou antes de fazer um coque. Despindo-se, entrou no chuveiro e tomou uma ducha rápida, ergueu a mão para pegar a caneca que tinha deixado no balcão e tomou uns goles de café. Desejou poder ficar mais tempo debaixo da água quente, massageando os nós do pescoço depois da noite mal dormida. Em vez disso, ela se secou depressa, escovou os dentes e mal se olhou no espelho antes de pegar a caneca e sair correndo.

    Morgan raramente passava maquiagem. E por que passaria? Trabalhava em um barco de pesca e não tinha encontros, não via nenhuma necessidade. Morgan se vestiu rapidamente, colocou uma camiseta simples e um macacão de pesca a prova d’água e calçou os sapatos com sola de borracha. Dando uma última olhada para o relógio, pegou uma maçã e um sanduíche de manteiga de amendoim na geladeira e saiu do pequeno apartamento.

    Ela tentou descer devagar os desgastados degraus de madeira que levavam ao saguão do prédio. Eram 4:30 da manhã e suspeitava que os vizinhos não aceitariam bem serem acordados a essa hora.

    O ar frio da manhã a recebeu enquanto caminhava pelas ruas da cidadezinha de Grace’s Cove. A cidade tinha sido batizada com este nome por causa da deslumbrante enseada que ficava entre os penhascos, e um pouco mais afastada da cidade. Era fato aceito pela cidade que Grace O’Malley, a infame rainha pirata irlandesa, tinha escolhido a enseada como o lugar do seu descanso eterno. E, ao fazer isso, ela tinha protegido a enseada com uma magia poderosa.

    A maior parte dos moradores de Grace’s Cove não falava sobre a mágica que podia ser encontrada dentro da enseada; em vez disso, eles se mantinham bem longe das águas encantadas, sabendo que só encontrariam ferimentos lá. Centenas de pessoas de toda Irlanda invadiam a cidade pensando que seriam elas que finalmente se aventurariam na enseada e encontrariam o famoso tesouro que Grace enterrara lá. O governo tinha, finalmente, posto sinais de aviso sobre a forte correnteza e proibiram as pessoas de entrarem na enseada por medida de segurança.

    Muitas vidas tinham sido perdidas ali.

    E, ainda assim, a enseada parecia aceitar os seus, Morgan pensou enquanto se apressava pelas ruas tranquilas. Só a padaria mostrava um pouco de luz e movimento. As casas e lojas se aglomeravam ao longo das ruas atravancadas que levavam ao píer. Era comum encontrar verdadeiros achados entre as lojas, como o lugar que funcionava como loja de ferragens durante o dia e como um pequeno pub, à noite. As pessoas de Grace’s Cove eram muito inventivas.

    E nada tímidos para ganhar dinheiro quando tinham oportunidade. Vinham tantas pessoas a Grace’s Cove tanto para ter um vislumbre da enseada encantada quanto para aproveitar a cidadezinha pitoresca que ostentava vistas deslumbrantes do mar. Pubs, restaurantes e pousadas estilo cama e café tinham um excelente movimento no verão.

    Os meses das vacas magras eram os do inverno. Morgan cheirou o ar, feliz por sentir que o aroma frio do inverno tinha dado lugar ao bálsamo da primavera. Trabalhar no barco durante o inverno tinha sido medonho, mas Morgan estivera determinada a passar por aquilo, o que, por sua vez, conquistou o respeito relutante dos outros membros da tripulação de Flynn.

    Chegando às docas, Morgan foi até o píer de Flynn, onde um barquinho de pesca estava amarrado.

    Então hoje era dia de enseada, Morgan pensou e sorriu feliz.

    Ela era a única pessoa que Flynn podia levar para a enseada com ele. Era o lugar onde ele achava os melhores peixes e lagostas para abastecer seus restaurantes que estavam espalhados por toda Irlanda. O pescado dali tinha um excelente valor.

    Era uma honra ser incluída nessas viagens, Morgan pensou enquanto erguia a mão para Flynn à medida que se aproximava do barco.

    — Dia de enseada?

    Aye — Flynn respondeu.

    Capítulo Dois

    Flynn estava de pé na proa enrolando redes e jogando-as em lugares onde elas não enroscariam umas nas outras. Não pela primeira vez, Morgan admirou a beleza morena dele, parabenizando Keelin mentalmente pela excelente escolha. Não só Flynn era ridiculamente bonito, mas também era um bom homem e um ótimo patrão. Morgan o via como um irmão mais velho.

    E ela supunha que ele fosse, do seu próprio jeito. A lenda dizia que todas as mulheres provenientes da linhagem de Grace O’Malley tinham algo especial. O que faria com que ela e Keelin fossem aparentadas de uma forma muita estranha. E isso fazia de Flynn algum tipo de irmão. Morgan ficou aliviada por resolver isso em sua cabeça depois que conheceu Keelin. Tinha começado a temer que estava com uma quedinha por Flynn. Assim que o colocou na área de família na sua cabeça, aquilo tinha desaparecido completamente.

    O barco que Flynn usava para pescar na enseada era baixo e elegante, as laterais de fibra de vidro eram pintadas de um vermelho alegre. Por dentro, ele tinha todas as comodidades modernas que um barco poderia ter, incluindo um pequeno banheiro no deque inferior pelo qual Morgan seria eternamente grata. Não era a primeira vez que ela ser mulher em meio a uma tripulação masculina tinha causada alguma estranheza.

    Morgan saltou com facilidade do atracadouro para o convés do barco e se moveu para colocar a bolsa de comida e as chaves do apartamento em um lugar debaixo do timão.

    — Já preparou as iscas?

    — Ainda não — Flynn disse e Morgan meneou a cabeça e foi até a traseira do barco onde os recipientes de lagosta estavam. Apesar de muito do que eles pegavam era pelas redes, as lagostas da enseada eram muito valiosas. Sem exceções, eles sempre encontravam as maiores e mais robustas lagostas ali. Seria a primeira pesca de lagosta da temporada. Por estarem perto do final da primavera, Morgan suspeitava que as cestas que tinham posto no dia anterior já estivessem cheias.

    Um balde de arenques estava perto das cestas e Morgan não hesitou nem por um segundo ao enfiar as mãos no líquido pegajoso de peixes mortos. Ela cantarolava enquanto trabalhava, mal percebeu quando Flynn ligou o barco e saiu lentamente das docas. Montou as iscas nas cestas, certificando-se de que cada peça estivesse presa no saquinho antes de passar para a próxima. Quando terminou, ela se inclinou sobre o costado e mergulhou as mãos na água gelada para lavar os pedaços de peixe dos dedos.

    — O café está ali — Flynn disse, apontando com a cabeça para uma garrafa térmica que ele tinha posto perto do banco do passageiro.

    — Obrigada — Morgan disse, movendo-se para a frente do barco para ficar perto dele.

    Essa era a parte que mais gostava do dia. Enquanto o sol nascia no horizonte de águas calmas do cais, raios de luz se espalhavam sobre a água, iluminando lentamente os prédios coloridos da cidade. Uma a uma, as luzes começaram a pipocar sobre a cidade que acordava enquanto o barco ia em direção às águas mais profundas.

    Por este ser o menor barco de Flynn, ele se mantinha mais perto da costa do que ele faria se estivesse em um dos veleiros de pesca maiores. Morgan se viu esquadrinhando os enormes penhascos que se erguiam das águas nos arredores da cidade, dominando a costa com sua presença impressionante, e atraindo centenas de turistas todo o verão. Eles dominavam o espaço de forma majestosa, mas Morgan sempre sentiu um puxão de tristeza quando olhava para eles. Havia algo cru e visceral naqueles penhascos, que se projetavam das águas profundas do oceano, que a fazia colocar sua humanidade em perspectiva, pensou.

    — Como está na casa nova? — Flynn perguntou.

    — Bem, obrigada. Estou tão grata por Shane ter conseguido o lugar para mim — Morgan disse. Flynn sabia que ela tinha morado na van e ainda assim nunca lhe interrogara. Outra razão pela qual ela amava trabalhar para ele. O homem sabia quando não fazer perguntas.

    — Você tem tudo o que precisa?

    Aye, tenho. Eu tenho uma cama e Aislinn me ajudou a decorar. O lugar é realmente perfeito para mim — Morgan disse.

    — Bom, todos precisamos de um lugar nosso — Flynn disse e deixou por isso mesmo.

    Morgan o agradeceu em silêncio. Ela não tinha percebido aquilo até que chegou ao apartamento. Um buraco dentro dela tinha sido preenchido no dia que ela assinou o contrato de aluguel e, pela primeira vez em anos, olhou para o futuro com esperança.

    — Está quase na hora da oferenda — Flynn disse baixinho enquanto eles se aproximavam dos dois penhascos gigantescos cumeados por pontas rochosas. Eles pareciam guardas de pedras que protegiam a entrada da enseada. Morgan não precisava perguntar o que ele queria dizer. Era sabido por todos que eram permitidos a entrar na enseada que uma oferenda tinha que ser feita para poder garantir a segurança deles. Morgan não questionou.

    Ela foi até a proa e encontrou a sacolinha de malha. Remexeu até ver o brilho de metal e alguns cristais. Flynn desligou o motor e eles foram rodeados pelo silêncio enquanto flutuavam pelas águas tranquilas da enseada. Sentiu um aperto no peito, só por um momento, como sempre acontecia quando eles entravam ali. Admitissem ou não, havia uma magia poderosa ali. Morgan podia sentir o peso dela sobre a sua pele. Era como se estivesse atravessando uma cortina de fumaça. O vapor flutuava para o céu, saindo das águas paradas da enseada e os penhascos abraçavam a água em um semicírculo quase perfeito. Uma praia de areia se esticava na base deles, dando a aparência de aquele ser um lugar perfeito para um piquenique, mas a praia estava vazia e as ondas batiam preguiçosamente na areia dourada.

    Morgan ergueu a sacola e falou alto, as palavras dela ecoavam pelo paredão dos penhascos.

    — Oferecemos a você estes presentes como sinal do nosso respeito por suas águas. Prometemos não causar mal à enseada, nem estamos aqui com

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