Educação inclusiva no Brasil: Deficiência intelectual e empregabilidade
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Educação inclusiva no Brasil - Ivan Vale de Sousa
Brasil.
1. As facetas da avaliação na deficiência intelectual
Ivan Vale de Sousa
Introdução
As Políticas Nacionais de Educação Especial enxergam a escola como espaço de inclusão e ambiente propiciador das práticas sociais, pedagógicas e de escolarização das pessoas com necessidades educacionais especiais, refletindo e possibilitando como as concepções de educação inclusiva inserem-se nas propostas de atendimento pedagógico ao aluno com deficiência intelectual incluído na pedagogia escolar.
As reflexões reveladas neste capítulo transitam entre as questões fundamentais de educação inclusiva com as práticas metodológicas de atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais, perpassando pelas discussões propiciadoras das questões referentes ao Atendimento Educacional Especializado na escolarização do aluno com deficiência intelectual, como protagonista de sua própria história.
Ao discutir a relevância da atuação do aluno com deficiência intelectual no contexto escolar, reflete-se também como associar ao processo de ensino e aprendizagem o lugar epistêmico da avaliação no equacionamento dos avanços adquiridos pelo sujeito no contexto de aprendizagem. É nesse sentido que a avaliação à luz do contexto inclusivo e metodológico precisa estar inserida em uma proposta de aproximação entre o saber necessário com as carências cognitivas e sociais do aluno.
Com a missão de aproximar teoria e prática do contexto escolar à luz das Políticas Nacionais de Educação Inclusiva, as questões regentes das discussões inseridas neste capítulo partem do seguinte: como a avaliação regula a aprendizagem do aluno com deficiência intelectual a partir da realização de um trabalho colaborativo com metodologias acessíveis capazes de inferir protagonismo à trajetória inclusa?
Toda proposta de inclusão carece de levar em consideração a trajetória de seus agentes, isto é, valorizar o que o sujeito é capaz de realizar e partir desse propósito para as situações mais complexas no ensino, inferindo, sempre que necessário a significância nas intervenções de ensino e aprendizagem.
A inclusão é a necessidade que a sociedade tem de compreender e equacionar os direitos e deveres aos sujeitos no pleno exercício da cidadania, rediscutindo, desse modo, as formas como o outro constrói conhecimentos, interage e reafirma sua autonomia.
Educação inclusiva: ensino e aprendizagem em colaboração
Compreender as discussões sobre o trabalho colaborativo nas práticas de educação inclusiva é questão necessária que justifica a transição reflexiva para a concretização do processo de inclusão, respeito e de garantia de direitos equacionadas com os deveres pertencentes ao aluno com necessidades educacionais especiais como cidadão pertencente às ações de cidadania.
Os conceitos que são tomados como propostas norteadoras das aprendizagens na perspectiva da inclusão partem das considerações apresentadas por pesquisadores e estudiosos que dialogam na concepção de ensino e aprendizagem inclusivos, como marcas de colaboração nas intervenções metodológicas, além de enxergar na escola um espaço de atuação conjunta e humanitária na construção de conhecimentos.
É com a objeção de transformar o espaço escolar como ambiente comum a todos e, mais ainda, contexto de inclusão que a consideração projetada ao propósito de ensino reafirma que a escola comum se torna inclusiva quando reconhece as diferenças dos alunos diante do processo educativo e busca a participação e o progresso de todos, adotando novas práticas pedagógicas
(Ropoli et al., 2010, p. 9).
As mudanças que carecem de ser realizadas na escola regular à luz de instituição inclusiva readmitem a necessidade de mudanças, bem como da elaboração estratégica de alternativas capazes de assegurarem os mesmos direitos de aprender, considerando as aptidões e limitações apresentadas pelos sujeitos e, neste caso, do aluno com deficiência intelectual.
Com a politização da educação inclusiva, a semântica contida nos termos deficiência mental transmutou-se para o plano semântico deficiência intelectual, considerando-se a diversidade e o grau da incidência no sujeito. Além disso, necessário ainda é esclarecer que todos apresentamos especificidades nas formas de interagir com o conhecimento e no que se refere ao progresso do aluno com necessidades intelectuais especiais, o processo pode ser muito mais lento ainda.
As ideias-chave das propostas inclusivas são acessibilidade e oportunidade, pois as discussões propiciadas pela Política Nacional de Educação Especial à luz da inclusão têm sido cada vez mais necessárias no contexto da escola regular, com a finalidade de repensar continuamente as ações metodológicas em prol do atendimento específico ao processo de ensinar e aprender na escola inclusiva.
A proposta que rege as ações de inclusão é a que considera as diferentes aptidões tanto no acesso quanto na garantia do direito de aprender. Inclusão não é somente estar na escola, mas, saber como a instituição escolar tem politizado o que é direito do aluno e, nesse sentido, os preceitos da educação inclusiva em seu contexto amplo consideram que todos têm os mesmos direitos de aprender tendo as adaptações necessárias garantidas.
As políticas de educação inclusiva foram elaboradas, implementadas e sancionadas com a missão de garantir os direitos que as pessoas com necessidades educacionais especiais têm de acessarem e construírem conhecimentos conforme suas peculiaridades, na adequação curricular e na possibilidade de espaços acessíveis a todas as etapas de aprendizagem.
Não é objeção da educação inclusiva a substituição dos modelos educacionais existentes, mas, possibilitar a necessidade de repensar como as práticas de ensino e aprendizagem têm sido ofertadas no contexto da escola regular, porque as ações inclusivas sinalizam readequações políticas e ideológicas de acessibilidade na pedagogia escolar e na sociedade.
Não é questão de privilégio, é questão de direito que a educação inclusiva veio propor na realização de uma sociedade pensada no bem comum de todos e para todos. Sendo assim, a inclusão propõe que o ato de educar seja direito humanitário ao reafirmar que a
educação inclusiva concebe a escola como um espaço de todos, no qual os alunos constroem o conhecimento segundo suas capacidades, expressam suas ideias livremente, participam das tarefas de ensino e se desenvolvem como cidadãos, nas suas diferenças. (Ropoli et al., 2010, p.