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Orgulho e Honra
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E-book291 páginas4 horas

Orgulho e Honra

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Sobre este e-book

Europa, no ano do Senhor 772

O romance extraordinário, Orgulho e Honra, é uma versão completamente revisada e reescrita do sucesso inicial surpresa do romance Honra e Glória, de Nathaniel Burns. O autor levou muitas dicas, críticas e conselhos de seus leitores a sério para tornar sua fascinante história sobre Carlos Magno e o rei saxão Widukind uma leitura ainda melhor. Faça esta jornada de suspense, cativante e emocionante de volta à Idade das Trevas da Europa para conhecer a figura central de Carlos Magno e um de seus maiores adversários.

Como uma tempestade sangrenta, os exércitos de Carlos Magno assolam a Europa medieval, deixando devastação e miséria. Eles subjugaram o reino dos Lombardos, derrotaram o ducado da Baviera; eles ameaçam os mouros no oeste e, no sul, o papa em Roma.

Carlos Magno ainda tem planos ainda mais ambiciosos: ele cobiça os territórios saxões no norte. Os saxões apresentaram uma resistência inesperadamente feroz. Quando as tropas de Carlos Magno destroem o santuário de Irminsul, o santo saxão dos santos, segue-se uma luta até a morte. Liderados pelo lendário duque Widukind, por décadas os saxões lutam ferozmente por suas crenças e independência. E eles terão sua vingança ...

Orgulho e Honra transportarão o leitor até o coração desta parte encoberta pela lenda do início da Idade Média. Com sua história, Nathaniel Burns teceu uma rica e sombria tapeçaria de um dos períodos centrais da história da Europa medieval. Suas descrições historicamente precisas, ricas em detalhes autênticos, dão vida a esse mundo remoto e cheio de conflitos diante de seus olhos.

Vá em frente, acenda o fogo na lareira, aproxime sua poltrona e mergulhe neste maravilhoso romance histórico cheio de intrigas reais, guerreiros e batalhas de uma Europa passada ...

IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de abr. de 2020
ISBN9781071539330
Orgulho e Honra

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    Orgulho e Honra - Nathaniel Burns

    Descrição do Livro:

    Como uma tempestade sangrenta, os exércitos de Carlos Magno assolaram a Europa medieval, deixando devastação e miséria em seu rastro. Subjugaram o reino dos Lombardos, derrotaram o ducado da Baviera; eles ameaçam os Mouros no oeste e, no sul, o Papa em Roma.

    No entanto, Carlos Magno tem planos ainda mais ambiciosos: ele cobiça os territórios Saxões no norte. Os Saxões ergueram uma resistência inesperadamente feroz. Quando as tropas de Carlos Magno destruiram o Santuário Irminsul, o Santíssimo Lugar dos saxões, segue-se uma luta até a morte. Liderados pelo lendário Duque Widukind, há décadas os saxões lutam ferozmente por suas crenças e independência. E eles terão sua vingança ...

    Orgulho e Honra transportará o leitor diretamente para o coração desta pequena lenda do início da Idade Média. Com sua história, Nathaniel Burns criou uma rica e escura tapeçaria de um dos períodos centrais da História Medieval da Europa. Suas descrições historicamente precisas, ricas em detalhes autênticos, dão vida a este remoto mundo repleto de conflitos bem diante de seus olhos.

    Vá em frente, acenda o fogo na lareira, aproxime sua poltrona e mergulhe neste maravilhoso romance histórico repleto de intrigas reais, guerreiros e batalhas de uma Europa passada ...

    Autor Bio:

    Nathaniel cresceu na Alemanha e se formou na Universidade de Oldenburg, onde nunca foi acusado de estudar demais, e passou a morar na Irlanda e, mais recentemente, em Minneapolis, MN.

    Na sonolenta cidade irlandesa de Cork, armado com suas armas secretas: ar fresco do oceano Atlântico e Whiskey em seu café matinal, ele completou seu primeiro livro, The Mummifier's Daughter.

    Orgulho e Honra

    A BATALHA PELA SAXÓNIA

    por Nathaniel Burns

    ––––––––

    Marketing Heiken

    Copyright © 2013 by Nathaniel Burns

    Capítulo 1

    No ano de 772

    STURMIUS SEGUIU O SERVO através da estreita passagem de pedra. As tapeçarias penduradas na parede ja estavam desvanecidas, suas cores escuras, estavam desgastadas. Elas eram velhas, possivelmente tão velhas quanto o próprio Castelo Worms, todas retratando cenas de Frankia.

    Havia uma cena persistente , tão persistente quanto o aroma de mofo no ar, sua presença era um lembrete das chuvas recentes, mas mantinha uma subtonalidade enterrada, e mesmo no verão antecipado ele podia sentir seu esboço percorrendo a passagem.

    Suas pesadas botas soaram contra o chão gasto de pedra e finalmente pararam do lado de fora de duas pesadas portas de carvalho. Notícias chegaram a ele durante o inverno sobre os problems de saúde da Rainha Bertrada e os curandeiros que estavam cuidando dela, no entanto ele ainda não estava consciente de que sua doença a havia confinado em seus aposentos.

    Suas memórias dela eram de uma mulher venerável, capaz de manter a si mesma em uma corte de homens. Ela tinha uma força dentro dela, não temia ninguem, nem mesmo a ira do marido. Rei Pippin havia sido afortunado em seu noivado, pois ela produziu belos filhos e era uma mestra das politicas, em contraste de Pippin, que impiedosamente desencadeava seus exércitos sem se preocupar com as vidas ou custo para aqueles relutantes a se conformar com os metodos de Frankia.

    Após a morte de Pippin, Bertrada astutamente tomou o estado de Frankia em sua mãos, impondo sua vontade sobre os dois filhos, Carlos e Carlomano, e trouxe o Duque Tassilo da Baviera, Desidérius, Rei dos Lombardos e o Santo Padre de Roma sob seu feitiço político.

    O servo parou e indicou para que ele esperasse, antes de abrir as portas, e anunciar, O Abade de Fulda, minha Rainha.

    Sturmius por um momento se encolheu quando o ar viciado da câmara correu para cumprimentá-lo. Não era de admirar que a rainha permanecesse doente: pois nenhum humano podia viver em tais condições. Entrou na sala mal iluminada e permitiu que seu olhar se movesse pelo interior escurecido, olhou desdenhosamente para as cortinas: era um lindo dia lá fora, com a primavera tendo acabado de dar lugar ao verão, mas a sala mantinha a atmosfera da morte.

    Seu olhar se moveu para a velha rainha, onde ela permaneceu sentada em uma cadeira acolchoada. Ele se adiantou e se ajoelhou diante dela, falando, Minha rainha, vim como requisitou.

    A rainha se mexeu levemente em sua cadeira, respondendo: Fiel Sturmius, agradeço-lhe por ter vindo, perdoe-me por não levantar.

    Não há nada em que você precise de meu perdão, minha rainha, Sturmius humildemente respondeu, levantando-se. Ele leu seu rosto familiar. Durante anos, ele estivera a par de seus pensamentos, tendo apoiado suas causas, mesmo quando outros a abandonaram.

    Seus olhos, ajustando-se à luz fraca, permitiram-lhe a capacidade de distinguir mais. Seus olhos estavam afundados: um resultado, sem dúvida, de sua doença prolongada. Seu rosto ainda mantinha traços de sua antiga beleza, mas linhas de idade e tristeza marcavam suas características expressivas. Mesmo assim, os olhos dela ainda ardiam com determinação; a Rainha que ele sempre conhecera não estava perdida para a Frankia.

    Então o abade emerge de suas florestas escuras, como um urso depois de seu sono de inverno, uma voz familiar falou ao lado, e vem servir como um farol para seu rei.

    Sturmius se virou na direção da voz e viu o conselheiro da rainha sentado na alcova. Ah, sim, Itherius, sempre pronto com uma zombaria, ele respondeu em saudação.

    Sua missão sagrada entre aqueles pagãos teimosos deve rouba-lo de suas preocupações mundanas, continuou Itherius, enquanto Sturmius media o velho. Ele também envelhecera consideravelmente durante o inverno, com o rosto desenhado. Havia rumores, depois da morte do rei, de que a rainha o levara para a cama. De qualquer jeito, havia permanecido apenas um boato. No entanto, olhando para eles, ele não podia  deixar de se perguntar, se não poderia  haver um pedaço de verdade por trás disso.

    Eu deveria me considerar mais sintonizado com os assuntos mundanos fora dos muros deste castelo do que você, velho amigo, pois ainda me movo dentro do reino.

    Então você deve ter ouvido que eu e nossa Rainha fomos banidos, respondeu o homem, deslocando-se ligeiramente em seu assento.

    Banidos? Sturmius respondeu em descrença, e voltou-se para a Rainha, seu olhar questionador.

    A rainha balançou a cabeça um pouco e acenou com a mão desdenhosamente para o conselheiro, antes de responder, Não completamente banidos, Sturmius, mas Carlos retém qualquer um que tente me visitar sem o seu consentimento.

    Isso é compreensível. Você esteve doente e deve concentrar suas forças em sua saúde, não tendendo a assuntos da cortê.

    A frágil rainha suspirou e, com um movimento fraco da mão, convidou-o a se sentar ao lado dela. Um leve sorriso apareceu em seus lábios quando ela ouviu o tilintar da cota de malha sob a batina do abade, e ela o prendeu com um olhar avaliador, Você é mais guerreiro do que um abade, Sturmius. Você até usa sua armadura quando vem a mim, aqui, no quarto de uma mulher.

    Perdoe-me, minha Rainha. Eu não queria esperar que os irmãos e servos descarregassem os vagões e levantassem as tendas. Seu comando parecia urgente.

    Eu não mais comando nada, meu amigo. Eu só pergunto, ela disse em uma voz calma tingida de amargura, e então olhou para o canto mais distante do seu quarto. Adelaide!, Ela convocou, e Sturmius assistiu como a solteirona idosa se moveu em direção a ela, Vá buscar-nos um pouco de vinho.

    Certamente, minha Rainha, a mulher respondeu e saiu do quarto.

    A rainha virou-se para olhá-lo, enquanto ele perguntava: Você não tem dama de companhia?

    Ela acenou com desdém para a pergunta, antes de responder condescendentemente: São coisas incômodas na minha idade: na esperança de amor, comparando os cavaleiros e nobres. O que elas sabem da dureza da vida? As fragilidades dos homens? Arriscamos nossas vidas em um parto para que os homens possam se gabar de seus filhos. Mas até os nossos jovens não nos escutam.

    O jovem Rei?, Perguntou Sturmius.

    O Rei insensato, ela respondeu calorosamente. É tarde demais na temporada para ele sitiar os pagãos. Mas ele não ouvirá a razão, ele é tão teimoso quanto seu pai.

    E a mãe dele, pensou o abade, e virou-se para olhar para a porta enquanto Adelaide voltava com um jarro e taças. Ela começou a misturar o vinho com água: uma ação que fez Sturmius franzir a testa.

    Meus curandeiros proclamam que o vinho é forte demais para minhas entranhas doentes, explicou a rainha ao pegar sua taça de Adelaide. Portanto, o vinho tem que ser regado.

    Adelaide pegou uma taça de vinho não diluído para Sturmius, que pegou e agradeceu. Ela também deu a Itherius uma taça antes de recuar para o canto, continuando com o que parecia ser um bordado.

    Sturmius bebeu da taça, o silêncio na sala ficou pesado. Ele olhou mais de perto para a Rainha e depois para o quarto antes de perguntar: Por que está tão escuro aqui? Certamente você poderia abrir as cortinas e apreciar a vista da sua varanda.

    A rainha baixou a taça e respondeu amargamente: Meus olhos não toleram mais a luz do sol, amigo.

    No entanto, certamente eles devem arejar o seu quarto, pois é uma ruína para você se sentar em tal ar viciado.

    A rainha olhou para a porta por um momento antes de responder: Eu não saio mais desses quartos.

    Sturmius olhou para ela, incrédulo, seu olhar se deslocou para Itherius em busca de conformação. O homem mais velho simplesmente acenou com a cabeça em concordância.

    Agora você também me abandonará, porque me tornei impotente, resmungou a rainha.

    Deus me livre, Sturmius foi rápido em responder. Você cumpriu seu dever pela Frankia, junto com o seu Rei, mas chega um momento em que o poder e as responsabilidades do Reino devem ser passados ​​adiante. Não é nada para se envergonhar.

    É quando as ações do Rei são tolas! Quando ele não discute seus planos comigo!

    Não acho que ele queira entrar em guerra com os saxões, Sturmius tentou aplacar a Rainha.

    Então por que reunir as legiões? Eles não estão unidos! Até recentemente, eles lutaram entre si. No entanto, ele espera que eles se unam contra os pagãos .

    Sturmius estava prestes a responder, mas a Rainha levantou a mão para acalmá-lo, continuando, Eu sei que você quer me libertar das minhas dúvidas, mas você não pode. Seja franco comigo, Sturmius, foi o que fiz para preservar a tranquilidade do reino, a paz com Desidério e com o Santo Padre em Roma errado ou iníquo?

    Sturmius pensou por um momento e depois sacudiu a cabeça. Nem errado nem iníquo, minha Rainha. Desidério quebrou sua palavra e pressionou o Santo Padre e, aqui Sturmius parou por um momento, apenas para continuar resolutamente com e uma mãe subestimou seu filho .

    Em outras palavras, eu estava errada, disse Bertrada.

    Se você tivesse agido de forma diferente, o reino teria terminado e batalhas teriam ocorrido. Desidério era forte, aliado ao Duque da Bavária e o Papa era indeciso. O que você fez foi certo, foi bom. Não há vergonha em não saber o que o futuro traz. Quem nesta terra sabe?

    Eu sei que você quer me fazer sentir melhor, mas, ainda assim, eu deveria ter entendido melhor o meu filho. É quase como se a maldição merovíngia também recaísse sobre a minha família. Essa sensualidade até zomba da dignidade real e da morte de Carlomano ... A voz de Bertrada ficou em silêncio.

    O jovem Rei brinca com Reis, cavaleiros e mulheres, ele não sabe sobre governança, sobre guerra. No entanto, ele tolamente se engana sobre ... Itherius falou irritado, parando no meio da frase e se mexendo levemente em sua cadeira enquanto Sturmius o encarava.

    Expulsar Himiltrud era seu dever real: ela pode ter sido sua companheira de infância e mãe do jovem Pippin, mas ela não é uma rainha. Sturmius argumentou.

    É verdade, mas ele não foi diplomático ao repudiar a filha de Desidério e anular o casamento. E agora, porque o Papa não dissolveu o casamento, o Rei dos Lombardos transformou-se num inimigo mortal. Itherius, professou, sentado em sua cadeira, Carlos não se importa com as conseqüências de suas ações. Ao repudiar Desiderata, ele também violou a lei de Deus. No entanto, ele fez essa criança Suábia, Hildegard, sua esposa, e enquanto ela tem seu primogênito no seio, ele caga e mente com essa Gersuinda. Logo sua barriga também vai inchar com criança ...

    O discurso de Itherius foi interrompido quando a Rainha falou: Estou presa a esse pecado e culpa. Eu era a única a forçar a filha feia de Desiderius sobre ele. Mas eu tive que fazer isso para tentar preservar o reino, para manter a paz. No entanto, Carlos não é um para manter as aparências.

    Eu posso ter ficado longe da cortê, mas não fiquei inteiramente sem notícias. Sturmius começou, fazendo com que os outros olhassem para ele enquanto ele continuava resolutamente: Quando você está distante dos acontecimentos diários eles não o confundem, e você pode separar o importante do trivial. Carlos fez o certo enviando Desiderata de volta para seu pai. Ela era uma combinação inadequada para ele, e o casamento deles não necessariamente garantiria a amizade e a fidelidade dos Lombardos aos tratados. Ele deveria ter deixado ela se tornar uma algema para ele? Deveria este homem, tão cheio de vida, ser forçado a viver uma farsa para manter as aparências? Não, foi uma decisão sábia e saudável.

    Palavras estranhas vindas do abade de Fulda. O casamento não é sagrado para você então? Itherius provocou, endireitando-se em seu assento.

    Sturmius olhou para o conselheiro mais velho e respondeu com firmeza: Eu, o abade de Fulda, celebro o santo sacramento do matrimônio. Estou ciente de que Carlos está preso em pecado e culpa, e que seu amor por mulheres obscurece seu julgamento. Mas também sei que nosso Senhor Jesus Cristo morreu na Cruz, para lavar a culpa e o pecado daqueles que o servem e a Santa Igreja. Quando Carlos pegar a espada que Deus lhe deu e lutar contra os Gentios, quando ele derrotar os teimosos Saxões e os fazer converter, Deus perdoará suas indulgências e pecados, pois ele é apenas um homem .

    Mesmo quando a morte ... Itherius começou a desafiar, mas depois parou e olhou para a Rainha.

    Bertrada se inclinou para a frente em sua poltrona, os olhos fixos em Sturmius, ignorando a observação de Itherius, exigindo, Qualquer culpa, mesmo que pela morte de Carlomano?

    Se Carlos é culpado da morte de seu irmão, o que eu não acredito que ele seja, então Cristo, nosso Senhor, o absolverá para que lute contra os pagãos por amor a Santa Igreja.

    Você não acredita que ele é culpado? A Rainha perguntou em espanto.

    Não, minha rainha. Isso é apenas rumores, fofocas de rua que pessoas sem raízes sussurram em seu tédio e ignorância. Não tem peso.

    No entanto, Carlos estava pronto para travar uma guerra contra Carlomano, seu próprio irmão, pelo amor de Deus! É por isso que os outros acreditam na culpa do Rei, não apenas as pessoas vagando pelas ruas. Itherius declarou firmemente.

    Quem é você para julgar, Itherius? Você tem provas de sua culpa, de seu envolvimento? Não é suficiente para você que fomos poupados de uma guerra entre irmãos? Que Carlos uniu o reino?

    Então por que ele persegue Gerberga e seus filhos? Itherius desafiou.

    Gerberga não se colocou nem seus filhos, seus sobrinhos, sob sua proteção, como ela deveria ter feito. Ao fugir com eles sobre os Alpes nos maus conselhos de Desiderius e Otker, ela fez com que todos se tornassem peças do jogo político do Rei dos Lombardos.

    Parece tão diferente quando você diz dessa maneira, Sturmius, a Rainha lamentou. Há muita confusão e dúvida ao meu redor, meu amigo. Você me dá esperança e conforto nas ações de Carlos.

    Itherius falou com a dúvida nublando sua voz: Mas e se Carlos liderar este exército que ele montou aqui contra os Lombardos, em vez de marchar contra os pagãos? E se ele planeja deixar sua espada cair sobre os cristãos em vez de pagãos? Como o próprio Santo Padre deseja?

    O comando que recebemos em Fulda foi para levar provisões por pelo menos três meses. Isso não é indicativo o suficiente de que esta será apenas uma curta campanha de verão? Carlos nos instruiu a nos reunirmos aqui, em vez de em Genebra ou mais perto da fronteira alpina. Por que ele faria isso se estivesse planejando uma guerra contra os lombardos ... ou deseja uma guerra dessas? Sturmius continuou acaloradamente. O Rei pode ser jovem, mas não é tolo nem sem conselho. Ele não seria tão tolo a ponto de liderar as tropas e os magnatas do reino que foram comandados por Carlomano contra sua viúva e seus filhos. Eu digo que devemos esperar e ver o que ele pretende fazer. E então, se necessário, vamos ajudá-lo a escolher o caminho certo .

    Ajudar alguém que recusou toda a ajuda já oferecida, que é tão cheio de si que pensa que jovem como é, possui a experiência e a sabedoria de um sábio, Itherius zombou.

    A Rainha mais uma vez levantou a mão para silenciar os homens, antes de falar: É como Itherius diz, Carlos não procurará ajuda. Ele rejeitou meu conselho e o de seu séquito. Por todos os meios, Sturmius, se você quiser, pode tentar, pois sua palavra sempre carregou peso com o garoto. Mas nós fomos marginalizados do jogo porque ficamos no caminho do que ele deseja. Cada magnata em seu reino é apenas uma peça no quadro de seu governo, para ser movido de um lado para outro, como ele deseja. Eu sei que você quer dizer bem, meu amigo. Mas até que suas mãos estejam sangrando com a batalha, ele terá sede por isso. Só espero que as perdas para a Frankia sejam mínimas e que a lição seja rapidamente aprendida.

    Tanto Itherius quanto a Rainha eram bons políticos, mas pouco sabiam da guerra, pensou Sturmius ao se levantar e colocar a taça na bandeja. Veterano que ele era, Sturmius poderia adivinhar o objetivo da ordem recebida. A campanha só poderia visar os saxões, já que a fronteira norte poderia ser facilmente alcançada dentro de poucos dias de Worms.

    Ele se virou para os ocupantes do quarto e depois se curvou para a rainha. Minha  Rainha, eu oro que me dê licença, pois é hora de eu cavalgar para me juntar aos meus.

    Certamente, Sturmius, porque te detive de seus deveres por tempo suficiente. Adelaide, por favor, acompanhe o abade.

    A solteirona idosa mais uma vez levantou-se da cadeira para acompanhá-lo.

    Capítulo 2

    STURMIUS SAIU PELAS PORTAS DO CASTELO, respirando profundamente o ar fresco enquanto esperava o pajem trazer seu cavalo para ele. O jovem se apressou em sua direção com seu fiel corcel, mas deu ao abade a chance de refletir sobre a hora que passara com a rainha e seu conselheiro.

    Bertrada estava certa em sua avaliação de que o jovem rei Carlos estava longe do menino de sua juventude: uma época em que o jovem príncipe procurava conselhos dele e de muitos outros. Ele era bem-humorado quando criança, sempre pronto para aprender e brincar, e conquistara muitos corações sendo amigo de todos e tendo ajudado a todos que precisavam.

    No entanto, isso aconteceu antes da coroa ser colocada em sua cabeça. Desde então, o homem nele acordou. Aquele que planejava com um propósito, vigoroso e tomava decisões rápidas. Ele era incansável na caça, no treino de armas e no campo enquanto caçava inimigos: nenhum perigo parecia grande demais para sua coragem inabalável. Este jovem rei venceu a fome e a sede. Ele era imbatível em combate e um inimigo impiedoso. Ele podia ficar calado quando necessário, mas também tinha uma mente aberta, com um comportamento simples: quase como o de um camponês franco, mas ele sempre permaneceu o rei.

    O instrumento de Deus, pensou Sturmius, uma ferramenta estranha: ainda assim convovada para governar essa era.

    O jovem pajem finalmente chegou com seu cavalo e o segurou para que ele pudesse ajudar o abade a montar. A cota de malha obstrutiva e pesada exigia um esforço maior do homem pesado, que finalmente conseguiu montar no robusto corcel. Agradeceu a ajuda do jovem, antes de virar o cavalo na direção dos portões e começar a trotar.

    O abade parou por um momento nas muralhas do castelo, respirando profundamente o ar fresco flutuando pelos campos e florestas. Diante da pequena cidade, ligeiramente a oeste de suas casas com paredes de pedra, estendia-se o Campo de Maio, onde os condes e os nobres do império franco, tinham sido chamados para  batalhar pelo rei, e erguido seus acampamentos.

    Galhardetes coloridos flutuavam ao vento.

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