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As Desventuras de Lady Ophelia: Série Debutantes Intrépidas, #3
As Desventuras de Lady Ophelia: Série Debutantes Intrépidas, #3
As Desventuras de Lady Ophelia: Série Debutantes Intrépidas, #3
E-book323 páginas4 horas

As Desventuras de Lady Ophelia: Série Debutantes Intrépidas, #3

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Sobre este e-book

Tímida e reservada, Lady Ophelia Fletcher está sempre com seu nariz enfiado em um livro; foi por esta razão que ela não testemunhou a queda de sua amiga na trágica noite de sua morte. Agora, ela escreve a coluna Mayfair Confidential para expor homens desagradaveis como uma forma de compensar o fato de não apoiar as acusações de sua outra amiga  de assassinato.Quando um lindo estranho chega para encontrar seu pai, Ophelia é incapaz de se impedir de investigar o belo cavalheiro.


Colin Parnell, Lord Hawke, tem uma promessa a cumprir: encontrar o livro que prova que seu avô trabalhou como um espião para o Rei George II e não morreu como um contrabandista sem  valor da costa de Kent. Envolta em mistério e escândalo, a família Parnell tem estado em guerra uns com os outros por décadas, e Colin está determinado a dar um fim nisso tudo descobrindo a prova do passado honrado de sua família. Infelizmente, o livro que ele procura esta nas mãos de uma beldade de cabelos de fogo, e ele vai precisar conseguir a ajuda de Ophelia para descobrir a verdade.


Ophelia está mais do que feliz em usar suas habilidades para ajudar Lorde Hawke. Mas irá sua busca leválos à desventura, ou eles vão ganhar algo muito maior do que imaginavam: a verdade e um ao outro?

IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de jun. de 2020
ISBN9781071551561
As Desventuras de Lady Ophelia: Série Debutantes Intrépidas, #3
Autor

Christina McKnight

USA Today Bestselling Author Christina McKnight writes emotionally intricate Regency Romance with strong women and maverick heroes.Christina enjoys a quiet life in Northern California with her family, her wine, and lots of coffee. Oh, and her books...don't forget her books! Most days she can be found writing, reading, or traveling the great state of California.Sign up for Christina's newsletter and receive a free book: eepurl.com/VP1rPFollow her on Twitter: @CMcKnightWriterKeep up to date on her releases: christinamcknight.comLike Christina's FB Author page: ChristinaMcKnightWriterJoin her private FB group for all her latest project updates and teasers! facebook.com/groups/634786203293673/

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    As Desventuras de Lady Ophelia - Christina McKnight

    Elogios aos Romances de Christina McKnight

    A LADRA ROUBA SEU CONDE

    Quando eu comecei a ler este livro, eu não conseguia largá-lo... ele me causou outra ressaca de livros. Eu queria ver o que ia acontecer quando a verdade sobre Judith aparecesse e como Simon ia lidar com isso... eu amei.- Sissy's Book Review

    A história de Jude e Cart é uma delícia! É tão revigorante ver o herói tímido, socialmente inapto e não super rico. Eu adorei... Esse foi definitivamente um dos melhores livros que li neste verão. - Reviews from a Thrifty Mom

    NUNCA MAIS ESQUECIDA

    Esta autora fez com que eu voltasse a amar os romances históricos."

    -TwinsieTalk Book Reviews

    HIDDEN NO MORE (ainda não lançado em português)

    O enredo é muito bom, a escrita é ótima. Tão suave e cativante, eu consegui ler direto, a leitura fluiu muito bem. Eu adoro descobrir autores que não conheço e com essa história maravilhosamente bem-escrita pela Srta. McKnight eu descobri uma nova autora de romances históricos.- Bound by Books

    CHRISTMAS EVER MORE (ainda não lançado em português)

    "Christmas Ever More é um romance festivo maravilhosamente escrito, cheio de esperança, renovação, amor e novos começos. Se você é um fã da série Uma Dama Esquecida, de Christina, este é um 'tem que ter' Mesmo que você não tenha sido apanhado pela série, este livro sozinho é uma adorável adição à sua lista de leituras para o feriado." -Literal Addiction

    Livros de Christina McKnight

    Série As Debutantes Intrépidas

    O Desaparecimento de Lady Edith

    O Infortúnio de Lady Lucianna

    As Desventuras de Lady Ophelia

    Série Lady Archer's Creed

    Theodora

    Georgina

    Adeline (ainda não lançado em português)

    Josephine (ainda não lançado em português)

    Série Craven House

    A Ladra Rouba seu Conde

    A Amante Encanta seu Marquês

    The Madame Catches Her Duke - lançamento em breve

    The Gambler Wagers Her Baron – lançamento em breve

    Série Uma Dama Esquecida

    Nunca Mais Rejeitada

    Nunca Mais Esquecida

    Scorned Ever More (ainda não lançado em português)

    Christmas Ever More (ainda não lançado em português)

    Hidden No More (ainda não lançado em português)

    Títulos independentes

    The Siege of Lady Aloria, A de Wolfe Pack Novella (ainda não lançado em português)

    Um Beijo no Natal

    For The Love Of A Widow (ainda não lançado em português)

    AS DEBUTANTES INTRÉPIDAS

    Livro 3

    ––––––––

    Copyright © 2017 por Christina McKnight

    Imagem de Capa Period Images

    Design da Capa The Midnight Muse

    Todos os direitos reservados.

    ISBN-10: 1-945089-22-9 (Paperback)

    ISBN-13: 978-1-945089-22-0 (Paperback)

    ISBN-10: 1-945089-21-0 (Livro Eletrônico)

    ISBN-13: 978-1-945089-21-3 (Livro Eletrônico)

    ––––––––

    La Loma Elite Publishing

    ––––––––

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, distribuída, ou transmitida por quaisquer formas ou meios, incluindo cópias, gravações, ou outros métodos eletrônicos ou mecânicos, sem a permissão prévia por escrito da autora, a não ser no caso de breves citações incorporadas a revisões críticas e em determinados outros usos não comerciais permitidos pela lei de direitos autorais. Para pedidos de permissão, escreva para a autora, com o assunto: Atenção: Coordenador de Permissões, no endereço abaixo.

    ––––––––

    Christina@christinamcknight.com

    DEDICATÓRIA

    Para meus leitores~

    As heroínas de As Debutantes Intrépidas são muito próximas e caras ao meu coração. E por isso eu espero que vocês as amem tanto quanto eu. Elas são fortes, confiantes, e merecedoras de amor e felicidade... assim como toda mulher!

    AGRADECIMENTOS

    Ao Marc, meu maravilhoso namorado, parceiro, e alma gêmea — obrigada por sempre me encorajar a ir em frente!

    A Lauren Stewart, minha parceira crítica e melhor amiga, você me incentivou a explorar novas linhas de pensamento que eu nunca sonhei serem possíveis. Se nós estivéssemos em um relacionamento real, ele seria baseado na codependência, mas de um jeito bom. Minha escrita não seria o que é sem seus comentários, críticas, sugestões e orientação.

    Eu gostaria de agradecer também às mulheres maravilhosas que vem me apoiando tanto na minha carreira literária quanto na vida, incluindo (mas não limitado a: Erica Monroe, Amanda Mariel, Debbie Haston, Angie Stanton, Theresa Baer, Ava Stone, Roxanne Stellmacher, Laura Cummings, Dawn Borbon, Suzi Parker, Jennifer Vella, Brandi Johnson e Latisha Kahn. Eu sei que estou esquecendo pessoas... Obrigada por me aceitarem, bem, como eu sou.

    Um agradecimento muito especial à minha editora, Chelle Olson, da Literally Addicted to Detail, sua habilidade e profissionalismo superaram tudo o que eu esperava. Chelle Olson pode ser contratada por e-mail em literallyaddictedtodetail@yahoo.com.

    Um agradecimento especial também para o meu editor histórico e de desenvolvimento, Scott Moreland.

    E à minha revisora, Anja, obrigada por embarcar em mais uma jornada comigo.

    Design da Capa The Midnight Muse.

    Créditos pelo design da Capa de Cobertura para Sweet 'N Spicy Designs.

    Finalmente, agradeço a você, por apoiar os autores independentes.

    PRÓLOGO

    Devonshire, Inglaterra

    Dezembro 1813

    ENQUANTO O RESSOAR DO gongo diminuía, Lady Ophelia Fletcher ergueu os olhos de seu livro e notou que o fogo na lareira tinha se tornado meras brasas brilhantes e um ar gelado soprou pela sala, deixando-a arrepiada.

    As outras mulheres no salão, suas queridas amigas, riram, e Ophelia riu junto com elas, tendo perdido o rumo da conversa há muito tempo.

    ...você vai nos contar tudo amanhã? No café-da-manhã, e nem um momento depois. Eu realmente devo saber se é tudo como me disseram. Lady Lucianna Constantine ergueu uma sobrancelha com um sorriso malicioso. Seus olhos verdes brilharam travessos enquanto ela envolvia Lady Abercorn, em solteira Miss Tilda Guthton em um abraço apertado. Você está arrebatadoramente inocente.

    Ophelia olhou de relance para Tilda, sua amiga recém-casada, e ficou surpresa ao perceber que a jovem parecia, na verdade, inocente demais para seu novo status de duquesa. O cabelo castanho dela estava preso com uma simples fita branca, o tom puro combinando perfeitamente com os trajes de dormir de Tilda, deixando ainda mais claro que aos dezessete anos de idade, mal tendo sido apresentada à sociedade, sua amiga era jovem demais para se casar com um homem que tinha o dobro de sua idade.

    Mais uma vez, não era da conta de Ophelia — o coração não escolhia a quem amar.

    Ela só achava curioso que Tilda, filha de um mero baronete, tivesse chamado a atenção de um duque. Ela era encantadora o bastante — adequada quanto aos assuntos domésticos, graciosa como o esperado, e demonstrava sua cultura ao falar — no entanto, Abercorn era um senhor mundano, rico e influente.

    O duque aparentemente tinha tirado Tilda da obscuridade, sua corte se desenvolvendo muito mais rápido do que o normal.

    Mas nada isso era da conta de Ophelia.

    Ela estava feliz por sua amiga, mesmo que seu par romântico não se parecesse com os amantes marcados pelas estrelas do romance que ela lia atualmente.

    Ophelia se levantou, junto com Lady Edith, Lady Lucianna e Tilda, preparando-se para deixar a sala — pelo menos, foi o que Ophelia imaginou que elas estivessem fazendo tão tarde da noite. O noivo de Tilda certamente ia começar a se perguntar onde sua jovem duquesa tinha desaparecido se ele se aproximasse de seu leito de núpcias apenas para encontrá-lo vazio.

    Edith deu um passo à frente, envolveu Tilda em seus braços e murmurou algo no ouvido da jovem noiva. Ophelia não ouviu as palavras confidenciais, mas um sorriso tranquilo surgiu no rosto de Tilda, removendo qualquer traço de desconforto que tivesse estado ali, mesmo que sutil.

    Obrigada, Edith. Você sempre foi uma grande amiga. Tilda abraçou Edith um pouco mais forte antes de se afastar. "Devo me apressar. Não vai ajudar se meu marido chegar e descobrir que eu fugi. Ele disse que chegaria à meia-noite e meia, depois de cuidar de alguns assuntos de negócios."

    Luci passou o braço por Tilda, enquanto Ophelia pegou seu livro do sofá e o segurou contra o peito enquanto seguia suas amigas em direção à porta, afastando o formigamento de ciúme que começava a sentir da relação próxima entre Luci e Tilda.

    Agora não era o momento de permitir que a mágoa por ser deixada de fora surgisse e a levasse ao desespero.

    Agora lembre-se daquela coisa sobre a qual falamos, na sua apresentação... os murmúrios de Luci continuavam enquanto as mulheres deixavam a sala, suas cabeças juntas como se conspirassem, como se Ophelia possivelmente não pudesse entender as coisas sobre as quais elas cochichavam. A dupla provavelmente nunca tinha nem mesmo aberto um livro e se perdido em uma aventura, ou em um conto sensual de exploração e descoberta.

    O que era uma pena, mas não seria Ophelia que iria compartilhar sua coleção particular encadernada em couro de contos de amor, luxúria e aventuras.

    Vou apagar as velas. Edith disse enquanto Ophelia chegava ao limiar.

    Ela parou, virando-se para a pequena loira que tinha sido a única no grupo a entender há muito tempo a sede de Ophelia por conhecimento e suas tendências reservadas. Eu vou ajudá-la. 

    Não, pode ir, disse Edith, afastando-a com um aceno. Sei que você está ansiosa para voltar ao seu livro. Só vai levar alguns instantes. Eu a encontrarei em nosso quarto assim que terminar.

    Se você insiste. Ophelia sorriu antes de olhar de relance sobre seu ombro e ver que Luci e Tilda tinham alcançado as escadas. Estou ansiosa para ver como a boa Lady Daniella escapa do pirata patife, Xavier.

    Edith riu suavemente. Bem, volte para sua história.

    Ela não precisava de mais incentivos, e Ophelia saiu da sala e abriu o volume encadernado em couro azul na página que ela tinha marcado com um pedaço de papel de carta, sempre hesitante em estragar as páginas impressas de seus livros.

    Oh, como Lady Daniella jogou suas longas tranças por sobre os ombros antes de estreitar os olhos sobre Xavier e exigir que ele a ouvisse e prestasse muita atenção a suas palavras, ou o pirata nunca mais provaria seus encantos femininos.

    Ophelia desejou ser tão atrevida, autoritária e bonita para ser notada por... bem, ninguém.

    Ao invés disso, o cabelo de Ophelia era de um tom terrível de vermelho brilhante, seu nariz era polvilhado de sardas e seus quadris eram curvos demais para caber na moda popular. Nunca suas selvagens tranças poderiam ser domadas, era improvável que sua tez alguma vez fosse clara e pálida e era duvidoso que ela um dia abraçasse a atual paixão da elite londrina por escolhas de tecido ousadas.

    Ela suspirou, focando o ponto em que estava da página.

    Um grito arrancou seu olhos da descrição que o autor fazia do peito nu coberto de pelos de Xavier.

    Thump, thump, thump.

    Edith! O grito de gelar o sangue de Luci fez com que ela parasse de andar. Ophelia!

    Um soluço escapou dela enquanto o livro caía de suas mãos, atingindo o chão polido com uma batida ressoante, ao contrário do ruído surdo de apenas um momento antes. Seu papel de carta personalizado deslizou pelo chão, parando apenas quando passou parcialmente por baixo de uma porta fechada.

    Tilda estava esparramada na parte de baixo da escadaria, sua cabeça virada num ângulo estranho, seus olhos arregalados.

    Ophelia piscou várias vezes.

    Ela esperou que Tilda se movesse. Ou que Luci a ajudasse a se levantar. Ou que o chão se abrisse e as engolisse a todas.

    Mas nada aconteceu.

    Ela piscou novamente quando sua visão se turvou com as lágrimas.

    De repente, tempo começou outra vez. O distante tique-taque do relógio de mogno na sala da qual elas tinham acabado de sair podia ser ouvido. Edith apareceu ao lado dela, e Luci se curvou sobre Tilda, seu cabelo negro cascateando sobre seus ombros para — misericordiosamente — esconder a visão de sua amiga.

    Luci. Edith deu um passo em direção a Lucianna. O que —

    As palavras de Edith sumiram.

    Não, não, não, Edith soluçava enquanto corria para a frente. Não pode ser —

    Ele fez isto. O desespero tomou conta da voz de Luci quando ela apontou na direção do alto da escada.

    Ophelia olhou para o patamar escuro lá em cima mas não viu nada.

    Quem? Ophelia perguntou, engolindo o soluço que ameaçava escapar se ela abrisse a boca mais uma vez.

    Isso não importa agora, censurou Edith, correndo para o lado de Tilda. Nós temos que acordá-la, nos certificar de que ela está bem e chamar o duque — e um médico.

    Como não é importante, Ophelia desejou perguntar. No entanto, ela apertou os lábios e permaneceu em silêncio — como era esperado dela.

    Se ela fosse Lady Daniella, Ophelia ia erguer o queixo até que ela olhasse para baixo com o nariz levemente franzido para suas amigas e exigiria ser ouvida e ter sua pergunta respondida. No entanto, ela não era Lady Daniella, uma mulher sequestrada de sua vila na costa escocesa por um pirata muito feroz. Ela era apenas Lady Ophelia, uma razoavelmente graciosa e reticente autoproclamada rata de biblioteca. As mulheres diante dela eram bonitas, inteligentes e cativantes. Tudo o que as heroínas em seus romances eram. Não ruivas, com sardas no rosto e rechonchudas.

    ...ele a empurrou. Eu juro.

    Ophelia meneou a cabeça, se sentindo culpada por seus pensamentos continuarem vagando quando ela deveria estar ouvindo Luci e tentando entender a cena diante dela. Ela tinha estudado muitos romances onde o herói, um homem naufragado, tinha sido forçado a batalhar. Ela tinha lido sobre nativos da Amazônia sedentos de sangue e membros de clãs homicidas reivindicando aldeias vizinhas, mas testemunhar o corpo de uma amiga era algo muito diferente.

    Na verdade, não era nem um pouco parecido.

    Nunca nenhum conto poderia tê-la preparado para a visão diante dela.

    O modo como os olhos de Tilda estavam abertos mas não tinham nenhuma vida. O ângulo no qual o braço dela estava dobrado. A linha fina de sangue vermelho escuro correndo pelo canto de sua boca aberta.

    Incerteza, confusão e negação travavam uma guerra dentro de Ophelia enquanto seu estômago se apertava e sua respiração ficava presa em seu peito, travando seus pulmões e impedindo que o ar saísse. Suor brotou em sua testa e seu pescoço se aqueceu na gola.

    Ophelia engoliu o caroço em sua garganta. O-o-o que devemos fazer? Ela odiou ouvir a fraqueza em sua voz, confirmando o que suas amigas já tinham dito sobre ela. Ela tinha medo de sua própria sombra. Como se ela pudesse desmaiar ao menor choque.

    Vamos acordar a casa e contar a todos o que o duque fez! Lucianna se levantou rapidamente, arrancando os olhos de Ophelia de Tilda. Alguém deve ter ouvido a agitação.

    Edith olhou ao redor. Você está certa. Eu a ouvi gritar, e depois a pancada quando ela caiu.

    "Ela não caiu. A voz de Lucianna soava histérica, parecendo como Ophelia se sentia por dentro — em pânico e aterrorizada. Ela foi empurrada, por Abercorn!"

    Elas olharam fixamente uma para a outra. Lágrimas quentes começaram a rolar pelo rosto quente de Ophelia, enquanto Luci parecia recuperar a compostura. Seus olhos verdes arregalados não mostravam sinal da fonte à qual Ophelia tinha sido reduzida. Edith estendeu a mão para Luci, mas ela a ignorou.

    Como isso pôde acontecer? Ophelia perguntou, abaixando-se para recolher seu livro enquanto afastava as lágrimas.

    Essa é uma pergunta para ele. Você o viu, certo, Ophelia?  Luci voltou seus olhos implorando para ela.

    O calor foi drenado de Ophelia enquanto o frio tomava conta dela, e seu estômago rolava desconfortavelmente.

    Diga a ela o que você viu. Luci deu um passo intimidador em direção a Ophelia. Você estava bem aqui.

    Eu — eu — eu estava lendo. Ophelia se virou para Edith, seu livro apertado com força contra o peito, como se Luci fosse arrancar o volume dela caso ela afrouxasse o aperto. Eu juro, Edith, eu não vi nada. Eu estava lendo sobre Xavier e —

    O que está acontecendo aqui? Townsend, o mordomo de Abercorn, correu pelo vestíbulo, seu cabelo voando de um lado para outro como as caricaturas retratadas no The Post. Ele certamente tinha sido arrancado da cama. Sua Graça! Seus olhos se arregalaram à vista de Tilda enquanto ele corria pela sala até onde ela jazia. Sua mão se moveu para o pulso dela e o segurou. Sem pulso. Ela não tem pulso!

    O empregado embaralhou os pés, olhando em torno da sala como se esperasse que alguém desse um passo adiante e resolvesse seu grande dilema — sua nova patroa, jazendo morta ao pé da escada em sua noite de núpcias.

    Petunia, Petunia! Townsend gritou enquanto agitava os braços para todos os lados, correndo mais para dentro da Mansão Abercorn. Petunia! Nós devemos chamar Sua Graça. Petunia, onde raios você se meteu, mulher? 

    Portas se abriram, e vozes chamaram de cima enquanto os convidados saíam de seus quartos, ouvindo a agitação enquanto Townsend continuava a chamar por Petunia.

    Oh, sua Graça! Townsend disse, olhando para o alto das escadas. Por favor, não olhe. Isto não é para seus olhos.

    Ophelia pressionou as costas contra a parede, rezado para sumir de vista por alguns minutos.

    Enquanto respirava fundo, Ophelia viu as mãos de Luci se apertarem em punhos dos lados dela, e seu rosto avermelhar. Ophelia se encolheu. Uma Lady Lucianna irritada poderia tirar Satã das profundezas do inferno com sua fúria.

    Se afastando da parede, o duque pôde ser visto descendo a escada vagarosamente.

    O homem pareceu estranhamente não afetado pela vista de sua esposa morta apenas cinco degraus abaixo dele. Na verdade, o olhar dele mal a tocou antes dele se afastar do sangue que começava a se acumular embaixo da cabeça de Tilda.

    Ophelia virou para o outro lado do vestíbulo e correu na direção da sala de estar da qual elas tinham saído poucos momentos antes.

    Podia ter sido apenas preciosos minutos atrás que elas tinham estado todas sentadas juntas, fofocando sobre a noite a seguir?

    Ela tinha estado tão distraída com seu livro que não tinha abraçado Tilda uma última vez. Ela não tinha murmurado coisas boas antes que a noiva deixasse a sala de braços dados com Luci.

    A vergonha fez com que o rosto de Ophelia corasse mais uma vez enquanto ela entrava na sala escura e corria para as janelas com vista para o jardim. Ela abriu a vidraça e deixou que o ar frio da noite entrasse. Ophelia deveria retornar ao vestíbulo para apoiar suas amigas. Elas teriam ao menos notado que ela tinha fugido? Ela tinha falhado com Luci e Edith, e principalmente com Tilda.

    Se ela não tivesse estado preocupada com sua leitura, teria ela visto Lorde Abercorn no alto da grande escadaria? Certamente, Luci não estava errada, mas Ophelia tinha sido incapaz de verbalizar seu apoio às acusações de sua amiga.

    Ophelia tinha ficado congelada, sua mente embaralhada e confusa.

    CAPÍTULO 1

    É com grande prazer que este autor fala com as jovens da sociedade. Damas que não serão feitas de bobas nem enganadas por homens de caráter duvidoso. E com este artigo, este autor não mais exaltará os crimes dos homens, mas celebrará as realizações de jovens, brilhantes, encantadoras mulheres.

    É a opinião deste autor que os senhores de toda a parte prestam atenção ao conhecimento impregnado nesta coluna, como há pouca dúvida de que haverá postagens a respeito.

    -The Mayfair Confidential

    ––––––––

    Londres

    Abril 1815

    LADY OPHELIA FLETCHER se sentou primorosamente numa cadeira colocada contra a parede, seus tornozelos cruzados e enfiados debaixo dela e com suas mãos levemente cruzadas no seu colo. Ela era a epítome de uma senhorita adequada enquanto observava Lady Lucianna descartar uma outra amostra de papel de carta. Desta vez era a cor, a última não era de uma textura adequada e a anterior àquela tinha borrado quando sua amiga tinha passado a pena no papel.

    Para todos que viam Ophelia, ela certamente parecia à vontade com um sorriso confiante e sereno.

    Por dentro, ela queria gritar. Ela inalou profundamente e soltou o ar vagarosamente para permanecer calma e controlada. Seu sorriso não vacilou, e suas mãos mal estremeceram, embora ela desejasse apertar algo, até mesmo a delicada musselina de seu vestido matutino.

    Se ela tivesse trazido seu chapéu, ela o teria atirado na parede.

    Luci ergueu um papel de carta grosso, cor de creme com folhas de ouro para pedir a opinião de Ophelia, silenciosamente erguendo uma sobrancelha.

    É adorá—

    "Não, é creme demais e não é grosso o bastante. Luci suspirou, se virou de volta para o proprietário e cortou Ophelia. Você tem alguma coisa com as margens em ébano?"

    Adorável, Ophelia terminou com um suspiro. O papel era encantador, assim como as cinco outras opções apresentadas durante a hora que elas já tinham passado na papelaria.

    Seus joelhos doíam por estar sentada há tanto tempo, então Ophelia se levantou e virou na direção das vitrines. O sol estava quase a pino, e Bond Street agora estava ocupada com o beau monde entrando e saindo de lojas, seus criados indo atrás com os braços pesados com as compras. Londres era assim. A única coisa da qual a sociedade gostava mais do que de ser vista era gastar dinheiro em coisas das quais alguém não necessariamente precisava e ser visto fazendo isso.

    Certamente papel de carta e cartões de visita eram importantes, e já que Luci ia se casar com o Duque de Montrose dentro de duas semanas, era imperativo que ela escolhesse algo a toda pressa antes que ela, Montrose, Lady Edith e Lorde Torrington partissem para Gretna Green.

    O pai de Lady Lucianna, o Marquês de Camden, tinha se recusado a permitir um noivado apropriado entre Montrose e Luci. O homem tinha chegado ao extremo de expulsar Luci de casa e proibi-la de ver sua mãe e seus irmãos.

    E então, ao invés de esperar até que seu pai concordasse e consentisse no casamento, além de ter um casamento abençoado por sua família, Luci tinha escolhido viajar para a Escócia para ter a cerimônia apropriada. Curioso para uma mulher que, apenas algumas semanas antes, estava determinada a nunca se casar, quanto mais a confiar seu futuro a um homem.

    Ophelia meneou a cabeça e focou nos transeuntes.

    Inspirou e expirou. Inalação profunda, exalação vagarosa.

    Não seria bom permitir que o desconforto tomasse conta dela num local tão público — suas bochechas se avermelhando, seus olhos se arregalando e seu pulso disparando para combinar com o galopar de um puro-sangue. Isso inevitavelmente acabaria com ela se abanando vigorosamente, ou pior ainda, desmaiando. E só serviria para convencer Luci — e Edith, uma vez que ela tomasse conhecimento do incidente — de que Ophelia era menos do que capaz de, bem... qualquer coisa.

    Olhando pela janela, ela notou um menino de rua passar rapidamente por um homem finamente vestido, a mão suja do menino entrar e sair do bolso do cavalheiro antes

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