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Bloodlines: A Mansão Cove Point
Bloodlines: A Mansão Cove Point
Bloodlines: A Mansão Cove Point
E-book395 páginas5 horas

Bloodlines: A Mansão Cove Point

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Sobre este e-book

Alex Tinsdill nunca pensou que um simples teste de DNA o levaria a uma herança de US$ 250 milhões e à Mansão Cove Point, uma enorme propriedade construída durante a Era Dourada na Costa do Ouro em Long Island, Nova York. A herança de Alex não vem sem um custo, no entanto, quando duas parentes gananciosas logo aparecem, determinadas a separar Alex de suas novas riquezas. A Mansão Cove Point tem um passado sombrio e um segredo sinistro que está prestes a ser revelado! Bloodlines: A Mansão Cove Point é uma leitura rápida que mistura o sobrenatural com uma quantidade certa de humor negro.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento2 de out. de 2020
ISBN9781071567876
Bloodlines: A Mansão Cove Point

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    Bloodlines - William B. Taylor

    Bloodlines: A Mansão Cove Point

    Por William B. Taylor

    Direitos Autorais 2017/2018 William B. Taylor

    Todos os Direitos Reservados

    ––––––––

    Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, organizações, lugares, eventos e acontecimentos são produtos da imaginação do autor ou usados de maneira fictícia. Qualquer semelhança com pessoas reais, vivas ou mortas, ou reais eventos é pura coincidência.

    Capítulo 1

    O sol começava a se pôr no oeste enquanto Alex dirigia pela estrada estreita que corria ao longo da costa do Estuário de Long Island. Alex estava cansado depois de ter dirigido de Toronto até ali, mas o cheiro do ar fresco vindo do mar que entrava pelas janelas abertas do carro era revigorante. Ele ficou maravilhado com o cenário impecável que o cercava e sorriu enquanto dirigia a 80 km/h. A cada quilômetro que passava, ele sabia que estava se aproximando do fim de uma jornada e do início de um novo capítulo em sua vida.

    O começo inconfundível de "Twistin' The Night Away" de Sam Cooke soou no aparelho de som do carro e Alex rapidamente aumentou o volume, cantando junto com o falecido cantor enquanto sua mente pensava em como ele havia morrido tragicamente, e sob circunstâncias tão misteriosas.

    Enquanto Alex seguia pela estrada, ele rapidamente se aproximou de um carro pequeno e compacto que se movia bem abaixo do limite de velocidade de 80 km/h. Alex tirou o pé do acelerador, mas seu carro não diminuiu a velocidade, então ele começou a pisar no freio. Ele percebeu que a motorista era uma mulher e ela parecia mais preocupada com algo no banco da frente do que com a direção.

    Alex olhou pelo retrovisor e não viu nada atrás dele além do seu grande trailer. Uma rápida olhada à frente mostrou que não havia mais nada além da estrada vazia, então ele acionou o indicador, tirou o pé do freio e direcionou o carro e seu trailer até a faixa ao lado. Uma vez na pista, Alex pisou no acelerador e o grande motor V8 do Ford respondeu rapidamente e sem esforço, passando pelo pequeno carro e então voltando à faixa da direita.

    Enquanto Alex a ultrapassava, a mulher o olhou de repente, assustada com o veículo que passava. Alex sorriu ao ver o rosto da mulher pelo retrovisor. Ele ficou surpreso por ter conseguido sorrir; em Toronto, um motorista atrapalhando o trânsito o teria enfurecido, mas por alguma razão hoje ele não estava incomodado.

    Alex logo acelerou o carro de volta a 80 km/h e a motorista lenta desapareceu de vista. Alex olhou para o GPS e viu que estava perto de seu destino, embora não visse nada na estrada.

    Seu destino estará à direita em 500 metros. disse a voz feminina do GPS.

    Obrigado, Betty. Alex disse, referindo-se ao GPS.

    Alex tirou o pé do acelerador novamente, permitindo que a caminhonete começasse a perder velocidade. Dessa vez, o grande Ford começou a desacelerar por conta própria, a leve inclinação na estrada ajudando a compensar o peso da carga preciosa e pesada escondida no trailer.

    A vista do Estuário de Long Island havia desaparecido, agora bloqueada por densas árvores e arbustos que ladeavam o lado norte da estrada. Alex viu uma clareira à frente e, presumindo ser a entrada, começou a desacelerar ainda mais o Ford.

    Você chegou ao seu destino. disse a voz do GPS.

    Alex sinalizou e, em seguida, puxou o carro e o trailer da pista, seguindo em direção a um outro caminho que corria ao norte da estrada. Ao chegar mais perto, Alex viu um imponente portão de ferro ornamentado que percorria a largura da entrada. Acima do portão, trabalhado em ferro forjado, estava o nome Mansão Cove Point.

    Mansão Cove Point...deve ser o lugar. Ele disse para si mesmo enquanto parava o carro.

    Alex olhou para além da pista, mas não viu nada; ela desaparecia em arbustos grossos e densos, a apenas trinta metros do portão. Alex estendeu a mão até o porta-luvas e puxou um envelope pardo. Ele enfiou a mão dentro do envelope e puxou uma grande chave de formato estranho. Anexada à chave havia uma etiqueta com as palavras Portão Principal escritas com tinta azul. Alex jogou o envelope no banco do passageiro, abriu a porta e saiu do carro. Deixando a porta do motorista aberta, ele foi até o portão e inseriu a chave na fechadura. Ele a girou para a direita e ouviu o mecanismo interno acionar com um clique silencioso quando a trava foi liberada. Alex deixou a chave na fechadura e empurrou o portão esquerdo. O grande portão - de pelo menos três metros de altura - era mais pesado do que Alex imaginava, e se moveu apenas uma polegada antes de parar. Alex o empurrou novamente, desta vez com mais força, mas ele não se moveu facilmente.

    Essa coisa pesa uma tonelada! Alex disse baixinho.

    Ele colocou as duas mãos no portão e usou o peso do corpo para empurrar. Ele começou a se abrir, lentamente a princípio, depois ganhou velocidade enquanto Alex continuava a empurrar. Quando o portão do lado esquerdo estava fora do caminho, Alex repetiu o processo do outro lado. Quando os dois estavam finalmente abertos completamente, Alex enxugou a testa molhada; ele estava suando no ar quente daquela tarde de setembro.

    Acho que vou deixar essa coisa aberta por enquanto. ele murmurou enquanto tirava a chave grande da fechadura.

    Alex olhou para a pista, mas ainda não conseguia ver nada. Ela parecia desaparecer na floresta pela qual passava. Enquanto estava ali, Alex de repente percebeu o quão silencioso era aquele lugar. Os únicos sons que ouvia era o canto distante dos pássaros, e o farfalhar suave do vento vagando pela densa folhagem.

    Bom, eu queria privacidade. Alex disse para si mesmo, sorrindo.

    Ele voltou para o carro e, quando entrou, olhou para o longo trailer.

    Estamos quase lá, Maybelline. Alex disse em direção ao trailer com um sorriso.

    Alex fechou a porta e ligou o motor. Ele acelerou e o carro começou a avançar devagar, o ronco profundo do motor V8 e o gemido abafado da suspensão do trailer eram os únicos sons que Alex ouvia.

    Maybelline era um Cadillac Coupe de Ville de 1956, o bem mais valioso de Alex desde que ele a achou e comprou quando tinha apenas 18 anos. Outros amores vieram e se foram nos últimos 20 anos, mas o amor de Alex por Maybelline nunca diminuiu. Alex nunca havia sentido a mesma coisa por outro carro antes ou depois de ter sido apresentado a Maybelline. Ela tinha 6 metros de comprimento, uma pintura preta brilhante e um cromado reluzente. Mesmo depois de todos aqueles anos, Maybelline ainda parecia bem, se não melhor, do que no dia em que saiu de Detroit como um carro novo.

    A pista era pavimentada apenas até uma curta distância dos portões, depois o chão mudava para cascalho. Alex notou que não era qualquer cascalho velho, ele tinha uma coloração quase preta e não havia poeira subindo quando o carro e o trailer se moviam sobre ele. O cascalho rangia suavemente sob o peso do carro e sua carga enquanto Alex dirigia lentamente pelo caminho, presumivelmente em direção à mansão. Pelos primeiros minutos, Alex não via nada além da pista imediatamente à sua frente, além das muitas árvores e arbustos que ladeavam os dois lados do caminho estreito. As árvores criavam um dossel que envolvia o carro e o trailer, permitindo apenas um pouco da luz do dia, fazendo com que o caminho parecesse simultaneamente isolado e seguro, se não um pouco misterioso.

    A pista começou a arquear lentamente para a esquerda e, enquanto o carro seguia lentamente, Alex podia ver uma clareira tomada pela luz do sol à frente. Quando o carro entrou na luz suave e dourada daquela tarde quente de setembro, Alex finalmente viu a Mansão Cove Point aparecer.

    Uau!. Alex exclamou suavemente enquanto se inclinava sobre o volante para dar uma olhada melhor na grande mansão.

    Sem perceber, Alex parou o carro enquanto admirava a vista. Erguida no topo de uma ligeira colina acima da clareira, havia uma enorme mansão de pedra.

    Mesmo à distância, a casa parecia enorme para Alex. À luz do dia, a Mansão Cove Point dominava a paisagem, tomando a atenção de quem a visse. A mansão era feita de uma pedra cinza escura, com tons mais claros ao redor das janelas e portas. A moldura das janelas e da porta da frente eram de um preto lustroso, projetado para se destacar contra os tons mais claros da pedra.

    O telhado agudo também era preto, e Alex adivinhou corretamente que era feito de ardósia. Grandes chaminés subiam em direção ao céu de vários pontos da casa, indicando que a residência tinha muitas lareiras as quais Alex torcia para que ainda funcionassem.

    A mansão parecia ter três seções; a casa principal, que era o centro da propriedade, e duas alas menores, mas ainda grandes, de cada lado, cada uma estendendo-se em direção à parte de trás da casa principal. Um grande pórtico de pedra se projetava do prédio principal, provavelmente até a entrada de carros, embora Alex ainda não pudesse ter certeza.

    Na frente e na lateral da grande mansão havia gramados perfeitamente cuidados, com um grande jardim no lado sul da entrada. A advogada dissera a Alex que a casa e o terreno estavam vazios há décadas, mas que estariam sido mantidos por uma empresa de administração de propriedades. Pelo que Alex podia ver do seu carro, a tal empresa estava fazendo um ótimo trabalho.

    Alex ainda se pendurava no volante enquanto continuava a dirigir, aproximando-se da casa. Ele estava tentando olhar a casa inteira enquanto dirigia, mas havia simplesmente coisa demais para ver. Enquanto a pista se endireitava, Alex viu que estava certo sobre o pórtico, uma vez que o mesmo de fato cobria a entrada. Alex também percebeu, daquele ponto de vista, que a pista passava pela casa e continuava numa curva de volta para a floresta, passando por um pequeno chalé de pedra. Deve haver duas entradas para este lugar. Alex pensou.

    Ele então estacionou e desligou o motor. Ele ficou surpreso ao descobrir que o carro e o trailer se encaixavam facilmente sob o pórtico.

    Isso será útil se o clima estiver ruim. Alex disse para si mesmo enquanto saía do carro.

    Na frente da casa, a pista havia mudado do cascalho preto para paralelepípedos, o que acrescentava um toque agradável ao design geral do lugar. Alex deu a volta no carro e olhou para as grandes portas duplas que estavam no topo de uma graciosa escadaria de mármore.

    As portas duplas pareciam grandes, mesmo da entrada. Elas se erguiam a pelo menos três metros do chão e pareciam feitas de bronze, o metal reluzente brilhando na luz suave da tarde. Alex notou que as portas tinham um tipo de design esculpido, ou mais provavelmente, moldado nelas. As portas pareciam fortes, assim como o resto da mansão.

    Ansioso para ver melhor a Mansão Cove Point, Alex caminhou até o vasto gramado. Quando chegou ao jardim, ele se virou para olhar a casa, só que não era realmente uma casa, era uma mansão; uma fortaleza construída para durar uma vida inteira, se não mais. Alex nunca tinha visto um lugar como Cove Point, nem mesmo na Europa, onde castelos e grandes propriedades espalhavam-se pelo interior.

    A propriedade era enorme. Alex agora podia ver que havia três níveis na casa. O térreo, com 10 janelas grandes, 5 de cada lado das grandes portas da frente, igualmente espaçadas. Cada janela era composta por 2 conjuntos de vidro, cada um com aproximadamente um metro e meio de largura e, segundo Alex, dois metros e meio de altura. Elas eram perfeitamente simétricas, o que o agradou.

    O segundo e o terceiro andar tinham janelas menores que o térreo, mas não eram pequenas. Alex estimou que elas tinham aproximadamente a metade do tamanho das grandes janelas do andar principal, e parecia haver ainda mais delas no segundo andar do que no primeiro. Cada uma era novamente perfeitamente espaçada, intensificando a agradável simetria da casa.

    Você deve ser o Sr. Tinsdill. Uma voz feminina disse atrás dele, o assustando um pouco.

    Ele virou-se rapidamente e viu uma mulher.

    "Meu nome é Maggie Crosby, da Crosby Property Management...desculpe se o assustei."

    Maggie estendeu a mão para Alex.

    Prazer em conhecê-la Maggie, eu sou Alex.

    É uma casa magnífica... disse Maggie, e felizmente a propriedade teve fundos suficientes para conseguir mantê-la durante todos esses anos.

    Alex mal ouviu as palavras que Maggie havia falado. Sua atenção estava totalmente na jovem em pé na frente dele, a mansão temporariamente afastada de sua mente. Diante dele havia uma moça discreta, não muito mais jovem do que seus 38 anos, mas sua beleza ainda era jovial. Alta, confiante, vestida em roupas casuais, porém ainda perfeitamente elegante, Maggie Crosby imediatamente ganhou a atenção de Alex.

    Os longos cabelos castanhos dela capturavam perfeitamente a luz moribunda de setembro, fazendo-os brilhar. Os olhos de Maggie permaneciam escondidos atrás dos óculos escuros, mas Alex imaginou que eles eram de um azul profundo.

    Está ficando um pouco escuro para uma volta do lado de fora disse Maggie, trazendo Alex de volta à realidade. então, deixe-me mostrar o interior da casa antes de você se instalar.

    Seria ótimo, obrigado. Ele respondeu.

    Maggie sorriu para Alex, e ele sentiu seu próprio rosto formar o que ele pensava ser um sorriso bobo, geralmente comum em adolescentes. Maggie começou a caminhar em direção aos degraus de mármore da entrada e Alex rapidamente a seguiu. Quando chegaram até as portas, Maggie enfiou a mão na jaqueta e puxou uma chave grande. Alex olhou para a chave, surpreso com os detalhes intricados. Era grande, não do tamanho da chave do portão da frente, mas muito maior que uma chave de casa normal.

    É uma chave bem interessante. Alex disse.

    Espere até ver o interior, então verá que ela corresponde à casa. Maggie disse enquanto colocava a chave na fechadura.

    Alex ouviu o mecanismo da porta destrancar.

    Bem-vindo à Mansão Cove Point! Maggie disse enquanto abria a porta e postou-se do lado, fazendo sinal para Alex entrar.

    Alex entrou e se viu em pé em um enorme saguão de entrada que, mesmo na fraca luz de setembro, ele percebeu ser diferente de tudo o que tinha visto antes.

    Deixe-me acender as luzes para que você possa ver melhor. Maggie disse enquanto caminhava até a parede logo atrás da porta aberta.

    Alex podia ouvir Maggie acendendo as luzes, cada clique do interruptor acendendo uma série delas no saguão de entrada. Parecia que Maggie havia pressionado uma dúzia de interruptores antes de finalmente se virar e encará-lo, sorrindo.

    O que você acha? Ela perguntou, erguendo as sobrancelhas levemente.

    Alex virou-se e olhou para a sala totalmente iluminada. Uma série de arandelas alinhavam-se nas duas paredes que corriam da porta em direção aos fundos da casa. No alto, a sala estava iluminada com uma suave luz dourada que irradiava de dois enormes lustres de cristal. Alex só tinha visto lustres daquele tamanho e design na Inglaterra, quando visitou o Palácio de Buckingham.

    Alex caminhou em direção ao centro da sala, embora seus movimentos fossem os de um sonâmbulo, não de um homem consciente. Ele olhou do teto até o chão revestido em mármore. O mármore fora cortado em grandes quadrados de cores alternadas em preto e creme. As cores faziam o cômodo parecer ainda maior do que era, e já era enorme!

    Os olhos de Alex seguiram o padrão dos azulejos até a grande escada que ficava quase no final do saguão. A escada curvava-se do térreo até os andares que ficavam no alto. Ela parecia flutuar no ar, sem apoios visíveis. Era uma obra de arte de tirar o fôlego. A luz dourada do sol vinha de algum lugar acima da escada, aumentando o efeito mágico da sala. 

    Alex então voltou sua atenção para o manto de uma grande lareira e notou o mármore ornamentado. A lareira estava centralizada em uma parede do cômodo, à esquerda da entrada. O manto era esculpido à mão com centenas de pequenas criaturas, todas parecendo ter sido retiradas de um antigo conto de fadas, e se erguia a pelo menos dois metros e meio acima do piso de mármore. A abertura da lareira era igualmente grande, o suficiente para cozinhar facilmente uma vaca inteira nela.

    Eu nunca vi nada parecido com isso. Alex disse referindo-se a lareira ou com aquela escada!

    Isso era o orgulho e alegria do Sr. Farnsworth. Maggie disse, caminhando em direção a Alex. "Ele mandou artesãos italianos esculpirem o manto da lareira aqui mesmo, no mármore que ele escolheu na Itália. Ele fez o mesmo com a escada flutuante, a maior do seu gênero.''

    Maggie foi até onde Alex estava em frente à lareira. Ela apontou para uma escultura grande e ornamentada, talhada na grande placa de mármore cor de creme que ficava acima do manto.

    Este é o brasão da família Farnsworth. Maggie disse, soando como uma guia de museu.

    Maggie então virou-se e apontou para a parede em frente à lareira. Alex olhou para onde ela apontou e notou que havia seis grandes pinturas a óleo penduradas na parede. Ele não as havia notado antes, mas, ao olhar para cada uma das seis figuras, viu-se estranhamente atraído por elas e lentamente começou a atravessar o salão até ficar em frente ao maior dos dois retratos. Ele olhou para os retratos do homem e da mulher mais velhos. Eles pareciam familiares para Alex, mas nunca os tinha visto antes.

    Esses são seus tataravós, William e Rebecca. Ela disse, apontando para as duas maiores pinturas, Depois temos Anne, Janet, Amélia e seu bisavô, Robert.

    Alex olhou para cada uma das figuras, todas parecendo muito formais e solenes. Nenhuma das pessoas nos retratos sorria e lembraram a Alex as pinturas que vira na Galeria Nacional de Londres. Sempre lhe pareceu divertido que, por centenas de anos, as pessoas nunca sorrissem em retratos, como se aquilo fosse indigno de alguma forma.

    Alex olhou cuidadosamente para cada um dos retratos, enquanto caminhava até o de Robert, seu bisavô. Ele já tinha visto fotos antigas de seu bisavô, e aquele rosto definitivamente era o dele. No entanto, ao contrário das fotos, no retrato ele parecia muito formal. Robert estava vestindo um smoking, com os cabelos perfeitamente arrumados e parecendo que nunca havia morado no campo, nem trabalhado para viver. O homem que Alex via no retrato parecia seu bisavô, mas definitivamente não era o homem despreocupado e bronco que vira nas fotografias antigas.

    Esse é meu bisavô, Robert. Alex disse, enquanto olhava o retrato.

    Você parece um pouco incerto. A voz de Maggie veio de trás dele.

    Alex virou-se para Maggie e notou que ela havia tirado os óculos escuros e ele agora podia ver que seus olhos eram verdes...verdes brilhantes. Alex não percebeu, mas estava encarando os olhos de Maggie. Eles pareciam duas esmeraldas perfeitamente lapidadas, cada uma contendo um fogo que fez com que o batimento cardíaco de Alex aumentasse. Alex nunca tinha visto um tom de verde tão lindo antes.

    Algum problema? Maggie perguntou, olhando para Alex criticamente e segurando os óculos de sol na mão esquerda.

    N-Não, Alex gaguejou, envergonhado por Maggie ter notado ele olhando para ela, É só que nunca vi meu bisavô parecer tão...tão formal e elegante antes. Em todas as fotos que eu vi dele, ele parecia muito mais casual e simples.

    Maggie olhou para Alex enquanto ele falava. Não achava que ele estava mentindo para ela, mas não estava completamente convencida de que ele estava sendo totalmente honesto. Parte dela pensou que talvez Alex estivesse olhando para ela e, para sua surpresa, ela sentiu o rosto corar um pouco com a ideia. Maggie achava Alex um homem bonito, forte, confiante e de forma alguma o herdeiro arrogante de uma fortuna, ou o vigarista que ela esperava encontrar.

    Essa, Sr. Tinsdill, é sua família perdida...pelo menos foi o que a advogada me disse. Maggie falou, voltando à sua postura profissional.

    Apesar do sorriso no rosto dela, Alex pensou ter detectado uma pitada de desconfiança na voz de Maggie quando ela se referiu às pessoas nos retratos como sua família.

    É o que eles me dizem. Alex disse, olhando as pinturas de sua nova família.

    Maggie olhou para Alex novamente e sorriu, e desta vez seu sorriso era natural, não forçado. Ela podia ver a semelhança entre Alex e seus avós, e até um pouco de Rebecca Farnsworth nos olhos dele. Maggie se viu prestando muita atenção em Alex novamente, e não no trabalho em questão, o que fez seu rosto corar.

    Espero que você não se importe disse Maggie, forçando-se a voltar aos negócios, mas eu retirei a maioria dos móveis da casa de onde estavam armazenados e mandei limpá-los. Eu também pedi à minha equipe que trouxesse algumas das pinturas e outros itens que foram armazenados no porão para que a casa não estivesse vazia quando você chegasse.

    Isso é muito atencioso da sua parte, Maggie. Alex disse, sorrindo. Obrigado.

    De fato, a casa parecia mais viva. Era como se Alex tivesse voltado no tempo até a década de 1920. Parecia um museu, mas ao mesmo tempo era aconchegante e acolhedora.

    Deixe-me mostrar o resto da casa. Maggie disse.

    Capítulo 2

    Fazia quase quatro meses desde que Alex recebera um e-mail de um escritório de advocacia da cidade de Nova York. Ele quase ignorou o e-mail a princípio, pensando se tratar de um spam qualquer que costumava encher sua caixa de entrada, mas o assunto: Resultado do Teste de DNA chamou sua atenção.

    "Caro Sr. Tinsdill;

    Ficamos satisfeitos em descobrir que o Cromossomo Y do seu teste de DNA, cujo resultado foi publicado online, corresponde, sem dúvida, ao DNA de um de nossos clientes que nos encarregou de encontrar membros de sua família.

    Desejamos conversar com você o mais rápido possível para discutir esse assunto de forma privada e confirmar se os resultados do seu teste são mesmo compatíveis com os de nosso cliente.

    Atenciosamente,

    Julia Wentworth, Sócia Sênior

    Dunham, Taylor e Wentworth LLC"

    Alex quase descartou o e-mail, mas o assunto o intrigou, então decidiu verificar o remetente e o escritório de advocacia para ver se era legítimo. Ele pesquisou rapidamente o escritório mencionado no e-mail e descobriu que era uma empresa real na cidade de Nova York, e que havia, de fato, uma Julia Wentworth listada como sócia. Alex ficou intrigado e, por isso, respondeu ao e-mail com uma confirmação de recebimento, além de dizer que estava disposto a discutir o assunto mais detalhadamente. Ele incluiu seu número de telefone celular e apertou 'enviar'. O telefone de Alex tocou 5 minutos depois.

    Alô? Alex disse, depois de ver pelo identificador de chamadas que era o tal escritório de Nova York.

    Olá. Uma voz feminina falou, Estou falando com o Sr. Alexander Tinsdill?

    Sim, respondeu, sou o Alex Tinsdill.

    Houve uma breve pausa do outro lado antes da mulher continuar.

    Sr. Tinsdill, meu nome é Julia Wentworth, e meu escritório representa um cliente que vem procurando membros vivos de sua família. A mulher do outro lado do telefone disse. É um momento conveniente para conversarmos?

    Sim, respondeu Alex.

    Sr. Tinsdill, você recentemente fez um teste de Y-DNA e postou os resultados online...correto? A Sra. Wentworth perguntou, sua voz muito formal.

    Sim.

    Você está ciente de que o cromossomo Y é exclusivo dos homens e que ele é transmitido apenas de pai para filho em uma linha ininterrupta desde que um filho homem nasça? A Sra. Wentworth perguntou, quase como se estivesse interrogando uma testemunha.

    1)  Alex estava ciente de como o teste Y-DNA funcionava e, como ele procurava informações sobre sua linhagem paterna, aquele tinha sido o motivo que o levou a fazer o teste originalmente.

    2)  Sim, eu sei disso Alex respondeu, mas ainda não tenho certeza de como isso me envolve. Eu rastreei toda a minha família por várias gerações, tanto no lado de minha mãe quanto de meu pai.

    3)  Houve outra pausa na conversa antes da Sra. Wentworth falar novamente.

    4)  Sr. Tinsdill,'' disse Julia, com sua voz de advogada, Você sabe o nome de seus tataravós paternos?''

    5)  Alex não sabia. Ele conseguiu rastrear sua linhagem por pelo menos seis gerações do seu lado materno, mas no lado paterno, ele só conseguiu voltar até seus bisavós. Para além deles, Alex havia chegado a um beco sem saída.

    6)  Ele sabia que seus bisavós haviam se conhecido quando seu bisavô serviu na França durante a Primeira Guerra Mundial. Sua bisavó era francesa e trabalhava como enfermeira. Os dois se conheceram quando ele foi ferido, então se apaixonaram e se casaram no final da guerra. Após a Primeira Guerra Mundial, seu bisavô trouxe sua nova esposa de volta ao Canadá e eles viveram em uma pequena cidade no Leste de Ontário pelo resto de suas vidas. Alex presumiu que os registros da família de sua bisavó haviam sido destruídos durante a Primeira ou Segunda Guerra Mundial, embora ele nunca entendesse por que não havia registro da existência de seu bisavô no Canadá antes de 1919. Foi esse mistério que o levou a fazer testes de DNA.

    7)  "O teste de Y-DNA é MUITO preciso, Sr. Tinsdill, e seus resultados mostram uma combinação perfeita com a de nosso cliente. Segundo nossos especialistas, seu tataravô paterno era um homem chamado William Farnsworth.'' Julia disse.

    8)  Quando Alex não respondeu, Julia continuou falando.

    9)  Estamos confiantes de que seu bisavô era o filho de William Farnsworth, Robert.

    10)  O nome do meu bisavô paterno era Richard Tinsdill. Alex disse, sua voz soando fraca.

    11)  Houve outra pausa na linha antes de Julia Wentworth falar.

    12)  O DNA não mente, Sr. Tinsdill. Julia respondeu, Os resultados são conclusivos - você é um descendente de William Farnsworth.

    13)    Alex não respondeu, sua mente se recuperando da conversa que estava tendo com a advogada de Nova York. O bisavô de Alex era, pelo que se sabia, canadense.

    14)  Sr. Tinsdill?'' A voz de Julia perguntou, Você ainda está aí?"

    15)  Sinto muito, Alex pediu desculpas, Sim, eu ainda estou aqui.

    16)  Gostaria que você viesse ao meu escritório em Nova York para que possamos nos encontrar pessoalmente e discutir esse assunto mais detalhadamente. A Sra. Wentworth disse categoricamente, ''O Sr. Farnsworth era bastante rico e esse assunto envolve uma propriedade bastante grande, e até o momento você é potencialmente o único herdeiro dessa propriedade. Quanto mais cedo você chegar aqui, melhor. Posso providenciar um horário para você assim que estiver disponível.’’

    17)        

    18)   

    19)    Uma semana depois, Alex se encontrava em Nova York, sentado na sala de espera de Dunham, Taylor & Wentworth, um escritório de advocacia muito sofisticado. Ele se sentia deslocado no escritório, e os painéis de madeira escura e cadeiras de couro deixavam a atmosfera um tanto opressiva.

    20)  A Sra. Wentworth estará com você em um momento. a recepcionista disse a Alex sem se preocupar em levantar os olhos de sua mesa.

    21)  Obrigado. Alex murmurou.

    22)  Ele ainda estava imaginando como seu bisavô poderia ser um herdeiro de uma rica família americana. O homem que Alex conhecia e com quem ele foi muito próximo, sempre lhe dizia que sua família fora pobre.

    23)  O avô de Alex havia sido criado em uma pequena cidade a cerca de 150 quilômetros ao Leste de Toronto. Ele viveu em Brighton, Ontário, do dia em que nasceu até ir para a Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Quando ele voltou da guerra, decidiu que teria mais chances de encontrar um emprego decente se se mudasse para Toronto.

    24)  Seu avô havia encontrado trabalho numa fábrica, emprego o qual ele manteve até se aposentar aos 65 anos. Ele conheceu sua esposa, se casou, teve um filho e, juntos, compraram uma pequena casa nos subúrbios ao Leste de Toronto. Os avós de Alex viveram na casa pelo resto

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