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O Artista Com Deficiência no Brasil
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O Artista Com Deficiência no Brasil
E-book278 páginas3 horas

O Artista Com Deficiência no Brasil

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Sobre este e-book

Nesta obra é contada a história da pessoa com deficiência no país a partir de entidades de acolhimento e de pesquisas acadêmicas na relação arte e deficiência, refazendo também as trajetórias de alguns indivíduos e suas conexões com arte na família, na escola, em iniciativas fomentadas pelo Estado e em grupos artísticos específicos constituídos nesses espaços. Fala-se da precária relação entre arte, deficiência e inclusão social, sobre espaços de legitimidade do artista, da arte e da deficiência, sem deixar de lado as entidades de inclusão social e suas ferramentas, especialmente as atividades artísticas.

O jornalista Jairo Marques diz, no prefácio desta obra, que "em seu O artista com deficiência no Brasil, Nicole Somera mergulha com brilhantismo no tecer de um entendimento que remonta ao início das 'guerrilhas' inclusivas do país e que ainda hoje é palco fundamental de fomento à inclusão: o acolhimento da pessoa com deficiência nesse emaranhado de tintas, interpretações, sons, formas.

De forma saborosamente crítica e atenta, a autora faz uma contribuição única para que mais energia se dê na observação dos apartamentos sociais nas esferas em que mais se espera abrangência democrática e pluralismo".
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de ago. de 2021
ISBN9788547334000
O Artista Com Deficiência no Brasil

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    O Artista Com Deficiência no Brasil - Nicole Somera

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    Editora Appris Ltda.

    1ª Edição - Copyright© 2019 dos autores

    Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.

    Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.

    Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.

    Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS SOCIAIS

    Este livro é dedicado a todas as pessoas que têm como sua luta diária

    o acesso à arte e à cultura como bens universais.

    Por todos aqueles que emprestaram suas vozes a esta

    produção, que sejam ouvidos sempre.

    De maneira especial, dedico este livro ao Mário e aos meus amigos,

    que dividem comigo o caminhar nesta luta.

    PREFÁCIO

    Parte do que se produz em arte no Brasil e no mundo carrega em si a obrigação de refletir movimentos, características e anseios que pairam na sociedade. E é por essa razão que cada vez mais grupos que se sentem mal representados ou representados de maneira estereotipada e enviesada fazem forte pressão por protagonismo artístico.

    Entidades organizadas de observação de mídia e, consequentemente, de artes audiovisuais, têm divulgado relatórios anuais mostrando que, embora a indústria de produções só se amplie, os espaços da diversidade seguem tímidos. Quando a lente projeta o universo da pessoa com deficiência nesse contexto, a letargia da inclusão é ainda mais preocupante.

    Embora, como bem demostra o profundo retrato desta obra, a pessoa com deficiência tenha sido historicamente abraçada pela arte, e nesse afago está envolvido um esforço assistencialista e caricato, ainda não se conseguiu evoluir em acesso de maneira satisfatória ou plenamente visível.

    O lado muito positivo e também emocional e histórico é que a resposta para a exclusão vem com a resistência da presença da diversidade física, sensorial e intelectual em grupos, companhias e oficinas que vão se firmando cada vez mais em ideais, em discursos e em atitudes.

    Não é exagerado dizer que grupos artísticos, muitas vezes, são a primeira e única válvula de escape em um microcosmo excludente que poda oportunidades. Pintando, representando, cantando, compondo, milhares de pessoas marginalizadas por suas condições corporais ou sensoriais atípicas galgam alguma dignidade para si mesmas, exercem de alguma maneira papel de cidadão.

    É imprescindível pontuar ainda o carácter de empoderamento que algumas dessas manifestações, mesmo que muito simples e mambembes, tiveram e ainda têm para a pessoa com deficiência, que a partir de uma oportunidade pode abrir fronteiras em campos diversos da própria vida. Não é regra, mas é possibilidade.

    Em outro brilhante ponto desta obra, contudo, conclui-se que essa pessoa com deficiência inserida no mundo das artes nem sempre irá se coroar como artista por amarras ligadas ao discurso estético, pela suposta inabilidade – não é a arte a janela de múltiplas

    possibilidades? –, por falta de apoio ou ainda por estar envolvido apenas em um ensimesmismo em que só sabe retratar questões específicas da deficiência.

    Dessa forma, o universo de quem vai pressionar com os próprios esforços por retratos mais legítimos nos campos artísticos são quase como sobreviventes de uma hecatombe. Assim mesmo, não há espaço, não há chances, não há sensibilidade mínima que gere mais oportunidades.

    Mas os artistas, e não o enquadramento de artistas com deficiência, hão de vencer pela obviedade de suas necessidades para a própria legitimidade da arte, que é essencialmente múltipla, despida, incontrolável e inquieta.

    Em seu O Artista com Deficiência no Brasil, Nicole Somera mergulha com brilhantismo no tecer de um entendimento que remonta ao início das guerrilhas inclusivas do país e que ainda hoje é palco fundamental de fomento à inclusão: o acolhimento da pessoa com deficiência nesse emaranhado de tintas, interpretações, sons, formas.

    De forma saborosamente crítica e atenta, a autora faz uma contribuição única para que mais energia se dê na observação dos apartamentos sociais nas esferas que mais se espera abrangência democrática e pluralismo.

    A contemporânea adoção de mediadores culturais – figuras facilitadoras de acesso e consumo de cultura – em esferas públicas e privadas e também em organizações sociais é promessa contundente de mais aderência tanto para iniciativas culturais que têm a diversidade em seu DNA como para abrir rotas de valorização e normalização da presença de artistas com deficiência nos diversos meios de produção artística.

    Nesse sentido, mais uma vez, esta obra pode servir de ferramenta única de compreensão e ampliação do espectro de entendimento a respeito de parte da diversidade, ajudando a criar perspectivas inclusivas mais modernas e atendendo a uma gigantesca demanda reprimida que almeja chegar com mais força e representatividade legítima naquilo que faz do homem ser humano: suas manifestações culturais.

    Jairo Marques

    Jornalista

    APRESENTAÇÃO

    Nos idos da década passada, por volta de 2006, a internet ainda estava se popularizando no Brasil, e eu, me reconhecendo em outras pessoas no mundo virtual, já que tanto em uma cidade tão pequena como Santa Cruz das Palmeiras (onde vivi por quase 20 anos, no interior do estado de São Paulo), quanto na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas, que me acolhe até hoje, onde passei a graduação, o mestrado e agora sou servidora) eram raras as pessoas com deficiência, como eu, andando nas ruas. Nascida com espinha bífida, eu tenho deficiência física.

    A história da pesquisa que dá origem a este livro começa no início dos anos 2000, quando eu conheci em um bate-papo virtual uma pintora com a boca, também vinda do interior de São Paulo, que desde seu nascimento vivia no Hospital das Clínicas da capital do estado. Ela era membro da Associação dos Pintores com a Boca e com os Pés. Foi nessa pintora que achei a ponta do emaranhado em que me embrenharia durante o mestrado. Não cheguei a entrevistá-la para a pesquisa, mas nos conhecemos pessoalmente em uma feira de produtos e serviços para pessoas com deficiência em São Paulo.

    A partir dessas primeiras conversas, passei a receber na casa de meus pais os cartões da Associação dos Pintores com a Boca e com os Pés e em meu e-mail, boletins constantes da Revista Sentidos. Em tempos em que ferramentas de busca on-line não eram tão banais, esse material foi crucial para me ajudar a mapear grupos de artistas com deficiência pelo Brasil e a encontrar seus contatos. Fato curioso foi a facilidade atual para encontrar os grupos, seus remanescentes e contatos, por conta do surgimento das mídias sociais, especialmente o Facebook. Em poucos minutos, foi possível localizar todas as páginas ou menções aos grupos e seguir procurando por seus contatos, por vezes, pela própria página, com mensagem respondida em poucas horas. Incrível perceber como o mundo mudou e, por sorte, os artistas com deficiência também se reorganizaram nessa nova realidade virtual.

    Durante a pesquisa, financiada a partir de seu segundo ano pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), sob orientação da brilhante Prof.ª Dr.ª Lucia Helena Reily (a quem aproveito para agradecer pela parceria e inspiração nessa caminhada), fui ao encontro dos grupos de artistas com deficiência sobre os quais eu havia obtido alguma informação ou contato. Marcamos entrevistas com integrantes e aqueles nomeados líderes dos coletivos. Foram entrevistas em São Paulo (SP), Brasília (DF) e Niterói (RJ), não tendo condições de ir até João Pessoa (PB) para conhecer as Ceguinhas de Campina Grande, infelizmente. Essa entrevista ficou a cargo de uma assistente de pesquisa. Foram mais de 30 pessoas entrevistadas, dezenas de horas de gravações e 150 páginas de transcrição de todo esse material.

    Gostaria de localizar o leitor no tempo em que essas pessoas foram ouvidas. Os registros foram feitos durante o ano de 2007, com complementações via e-mail em 2008. A maior parte da legislação no que se refere à pessoa com deficiência é de anos posteriores, sendo que a Lei Brasileira de Inclusão, que tem como texto orientador a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que após tramitar por aproximadamente 15 anos, só entra em vigor em 2016, com regulamentação recente, ainda apresentando lacunas a serem discutidas em um processo contínuo de aprimoramento. A profissão de tradutor/intérprete da Língua Brasileira de Sinais, por exemplo, só foi regulamentada em 2010. Fato que dificulta a disponibilidade de profissionais habilitados no mercado, muitas vezes, causando transtorno ao cidadão surdo quanto ao acesso a seus direitos nas mais diversas áreas da sociedade. O leitor que quiser saber mais sobre a história da legislação da inclusão de pessoas com deficiência no Brasil pode consultar este link oficial: http://www4.planalto.gov.br/ipcd/assuntos/legislacao.

    Dado esse cenário de uma legislação pouco sólida quanto aos direitos das pessoas com deficiência na época em que a pesquisa foi desenvolvida, não serão raras as falas sobre discriminação, falta de acesso à educação, informação, cultura e as dificuldades inerentes aos mais variados tipos de barreiras para o exercício pleno de cidadania dos indivíduos com deficiência no Brasil. Ainda hoje, com a regulamentação da Lei Brasileira de Inclusão pouco esclarecida, e a própria lei com suas lacunas, não é raro vermos noticiados fatos equivalentes aos relatados pelos entrevistados da pesquisa. É quase sempre necessário esclarecer, relembrar, informar e cobrar sobre os direitos das pessoas com deficiência na educação, na cultura e em várias outras áreas, nos mais diversos ambientes. O que nos mostra um longo caminho a ser percorrido por nossa sociedade, não garantido somente pela legislação vigente, mas pela educação de um povo no campo da inclusão de pessoas com deficiência.

    Abreviaturas

    Sumário

    Introdução

    Procedimentos para as entrevistas

    CAPÍTULO I

    AS REALIDADES ENCONTRADAS NA TEORIA E NA PRÁTICA

    1.1 A inserção da pessoa com deficiência na atividade artística:

    uma revisão bibliográfica

    1.1.1 Quanto às áreas de Pós-Graduação em que se inserem

    1.1.2 Quanto aos objetivos das pesquisas

    1.1.3 Quanto ao material empírico fonte das pesquisas

    1.2 APRESENTAÇÃO DOS GRUPOS, OBJETOS DA PESQUISA

    1.2.1 Manifestação artística: artes plásticas Associação dos Pintores com a Boca e com os Pés

    1.2.2 Manifestação artística: dança Grupo de dança sobre rodas Corpo em Movimento

    1.2.3 Manifestação artística: artes cênicas Companhia de Arte Intrusa

    1.2.4 Manifestação artística: música Ceguinhas de Campina Grande

    CAPÍTULO 2

    OS OLHARES VOLTADOS PARA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA

    2.1 A PESSOA COM DEFICIÊNCIA PARA O MUNDO OCIDENTAL

    2.2 MUDANÇAS MUNDIAIS: A LUTA PELOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

    2.3 A PESSOA COM DEFICIÊNCIA PARA O BRASIL

    2.4 A EXISTÊNCIA DE UMA COLETIVIDADE E ELABORAÇÃO DE UMA IDENTIDADE

    CAPÍTULO 3

    A PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MUNDO ARTÍSTICO

    3.1 O ARTISTA COM DEFICIÊNCIA POR ELE MESMO

    3.2 DA PRODUÇÃO ARTÍSTICA E DO SUBCAMPO DA INCLUSÃO PELA ARTE

    CAPÍTULO 4

    DA INCLUSÃO SOCIAL E CULTURAL

    4.1 A APRESENTAÇÃO DO CAPITAL CULTURAL DOS INTEGRANTES COM DEFICIÊNCIA

    4.1.1 Aqueles que tiveram seu primeiro contato com artes no grupo e não buscam ter algo diferente daquilo que já é oferecido dentro deste

    4.1.2 Aqueles que tinham uma formação autodidata, mas não buscam aprimoramento artístico acadêmico para além das atividades de seu grupo

    4.1.3 Aqueles que tiveram seu primeiro contato com artes dentro do grupo, porém, manifestam interesse em ampliar seus conhecimentos com um curso acadêmico

    4.1.4 Aqueles que tinham formação autodidata e que, a partir de suas atividades no grupo, manifestaram interesse por formação artística acadêmica

    4.1.5 Aqueles que já tinham uma formação acadêmica e querem ampliar seus

    conhecimentos

    4.1.6 Aqueles que já tinham uma formação acadêmica e esta lhes é suficiente como conhecimento

    4.2 RELAÇÕES DOS INTEGRANTES COM A FAMÍLIA E A ESCOLA NO ÂMBITO ARTÍSTICO-CULTURAL

    4.2.1 Relação com a família

    4.2.1.1 Integrantes que não recebem o apoio, nem a influência da família

    4.2.1.2 Integrantes que recebem o apoio, mesmo sem terem sido influenciados pela

    família

    4.2.1.3 Integrantes que receberam a influência da família

    4.2.2 Relações com a escola

    4.2.2.1 Experiências de integrantes com deficiência no Ensino Especial

    4.2.2.2 Experiências de integrantes com deficiência no Ensino Regular

    4.2.2.2.1 Integrantes que tiveram dificuldades para participar das aulas

    4.2.2.2.2 Integrantes que não tiveram dificuldades para participar das aulas

    4.2.2.3 Relatos de integrantes que não tiveram a oportunidade de Ensino formal algum

    4.3 QUANTO AO CONSUMO DE BENS CULTURAIS

    CAPÍTULO 5

    AS LIDERANÇAS, O ESTADO E A MÍDIA

    5.1 APRESENTAÇÃO DO CAPITAL CULTURAL DOS LÍDERES DOS GRUPOS

    5.1.1 Formação artística acadêmica

    5.1.2 Formação artística autodidata

    5.2 A RELAÇÃO DOS LÍDERES DOS GRUPOS COM A FAMÍLIA NO ÂMBITO ARTÍSTICO-CULTURAL

    5.3 QUANTO AO CONSUMO DE BENS CULTURAIS

    5.4 FORMAS DESIGUAIS DE CONTROLE DO PROCESSO CRIATIVO

    5.4.1 Processos criativos em que a etapa intelectual e a técnica são individuais

    5.4.2 Processos criativos em que a etapa intelectual e a técnica são coletivas

    5.4.3 Processos criativos em que a etapa intelectual é coletiva, e a técnica, individual

    5.4.4 Processos criativos em que a etapa intelectual é individual, e a técnica, coletiva

    5.5 A RELAÇÃO DOS GRUPOS COM O ESTADO

    5.5.1 O grupo de dança sobre rodas Corpo em Movimento e o Governo do Estado do Rio de Janeiro

    5.5.2 Associação de Balé e Artes para Cegos Fernanda Bianchini, Cia. de Arte Intrusa, Associação dos Pintores com a Boca e com os Pés, Cia. Mix Menestréis e o Governo do Estado de São Paulo

    5.5.3 As Ceguinhas de Campina Grande e o governo do estado da Paraíba

    5.6 RELAÇÃO DOS GRUPOS COM A MÍDIA

    CIRCUITO FECHADO: o subcampo da arte para inclusão social de pessoas com deficiência

    REFERÊNCIAS 

    ANEXO: TABELAS DOS RESULTADOS DA PESQUISA

    Introdução

    Tendo em mente o histórico do indivíduo com deficiência como excluído do mundo do trabalho em arte (ou ocupando lugares menos privilegiados neste campo), e a recente abertura de oportunidades e de reconhecimento (num determinado subcampo), vemos na atualidade uma leve mudança no panorama da relação arte/deficiência. Nas mais diversas manifestações (artes plásticas, artes cênicas, dança, música), é possível afirmar que pessoas com deficiência vêm despontando por meio de suas obras, espetáculos, shows e conseguindo mais espaço nos meios de comunicação. Ainda esparsas, apresentaremos algumas iniciativas de grupos artísticos em que participam pessoas com deficiência.

    Inicialmente, este livro pretendia falar sobre o papel da formação acadêmica como capital cultural para artistas com deficiência no campo das Artes, por meio da comparação entre grupos que contivessem integrantes com esta formação e outros sem ela. Esta intenção era baseada nas ideias do sociólogo Pierre Bourdieu, que diz, acerca do valor desta formação, que:

    O título profissional ou escolar é uma espécie de regra jurídica de percepção social, um ser-percebido que é garantido como um direito. É um capital simbólico institucionalizado, legal (e não apenas legítimo). Cada vez mais indissociável do título escolar, visto que o sistema escolar tende cada vez mais a representar a última e única garantia de todos os títulos profissionais, ele tem em si mesmo um valor e, se bem que se trate de um nome comum, funciona à maneira de um grande nome (nome de grande família ou nome próprio), conferindo todas as espécies de ganhos simbólicos (e dos bens que não é possível adquirir directamente com a moeda.) ¹

    O autor apresenta, então, as conexões entre o título profissional (para nosso estudo, o título de artista) e o título escolar (formação acadêmica nas Artes, por exemplo); sendo o primeiro uma garantia para a legitimação do último. Partimos, assim, dos seguintes grupos para esta investigação:

    Artes Plásticas: Associação dos Pintores com a Boca e com os Pés

    Uma empresa comercial de pessoas com deficiência física

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