Evangelho e Saúde: Fundamentos científicos para uma melhor qualidade de vida
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Evangelho e Saúde - Mônica Magnavita
Os direitos autorais deste livro serão doados a instituições beneficentes, a pedido de meu pai. Foram escolhidos o Centro Espírita Léon Denis, no Rio de Janeiro, e o Hospital do Fogo Selvagem, em Uberaba. Criado por Aparecida Conceição Ferreira, o Hospital foi administrado por ela durante anos com grande dedicação e coragem.
* O livro Evangelho e Saúde foi editado pela primeira vez em 2003, por outra editora. A edição atual, do Celd, está revisada e ampliada.
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.
L856e Lopes, Wilson, 1933-2007.
Evangelho e Saúde. Fundamentos científicos para uma melhor qualidade de vida / Wilson Lopes e Mônica Magnavita. 1.ed. — Rio de Janeiro: CELD, 2011.
216p.; il. 21cm
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7297-496-7
1. Ciência – Aspectos religiosos. 2. Religião e ciência.
I. Magnavita, Mônica, 1957. I. Título.
11-0933.
CDD 133.9
CDU 133.9
Wilson Lopes (in memoriam)
Mônica Magnavita
Fundamentos científicos para
uma melhor qualidade de vida
CELD
Rio de Janeiro, 2011
EVANGELHO E SAÚDE
Wilson Lopes (in memoriam)
e Mônica Magnavita
1ª Edição: março de 2011;
1ª tiragem, do 1º ao 3º milheiro.
L 3730910
Capa e Diagramação:
Márcio P. de Almeida
Revisão:
Teresa Cunha
Produção de ebook:
S2 Books
Para pedidos de livros, dirija-se ao
Centro Espírita Léon Denis
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Centro Espírita Léon Denis
Rua Abílio dos Santos, 137, Bento Ribeiro,
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CNPJ 27.291.931/0001-89
IE 82.209.980
Tel. (21) 2452-1846
Site: www.celd.org.br
Remessa via Correios e transportadora.
Todo produto desta edição é destinado à manutenção das obras sociais do Centro Espírita Léon Denis.
Paulo 1, Coríntios, 13:1 e 2.
Se eu falo as línguas dos homens e dos anjos,
mas não tenho amor,
sou um bronze que soa ou címbalo que tine.
E se tenho o dom da profecia
e conheço todos os mistérios e toda a ciência,
e se eu tenho toda a fé, de modo a transportar montanhas,
mas não tenho amor, nada sou.
Agradecimentos
À Marília, esposa e mãe, pela dedicação e paciência nas revisões dos textos e pela contribuição à análise dos temas.
Ao doutor Léon Levy, que muito contribuiu para o enfoque mais adequado da Medicina no contexto do livro.
Ao doutor Claudio Blum pelas suas várias revisões sobre a interrelação mente-corpo.
Ao doutor Marcelo Nazareth, pelas muitas entrevistas que concedeu sobre a evolução da Ciência e dos efeitos dos sentimentos sobre a saúde.
A Vicente Graceffi, companheiro de longa data, estudioso dos textos bíblicos e que, pacientemente, colaborou nas revisões.
A Hermínio Miranda, que com sua vasta experiência como escritor, colaborou com orientações para a realização deste livro.
À Celina Gavino, pelas contribuições em relação aos temas psíquicos e às questões ligadas ao comportamento.
À Fátima Barros, pela sua contribuição para uma nova edição do livro.
E a Deus, pelas possibilidades que recebemos durante nossas vidas de compreender melhor a natureza de suas leis e de seus efeitos sobre nós.
Sumário
Capa
Ficha catalográfica
Folha de rosto
Créditos
Citação
Agradecimentos
Por que estamos falando de Ciência do Evangelho?
Introdução
Capítulo I - O Evangelho como Ciência
Capítulo II - O Poder da palavra
Capítulo III - A essencialidade do Amor para o bem-estar, o equilíbrio e a saúde
Capítulo IV - A Lei como saúde pessoal
Capítulo V - Consciência de si mesmo e saúde
Capítulo VI - A fé como força de transformação pessoal e superação de hábitos, vícios e doenças
Capítulo VII - O remédio e o valor da oração
Capítulo VIII - Sentimentos, pensamentos e saúde
Capítulo IX - O Evangelho é prática interior e exterior
Capítulo X - O perdão e a saúde
Capítulo XI - Por que não revidar as ofensas?
Capítulo XII - Harmonia biopsíquica
Capítulo XIII - Os problemas da ansiedade e da culpa. A paciência traz saúde
Capítulo XIV - Prazer, doença, fracasso pessoal e conhecimento responsável
Capítulo XV - A simplicidade e a saúde
Capítulo XVI - Necessidade de escolher
Capítulo XVII - Os males da Moral em causa própria
Capítulo XVIII - A saúde da caridade
Capítulo XIX - Humildade, sim
Capítulo XX - O enfraquecimento moral resulta em doenças
Capítulo XXI - Arrependimento é cura
Capítulo XXII - Conclusão
Capítulo XXIII - Apêndice anatômico
Referências Bibliográficas
Casa onde Maria e João Evangelista moraram, em Éfeso, na Turquia.
Maria foi morar na pequena casa no alto de um monte, em Éfeso, ao lado de João, então um adolescente, depois da crucificação de Jesus e lá viveu ajudando a todos os necessitados que batiam em sua porta até seus últimos dias na Terra.
A pequena casa é muito mais do que uma edificação de pedra. Transmite a paz cultivada por seus moradores há mais de dois milênios.
Por que estamos falando de Ciência do Evangelho?
Por que estamos falando
de Ciência do Evangelho?
A explicação dos médicos:[1]
A parte científica do presente estudo se baseia no conhecimento médico, particularmente relacionado à fisiologia e à imunologia do ser humano. Os agentes patogênicos ativados pela desarmonia psico-neuro-endócrina, em especial nas condições intensas de excitação psicossomática e nos estados depressivos acentuados, desencadeiam, em consequência, patologias claramente identificadas como patologias de autoagressão, nas quais se sobressaem lesões da pele, doenças inflamatórias do tubo digestivo, doença péptica; também distúrbios metabólicos subjacentes são acordados e acelerados, produzindo doença cardiovascular, neuropatias diversas, discinesias digestivas e urinárias e alterações da esfera sexual.
A tensão emocional contínua ou frequente submete o indivíduo a uma percepção anormal do seu alter ego e esta eclosão pode até resultar em mecanismo patológico que exija tratamento cirúrgico e mesmo de caráter emergencial. Considera-se modernamente que estes estados de sobre-excitação de origem psicossomática podem acordar uma resposta inflamatória sistêmica e acionar receptores da parede celular e núcleo das células de revestimento, gerando-se assim algumas formas de câncer.
Normalmente, diante do estresse há uma adaptação orgânica que absorve e re-harmoniza os impactos, mas a continuidade provoca efeitos deletérios na bioquímica e regulação entre as diversas glândulas secretoras de hormônios e enzimas neurotransmissoras e ativadoras de genes relacionados com a capacidade imunológica, esta decai e dá oportunidade a infecções oportunistas.
Esta é a síntese da fisioterapia do estresse, em que a longo prazo são geradas as doenças chamadas de psicossomáticas e açuladas para as evoluções das doenças heredodegenerativas inscritas no código genético de cada um, decai-se, no estado nutricional, na resistência frente a agentes agressores externos. Na estética, em um envelhecimento precoce.
Erros de alimentação, de hábitos e vícios de conduta na vida social acentuam a agressão ao corpo. A ação de radicais livres, de radicais tóxicos do oxigênio, em associação aos fatores acima citados, intensifica o desgaste físico e encurta a existência. No trabalho, essa situação provoca uma óbvia queda de produção pelo enfraquecimento orgânico, sendo diferente com o trabalhador braçal e com o trabalhado intelectual. Os prejuízos são de ambos, mas a intensidade variará com a tendência individual, sendo necessário alertar que as lesões às organelas celulares como as mitocôndrias, o ácido ribonucleico do Aparelho de Golgi, são apenas parcialmente reversíveis em qualquer caso, e as lesões aos cromossomos e genes não são recuperáveis até o momento. A percepção inteligente que se reduz pela lesão bioquímica aos neurônios dificilmente retorna ao estado normal e antes conhecido pelo próprio interessado.
Sendo assim, o ponto de partida de um estado anormal emocional, de sobrecarga orgânica ou de agressão crônica por agentes externos, é zelar pela prevenção como a melhor garantia de se evitar a deterioração bioquímica e celular no organismo.
Introdução
Introdução
Neste terceiro milênio, com o avanço do conhecimento, foi possível compreender o conteúdo científico do Evangelho, especificamente de mais de uma centena de versículos, objeto de análise deste livro. Nossa escolha recaiu sobre as passagens bíblicas que consideramos fundamentais para alcançarmos bem-estar, saúde e harmonia, independentemente de qualquer orientação religiosa. Forçoso é reconhecer o conteúdo de um guia prático de saúde nas lições deixadas por Jesus, e que hoje recebem o aval da Medicina. Este é o caminho que percorremos neste livro.
Por que falamos de Ciência quando estudamos o Evangelho? Ciência, do latim scientia, significa conhecimento. Opõe-se, dessa forma, à crença, opinião, dogma, superstição, esoterismo. Portanto, fica estabelecido que não trataremos de tais temas neste livro. Entendemos como conteúdo científico do Evangelho o conjunto de conhecimentos adquiridos pelo estudo e pela prática ou, na definição de Michel Blay, o conhecimento claro e evidente de algo, fundado sobre princípios e demonstrações. Rendendo-se à força da lógica, que predomina na criação do Universo, encontramos a presença de um princípio inteligente e de uma causa primária de todas as coisas
, reforçada pela Teoria do Tudo
, na qual Einstein trabalhou até 1955.
Historicamente, os campos intelectuais caminham separados uns dos outros. Ciência, religião, filosofia, arte, sociologia muitas vezes se perpetuam em territórios isolados do conhecimento ou até mesmo opostos, reduzindo a compreensão da vida a um determinado olhar, a um determinado instrumento de reflexão. Nossa proposta é superar essa segmentação e elevar a observação e o pensamento a uma dimensão acima de territórios fragmentados do saber
, almejando o conhecimento.
O ponto de partida é a constatação de que a vivência diária dos princípios cristãos poderá reduzir acentuadamente doenças e desequilíbrios psíquicos. Qualquer ação individual vai, necessariamente, provocar uma reação tanto em quem a provocou quanto no ambiente em geral, que pode ser mensurável, analisada e decodificada. O aumento da produtividade nos diversos setores de nossas vidas, a sensação de bem-estar e a redução no uso de medicamentos são transformações que podem ser alcançadas individualmente. Como a humanidade é composta de indivíduos, temos apenas um desafio pela frente: fazer nossa parte.
Quando abordamos o tema bem-estar falamos de uma visão ampla que inclui saúde física, psicológica, social e ambiental. Não há milagres. Atingiremos um estado de equilíbrio físico e psíquico no momento em que melhorarmos a qualidade de nossos sentimentos. A química do corpo humano, máquina perfeita (se é que podemos chamá-lo assim), age e reage em função de sentimentos, pensamentos e emoções, combustíveis para seu funcionamento, além, evidentemente, da alimentação, do meio ambiente e do estilo de vida. Mas fato é que, em larga escala, da qualidade dos sentimentos, e das emoções que os acompanham, resultará seu bom ou mau desempenho.
Um veículo movido, exclusivamente, a gasolina não pode ser abastecido com álcool. Se isso ocorrer, o motor será danificado. No corpo humano acontece o mesmo. Quando utilizamos combustíveis inadequados — ou seja, emoções e sentimentos como ódio, egoísmo, orgulho, inveja, vingança, por exemplo — o funcionamento harmonioso do organismo começa a falhar. Como não temos motor flex, precisamos recorrer à ajuda de especialistas para recuperar o equilíbrio. A questão é que precisamos saber mantê-lo.
Por que a Medicina não evita as doenças? Adiante, vamos refletir melhor sobre a questão, mas, por hora, respondemos que a Medicina tem sido, basicamente, utilizada para curar doenças, não para evitá-las.
Nosso entendimento, reiterando, é de que as leis contidas nos textos bíblicos devem ser compreendidas a partir dos ensinamentos que delas derivam, com seus efeitos de ação e reação, não como dogmas, o que permitirá que alcancemos qualidade de vida com saúde física e psíquica.
Estudamos a inter-relação entre os conceitos da ética cristã e da Ciência, conceitos estes presentes em todas as religiões, como podemos observar nos versículos analisados, convergentes com as orientações da Torah, de Buda, Maomé e da filosofia chinesa. Os princípios que prevalecem nessas doutrinas, muitas das quais anteriores ao Cristianismo, também estão presentes na constituição de países ocidentais e orientais. As leis humanas sofreram contínuas alterações ao longo da história, mas os conceitos básicos presentes nas diversas religiões e nas filosofias orientais se perpetuaram.
Afinal, qual a importância da religião em nossas vidas? A maior parte da humanidade acredita na existência de uma força divina e, no entanto, felicidade ainda é um sonho distante do nosso cotidiano ou uma promessa a ser alcançada depois da morte, em algum ponto do porvir. Não será, talvez, porque entendamos felicidade como a plena satisfação de nossos desejos? Quando nossas aspirações e a realidade entram em choque advém o sofrimento, e a repetição sistemática de frustrações e desprazer facilita o surgimento de doenças.
A religião perde, dessa forma, sua essência e seu poder transformador. Religiosidade é o caminho de ligação da nossa essência com Deus. Transcende à compreensão intelectual e está longe de induzir à debilidade ou à submissão cega à realidade. Ao contrário, a verdadeira religião é revolucionária, agente transformador, que eleva o homem acima da mediocridade de objetivos imediatos.
Mas as palavras de Jesus podem mudar tal processo? A ideia de Deus pode influenciar nossa saúde física e psicológica? Podemos ter ótima qualidade de vida na conturbada sociedade em que vivemos contrariando a ética cristã? Nossa resposta é sim para as duas primeiras questões e não para a terceira.
Para muitos, as religiões nos induzem a aceitar as circunstâncias, moldando nossos sonhos ao curso dos acontecimentos. O prêmio pelo bom comportamento estaria à nossa espera em algum lugar no futuro. Mas não nos cabe refletir sobre o que foi feito das religiões desde os 10 mandamentos de Moisés até os dias atuais, mas, sim, o caminho pelo qual a religiosidade, entendida em sua origem por religação com Deus, pode nos levar à harmonia. Ou, sim, à felicidade.
O enfraquecimento moral, entendido como egoísmo, orgulho, ódio, ciúmes e inveja, por exemplo, é o principal agente gerador das doenças, angústias e sofrimentos. As leis morais do Evangelho não têm como finalidade garantir um paraíso eterno a seus seguidores, mas nos ensinam como manter a harmonia biopsíquica enquanto vivemos nosso atribulado dia a dia, aqui mesmo, no planeta Terra.
Essas são questões a que nos propomos refletir.
Por que escrevemos este livro? Qual sua origem?
Meu pai e seu amigo, Edir Montez, durante quase 25 anos, participaram de um programa de estudos sobre ética cristã em um presídio no Rio de Janeiro, com mais de 750 detentos, boa parte condenada pelos chamados crimes hediondos. Foi nesse grupo específico que ele pôde testemunhar o processo de mudança, na vida daqueles homens, desencadeado a partir da compreensão dos ensinamentos de Jesus. Quase todos acreditavam em Deus e consideravam-se religiosos, o que não os impediu de estarem presos, condenados por crimes graves. Alguns chegaram a dizer que rezavam antes dos assaltos cometidos, pedindo proteção para não serem presos.
Diante disso, a pergunta era inevitável — qual a compreensão que tinham de Deus e de suas leis? Um entendimento muito pessoal, sem dúvida. Que valores