Publicações com histórias de gente que faz a 127 Artigos: + Histórias Emocionantes
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Publicações com histórias de gente que faz a 127 Artigos - Vanderlei Testa
VANDERLEI TESTA
127 artigos
+Histórias Emocionantes
Relatos da vida real para viajar no tempo
Dados Biográficos
Título Original: 127 Artigos + Histórias Emocionantes
Copyright 2020 by Vanderlei Testa
Todos os direitos reservados
Impresso no Brasil/Livro Digital
CIP- Brasil Catalogação na Fonte
Testa, José, Vanderlei
27 artigos + Histórias Emocionantes é uma coletânea do autor em seus artigos publicados na imprensa e rede social. Os nomes e personagens são reais.
Elaboração de Conteúdo: Vanderlei Testa
Revisão de Conteúdo: Alan Larrubia
Capa: Tiago Fogaça
Agradecimentos
O sete é bíblico. Significa Totalidade. Nasci no dia 27 de janeiro (mês 1) e tenho o número 7 no ano que apareci neste mundo. 1947. Escolhi 127 artigos mais algumas dezenas que tenho publicado na imprensa. Seria impossível realizar com o mesmo número de páginas, que também defini como 477 + outros tantos setes no total. Meus agradecimentos neste início de conversa com o leitor é a Deus em primeiro lugar e ao amigão, seu Filho Jesus que tenho a alegria de conversar diariamente logo que acordo pela manhã. E a Terceira Pessoa da trindade, o Espírito Santo, a quem devo as inspirações diárias para as minhas escritas. Coloco o coração e a mente para agir, mas sei por convicção que sem eles nada seria igual. Sinto em cada palavra digitada e nos relatos aqui descritos e compilados nesta edição, que há um pulsar de coração em cada artigo. Fico imaginando as pessoas com quem vou me relacionar na história e as coloco ao meu lado no pensamento. Fico feliz de poder estar em suas mãos com este exemplar, fruto de um trabalho incansável do sonho de editar um livro com o que escrevi em mais de dez anos nos jornais Ipanema e Cruzeiro do Sul, este jornal, mais recente. Há também dezenas de artigos que publico semanalmente na Rede Social.
Ah, para registrar mais número sete na minha vida, fui batizado no dia 7 de abril e fiz a Primeira Eucaristia em 27 de junho com sete anos de idade. Esta 1º edição foi encerrada em 27 de fevereiro de 2000.
Dedicatória
Em memória eterna de meus pais, primeiros educadores da minha vida.
Gratidão, mamãe Carmela e papai Ernesto
À Claudete e a Camila pela paciência comigo. E à Carolina, neta amada, com sete anos de idade, eu dedico estas linhas como uma lembrança viva das loucuras
do vovô em escrever histórias.
SUMÁRIO
Dom Aguirre a Dom Akamine
Emília Lorenzetti
O amor conjugal das famílias Alvarenga e Navarro
O adeus do Clarivaldo Neves
O convite de 53 anos de José Carlos Castanho
Loi e Waltão no chuvisco do entardecer
A greve e os casais das ENS
O olhar sensível do Teco e o Rek da Fernanda Monteiro
Projeto Memória do Jardim Saira
A Jaú de Altimínia e Lima
Seis mil anos de fé
Milton Muraro e o aniversário de Sorocaba
Os trigêmeos da Evenize
O sonho do médico Edvar Ruela Pires
O adeus do Professor Junior
ASI, alegria e lágrimas!
Edgard Moura e a chave da felicidade
Cristina e Antonio Jorge Betti, um milhão de minutos
Os eternos namorados de mãos dadas nas praças
Dia dos Namorados e os cinco casais de nossa história
Cal Barbosa e seus docinhos encantados
Clarinha Gâmbaro e seus 97 anos
Marcos Barana é gente que faz
O pálio de Dom Júlio Endi Akamine
Sandra e Rodrigo
As Mantinhas do Bem
Maria Cecília Flores Arruda
Os escritos do Otávio Teixeira
Roberto Ayres, passos no Mosteiro de São Bento
Papai Noel de Sorocaba mora no Jardim Iguatemi
A serenidade do médico Newton Vieira de Souza
Tânia e Pedro Megale
O Luiz Nequirito em uma tarde de domingo
Quem paga o pato ou tapa o sol com a peneira
Adélia e Edgard Steffen: mais de 60 anos de amor conjugal
Uma volta ao passado com o pai Rui Coelho de Oliveira
Adriana Negrini, uma vencedora nas letras
Uma taça de vinho italiano Angheben
O incentivo do Amorin e do Zé da Moto
A arte de conquistar pessoas
O menino de Angatuba
A superação do Alexandre Gonzales
O tempero da fofinha mãe Carmela
Pedro Bercial Bravo, 80 anos de história
A Arca de Noé e a Arca de Sorocaba
Brasília e Armando Ponce: 50 anos de mãos dadas
Os 20 anos da Fundação Luiz Almeida Marins Filho
A história do Frank atravessou fronteiras
Luci e Paulo Roberto Miguel
O pente do João dos Santos
A garota prodígio de Sorocaba em pesquisa ambiental
A janela poética do avô Ferrucio
Dez palavras dos leitores e uma só história
A saga dos Asseitunos
A história do Cadico é pura emoção
A infância inesquecível da Jaqueline Coutinho
Bodas de diamante
Erwin Frohlich
A mãe do monge Mathias
O Bolo de Araruta e a medicina
O Campo de avião Schleiffer
Casamento e Divórcio
O VAR na fundação de Sorocaba
Pano de chão no Natal
A fé do Gabigol
Um dia de vida
Histórias, emoções e metas do ano novo
Theodoro Mendes
O Carnaval de Sorocaba
O primeiro Fusca ninguém esquece
Uma tarde de domingo
Rotary inaugurou Sala Vagner Silvestre
Prof. Milton Marinho Martins
Os pets da Bruna Russo
Pé de ferro
Picolé de groselha graças ao Consul Renaux
Ser mãe e as histórias de amor
José Roberto Ercolin
Venci a Depressão
Sou absolutamente feliz
30 anos da Rádio Ipanema
Sartorelli e as lembranças sorocabanas
Ana Maura e José Carlos Felamingo
Ponte Salomão Pavlovsky
Os 50 anos da família de Antonio e Maria Augusta Cardoso
A arte de servir e a receita do doce
A Cruz da Jornada da Juventude
A despedida do Papa Bento XVI
A geração eletrônica desconhece a tradição do artesanal pião, pipa e da bola de meia.
A primeira neta nasce hoje
A princesa costureira e o príncipe boiadeiro
Rua Carlos de Campos
Alcir e Rute Vilela: vocação familiar em mais de 30 anos nas Equipes de Nossa Senhora
Aprendi lições de vida com o professor Evandro Soares de Menezes.
Galeria dos Calçados
As balas de alfinis da dona Iolanda
As fotos da vida retratam emoções e saudade
As garças do novo Rio Sorocaba
Férias de Julho: as mangas de Piracicaba
As palavras e o silêncio que toca o coração
O sonho e a magia de um menino em ser cirurgião plástico
Beto Ferreira conta sua história
Bonde do tempo: participem dessa viagem
Buscai a sabedoria sem dinheiro
Campineiro, um atleta vencedor no jogo da vida
Histórias do Carnaval de vaidades ou de alegria
Célia Neves uma vida dedicada ao Fórum de Sorocaba
Célio José de Arruda, gente que faz o mundo ser melhor
Chegadas e Partidas
Falinha, o facebook dos anos 60
Histórias de amor: coincidências ou providência
Com 93 anos dona Nancy Moncau foi para o computador
Comércio varejista de Sorocaba: salto para o futuro
Nos tempos das cartas de amor à inspiração de mais de 40 anos de romance de Conceição e Vagner
Desfaça-se de tudo o que atravanca a sua vida
Florenzano, ao lado do pai nasceu uma vocação
Marcio Ortega e a celebração de Natal em família
Marcos Marins um apaixonado pela vida
Maria Aparecida Almeida Dias de Souza
Mary Pavlovsky na vanguarda da família
Edoardo e Mara Santino, um Natal ítalo-brasileiro
Nelly Cury Maluf
O carnaval lembra Pedro Salomão José
Paulão
, Paulo Varchavtchick
Paulo e Maria Canineu e o seu time de 12 filhos
Leda e Laelso Rodrigues: Páscoa em família
Ganhei na mega-sena
Tadeu Rocha Moraes: o menino da Vila Santana
Último beijo do papai
O Brasil e o XI Encontro Internacional das ENS
Walter Reze: seus pães e quibes
Vera Guariglia
Adolfo Gianolla: paixão pelo Super 8
O nosso presente ao Papa Francisco
A ousadia do Daniel Perdiga
A pequena Sofia é uma heroína da vida
Amor à Vida, o Fabrício é o exemplo
Bolo de serragem
Ediça Madureira, a eterna namorada do Ary
Estou à procura de araruta
Os limites do corpo humano
Ivany e Geraldo Poldi: amor à vida
Loções do tempo da vovó
Homens de sabedoria
O semáforo de manivela da Álvaro Soares
Os escritores da minha cidade
Panathlon e a bola de gomos de couro
Pastel com guaraná, nos encontros da ASI
Preguinho com manteiga do Zé Vicente
São Bento: a alegria do futebol em Sorocaba
Armazém dos Rosa inovou na década de 60
Camilo Júlio Filho
Dia da Mulher e a família Del Mastro
João Ortiz Rodrigues: Vovô Xuxa
Reinalda e Reinaldo: carnaval dos jovens
Rotary Manchester
No tempo do fogão a lenha da nona
A colcha de crochê da mamãe
A realeza dos Souza de Porto Feliz
Adolfo Frioli: apaixonado pela história
Gilson Delgado atua com foco no ser humano
Irineu e Maria Helena Barros Maestrini
Vila Hortência e o Creiso Soares
Mariana a eleita do Mauricio Pilon
Nely Mascarenhas e Artidoro Mascarenhas
Padre Wilson: O bem sempre vence o mal
O casarão dos Regal
50 anos do Rotary Clube de Sorocaba Leste
94 anos: mulher especial: Clarinha Gâmbaro
Paulo Fernando Moreira: empresário e poeta
Rosana e Gastão Moura um belo testemunho
Tereza Macedo e Pedro Godoy
Um cravo, um olhar, Alfredo e Lúcia Gemente
O pão Real que começou em Porto Feliz
Vencer é dar o primeiro passo
Namastê
Luiz Castanho: objetivo com sabedoria
O Paulo da Norma
Margarida de Oliveira Silva: 85 anos
Homero e José Desidério
O Carnaval de Sorocaba é hoje só
A Vcitória e a tartaruga Dolores
Pedro e Lindinalva
Vicentina e Flávio Miguel, 50 anos de história conjugal
Ricardo Bandeira
Amélia Laham Borges e o almoço da Páscoa
Carlos Farrapo: a vida em alto astral
Dia Nacional da Coleta de Alimentos
Delegada Cássia
Dirceu de Barros: amou até o fim
Os 90 anos da dona Eunice Queiroz Faria
Dona Luiza Monteiro de Barros
Leandro Glauber Dias
Luiz Ramires: nasceu para empreender e vencer
A determinação levou Mauricio Orfali à Maratona de Buenos Aires
Tatiana e José Abrão: Natal de paz em família
Esta edição do livro: 127 Artigos + Histórias Emocionantes
compiladas dos artigos do jornalista e publicitário Vanderlei Testa, representa um pouco das palavras escritas em manifestações de respeito humano às pessoas que foram citadas pelo autor nos jornais Ipanema, Cruzeiro do Sul e redes sociais, onde o autor continua a relatar suas histórias reais em décadas de vida. Impossível não se emocionar e partilhar experiências pessoais e de família com os fatos citados.
Fernando Negrão – Jornalista e Professor, Coordenador de Comunicação da Universidade de Sorocaba- UNISO
127 Artigos
+ Histórias Emocionantes
Agora é pra valer. São mais de 127 artigos que consegui recuperar em tempo superior a dez anos de publicações nos jornais. Foram muitos dias e semanas de garimpagem em arquivos guardados com carinho. Desde já pedimos desculpas aos amigos homenageados que não fazem parte destes artigos, talvez perdidos em algum HD ou pendrive, dos muitos que mantenho ainda para pesquisar para uma nova edição do livro.
Grato pela leitura e revivam as emoções como eu vivi relendo cada artigo com recordações que tocaram minha alma e coração.
Dom Aguirre a Dom Akamine
Fui crismado por Dom Aguirre e convivi com Dom Melhado, Dom Lambert, Dom Eduardo e o atual Dom Júlio Akamine. Decidi fazer uma trajetória desses cinco ungidos sacerdotes neste rumo da Arquidiocese aos seus 100 anos de existência a ser celebrada em 2024. Na minha memória existe uma imagem inesquecível do casarão da Cúria Diocesana na rua XV de Novembro. Apesar da pouca idade, o fato em si registrou um acontecimento com a unção do Dom José Carlos de Aguirre no sacramento da Crisma. Meus padrinhos já se foram deste mundo. Amábile e Antonio Trevisan nunca deixarão de existir na minha existência. Dom Aguirre, como todos o chamavam, deixou em Sorocaba uma história de vida que pode ser comparada a uma árvore frutífera e eterna. O bispo Dom Aguirre chegou de trem da Estrada de Ferro Sorocabana oriundo de Bragança Paulista. Ele foi nomeado pelo papa Pio XI, que criou a Diocese de Sorocaba. Dom Aguirre foi o primeiro Bispo. Imagino a festa na cidade quando ele desceu na estação da sorocabana no dia 31 de dezembro de 1924 e se locomoveu até a Igreja Matriz de NS da Ponte. Monsenhor Domingos Magaldi, governador do bispado de Botucatu, foi o primeiro Vigário Geral da Diocese. Padres, leigos e autoridades sentiram-se abençoados por estarem presentes nesta recepção antecedendo o ano novo. A recém-formada Diocese de Sorocaba em 1924 contava com uma população de 355.181 habitantes em suas 30 cidades. Sorocaba era a maior com 43.323 habitantes e, a menor cidade, Ribeirão Branco com 3.156 pessoas.
Tenho o livro escrito pelo historiador ‘Aluísio de Almeida’, pseudônimo do Monsenhor Luiz Castanho de Almeida, um dos mais brilhantes escritores da cidade. Conversei com ele várias vezes em sua casa. A obra A Diocese de Sorocaba e seu Primeiro Bispo
, tem data na minha edição de 1974. Ela foi escrita em maio de 1970. Monsenhor Castanho contou que ele foi o terceiro sacerdote ordenado por Dom Aguirre. Também o escritor e um dos mais destacados mestres da trajetória da Fundação Dom Aguirre, professor Aldo Vannucci escreveu o livro Dom Aguirre Vida e Obra
. Os dois volumes citados enriquecem as bibliotecas do Brasil para estudos e pesquisas dos alunos. Considero-me um deles, desde que estudei e me formei na faculdade que tem como patrono Dom Aguirre. Destaco também nas páginas do livro de Monsenhor Castanho a citação do Comendador Antonio Barbero e sua esposa Teresa Barbero cujo apoio moral e material foi notável na conclusão das obras do Seminário de Sorocaba. Eles são pais do meu amigo Antonio Barbero Neto, com quem convivo em família há mais de 40 anos no Movimento das Equipes de Nossa Senhora.
Com Dom José Melhado Campos, o segundo Bispo de Sorocaba, tive a feliz oportunidade de participar na sua gestão à frente da Diocese, como membro do Movimento de Cursilhos de Cristandade. Entre outras atividades, eu enxergava em Dom Melhado um paizão
para todos que o procuravam em ouvir seus conselhos. Amigo e companheiro de pescaria de dezenas de sorocabanos, gostava de jogar bocha nas horas de lazer. Ele ficou a frente da Diocese de 1973 a 1980. O menino José Melhado Campos nasceu em Limeira. SP em 29 de novembro de 1909, quinze anos antes da criação da Diocese de Sorocaba. Ordenado sacerdote em 15 de agosto de 1934, em São Manuel, foi nomeado vigário coadjutor na cidade de Avaré. Foi professor do Seminário São Carlos Borromeu. Em 21 de fevereiro de 1965 foi nomeado pelo Papa Paulo VI titular da Óspita e coadjutor com direito a sucessão de Dom José Carlos de Aguirre na Diocese de Sorocaba. Em 16 de dezembro de 1965 a Santa Sé, com a idade avançada de Dom Aguirre, nomeia Dom José Melhado Campos, agora como bispo coadjutor e administrador apostólico sede plena
da Diocese de Sorocaba. Com a morte de Dom Aguirre em janeiro de 1973, Dom Melhado assumiu como Bispo Diocesano.
Dom José Melhado Campos ficou como Bispo diocesano de Sorocaba até 20 de janeiro de 1980. Nesse ano a Santa Sé nomeou como bispo coadjutor e administrador apostólico Dom José Lambert. Dom Melhado faleceu em 21 de setembro de 1986, sendo velado e sepultado na Capela mortuária dos Bispos que está construída na Catedral de Sorocaba.
Dom José Lambert também faz parte das minhas lembranças em muitos episódios. Recordo-me do dia em que conversamos em 1996 para trazer a retransmissora da Rede Vida de Televisão para Sorocaba. Depois de meses de acertos e com o acompanhamento de um pequeno grupo de voluntários cristãos com a representação do padre Tadeu Rocha Moraes e de Dom Lambert, foi assinada a concessão pelo então prefeito da época Paulo Mendes com João Monteiro de Barros, presidente da emissora. A Universidade de Sorocaba-Uniso também é uma conquista expressiva para a cidade. O primeiro arcebispo metropolitano Dom Lambert assumiu um intenso trabalho frente à presidência da Fundação Dom Aguirre, mantenedora da instituição.
Dom José Lambert nasceu em 13 de março de 1929 na cidade de Igarapava. Foi ordenado presbítero em 10 de janeiro de 1954 em Ribeirão Preto. Pertencia a Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo. De 1975 a 1979 foi Bispo da Diocese de Itapeva. Chegou a Sorocaba em 20 de janeiro de 1980 como bispo coadjutor e administrador apostólico- sede plena. Foi nomeado Bispo diocesano em 20 de maio de 1981. Por nomeação do Papa João Paulo II foi nomeado Arcebispo Metropolitano em 29 de abril de 1993 recebendo o Pálio das mãos do Papa em junho do mesmo ano.
Durante 12 anos Dom José Lambert foi o responsável pela Diocese e posteriormente 13 anos como Arcebispo da Arquidiocese de Sorocaba. Também na gestão de dom José Lambert aconteceu à construção e instalação do Centro Arquidiocesano de Pastoral –CAP- onde hoje funciona o Instituto de Teologia João Paulo II. Dom José Lambert recebeu como homenagem pública o seu nome no Centro de Referência Municipal de Educação de Sorocaba, um dos mais modernos do país na Formação de Educadores. Dom José Lambert, bispo emérito, faleceu em 27 de fevereiro de 2007.
Dom Eduardo assumiu em 03 de julho de 1995, como o 4º Bispo e 2º Arcebispo de Sorocaba. Nasceu em 25 de junho de 1941, em Bias Fortes, estado de Minas Gerais. Entrou para o Seminário Diocesano Santo Antonio com 10 anos de idade. Foi ordenado sacerdote em 13 de dezembro de 1964 na Catedral de Juiz de Fora. Recebeu a sagração de Bispo em 21 de junho de 1998 do Papa João Paulo II onde foi designado posteriormente para Porto Alegre como Bispo Auxiliar. Em março de 2001 Dom Eduardo Benes foi nomeado para ser o Bispo da Diocese de Lorena S.P. Em 2016, Dom Eduardo, por idade, renunciou e transferiu o arcebispado a Dom Julio Endi Akamine.
O 5º Bispo e 3º Arcebispo de Sorocaba é Dom Júlio Endi Akamine, tendo sido nomeado arcebispo metropolitano em 28 de dezembro de 2016. Em fevereiro de 2017 na Catedral Metropolitana de Sorocaba, em missa solene transmitida ao vivo para o Brasil pela Rede Vida de Televisão tive a feliz oportunidade de participar como repórter desse canal de televisão católico. Nestes dois anos e nove meses à frente da arquidiocese, Dom Julio conquistou em visitas pastorais, celebrações e uma total dedicação aos fiéis das 59 cidades integrantes da sua jurisdição, o carinho e as orações à sua missão de pastor do rebanho confiado por Jesus e orientado pelo papa Francisco que o ungiu com o Pálio no Vaticano. Rumo aos 100 anos da comemoração da instalação da Diocese de Sorocaba- 1924- 2024, Dom Julio e uma comissão de sacerdotes e colaboradores, ao qual faço parte, se movimentam para organizar esta data histórica que começou com Dom Aguirre. Com certeza será registrada nos anais da história da cidade de Sorocaba com as bênçãos de Deus que a abençoou na sua fundação por Baltazar Fernandes e no envio de seus bispos, sacerdotes, diáconos e leigos nestes 365 anos de existência.
Emília Lorenzetti
Vamos entrar em uma alfaiataria. Balcão, máquina de costura, réguas, giz de cera, tecidos nas prateleiras, fios de linhas espalhados com suas cores e descendentes de italianos da família Lorenzetti realizando sua paixão pela arte dos cortes e das agulhas. Entre eles, a menina Emília com nove anos de idade, observava o papai em todos os detalhes. Foi assim que ela cresceu com a família na alfaiataria, ajudando a colocar as entretelas nos paletós. Jovem ainda, Emília Lorenzetti já tirava medidas e cortava tecidos. Sua habilidade na máquina de costura e nas agulhas a capacitou a produzir três calças por dia, incluindo aí às exigências da época em costurar cinco bolsos perfeitos. Dois bolsinhos eram para os clientes colocarem os seus relógios. Pregar botões era uma das suas especialidades. Quem frequentava a alfaiataria do seu pai na Vila Carvalho sabia das suas qualidades. Aluna da professora Maria no primeiro ano do Baltazar Fernandes, Emília se destacava pela sua capacidade e iniciativa. Esperta e responsável na ajuda ao sustento dos pais, ela fazia um pouco de tudo. Passava roupa com ferro de brasa, deixava as calças de linho impecáveis com seu vinco e frequentou até um curso de corte e costura para aperfeiçoar no papel manteiga as suas criações. Fez vestido de noiva, ternos e o que aparecia. Mas a providência divina queria outro caminho para Emília. Foi trabalhar em um laboratório de análise clinicas, pois queria seguir a área médica. Acabou por entrar nos anos seguintes ao estudo da psicanálise. Adora ajudar as pessoas a crescerem como ser humano íntegro nas suas qualidades emocionais. Fez a faculdade e se formou como Psicanalista. Hoje uma profissional respeitada na sua área de atuação em Sorocaba, a doutora Emília segue costurando
outros tecidos, o da alma e dos sentimentos, contribuindo para centenas de pacientes com o seu dom maior de amor ao próximo. Mulher de fé e perseverante na sua crença é a luz do candeeiro da passagem bíblica de Lucas 8,16.
Famílias Alvarenga e Navarro
Entre muitos temas abordados nesta coluna e acompanhados com interesse pelos leitores está a vida conjugal e familiar. A Renata Alvarenga nos presenteia com a notícia das bodas de ouro de seus pais. Marli e Alcebíades Alvarenga da Silva formam um casal exemplar. Há muitos anos nos cruzamos nas estradas da existência. A Marli na Escola Municipal de Sorocaba e o Alvarenga desde os tempos do Serviço de Obras Sociais -SOS na década de 80 e posteriormente no CVV e Sincomércio, sempre trabalhando em prol do ser humano na sua recuperação emocional, física e espiritual. Enfatizo aqui o espiritual, porque Marli e Alvarenga foram intensos na sua ação comunitária no Lar Bezerra de Menezes. Trabalharam muito pelas crianças atendidas nesse abrigo de meninas. Empresários do ramo de papel venceram com muita dedicação junto à família nesse negócio, levando em suas embalagens o pão nosso de cada dia. Os 50 anos de vida conjugal de Marli e Alcebíades gerou uma descendência que busca a mesma filosofia de partilha ao próximo. Foi também através da Renata que descobrimos a celebração dos 63 anos de casados de seus amigos Eli Navarro e José Navarro. Aos 84 anos de idade o advogado José Navarro é um homem que testemunha a fé com sua esposa Eli nas lições que aprendeu como presbiteriano. Em 2017 José Navarro lançou o livro O Senhor nos encontrou
com o título inspirado no Êxodo 3,18. Sempre cercado dos filhos e netos, esta família tem entre os seus membros a filha e dentista Elizabeth Drigo, casada com o José Oswair Drigo, amigo com quem trabalhei vários anos na Siderúrgica Aparecida. O brilho no olhar do casal Eli e José, com oito décadas de existência e 63 anos de aliança de amor só poderia mesmo ser enaltecida com a afirmação da escolha do Criador dessa união conjugal, estampada na capa do livro O Senhor nos Encontrou
.
O adeus do Clarivaldo Neves
Um domingo de fevereiro. Os dias se juntam e o mês passa. Estamos com esta edição, à última destes 28 dias que voaram em 2018. Na noite do carnaval do dia 11 à viagem ao paraíso do amigo Clarivaldo Neves. No adeus, o amor e a despedida da esposa Claudete e dos filhos Fernanda e Gustavo, netos e familiares. Uma história de 81 anos de existência do Clari
iniciada com o dom da vida da dona Teresa e Francisco Neves, seus pais. Quantos capítulos e linhas escritas nestas oito décadas com seus três irmãos, em uma infância e juventude repleta de aventuras, desafios e conquistas. Ele só fez o bem
foi à frase que mais ouvi dos amigos na sua partida deste mundo em meio às orações que o padre Sabino da Igreja NS Auxiliadora fez no velório. Aposentado da Caixa Econômica exerceu suas funções na inspetoria do banco com profissionalismo e dignidade. Ia completar 50 anos de vida conjugal. Exemplo de pai transmitiu sabedoria e companheirismo a todos os três filhos. No semblante triste, na dor do coração e no olhar de gratidão da Fernanda e Gustavo as palavras obrigado pai
, tocou fundo a alma silenciosa de quem ouvia. Nas mais de 300 manifestações de carinho recebidas na rede social da filha Fernanda Palma Neves, a sensibilidade dos amigos ao seu pai, ídolo e exemplo em amor e proteção. Apesar de tudo, no entanto, a fé da família Neves fala mais alto. Crentes na ressurreição, eles sabem que o papai Clarivaldo está como um anjo no céu, ao lado do filho Alexandre. Aqui a vida continua. A saudade permanece pra sempre e, o amor infinito dos momentos vividos com intensidade em família, jamais será esquecido. Vá em paz Clarivaldo, sua lição de vida permanece entre nós nas boas sementes que semeou em Sorocaba e, em especial, na comunidade do bairro de Santa Rosália.
Loi e Waltão no chuvisco do entardecer
Uma prosa sem programar em um lugar comum. A calçada da rua Moreira Cesar. É ali que pude sentir nos olhos brilhantes da emoção o significado do amar e saudade do Waltão pela esposa Loi. Foram 54 anos de vida a dois. Três filhos, netos e bisneto. Uma família que viveu as realidades do sentimento conjugal com sabedoria. Um dia na história do tempo. Loi e Waltão foram passar o final de semana no rancho da represa Itupararanga. Como sempre faziam em momentos felizes de sua união familiar, arrumaram as trouxas e, pensando na beleza das águas e da natureza, deixaram sua casa na cidade para curtirem a vida na pescaria. Passaram o dia contemplando o lugar sempre um ao lado do outro. No entardecer, inspirando a felicidade dos enamorados, Loi disse ao seu eterno amor: só falta cair uma chuvinha pra tudo ficar maravilhoso
. E logo em seguida apareceram as nuvens com o tal chuvisco romântico. Esse fato relembrado pelo Waltão mergulhou seus pensamentos no dia seguinte, aonde os anjos divinos vieram para levar sua amada ao paraíso celeste. Impossível não marejar os olhos, ao rever o fato de mãos dadas ao lado seu leito no hospital.
A vida contemplou a jovem alemã Gertrudes (Loi) a vinda ao Brasil no final do século 19 e depois conhecer o seu amado Waltão. No trabalho da cultura do café se tornou uma brasileira de coração. Lavradores e determinados na roça plantaram além das mudas de café, um bem maior que foi o casamento. Em Sorocaba construíram suas vidas na fidelidade e honestidade. Venceram barreiras e conquistaram a amizade de centenas de amigos. Prosperaram com ética e dignidade. Os 81 anos de vida do Waltão celebrados neste ano, trazem infinitas lembranças na sua bagagem humana de amor ao próximo. Acolhedor por natureza, o Waltão transmite à sua geração familiar os princípios construídos com sua eterna namorada Loi.
A greve e os casais das ENS
O exemplo da greve dos caminhoneiros no Brasil e a solução dos pedidos feitos pelas suas entidades representativas acabaram por ter uma decisão final através do diálogo. É aí que entram os casais nesta história. Diariamente milhares de casais entram em confronto por ausência de diálogo entre os cônjuges. Em 1947 na França, casais animados pelo padre Henry Caffarel conquistaram um estatuto que vigora até hoje com as regras do Movimento das Equipes de Nossa Senhora. Um dos Pontos Concretos de Esforço
é o Dever de sentar-se (Diálogo Conjugal). Sei que essa estratégia da conversa sincera da busca de entendimento vale para tudo na vida. Em Sorocaba há um grupo que se reúne mensalmente há 45 anos. São casais com seus 50 anos de casados que vivem felizes e testemunham uma vida conjugal com sabedoria divina. Com orientação espiritual atualmente do padre João Alfredo Pires de Campos e participação da Elza Regina Hildebrand Garcia, viúva de Milton Garcia Gomes, Vera Lúcia de Almeida Nóbrega e Bayard Nóbrega de Almeida Junior, Vera Lúcia Dorelli Gonzales e Leosmar Gonzales Martinez, Vera Maria Gonçalves Valsechi e Edson Valsechi, Vicentina Machado Miguel e Flávio Jorge Miguel e, mais recentemente, com a presença da Rosangela do Vale Falheiros e Luiz Alberto de Castro Falheiros. Inseridos na comunidade sorocabana essas pessoas convivem seguindo um carisma fundador. Neste ano, eles refletem sobre A Missão do Amor
. A fidelidade do amor pode ser vista aqui como exemplo da Vera e Bayard Nóbrega, agora completando Bodas de Ouro matrimonial. Convivo com eles e sei da harmonia familiar irradiada em suas histórias. Escrevo sobre esse grupo e enfatizo o diálogo existente em suas vidas. É o nosso objetivo em mostrar na prática como é possível