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Meu último Sim aceito
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E-book312 páginas4 horas

Meu último Sim aceito

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Sobre este e-book

Jen Campbell está convencida de que o amor não é para ela. Não depois de ter sido traída da mesma maneira nos seus dois casamentos.

 

Portanto, para ela é mais divertido e menos complicado ter «amigos casuais» e concentrar toda sua energia em levar adiante seu negócio das flores e da confeitaria que abriram com ela sua melhor amiga e mais duas mulheres maravilhosas.

 

Claro, tudo isto parecia estar indo às mil maravilhas para Jen até que James Bracco apareceu na sua vida com seu sorriso encantador e a paciência necessária para fazer com que ela volte a acreditar no amor.

 

Mas… ele conseguirá?

A paciência de James será tão duradoura para suportar as insolências de Jen?

 

IdiomaPortuguês
Data de lançamento15 de abr. de 2022
ISBN9798201627881
Meu último Sim aceito

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    Meu último Sim aceito - Stefania Gil

    Meu último: Sim, aceito.

    ––––––––

    Stefania Gil

    ––––––––

    Tradução de Ju Pinheiro

    Meu último: Sim, aceito

    Copyright © 2022 Stefania Gil

    www.stefaniagil.com

    Tradução de Ju Pinheiro

    Primera edição: 2017

    Segunda edição: 2022

    Título original: Mi último: Sí, acepto.

    Escrito por Stefania Gil

    Copyright © 2017 Stefania Gil

    Os personagens, lugares e eventos descritos neste romance são fictícios. Qualquer semelhança com lugares, situações e/ou pessoas reais, vivas ou mortas, é coincidência.Todos os direitos reservados.

    Fotografia/Ilustração Capa: Freepik.com/Depositphoto.com

    Design da Capa: ASC Studio Design

    Diagramação: Stefania Gil

    ––––––––

    Todos os direitos reservados. Esta publicação não pode ser reproduzida, no todo ou em parte, nem registrada ou transmitida por um sistema de recuperação de informação, sob qualquer forma e por qualquer meio, mecânico, fotoquímico, eletrônico, magnético, electro-óptico, fotocopia ou qualquer outro meio sem a permissão prévia por escrito da autora.

    Meu último: Sim, aceito.

    Stefania Gil

    Tradução de Ju Pinheiro

    No momento presente

    Minha vida antes de James

    Com o surgimento de James...

    Dois anos depois, para minha surpresa,

    James ainda continuava na minha vida....

    E passaram-se mais alguns anos...

    De volta ao presente...

    Vários meses depois...

    Epílogo

    Espere, não vá ainda!

    Convido você a ler

    as primeras páginas da história

    de Holly...

    Sempre te amarei

    Stefania Gil

    Tradução de Ju Pinheiro

    1

    Querido leitor:

    Outros títulos da autora:

    Stefania Gil

    Para Alee, por aparecer na minha vida e decidir ficar nela.

    Te amo.

    No momento presente

    As lágrimas saiam aos borbotões.

    Sentia que não conseguia respirar.

    Tinha decidido perder o homem que amava por ser idiota. Por não querer levar a sério o que ele me oferecia. E tudo por quê? Ah! Sim! Porque existiram outros homens na minha vida com os quais eu não tinha me dado nada bem.

    E por este motivo eu me recusava a me apaixonar de novo.

    O que era ridículo porque eu sabia que estava perdidamente apaixonada por James.

    Bati no volante do carro enquanto procurava uma maneira de me acalmar já que o estado em que me encontrava não era o mais adequado para dirigir.

    As lágrimas não me deixavam ver bem e a raiva não me permitia controlar o pé que tinha sobre o acelerador.

    Parei no acostamento da estrada e agarrei o volante como se estivesse tentando me salvar de algum apocalipse mundial.

    Neste momento, imaginei que o volante do carro era o meu melhor amigo e rezava para que saísse dele um par de braços que me abraçasse muito forte e me consolasse na minha dor.

    Chorava como histérica, sem controle, quase sem respirar.

    Comecei a odiar toda a humanidade, embora não tivesse a culpa pelo meu comportamento estranho e ressentimento com a vida em relação ao amor, porque quanto ao resto, a verdade é que não podia reclamar.

    Mas sempre tinha me dado muito mal no amor e quando finalmente aparece um homem que me valoriza, respeita e ama, decido fugir apavorada. Tudo pelo medo idiota que sempre me fazia pensar que amar era sinônimo de sofrimento.

    Tinha desperdiçado muito dinheiro com a doutora Rose. Minha terapeuta. Também tinha desperdiçado muito tempo com ela. Estava percebendo naquele momento difícil que as terapias não tinham servido para nada e estava começando a lembrar todas as vezes que a boa doutora tinha insistido que deveria ver as coisas a partir de outra perspectiva, porque nem todos os homens eram maus e nem todos queriam brincar com os meus sentimentos.

    Que idiota!

    Nunca quis admiti-lo e lá estava, com um vestido bonito, sentada no meu carro no meio da estrada com algo parecido a um dilúvio embaçando o para-brisa.

    Só que não era um dilúvio, eram minhas lágrimas.

    E James invadindo meus pensamentos.

    Eu o tinha perdido por ser idiota. Merecia muito bem todo o sofrimento pelo qual estava passando.

    Toc. Toc.

    Abaixei a janela porque não conseguia ver bem quem estava no outro lado.

    Um policial. Ótimo!

    Ele iluminou direto nos meus olhos com a lanterna que tinha na mão e quase deixo escapar um insulto. Com certeza o cretino não saiba qual era a sensação de chorar como histérica, com lentes nos olhos enquanto você é iluminado por este foco de luz como se fosse uma criminosa. Naquele momento senti que minhas pupilas, ao reduzirem seu tamanho, soaram como o obturador de uma câmera fotográfica antiga e sem uso por causa do choque recebido pela luz e senti que meus olhos ardiam como o inferno devia arder.

    — Boa noite — o policial cumprimentou enquanto inspecionava minha aparência e o interior do carro.

    — Boa Noi... noi... te — respondi soluçando.

    O homem olhou para mim preocupado.

    — Você teve um acidente?

    Neguei com a cabeça.

    Ele inclinou a cabeça, observando-me com curiosidade.

    — Seu carro quebrou?

    Neguei com a cabeça de novo.

    — Desça do carro, por favor.

    Fiz o que ele me pediu.

    Quando desci do carro pude ver o policial um pouco melhor. Era um homem bonito.

    Loiro, de olhos azuis. Era tão parecido com...

    James.

    Comecei a chorar de novo, mas desta vez não me agarrei ao volante.

    Eu me joguei nos braços do policial como se eu o conhecesse a vida toda.

    O homem congelou.

    — Senhora, o que está acontecendo? Alguém a machucou? — ele já parecia bastante preocupado.

    Tentava me afastar dele, mas eu me recusava a soltá-lo e continuava chorando sem parar.

    — Você se parece tanto com ele. Eu o perdi. Eu o perdi. Por ser idiota.

    O policial escapou de mim como pode. Devo admitir que ele era bom nisso porque eu estava oferecendo muita resistência.

    — Você consumiu álcool ou drogas hoje à noite?

    Neguei com a cabeça.

    — Sopre aqui, por favor.

    Ele colocou um cigarro na minha boca e eu fiz o que ele indicou.

    Soou um bipe e o homem desligou o aparelho de novo. Estavam me fazendo o teste do bafômetro. Quão baixo eu tinha descido e tudo por me recusar a ser amada!

    Bem merecido, Jen. Nem nos seus anos adolescência você passou por esta vergonha. Agora olha, com quase 50 anos e fazendo ridículo com toda a pompa.

    — Sinto muito, senhora, mas vou ter de levá-la até a delegacia porque não posso deixá-la aqui no estado em que se encontra.

    Concordei resignada, pegando minha bolsa e caminhando até a viatura.

    A noite não poderia ficar pior.

    Minha vida antes de James

    Minha vida amorosa era como a vida amorosa das protagonistas das telenovelas. Uma tragédia. Sempre enganadas, machucadas emocionalmente e perdendo todas as esperanças de encontrar o ser amado.

    Quando se perde as esperanças você se transforma em uma espécie de Bruxa.

    Como Maléfica, por exemplo. Que após acreditar no amor e depositar toda sua confiança em outra pessoa, ela te trai.

    Quando isto acontece, você sente a necessidade de se enclausurar dentro de si mesmo e não permite – nem ao próprio Deus – a entrada nos seus sentimentos.

    Imagina o que acontece quando te traem várias vezes.

    Isto aconteceu comigo.

    Que talvez pudesse ter sido azar? Sim, talvez. Mas estava convencida de que tinha um olho mágico – para não chamá-lo de clínico – para escolher homens que só me faziam sofrer.

    E muito.

    Com isto não quero dizer que não exista homens bons no mundo.

    Por favor!

    Minha melhor amiga de infância, Holly, tinha tido a sorte de sempre conseguir homens maravilhosos. Começando pelo seu pai, a quem eu amava como se fosse meu.

    Holly encontrou Sam. Um homem além de maravilhoso. Ele era perfeito. E um pai exemplar. Infelizmente a tinha vida outros planos para eles e Sam morreu em um acidente de trânsito. Mas minha querida amiga encontrou outro homem: Steve, com quem mantem um casamento feliz. Steve é estupendo e com Holly e seus filhos, é alguém especial. Ama aos filhos de Holly como se fossem seus.

    Enfim, era questão de sorte ou talvez Holly tivesse se deparado na vida com os únicos homens bons que existia.

    Imagino que meu caos amoroso começa com a ausência do meu pai. Ele foi um completo idiota que fugiu quando minha mãe contou que estava grávida.

    Minha mãe, uma mulher como poucas, fez os dois papéis e se saiu bem, mas eu teria gostado de conhecer o homem que deu sua contribuição para me criar.

    Dizem que o primeiro amor das meninas é seu pai, talvez por isto eu tinha me saído tão mal até o momento nos meus relacionamentos amorosos, porque não tinha conhecido o meu primeiro amor.

    Sempre fui uma garota muito sonhadora do amor ideal. Tinha que reconhecê-lo.

    Durante a adolescência poderia passar dias inventando histórias de como conheceria meu príncipe encantado e como seria feliz com ele por toda a vida.

    Conheci alguns meninos que me deixaram sem fôlego e sem pensamentos, mas tudo sempre acabava por um motivo ou outro. Mudanças, separação dos pais, estudos.

    Nada de ilusões naquela época.

    Na Universidade, decidi ser mais seletiva e bom, acabei casada com o meu primeiro ex-marido.

    Aaron Williams tinha me deixado sem fala desde que eu o vi pela primeira vez. Todas as vezes que ele se aproximava de mim eu pensava que ia morrer de um ataque cardíaco pela maneira como meu coração galopava.

    Não era o indivíduo mais atlético e bonito da universidade, também não era o mais famoso. Mas era encantador. Tinha um sorriso perfeito para mim e uma qualidade maravilhosa: me matava de rir.

    A primeira vez que fizemos sexo ele disse que me amava olhando nos meus olhos e eu imaginei que já tinha a vida feita.

    Tinha conseguido o meu príncipe encantado e viveria feliz com ele pelo resto da minha vida.

    Não poderia estar mais equivocada!

    O primeiro ano do casamento foi uma completa lua de mel. O sexo era maravilhoso e não parávamos de nos fazer rir.

    No segundo ano começamos a nos comportar um pouco mais sérios e o sexo não era tão frequente ... nem tão maravilhoso.

    No terceiro ano recebi o meu primeiro golpe no amor.

    Um dia voltei para casa do trabalho e encontrei Aaron transando na nossa cama com uma loira que parecia a irmã gêmea da Barbie.

    Foi naquele dia que descobri que tinha um Sr. Hyde guardado dentro de mim.

    Explodi em gritos, choro, drama e para fechar com chave de ouro: incendiei o colchão dentro do apartamento, o que fez com que os bombeiros viessem e eu pagasse uma multa astronômica para não ir para a cadeia.

    Voltei a morar com a minha mãe. Ela era tudo para mim.

    Refugiei-me nos seus braços enquanto curava minhas feridas emocionais.

    Quando senti que tudo estava curado e esquecido fui para um apartamento e comecei a viver a minha vida de adulta.

    Sempre fui responsável com tudo. Até no sexo. Não queria filhos, mas queria ter uma vida sexual saudável e divertida, então eu me encarregava de me proteger de doenças e gravidezes não desejadas.

    Eu não era uma mulher escultural. Tinha que ser objetiva comigo mesma.

    Era uma mulher com lindos olhos cor de café, de cabelo escuro e um sorriso largo.

    Mas tinha um algo que enlouquecia os homens. Alguns afirmavam que eram meus olhos; outros, minha maneira de caminhar e outros diziam que minha boca era sensual.

    Eu a considerava grande.

    Não queria relacionamentos sérios, então levava na brincadeira qualquer demonstração de afeto. E se sentia que o assunto estava se tornando perigosamente amoroso, eu desaparecia sem mais nem menos da vida do candidato do momento.

    Até que aos 33 anos conheci Carl.

    ***

    Carl e eu trabalhamos na mesma empresa, em departamentos diferentes.

    Ele era um homem de quase 40 anos, com alguns cabelos brancos que começavam a povoar seu cabelo escuro e que o faziam parecer sexy.

    Além disso era como um cavalheiro saído de um conto de fadas.

    Deixei-me deslumbrar com tantos encantos e tantos galanteios que me fazia. Porque ele dizia que as mulheres eram princesas e deviam ser tratadas como tal.

    Naquele momento não prestava uma atenção especial ao pluralismo que sempre usava naquela frase.

    Estava cega. Era isso.

    Embora, muito apaixonada e tudo, decidi me comportar como a pessoa responsável que era e não quis precipitar as coisas com Carl. Já não era uma garota de vinte e poucos anos que poderia seguir pela vida cometendo imprudências.

    Tinha amadurecido e tinha de levar as coisas com calma.

    Carl era especial. Nos dois anos de noivado, ele me fez sentir nas nuvens. Não havia um dia que não me cortejasse. Sempre tinha um elogio pronto para me dizer e para minha sorte, o sexo era mais que fenomenal.

    Depois de dois anos em um relacionamento assim, quando ele me pediu em casamento eu não poderia fazer outra coisa além de pular e chorar de felicidade.

    Ele me pediu em uma noite logo depois de ter feito sexo. Ainda estávamos nos recuperando de tanto prazer que tínhamos nos proporcionado. Ele ainda continuava dentro de mim e olhou nos meus olhos, beijou-me suavemente nos lábios e pediu que eu fosse sua esposa.

    Naquele momento estava convencida que as coisas seriam diferentes e que finalmente tinha encontrado o meu maravilhoso príncipe encantado. Ele tinha dito que me amava e que me queria com ele pelo resto da sua vida enquanto me fazia dele. Naquele momento não percebi que já tinha passado por uma cena parecida no passado.

    É que eu era romântica e estúpida. De verdade.

    Nós nos casamos, uma cerimônia bonita, muitos convidados porque a família de Carl pertencia a classe alta de Chicago e assim começamos a nossa vida como marido e mulher.

    Na minha casa nova maravilhosa descobri minha paixão pela decoração e pelas flores.

    Comecei a cuidar do jardim e fazer cursos para aprender a fazer decorações com as flores. Em pouco tempo tinha um jardim de invejar que em duas oportunidades foi fotografado para uma importante revista de decoração do país.

    O que mais eu poderia pedir?!

    Tinha um esposo maravilhoso que me amava com devoção, dinheiro, uma casa grandiosa e uma mão única para cuidar das plantas.

    Carl quis me dar um presente especial para os meus 40 anos. Ao ver que eu estava tendo a crise pré-quarenta e que o trabalho que eu tinha naquela época mantinha o meu nível de estresse muito alto, ele decidiu que hora de ter um negócio próprio.

    E ao ver que eu gostava tanto das flores e que me saía tão bem decorando com elas, ele me presenteou com uma floricultura.

    Minha vida era perfeita. Ou assim eu acreditava naquele momento.

    Havia uma casa completamente abandonada que ficava em um bom ponto no centro da cidade e Carl a comprou para montar ali o nosso negócio.

    A casa era maravilhosa. Antiga, com um pátio central bastante amplo. Foi isto que me fez apaixonar pelo lugar, lá poderia fazer um bonito jardim natural como exibição para os clientes.

    Contratamos uma pequena empresa de reformas porque não precisávamos de grandes mudanças. Os trabalhos necessários foram feitos e em pouco tempo abrimos nossas portas para o público.

    O negócio era de ambos. Eu me encarregava da parte comercial e da decoração e Carl, dos assuntos legais e administrativos.

    Foi assim que começou o melhor momento da minha vida porque para minha surpresa comecei a ter grande sucesso no mercado.

    Em pouco tempo já era reconhecida e quando recebi a visita da mãe de uma das mulheres mais famosas da cidade – que era uma menina que dava muito material para a imprensa pelas suas festas e espetáculos –, soube que chegaríamos ao topo em breve.

    No ambiente de trabalho, é claro.

    Porque, no mesmo dia em que a Sra. Harris me contratou para ser a decoradora oficial do casamento da sua filha, levei o segundo golpe no amor.

    A Sra. Harris tinha passado toda a manhã conversando comigo sobre os detalhes do casamento de Bridget e quando ela foi embora eu estava tão emocionada que a única coisa que eu desejava fazer era chegar em casa, beijar Carl até cansar e celebrar esta grande cliente que tinha conseguido.

    Mas por que esperar até que a noite caísse para encontrar com meu marido em casa para dar esta grande notícia se poderia comprar o almoço e surpreendê-lo no seu escritório?

    Isto é o que qualquer mulher faria, não é?

    Passei no nosso restaurante favorito, pedi comida para viagem, depois fui ao supermercado e comprei a melhor garrafa de champanhe e duas taças.

    Ia feliz, cantando com tudo que a voz me permitia e planejando tudo o que faria com meu marido antes que sentássemos para comer.

    Queria celebrar e transar no escritório de Carl, era muito tentador.

    Ao chegar no escritório sua secretária não estava no seu posto.

    Não me surpreendi porque era a hora do almoço.

    A porta do escritório de Carl estava fechada.

    Antes de conseguir bater na porta ouvi suspiros vindo de dentro do escritório.

    Sim, suspiros. No plural.

    E meu marido não se exercitava no seu local de trabalho para pensar que talvez estivesse queimando as calorias na esteira de correr.

    Não.

    Senti que a tensão caía sobre mim de maneira drástica.

    Minhas mãos começaram a tremer e senti que estava prestes a perder o equilíbrio.

    Suspiros de novo e ouvi a voz do meu marido quando ele disse:

    — Vire-se, que quero penetrá-la por trás.

    Outro suspiro.

    E foi como se um demônio milenar e muito malvado tivesse me possuído.

    Senti que o sangue acumulou na minha cabeça em questão de segundo e as orelhas prestes a explodir de calor.

    Abri a porta do escritório e a primeira coisa que vi foi o traseiro reto nu do meu marido. O muito safado tinha a calça e a cueca nos tornozelos com a camisa meio desabotoada.

    Ele se virou e a cena se tornou mais asquerosa. Sua ereção apontava direto para mim.

    — Não é o que você pensa — ele disse, passando as mãos pelo cabelo como se eu estivesse incomodada porque estava despenteado.

    Levantei a sobrancelha até o céu.

    Poderia realmente ser tão descarado para dizer não é o que você pensa?

    Estava prestes a explodir.

    A mulher que estava apoiada na mesa de Carl tinha a saia na cintura e a calcinha nos tornozelos.

    Surpresa! Era sua secretária.

    — Deixa que eu explique.

    Ouvi dizer para Carl em uma tentativa de desculpar-se. A secretária levantou-se com rapidez, subiu a calcinha e abaixou a saia. Nem por isto já estava vestida. Usava um corpete preto que também tinha chegado a altura da cintura deixando seu peito exposto. Ela o ajustou e pegou o paletó que estava jogado no chão antes de sair do escritório sem dizer uma palavra.

    — Fecha a porta — Carl disse com cautela. —  Temos que conversar.

    Apoiei as sacolas no chão, olhei para Carl e respondi:

    — De agora em diante você só vai falar com o meu advogado. Você e eu não temos nada para discutir.

    — Por favor, Jen. Deixa que eu explique — ele disse com súplica na voz, aproximando-se para agarrar meu braço.

    Afastei-me abruptamente.

    — Você me dá nojo.

    Saí do escritório.

    Antes de entrar no elevador, a secretária cruzou o meu caminho porque estava saindo do banheiro já arrumada.

    Olhei com ódio para ela da cabeça aos pés.

    Ela abaixou a cabeça e apressou seu passo.

    — Obrigada por me ensinar quem é meu marido — disse em um tom alto. Queria que todos soubessem o que acabava de fazer o meu marido, o chefe de toda a empresa.

    Não dava a mínima para a sua reputação estúpida. E sua família endinheirada.

    A mulher parou e olhou de soslaio para mim.

    — De verdade, sinto muito.

    — As putas nunca se arrependem de nada — respondi com ódio.

    Aqueles que estavam ao nosso redor arregalaram os olhos.

    O elevador chegou e eu fui embora.

    Com o coração aos pedaços, mas com a cabeça erguida.

    ***

    Ao chegar em casa e fechar a porta me permiti desmoronar por completo.

    Não conseguia tirar a imagem asquerosa de Carl investindo na mosca morta da sua secretária.

    Senti uma urgência imediata de lavar os ouvidos porque não conseguia parar de ouvir quando ele disse que queria penetrá-la por trás.

    Maldito-Asqueroso-Mentiroso!

    Carl era uma fantasia.

    E eu tinha me deixado enganar pelas palavras românticas daquele homem que parecia ser um príncipe encantado.

    Quem dera eu tivesse o poder de Maléfica. Teria incendiado seu estimado membro sexual.

    Mas não foi isto que aconteceu.

    Eu me enfiei na banheira com água quente e uma garrafa de vinho ao meu lado.

    Fiquei ali pelo resto do dia, afogando minhas mágoas no álcool e tentando lavar meus pensamentos e meus pobres ouvidos de tudo o que vivi naquele dia.

    Quando saí do banho eu me arrumei. Como se fosse a um jantar de negócios.

    Carl estava sentado na sala de estar.

    — Vai sair? — ele perguntou com um sorriso fingido após me inspecionar da cabeça aos pés.

    Eu me vesti assim apenas para lhe dar um chute na bunda com um pouco mais de glamour.

    Olhei fixamente nos seus

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