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O Método Das Diferenças Individuais
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E-book131 páginas1 hora

O Método Das Diferenças Individuais

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Sobre este e-book

Cada ser humano tem uma forma diferente e intransferível em enxergar e perceber o mundo a sua volta. Essa capacidade inata que começa a ser desenvolvida em nós desde o momento em que somos concebidos, vai consolidar a nossa presença como seres únicos no mundo. Seria improvável acreditar que, somente um tipo de abordagem ou uma forma de vida, sirva como referência para todos. Cada um aprende de um jeito, entende a sua maneira, apreende e abstrai o mundo com sua capacidade emocional, mental e física, tem suas limitações e habilidades. No decorrer deste livro, serão discutidos assuntos a um método de abordagem ligado ao tratamento da dependência química, salientando que esse método já foi empregado por mim, e mostrou sua eficácia no tratamento da doença.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de jul. de 2017
O Método Das Diferenças Individuais

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    O Método Das Diferenças Individuais - Flávio L. Barbosa

    Capítulo I - Contexto histórico

    1-1 Teoria Junguiana a respeito dos tipos psicológicos

    Antes de entrarmos no mérito da questão é necessário que entendamos os tipos psicológicos. É fato que somos pessoas dotadas de unicidade ímpar, o velho ditado; Cada ser humano é uma ilha é verdadeiro, contudo, existe uma ligação que nos torna parte de um todo. Essa ligação foi estudada por Carl Gustav Jung com os arquétipos¹, entretanto dentro da dinâmica humana, embora sejamos seres únicos como foi dito e também ligados pelos arquétipos, somos dotados de um EGO, esse jeito que surge do nosso inconsciente é o que nos diferencia das outras pessoas. Ao longo da evolução humana desenvolvemos uma capacidade inata de nos adaptarmos ao mundo em que fazemos parte, essa capacidade de adaptação foi chamada por Jung por funções psicológicas, fazem parte dela; o pensamento; a intuição, o sentimento e a sensação.

    O pensamento e o sentimento são ligados ao julgamento enquanto a sensação e a intuição estão ligadas a percepção. Além de tudo isso, Jung analisou também que cada uma das quatro funções psicológicas descritas pode ser extrovertida ou introvertida. Assim temos o objetivo de estudo, os tipos psicológicos, cada pessoa tem seu jeito, seu ritmo de aprendizado, seu modo de perceber o mundo, as habilidades são múltiplas. Quando tentamos encaixar o ser humano em um modelo pré-estabelecido de ensino e aprendizagem, passamos por cima das suas capacidades e habilidades pessoais, segue abaixo a descrição dos tipos psicológicos: -Pensamento introvertido; valorização das ideias do ponto de vista do próprio sujeito, e não do objeto. Esse tipo de pessoa se interessa pela produção de ideias novas, perdem-se facilmente no mundo da fantasia, não tem nada de praticidade em tudo o que fazem e também não se deixam influenciar facilmente. Entre eles são comuns os matemáticos teóricos e filósofos.

    -Pensamento extrovertido; o que impera nesse tipo psicológico é o pensamento, a pessoa tem a vida dominada por ele, são indivíduos práticos e organizados, fazem as coisas funcionarem, tem como parâmetro de vida as regras e os princípios objetivos, são comuns os executivos e os estrategistas.

    -Sentimento introvertido; Pessoas difíceis de serem compreendidas, não se revelam com facilidade, mostram apatia e hostilidade com relação a tudo o que acontece a sua volta. Mostram-se muito reservadas, mantém postura autoritária, evitam aglomerações e lugares que tem muita gente, são comuns os artistas de forma geral.

    -Sentimento extrovertido; nesse tipo psicológico as pessoas procuram relações equilibradas com o ambiente, gostam de coisas objetivas, não precisam pensar muito se algo ou alguma coisa importa, sabem exatamente o que querem, o pensamento está intimamente atrelado ao sentimento, se mostram vulneráveis ao que gostam, fazem amizades de forma muito rápida, gostam de conversar, são comuns nas relações públicas e atividades afins.

    -Sensação introvertida; são pessoas guiadas pela intensidade da sensação subjetiva, tem pouca capacidade de compreensão objetiva, refutam problemas exteriores, a conexão de corpo e mente parece viver uma ruptura, possuem pouca capacidade racional de julgamento para diferenciar e classificar coisas, não compreende seus próprios motivos de vida, são comuns aquelas pessoas que fantasiam as coisas.

    -Sensação extrovertida; desenvolvida a percepção dos fatos, necessitam do objeto para sentirem, se aproximam de pessoas que lhes causam fortes sensações, estão ligados à estética, dificilmente se esquecem de compromissos e são muito pontuais, gostam de eventos sociais e esportes, são comuns os atletas, profissionais da moda, e pessoas de negócio.

    -Intuição introvertida; pessoas que vivem o inconsciente, quase nunca se comunicam e são incompreendidas por isso, são pessoas confusas e perdem-se facilmente, não se dão muito bem com compromissos, tendem a esquecê-los facilmente e são desorganizadas, não tem muita noção do seu próprio corpo físico, possuem uma capacidade inata em pressentir coisas que ainda não ocorreram, são comuns entre os videntes, profetas, artistas e xamãs.

    -Intuição extrovertida; são pessoas que percebem as coisas com muita facilidade, estão sempre ligadas às novas oportunidades, não visam o corpo, não percebem o quanto ficam cansadas e famintas, sentem-se prisioneiras de situações estáveis, são comuns os empresários inovadores, capitães de indústria, escritores, psicólogos, professores universitários, corretores de valores, estadistas. (JUNG, p.43).

    Jung estudou a forma como a LIBIDO² se processa entre as pessoas e também a interação que essa pessoa tem com o mundo a sua volta. Em seus estudos determinou dois modelos; duas ATITUDES de personalidade e quatro FUNÇÕES de orientação. As atitudes são; introversão e extroversão, esses dois modos seriam a forma como o indivíduo se adapta ao mundo, o modo como ele reage de forma mais interna ou externa. Jung analisou que existem pessoas que são mais introvertidas e outras que são mais extrovertidas, pessoas mais retraídas e outras mais expansivas. Dentro desse modelo a forma como o EGO vai reagir nas situações da vida dependerá das quatro funções que são divididas em dois grupos; funções RACIONAIS – pensamento e sentimento e funções IRRACIONAIS – sensação e intuição. Nas funções racionais de pensamento, o indivíduo é extremamente intelectual onde a predominância do movimento é o julgamento através da lógica das coisas. Nas funções racionais de sentimento o julgamento do indivíduo toma por base sua experiência de vida com aquilo que é certo ou errado a respeito de tudo.

    Dentro das funções IRRACIONAIS temos as funções irracionais de sensação, através dela o indivíduo percebe o mundo e o julga através das experiências conscientes que estão atreladas aos seus cinco sentidos além das sensações que ocorrem no interior do seu corpo, já nas funções irracionais intuitivas o foco do julgamento está no inconsciente, a percepção que ele tem do mundo se dá de forma interior. Os tipos psicológicos serão a forma como o EGO vai reagir com o mundo, com todas as situações da vida.

    Existem bilhões de pessoas no planeta e muitos tipos de personalidades diferentes, algumas são introvertidas outras extrovertidas, algumas se guiam pela lógica e outras pelos sentimentos. Em um mundo com tanta diversidade como aprendemos a lidar com os aqueles que são diferentes? E como aprendemos a entender e aceitar quem nós somos?

    (Carl Gustav Jung)

    A importância em entender o ser humano respeitando sua individualidade faz com que a teoria de Jung se encaixe no tratamento da dependência química, favorecendo mais uma forma de tratamento onde o adicto terá a possibilidade de mostrar suas potencialidades e se sentir capaz consigo mesmo.

    Os modelos de tratamento que são utilizados pela maioria das instituições que tratam de dependência química atualmente, seguem um modelo padrão onde o adicto é convidado a se enquadrar em um esquema fechado. Aqueles que não se enquadram são muitas vezes taxados pela própria instituição como resistentes ao tratamento. Com base nesse tipo de abordagem, a maioria dos adictos fica impossibilitada de mostrar suas potencialidades e desenvolver capacidade de elaboração cognitiva suficiente para ter sucesso no tratamento. Como foi citado anteriormente, segundo o ponto de vista da psicologia Junguiana, somos dotados de tipos psicológicos, levando isso em consideração, podemos supor que temos capacidades diferenciadas no nível de aprendizado, como também na parte cognitiva de apreensão das coisas que nos são ensinadas ou que vivenciamos através das relações interpessoal e intrapessoal.  Um mesmo tema pode ser passado de forma que contemple todos os tipos psicológicos, possibilitando dessa forma que as pessoas em tratamento se beneficiem do conteúdo.

    Ainda nos tipos psicológicos, suponhamos uma pessoa que é introvertida e que dentro dessa introversão possua

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