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2020: Da Janela Do Quarto
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2020: Da Janela Do Quarto
E-book212 páginas2 horas

2020: Da Janela Do Quarto

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Sobre este e-book

Essa obra reúne algumas das muitas crônicas, artigos, críticas, ensaios e até mesmo receitas de culinária produzidas ao longo do ano de 2020. Leiam sob a ótica de alguém que se desesperou por não poder fazer tudo aquilo que queria e que por muito, muito, muito pouco mesmo, não surtou diante dos jornais televisivos que apresentaram as tabelas e as estatísticas de gente morta tal qual as tabelas da Copa do Mundo. Leiam e reflitam.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de fev. de 2021
2020: Da Janela Do Quarto

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    2020 - Andre Rodrigues Costa Oliveira

    2020: DA JANELA DO QUARTO

    Pequena Coletânea de Textos em Pandemia

    ANDRE R. COSTA OLIVEIRA

    Copyright Andre Rodrigues Costa Oliveira

    Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610, de 19/2/1998

    É proibida a reprodução total ou parcial sem a expressa anuência do autor ou da editora.

    Este livro segue as normas do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor no Brasil desde 2009.

    Produção Editorial e Revisão: Ana Luisa Mota

    Capa: Ladeiras de Minas - caneta comum - Costolevera - 1992

    Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)

    Oliveira, Andre Rodrigues Costa Oliveira

    2020: Da Janela do Quarto/ Pequena Coletânea de Textos em Pandemia / Andre Rodrigues Costa Oliveira – 1ª Ed. - Brasília-DF – Fácil Editora, 2020 – 257 p.

    ISBN 978-65-992168-4-8

    1.Coletânea.

    I. Título. II. Oliveira, Andre  III. Pandemia  IV. Sociologia  V. História  VI. Antropologia  VII. Costumes  VIII. Crítica Social  IX. Relações Humanas  X. Sociedade  XI. Política  XII. Filosofia

    É importante a compreensão de que o sentido verdadeiro da vida é estar ao lado de quem se ama, e valorizar assim a própria Vida. O poder é viciante e efêmero - e, em derradeira inquietude, venenoso, destrutivo e arrogante. Mas ainda assim a maioria das pessoas não suporta desligar-se dele, e edifica castelos e muralhas enormes, e que não são nem castelos, nem muralhas; são a vida projetada, estéril, mentirosa, inventada, superficial e que se desfaz ao mais silencioso ronco de realidade.

    Andre Rodrigues Costa Oliveira

    Dedicado ao Batera, Aroeira,

    Lacraia e Cocada

    AGRADECIMENTOS

    Como eu já disse em reiteradas oportunidades: pessoas que passam pelas nossas vidas nos ensinam e ao mesmo tempo nos (re)modelam. Agradeço aos queridos amigos Ana Luisa Mota, Célia Maria Ladeira Mota, Leonardo Mota Neto (in memoriam), Sônia Mattos, Naide Abreu, Felissa Magalhães, Gaetano Júnior, Juliano Pires, Célia Rodrigues, Vilma P. C. Oliveira, Rodrigo C. Oliveira (in memoriam), Aurenia Costa, Tiz V. Costa, Luiz Miltom V. Costa, Luiz Carlos R. da Cunha, Fernando R. da Cunha, Vinício Pimenta da Veiga (in memoriam), Any Freitas, Gilia Oliveira, Rodrigo de C. Guimarães, Maria Cecilia Gomes, Teresinha Gomes, Fabiana Ferreira e Sergio Alves.

    SUMÁRIO

    - PREFÁCIO DE FELIPE INÁCIO ZANCHET MAGALHÃES

    - APRESENTAÇÃO

    - AULINHA DE PANDEMIA

    - HOMENS DO PLANETA TERRA: E SE NÃO ACABAREM AS MÁSCARAS?

    - NÓS, OS FEIOS

    - LEI DO RETORNO

    - O BRASILEIRO E A PANDEMIA

    - A NOVA ROTA DA SEDA E AS PANDEMIAS

    - ENTELÉQUIA

    - PERDÃO, FÉ E AUTO-CONHECIMENTO - MAIS UM POUCO SOBRE ENTELÉQUIA

    - AUTO-SABOTAGEM NA PANDEMIA

    - A TECNOLOGIA A SERVIÇO DOS DESEDUCADOS

    - CRIANÇAS VICIADAS EM TECNOLOGIA E PROFUNDAMENTE INFELIZES

    - A SEMENTE UNGIDA DO VALDEMIRO

    - O PARADOXO DAS RELIGIÕES E A INTOLERÂNCIA

    - CÍCERO E CATILINA E A POLÍTICA BRASILEIRA

    - JÓ, JUNG E O ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO

    - OS INOCENTES DO LEBLON

    - SETE MIL VIDAS IRRELEVANTES E ALGUNS HAMBÚRGUERES VENDIDOS

    - DIA 21 DE ABRIL: CONJURAÇÃO MINEIRA E BRASÍLIA

    - O MUSEU E A AMAZÔNIA

    - VIAJANTE, MUITO CUIDADO

    - RONDÔNIA E OS LIVROS PROIBIDOS

    - SOBRE RUÍNAS E RAIZES

    - A FERNANDA E O BENJAMIM

    - DONA FILOMENA DE ARAXÁ/MG

    - SOBRE A IMENSA ALEGRIA EM RECEBER VISITAS

    - A GASTRONOMIA SEGUNDO OS MEDÍOCRES

    - FÍGADO ACEBOLADO COM JILÓ

    - CARNE DE LUA

    - GOULASH MÁRAI

    - PENNE TRICOLORE COM ALMÔNDEGAS DE CORDEIRO E MOLHO DE TOMATES, QUEIJO PECORINO E ESPECIARIAS

    - MILES PARA OUVIR NA PANDEMIA

    - E AS LIVES DESNUDARAM A POBREZA DA MÚSICA POP CONTEMPORÂNEA

    - SOMOS TÃO JOVENS

    - CANÇÃO PARA QUANDO NOS APAIXONAMOS

    - NÃO EXISTEM AS FAKE NEWS: EXISTE A TRUE IGNORANCE

    - EXISTE IDEOLOGIA DE GÊNERO?

    - A TAL DA APROPRIAÇÃO CULTURAL

    - SOBRE A CRIANÇA E OS MONSTROS

    - OS ABUSADORES DE CRIANÇAS ESTÃO DOMINANDO O PLANETA?

    - A CULTURA DO ESTUPRO E A CULTURA DA POLÊMICA

    - NOVAMENTE O STALKER

    - WEINTRAUB E A SUA NOITE DOS CRISTAIS

    - O STF E O FUTEBOL NA RUA

    - MINISTRO DEFENDENDO MINISTRO

    - MEU CONSELHO AOS CANDIDATOS DE 2020

    - CARLA PEREZ E JAIR BOLSONARO

    - LEOPOLDINA, A INDEPENDÊNCIA E O AMOR DESTRUTIVO

    - REDAÇÃO DO DIA - OU UMA HISTÓRIA SOBRE PROFESSORES

    - MUROS QUE EXISTEM E QUE NÃO EXISTEM

    - SOBRE O AUTOR

    PREFÁCIO

    O professor André escreve crônicas sobre o cotidiano da vida no qual retrata a sensibilidade de seu olhar que desperta pensamentos, paixões e emoções. 

    Expõe o poeta sua alma ao retratar os signos e os significados do recorte de sua visão a elementos como uma máscara facial, a qual associa o jogo da sedução – um balanço entre o recatado e desejo carnal – que perpassa entre ente o ser feminino e o masculino.

    Em outro momento, ele emite opinião com certa contundência em valores que acredita, com definições e exemplos, que retrata na política seu espírito liberal.

    Trata de um tema polêmico e controverso sobre a apropriação cultural.

    Alguns entendem que assimetria de classes da sociedade implica numa forma de dominação pelos grupos dominantes aos valores das outras classes subjugadas e que a universalização desses valores ocorre a custo de opressão, ponto esse refutado pelo autor, ao não reconhecer um domínio de identidade absoluto a qualquer grupo que seja e mais ainda, o poder reivindicatório.

    O amigo fala de um de seus maiores prazeres que, devo dizer, me beneficia muito, a gastronomia.

    Adoro os pratos e os momentos em que estamos com ele, tanto no preparo, como no desfruto de sublimes iguarias.

    Vê-se no texto uma inspiração do Banquete de Platão, em que a comida transcende o alimento e é a alegoria do próprio amor. Por isso, toca-lhe a alma a indiferença dos incautos e a precificação da banalidade.

    Navega no universo da música, uma de suas maiores paixões, com pleno conhecimento de causa, sustentando a corrupção atual de som e de letra, sempre demonstrando um bom gosto e refinamento para o objeto de conhecimento que analisa, em um texto intrigante e complexo.

    Em outros textos, aborda assuntos profissionais sérios, como pedofilia, assédio sexual, perseguição – conceito este novo de stalker em nosso ordenamento - e golpe de estado, este último, com uma belíssima abordagem da oratória de Cícero e da história de Roma, todos com muito conteúdo da reflexão de uma mente aguçada.

    Há textos muito interessantes – com diálogos filosóficos de Kant e São Paulo – sobre a questão de uma determinística a priori, uma possibilidade de uma lei do retorno que confronta a liberdade moral que pressupõe a razão em si mesma como condição: define o próprio imperativo categórico contra essa tal lei que abjeta.

    Aborda a doutrina paulina da fé, esperança e o amor e conclui a questão do perdão com o pensamento de Borges.

    O pensamento cristão mais uma vez nos textos ao se conectar às ruínas de uma igreja em canto qualquer de nosso país em que novamente, a partir do sensível da visão, como nas máscaras, estabelece uma série de relações de significados da história e questões transcendentais a ela relacionadas.

    Por fim, a música, a comida, a filosofia, a política, a história e o direito reúnem-se no ser André, nessa grande alma, nesse ser magnânimo que tão bem recebe os amigos acolhendo-os para com eles disfrutar momentos ímpares de conversas profundas e aprazíveis, como na música Aquarela de Toquinho, ...com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida....

    Por isso, em um texto próprio, discorre sobre um tema que lhe é caro, a hospitalidade, pois como bom anfitrião que é, vê nela uma liturgia, tal qual aquela dos mais belos ritos dos grandes iniciados, mas ao mesmo tempo carregada de simplicidade e delicadeza como as pétalas da mais bela rosa.

    Felipe Inácio Zanchet Magalhães

    Mestre e Professor da FD-UnB. Advogado, contador e bacharelando em matemática pelo ICE-UnB.

    APRESENTAÇÃO

    Eu sei que foi complicado.

    Sei que sentimos medo e insegurança em 2020.

    Sei também que perdemos pessoas que amávamos; que ficamos sem grana; que muita gente ficou sem o emprego; que projetos foram adiados ou ainda cancelados.

    Sei de tudo isso assim como todos os demais homens e mulheres do Planeta Terra.

    Sentimos na pele.

    Mas não posso apenas dizer que nós sobrevivemos a 2020.

    Caso optemos por não vislumbrar um lado bom em tudo isso, todos os anos gregorianos que já se foram - e que ainda estão por vir - serão apenas medianas variações sobre o mesmo tema.

    Incontáveis 2020’s sucessivos, com escuridão e incerteza.

    Isso é intolerável.

    Não merecemos.

    Claro que, de alguma maneira, conseguimos coisas boas.

    Cada um de nós à sua maneira, mas, ainda assim, alguma coisa conquistamos muito além das fronteiras da experiência (e que fronteiras!!!).

    Eu resumo o ano de 2020 em uma única palavra, singela e corriqueira, mas sobre a qual não nos aprofundamos quase nunca: 2020 foi Misericórdia.

    Não aquela misericórdia da interjeição simplória, mas a Misericórdia maiúscula.

    Miserere do latim somado à palavra cordis.

    É um sentimento de extrema compaixão e piedade, que se traduz na benevolência e na capacidade de sentir aquilo que o outro sente, colocando-se em seu lugar e, ato contínuo, exercer a mais linda solidariedade.

    Cuidando uns dos outros.

    Protegendo-se e protegendo o semelhante, com clemência, indulgência, perdão e graça.

    Porque de nada adianta amar o próximo e, contraditoriamente, odiar o semelhante.

    Semelhante, aliás, está mais próximo do que o próximo.

    Essa obra reúne algumas das muitas crônicas, artigos, críticas, ensaios e até mesmo receitas de culinária produzidas ao longo do ano.

    Desde ensaios complexos que abordam a Odisseia de Homero, à deliciosa carne serenada do sertão mineiro.

    Desde a música de Miles Davis às polêmicas mais arrebatadoras do cenário político brasileiro - essas, com certeza, não faltaram.

    Desde a China ao Estado de Rondônia.

    Leiam, pois, o livro sem ter pressa.

    Leiam sob a ótica de alguém que se desesperou por não poder fazer tudo aquilo que queria e que por muito, muito, muito pouco mesmo, não surtou diante dos jornais televisivos que apresentaram as tabelas e as estatísticas de gente morta tal qual as tabelas da Copa do Mundo.

    Eu não o dividi em capítulos.

    E por que o faria, se 2020 foi peça de teatro em ato único, interativa e surpreendente?

    Leiam.

    E reflitam.

    E apurem a percepção crítica contida nas palavras inseridas.

    Notem, ao final de tudo, que a nossa mente não trabalha retilínea, escravizada em manuais e regimentos, em cabrestos que nós mesmos nos pusemos.

    E que a menor distância entre dois pontos não é necessariamente uma reta.

    Corpos aprisionados podem fomentar ideias que viajam até a mais longínqua das galáxias.

    E ninguém nos tira os nossos pensamentos.

    Bonne chance.

    AULINHA DE PANDEMIA

    Vamos explicar de uma vez por todas:

    1 - Não existe vacina, antídoto ou medicamento de controle absoluto do COVID-19 até a presente data; qualquer afirmação em sentido contrário é leviana, irresponsável e mentirosa.

    2 - Não se trata de uma gripezinha ou de um resfriadozinho. Gripes e resfriados não adiam uma olimpíada; não fecham os parques da Disney; não restringem fronteiras; não deixam navios em quarentena; não mantêm aeronaves em solo por tempo indeterminado; não esvaziam praças, museus e cidades inteiras.

    3 - O novo Coronavírus não distingue etnia, sexo, idade, classe social ou ideologia política. Trata-se de um vírus democrático.

    4 - Hospitais brasileiros já sofrem normalmente com carência de profissionais, leitos, medicamentos, EPI´s e infraestrutura física.

    5 - O Brasil não consegue ainda sequer controlar doenças que estão extintas em diversas nações do planeta; no Brasil ainda existe o sarampo, a malária, a dengue, a poliomielite, a rubéola, a difteria, o tifo, a hanseníase entre outras moléstias; o Brasil não cuida de dependentes químicos, sindrômicos ou portadores de necessidades especiais, denotando total e absolutamente ausência de cidadania.

    6 - O isolamento social é imperioso porque a epidemia se espalhará com mais lentidão, oportunidade em que o sistema de saúde poderá se aparelhar suficientemente para o atendimento dos milhares de futuros infectados pelo COVID-19, minimizando ainda o impacto no tratamento de demais problemas de saúde, tais como doenças crônicas e traumas diversos.

    7 - A epidemia no Brasil ficará ainda muito pior nos próximos dias, a partir do momento em que atingir populações carentes (moradores de favelas, cortiços, palafitas e em situação de rua), que são desprovidas de residência confortável, saneamento básico e renda mínima para um tratamento adequado, o que reforça a necessidade de isolamento ao menos por enquanto.

    8 - Quem desobedece a m. do isolamento ou a quarentena (na hipótese de já estar infectado) beira a criminalidade, age com extremo egoísmo e desumanidade, desrespeitando o esforço de milhares de profissionais de saúde, segurança pública e demais atividades essenciais e, em derradeira esfera, sacaneia toda uma coletividade; porque não faz sentido alguém amar a humanidade e odiar o próximo ao mesmo tempo.

    9 - Fazer carreata em automóveis confortáveis, buzinando enquanto desfruta do sistema de som e do ar-condicionado e protestando para que pessoas pobres sejam compelidas a voltar ao trabalho (não essencial), espremendo-se em trens e em ônibus lotados é de uma cretinice inacreditável; típica atitude escrota de quem não dá a mínima para a vida humana.

    10 - Por outro lado, bater panela na janela é de uma jecura gigantesca; tão inútil e tão brega quanto

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