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Aqui se jaz, aqui se paga: a mercantilização da morte, do morrer e do luto
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Aqui se jaz, aqui se paga: a mercantilização da morte, do morrer e do luto
E-book279 páginas3 horas

Aqui se jaz, aqui se paga: a mercantilização da morte, do morrer e do luto

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Sobre este e-book

O que a mercantilização dos rituais funerários contemporâneos revela sobre as maneiras com as quais as pessoas têm lidado com a morte e o morrer na atualidade? Percorrendo esse questionamento se ramificam reflexões sobre a relação das pessoas com o tempo, com o envelhecimento e com a finitude. Observa-se um acentuado estreitamento entre as realidades morte e consumo, com redução progressiva do espaço que a sociedade atual tem destinado ao luto e ao sofrimento, categorias com cada vez mais frequência equiparadas a condições patológicas. Evidenciando que os modos atuais de lidar com a morte e o morrer envolvem flagrantes processos de mercantilização, patologização, medicalização e espetacularização.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jan. de 2015
ISBN9788581927084
Aqui se jaz, aqui se paga: a mercantilização da morte, do morrer e do luto

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    Aqui se jaz, aqui se paga - Lana Veras

    Referências

    CAPITULO 1

    CONSIDERAÇÕES INICIAIS

    Nas diversas ocasiões em que tive que explicar às pessoas sobre o que tratavam meus estudos de doutoramento em psicologia, que originaram esse livro, pensei em responder de uma maneira simples, concisa. Algo assim:

    – É um estudo sobre a morte e o morrer na contemporaneidade.

    Mas, logo nas primeiras oportunidades em que fiz isso, percebi que, após essa resposta direta a conversa não tinha muito prosseguimento. O diálogo, de início interessado, subitamente se esvaía, com expressões faciais por vezes de aversão, de surpresa, por vezes de desinteresse ou de curiosidade a respeito do tema considerado diferente, legal, surpreendente ou até bizarro.

    E se, em algumas ocasiões, eu ainda insisti nessa resposta, foi para constatar que continuam plenas de sentido as descrições e reflexões que autores fundamentais nessa temática, como Michel Vovelle, Philippe Ariès e Norbert Elias, fizeram sobre as modificações nas maneiras como as pessoas têm lidado com a morte e o morrer, em diversos momentos históricos.

    Desse total de explicações, caso ainda houvesse demonstração de algum interesse pela temática, poderia eu continuar a narrar-lhes ainda mais detalhes. Contaria que discorrer sobre a morte é, nesse contexto, falar sobre o tempo, a nossa relação com a passagem do tempo, o nosso envelhecimento e a nossa finitude. Escrever sobre a morte é, também, abordar as diversas maneiras pelas quais temos reagido a ela, em diferentes realidades históricas, é refletir sobre a diminuição progressiva do espaço que destinamos ao luto e ao sofrimento em nossa época: tempos de imortalidade .

    Após esses esclarecimentos iniciais, se certa curiosidade fosse despertada, eu poderia deixar mais explícito que, dentro desse quadro mais amplo, o meu interesse como pesquisadora voltava o foco aos rituais funerários contemporâneos. De sorte que as modificações observadas são, aqui, compreendidas como sinalizadores das mudanças dos nossos modos de viver, das nossas subjetividades. Prosseguindo a imaginária interação, acrescentaria que, ao observar as alterações pelas quais os rituais funerários têm passado, fui conduzindo minhas reflexões às relações que mantêm com a esfera mercantil.

    Apesar de reconhecer que a ligação das práticas funerárias com a dimensão econômica não é novidade alguma na história humana – pelo contrário, essa relação tem se constituído quase como regra – há que se notar algumas peculiaridades do nosso tempo: um progressivo estreitamento entre as temáticas morte e consumo e uma transposição da lógica comercial de mercado às práticas funerárias tradicionais.

    É verdade que valores financeiros já foram empregados, em diversos graus, nas cerimônias funébres de outrora, assim como hoje. No entanto, os sentidos e significados dessas práticas assumem diferenças marcantes.

    Atravessados pelo consumo, os enlutados de hoje não mais investem dinheiro apenas em prol da salvação da alma do morto, ou da distinção social da família. Eles pagam pelos produtos, serviços e mercadorias que representam a sua maneira de lidar com a morte, com a dor, com o sofrimento, permeada pela negação e dissimulação. O investimento financeiro, antes dedicado às preocupações com o post-morten, é revertido na direção de práticas que protejam os sobreviventes do sofrimento ou do pesar de se defrontarem com a finitude. Hoje, a morte é feia . A morte é velha. A morte é suja. A morte, e os mortos, contaminam. Logo, devem ser adotadas todas as ações que corrijam essas desagradáveis características e expressem beleza, juventude, assepsia, tranquilidade, conforto...

    Como já ressaltado, antes de sua transformação em serviços funerários os rituais funerários não eram isentos de alguma relação financeira, frequentemente mediada pelas igrejas e suas irmandades. Porém, é na contemporaneidade que as características rituais tradicionais das práticas fúnebres se modificam no sentido de uma lógica que privilegia o mercado de consumo. Os elementos que circundam o morrer e a morte são transformados em produtos que seguem o padrão dos demais setores do comércio. Há a criação de necessidades de consumo na área funerária que se submetem à moda, ao império da novidade, ao quadro econômico, às flutuantes tendências do mercado, ao aumento do lucro e aos domínios da publicidade.

    As cifras monetárias, que, em alguns momentos históricos, foram dedicadas ao bem estar futuro da alma do morto, são, hoje, aplicadas no corpo morto, frequentemente em benefício do enlutado, de maneira que esse corpo não emita sinal algum da morte que o tomou. Ao estudar, na elaboração desse trabalho, por exemplo, a venda e o consumo de serviços como necromaquiagem e tanatopraxia ou tanatoestética aprendi não somente as técnicas que utilizamos na maquiagem dos mortos, como também pude conhecer e refletir sobre as estratégias atuais de maquiagem da morte. A função simbólica dos rituais fúnebres modificou-se, equiparada a outros eventos sociais, tem sido, desveladamente, regida pelas lógicas do consumo e da negação.

    Sim, é sobre isso mesmo que trata esse livro.

    A pesquisa objetivava, em seu projeto inicial, compreender como a sociedade contemporânea vem tecendo as relações entre o consumo e a morte; refletir sobre as configurações atuais dos rituais funerários; e perceber de que maneira são sinalizados os modos como temos lidado com o viver e com o morrer, com as relações, com a expressão dos afetos, com a vivência das perdas e com a experiência do tempo e seu transcorrer.

    Contudo, esses objetivos generalistas não são passíveis de alcance, não da maneira como julguei possível nos primeiros momentos de meu percurso acadêmico. Inadmissível é descuidar que, para refletir sobre como nós lidamos com a morte e com o morrer hoje, faz-se necessário saber: de qual "nós se fala aqui. Não se pode tratar de um nós" abstrato, generalizador, mas sim contextualizado, forjado nas condições históricas de seu tempo e espaço. Visto que não faz sentido algum falar sobre A sociedade, O homem, A morte ou O consumo, mas somente de sociedades, homens, mortes e consumos específicos.

    Durante a realização desse trabalho, pude entrar em contato com diversas dimensões de cada uma dessas realidades. Percebi como essa tessitura pode ser alterada pelas especificidades de cada situação e como pode ser contemplada por meio de diferentes nuances, conforme mudem: a tonalidade e a textura dos fios que a integram; o olhar de quem a contempla ou mesmo o próprio tear.

    Fui a tempo alertada pelo Professor Luiz Felipe Baêta, docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, sobre os perigos do uso dos artigos definidos, que podem, quando usados irrefletidamente, apresentar a capacidade megalomaníaca, ou ingênua e acrítica, de esfumaçar os fatos sociais e mesmo naturalizá-los.

    Não. Esse não é um livro sobre A morte, O morrer ou O luto.

    Não pude, aqui, falar sobre A morte, nem sobre como o homem lida com ela. Pude, tão somente, tentar me aproximar da maneira como determinados homens lidam com suas específicas situações de morte e morrer. Não conheci nenhum homem médio que representasse todos os outros homens da nossa sociedade em geral, para que pudesse observá-lo, pensar sobre ele, quem sabe até entrevistá-lo... e assim ter um quadro panorâmico da realidade.

    Somente tive acesso a certos seres humanos, plenos de seu atolamento congênito no mundo, em termos de Merleau-Ponty¹, repletos de suas historicidades. Deles conheci os sentidos e significados das modificações de seus rituais funerários e as relações entre essas alterações e suas maneiras de viver.

    A minha tentativa de ir à sociedade em geral foi logo revista, com a ajuda do Professor Valter Sinder, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais – UERJ. Durante nossas aulas de antropologia, o professor alertou sua aluna psicóloga que os etnógrafos não podiam falar da sociedade em geral, porque lá nunca estiveram. Qual o ônibus que se pega para ir até a sociedade em geral? foi a pergunta que me fez certa tarde pela UERJ. Questionamento também presente no artigo de Hélio Silva², que enfatiza a necessidade do pesquisador se localizar dentro do espaço social que estuda, evitando discursos panorâmicos e genéricos e possibilitando o trato com o particular o inventário de suas particularidades.

    De modo a tentar me situar, como pesquisadora, dentro da temática à qual me dispus a estudar, foi relevante pensar sobre o momento contemporâneo em que vivemos, observando suas características que se aproximam e se distanciam de outros momentos históricos. Foi imprescindível conhecer algumas atitudes diante da morte que diversos homens, em diversos tempos e lugares, expressaram e as respectivas práticas funerárias adotadas em diferentes momentos da história.

    A aproximação com a dimensão histórica me permitiu olhar para o tema de pesquisa a partir de uma escala de cores muito mais ampla, permitindo compreender tonalidades, nuances, brilhos e sombras que não estavam plenamente perceptíveis em minha primeira visada. Tentei iluminar algumas questões relevantes para esse meu olhar com novas lentes, como a questão do consumo – seus significados, transformações e estratégias contemporâneas – das maneiras como se tem lidado com o tempo na atualidade e sua relação com a abreviação ou interdição da expressão do luto e os sentidos do processo de mercantilização das práticas funerárias em algumas regiões brasileiras.

    Meu caminhar por reflexões sobre nossas relações atuais com o consumo foi incisivamente influenciado pelo olhar da Professora Maria de Fátima Severiano, da Universidade Federal do Ceará. Nossa interlocução aconteceu tanto por meio de seus escritos publicados, que me apontaram direções e interrogações, quanto por suas inúmeras contribuições após a leitura de uma versão inicial desse texto.

    O tema deste livro foi se delineando a partir das reflexões suscitadas por algumas observações que pude realizar em pesquisa anterior. Foi durante a construção de minha dissertação de mestrado que pude constatar a propagação do processo de mercantilização da morte, do morrer e das práticas de enterramento. As mutações na condição humana e os novos modos de ser, em relação à vida e à morte, já eram comuns em grandes centros urbanos, mas me questionava: Nas pequenas cidades, ainda com percentual significativo de pessoas residindo em zona rural, a forma como as pessoas lidavam com a morte e o morrer ainda era a tradicional?

    Estudando, ainda no mestrado, a visão do sertanejo nordestino sobre a morte e o morrer, percebi que a contemporaneidade transformara a maneira do sertanejo se relacionar com a Morte Severina, descrita por João Cabral de Melo Neto:

    E se somos Severinos

    iguais em tudo na vida,

    morremos de morte igual

    mesma morte Severina:

    que é a morte de que se morre

    de velhice antes dos trinta,

    de emboscada antes dos vinte,

    de fome um pouco por dia

    (de fraqueza e de doença

    é que a morte Severina

    ataca em qualquer idade,

    e até gente não nascida)³

    A referida dissertação de mestrado, orientada pela Professora Virginia Moreira e desenvolvida entre julho de 2007 e julho de 2009, teve o objetivo de pesquisar a visão da morte que possui o sertanejo nordestino em tratamento oncológico. Intitulou-se: O Severino com câncer diante da morte, em referência a duas obras fundamentais nesse processo: Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, que retrata os modos de viver e morrer do sertanejo Severino; e O Homem diante da morte, de Philipe Ariès, historiador que estudou as formas como o homem ocidental tem lidado com a morte em diversos momentos históricos.

    O estudo teve o objetivo de compreender os sentidos atribuídos à morte pelo sertanejo nordestino em tratamento oncológico. A partir das falas dos entrevistados e das visitas feitas as suas cidades, percebi que diversos sertanejos nordestinos pobres lidavam com a morte de uma maneira diferente de muitos indivíduos urbanos de classe média. Fato relacionado com sua vivência pessoal e com a história do seu povo, repleta de ciclos de ganhos e de perdas, que colocavam esse homem perante sua transitoriedade, diminuindo as possibilidades de negação da finitude.

    No entanto, ao pesquisar os rituais funerários, percebi que a tradição na realização de sentinelas estava se modificando no sertão nordestino, a partir da intervenção de novos valores e práticas e com a difusão de uma rede de funerárias no interior, ao estilo capital. Na tradição nordestina, o termo sentinela designava todo o período, desde a iminência da morte até o enterro. Contudo, alguns rituais e comportamentos, antes comuns nas cidades sertanejas, estão cedendo lugar a modelos padronizados por empresas funerárias.

    O processo em que as pessoas ficavam acompanhando o doente em sua casa, aguardando o momento de sua morte e procedendo aos rituais tradicionais, foi relatado por Seu Severino, nome fictício de um senhor de 79 anos entrevistado em minha pesquisa de mestrado. Todavia, ele também citou modificações nas formas tradicionais de lidar com o morrer em sua comunidade:

    Aqui [no hospital da capital], a família recebe só o corpo, lá é em casa, com aqueles vizinhos, moradores, aquelas pessoas conhecidas faziam questão de estarem ali até a hora. Depois ficavam visitando aquela família, ajudando, aconselhando. Hoje a pessoa morre e poucos dias, [faz gestos com as mãos], esquecido, tá esquecido. (SEVERINO, 79 anos)

    Seu Severino foi testemunha das mudanças em sua comunidade, aos 79 anos pôde vivenciar a morte de diversas maneiras e acompanhar as modificações nos rituais praticados. Sua fala anterior mostra as alterações na rede social de apoio à família, em que as visitas de ajuda e aconselhamento desapareceram. Os processos contemporâneos de temor e negação da morte trazem, também, a negação do morto, o seu esquecimento. As diferenças entre a morte familiar e a institucionalizada são percebidas em outro depoimento do sertanejo Severino:

    Vi muito o sofrimento, na sentinela, colocando vela na mão, hoje quando as pessoas vão morrendo já passam pro hospital, a gente entrega lá e eles já devolvem pra família só o corpo, entrega lá e recebe lá. Mas de primeiro não era. A criança, ou adulto, quando morre no hospital eles dão poucos minutos pra você retirar. É norma do hospital. Acho ruim, hoje esses hospitais grandes botam logo pra sair lá por trás pra ninguém vê, é norma do hospital [...] Hoje a funerária vai pegar. Nesses hospitais grandes já tem uma sala pra colocar as pessoas que morrem.

    Durante visitas às cidades sertanejas, deparei-me com uma novidade, o alastramento de uma rede de funerárias no sertão, reflexo do movimento funeral homes, originado nos Estados Unidos. As empresas funerárias presentes nas cidades visitadas disseminam uma nova forma de o sertanejo lidar com os rituais funerários. A morte ainda é, com frequência, vista como natural e inevitável, no entanto, seus rituais passam a ser também produtos, vendidos de forma padronizada, inspirados nos modelos de lugares desenvolvidos e com um ideal de modernidade.

    São vendidos Kits funerários, variando, de acordo com o preço, a qualidade de seus itens e de seus serviços. Cuidados, antes realizados por familiares, são oferecidos como itens no pacote. São eles: assepsia, lanches, translado do corpo, flores, vestuário, urna, serviço de cartório, livro de presença, velas, assistente de velório e paramentos. Há, ainda, os serviços extras como tanatopraxia, aluguel do centro de velório, cerimonial, música e buffet. As modificações nas práticas funerárias reproduzem as práticas dos grandes centros urbanos, o que é percebido como sinal de desenvolvimento do município.

    Sobre essa questão, Olgária Matos⁵ observa que a cultura contemporânea torna as maneiras de pensar e de ser homogêneas e associa passado a atraso e moderno a progresso. Sua visão se assemelha a de Sébastien Charles, em Tempos Hipermodernos, quando este afirma: A moda possibilitou a desqualificação do passado e a valorização do novo, a afirmação do individual sobre o coletivo, o reinado do efêmero.⁶

    A morte como produto de consumo encerra novos desejos, antes desconhecidos. A concepção, ainda comum às comunidades com o histórico de colonizadas, de que o bom é o que vem de fora fortalece o desejo de assemelhar-se a esse modelo, e a chegada de práticas e valores externos é vista como uma aproximação do ideal de progresso trazido pela modernidade. O que era visto como natural e conhecido deve, então, ser escondido. O termo sentinela passa a significar os costumes tradicionais e é substituído por funeral, que representa melhor as novas práticas, pois: Ser local num mundo globalizado é sinal de privação e degradação social, como relata Bauman⁷.

    Os costumes funerários tradicionais não estão se esvaindo apenas no Nordeste brasileiro. O antropólogo italiano Alfonso di Nola⁸observa que as profundas transformações sociais têm tido como consequência o desaparecimento de muitos costumes antigos, que ainda sobrevivem em zonas rurais, mas que algumas observações superficiais já sugerem sua extinção.

    Di Nola afirma que cada sociedade elabora seu sistema de crenças, destinado a explicar a morte, e um conjunto de rituais que pretendem oferecer uma resposta social às emoções suscitadas pelo luto. O autor estabelece uma distinção entre o luto nas sociedades pré-industriais e nas sociedades urbanas industriais. No primeiro caso, o grupo conforta o indivíduo e os familiares com sua solidariedade e participa intensamente do processo de luto. No segundo caso, porém, a participação coletiva no luto está se modificando radicalmente e a morte tem sido um acontecimento cada vez mais privado, em que a comunidade não participa nem demonstra solidariedade.

    Conhecer as vivências dos pacientes em tratamento oncológico e sua visão sobre a morte eram os objetivos iniciais do referido mestrado, quando minha formação acadêmica e profissional ainda era circunscrita à psicologia hospitalar e psico-oncologia. Contudo, durante o processo de pesquisa foi possível não só

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