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Foxpópolis
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E-book407 páginas4 horas

Foxpópolis

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Sobre este e-book

Foxpópolis A Cidade das RaposaS, é onde se ambienta essa história de ficção com alguns relatos realistas. Carlos, um asperger, tem que aprender a lidar com a nova cidade e juntos com seus novos amigos, os desafios que surgem. Suspense, comédia, aventura, romance e assuntos complicados é o que aguardam nessa narrativa. Críticos avaliaram e disseram que se sentiram na história e que interagiram com ela, com dicas e correções que enriqueceram a história. Aqui você vai conhecer a história do José, Mary, Fernando, Mateus e muitos outros, além da lenda da cidade a raposa gigante, que dá um toque de suspense a trama.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de ago. de 2021
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    Foxpópolis - Luiz Silva

    FOXPÓPOLIS

    A Cidade das RaposaS

    Luiz Silva

    Foxpópolis A Cidade das Raposas - © 2021 Luiz Silva

    Copyright © 2021 Luiz Silva

    Todos os direitos reservados.

    Digitação e diagramação: Luiz Silva

    Revisão: Luiz Silva e amigos

    Capa e ilustração: Luiz Silva

    Imagens usadas sem direitos autorais e/ou de domínio público. Esta obra é fictícia, portanto os nomes dos personagens, e a situações aqui descritas, serão meras coincidências com a realidade. O conteúdo realista que embasou algumas histórias, são de cunho pessoal e/ou histórias de conversas com pessoas via redes sociais, com vários acréscimos não reais o que descaracteriza as mesmas como fato.

    Todos os direitos em língua portuguesa reservados e protegidos por Lei 9,610 de 19/02/1998. Proibida a reprodução deste livro por quaisquer meios, sem a permissão escrita do escritor/editor, salvo em breves citações, com indicação da fonte.

    Luiz Silva:

    gire.com@hotmail.com

    Telegram

    https://t.me/oslivrosLEditS

    SUMÁRIO

    Prefácio

    Agradecimento

    Cidade Nova, Vida Nova?

    A Turma

    Lanchonete Tem pra Todos

    Novo Hóspede

    O Tempo Passando

    Descompensado

    A Missão

    Foxpópolis a Cidade das Raposas

    A Lenda Revive!

    José Aparece

    Almoço e Mais Novidades

    Parentes com Problemas

    Ei cara, cadê você?

    Entendendo o Zé.

    Meu Nome é Spexial, Carlos Spexial;

    A Volta da Rotina

    O Léo Reaparece

    A Raposa Gigante

    Saindo da Condicional

    O Telefone Toca

    Domingo Pela Manhã

    Fernando?

    A Raposa Ataca Novamente

    Até que Enfim Fernando!

    Uma Vida Complicada!

    Quem Sou Eu?

    Uma Conversa sem Interrupções

    Novas Perspectivas

    Que Mudança!!!

    Caro Amigo Mateus

    E Quando Penso que Acabou

    Um Segredo Revelado

    Novamente em Outra Casa

    Cidade Pacata, Onde?

    Uma Nova Chance a um Amigo?

    A Sra. Márcia!

    Mateus Não Está Bem!

    Um Antigo Interesse

    O Tiro Saiu Pela Culatra

    Voltando para São Paulo

    O Casamento

    Você Topa?

    A Campanha Publicitária!

    A Viagem

    O Herdeiro e a Surpresa!

    E a Vida Segue

    Feliz Ano Novo!

    Felicidades ao Casal

    O Simples do Meu Mundo

    PREFÁCIO

    Eu tive um sonho onde me via conversando com amigos que pareciam ser de uma faculdade.

    Em seguida, estava numa kitnet¹ com um dos personagens, e seus conflitos que aparecem descritos neste livro.

    Ele tem uma ótica particular de uma pessoa com Asperger²; sim, sou.

    , considerado um nível mais leve do transtorno do autismo.

    Carlos é o personagem principal, autista, ele traz as histórias vividas por ele e seus amigos, sendo que algumas delas, são parcialmente reais.

    Momentos de alegrias, tensão, tristezas, suspense, mistérios, aparecem nesta trama, produzida com o intuito de envolver você leitor na vida dos personagens.

    Claro que nem todas as opiniões e falas descritas neste livro, não devem ser levadas ao pé da letra (se bem que um autista ia amar se fosse possível), mas convivendo com as pessoas, sabemos das inúmeras possibilidades de pensamentos que cada um tem sobre o mesmo assunto.

    Um detalhe importante, sou totalmente contra ao qualquer tipo de preconceito e 100% a favor do respeito! Não por narrativas ou querer parecer que estou no coro de uma multidão – que não curto – nada disto!

    Apenas valores que creio que sejam fundamentais para se viver da melhor forma possível entre os pares.

    Talvez porque, como autista, também perceba e sinta na pele o que é ser diferente e por isso não ser compreendido.

    Boa leitura e aguardem, que vem mais por aí...

    Luiz Silva

    ¹ Como o próprio nome já sugere, kitnet deriva de uma expressão em inglês que significa cozinha pequena. E a ideia é essa mesmo: um cômodo que serve de quarto e sala ao mesmo tempo, banheiro separado e uma cozinha diminuta, geralmente separada apenas por um balcão.

    ² A Síndrome de Asperger é um transtorno do espectro autista, que antigamente era considerada uma condição relacionada, mas distinta do autismo. A redefinição ocorreu após maio de 2013.

    AGRADECIMENTOS

    Amigos importantes que me incentivaram a dar continuidade e fazer este livro.

    Primeira vez escrevendoPrimeira vez escrevendo das várias histórias que habitam minha mente, com o apoio de alguns amigos, comecei!

    Minha irmã Valéria Santana, minha irmã Ângela Almeida, família Virginio: mãe de coração Sônia e irmão Fábio, que de começo me deram várias dicas!

    Irmã Simone que assim que entrou no grupo para avaliar o conteúdo, deu uma dica importante com relação aos significados de certas palavras e gírias antigas, para geração de hoje.

    A cima de todos e tudo, Deus que me sustentou e sustenta até hoje! Meu Professor-Mor! Com Ele que aprendi que mesmo sendo Santo como é, não faz cerimônias em querer que esteja por perto!

    A você que adquiriu este livro, fico muito grato! Perdoe porque os recursos foram escassos, mas foi de coração!

    CIDADE NOVA, VIDA NOVA?

    Carlos

    Hoje é segunda-feira; nova cidade, novo endereço, novas pessoas, mas a cabeça ainda no modo antigo.

    É difícil e desafiador, tive até dor de barriga pra sair de casa! Suando frio e mexendo nos dedos com frequência, tentando me acalmar.

    Indo pra faculdade – que não era tão longe assim – o novato, não tão novato; veio de uma cidade grande para outra pequena, transferência do primeiro para o segundo semestre, bom bora enfrentar!

    Na secretaria da faculdade Instância:

    Carlos – Olá, sou o Carlos, abri minha transferência para cá no curso de administração, estava fazendo em outra cidade e negociando com vocês para não jogar fora um semestre inteiro.

    Samanta – Oi Carlos, me chamo Samanta! Um momento por favor, vou ver o seu caso.

    Minha mente vai a mil! Estou muito nervoso, tudo novo e principalmente novas informações para lidar. Sentei na cadeira e comecei a balançar pra frente e para trás, as mãos e as pernas super agitadas, suando frio...

    Samanta me chama – Tá tudo bem?

    Carlos – Sim, estou um tanto nervoso!

    Samanta – Você é autista?

    Carlos – Asperger; sim, sou.

    Samanta – Meu sobrinho, ele é autista; fica assim também quando está nervoso, você se expressa bem, ele não é de falar muito.

    – Vi seu caso, e sim, os professores vão aplicar uma avaliação contigo para ver até onde você aprendeu, daí prosseguir com seu curso de onde você parou ou avançou. Vai ser fora do horário de aula para não atrapalhar os demais, tudo bem?

    Carlos – Sim, sim!

    Samanta – Quer conhecer sua sala? Posso te conduzir até lá.

    Atitude de quem conhece um autista...

    Carlos – Opa! Grato...

    Samanta chegando na sala – Licença professor Carlos, aluno novo no segundo semestre; ele pode entrar e assistir sua aula?

    Prof. Carlos – Pode sim! Qual o seu nome? – estendendo a mão para me cumprimentar...

    Carlos – Carlos!

    Prof. Carlos – Opa xará³, entre, arranje um lugar e fique à vontade. Só não tire a roupa por favor… rsrsrs!

    Prof. Carlos olhando para Samanta – Da última vez que falei isso, o aluno parou na cueca…

    A turma riu alto olhando para o José que foi metido a naturista da sala.

    Sentei quase no fundão...

    – Oi! Me chamo Bárbara... de onde você veio? Porque veio? Você é militar, por isso se mudou? Tá fugindo de alguém?

    Fernando – Calma Bárbara!

    – Liga não cara, ela é assim, já disse pra mudar de curso, investiga tudo e manda tudo na lata!

    Carlos – Tranquilo...

    – Oi Bárbara, então, mudança de cidade; não sou militar e não estou fugindo, só recomeçando a vida mesmo...

    Bárbara – Ah tá...sei...uhum…

    E encerrou a conversa tentando deixar um ar de mistério…

    Fernando – E ai mano! De onde você veio?

    Bárbara – Depois sou eu que pergunto né Fernando?

    Fernando – É sim… Você que começou!

    Carlos – São Paulo.

    Bárbara e Fernando – Sério!!?

    Bárbara – Capital agitada que nunca para!

    Carlos – Por aí...

    Fernando – Bom, aqui não é tão agitado como lá, mas espero que você curta...

    Prof. Carlos – Ô xará! Já conheceu a Bárbara e o Fernando? Posso continuar minha aula?

    Isso me deixou mais nervoso…

    Carlos – P….po…. pode!

    E fiquei quieto!

    Cheguei em casa exausto; mente a milhão! Tanta coisa pra processar Deus!

    Deitei na cama e fiquei um longo tempo quieto...

    Dormi; até porque na noite antes de ir para faculdade, estava agitado, foi muito difícil pregar os olhos.

    Mais tarde, tomei um banho e tomei meu chá de hibiscos⁴ com torrada, muito bom!

    Silêncio total na minha kitnet, só as torradas se quebrando na boca…

    Peguei meu note, fui pra cama estudar; procurar trampo pra preencher meu dia e ajudar nas contas, a grana não ia durar muito tempo sem trabalhar...

    ³ Homônimo, gíria antiga usada quando as pessoas tinham o mesmo nome.

    ⁴ Esta planta também pode ser conhecida como Azedinha, Quiabo-azedo, Caruru-azedo, Rosélia ou Vinagreira, mas seu nome científico é Hibiscus sabdariffa.

    A TURMA:

    Carlos

    No outro dia a Bárbara e o Fernando, apresentaram os outros colegas:

    Joelma – A Jô; Bianca – A Bia; Jesus – O Gésus; José – O peladão, o que quase ficou pelado na sala de aula; o zueiro...

    Bianca – Tu tens apelido?

    José – Isquisito! Rsrsrs

    Fernando – Rsrsrs

    Bárbara – Você tem?

    Carlos – Me chamavam de especial

    A impulsiva Joelma:

    Jô – Oi? Tá se achando porquê?

    Carlos – Tenho autismo leve...

    Todos – aaaaaaaahhhhhhhh...

    José – Você é retardado então?

    Jô – Cala a boca peladão!

    Carlos – Di boa, rsrsrs, não Zé; posso te chamar assim?

    José – Pode!!! Gostei de você cara! Primeiro que não me chama de peladão; mas vou cair fora, a plateia me chama.

    A Jô, a mais caliente, me chamou no canto pra arrancar se namorava, se era gay ou não, enfim, parecia bastante interessada...

    Carlos – Não; relacionamentos pra mim são um tanto complicados.

    Jô – Porquê?

    Carlos – Sou mais lógico que sentimental, sentimentos são complicados para interpretar.

    Jô – De certa forma concordo com você; meu último namorado era um porre, grude sabe? Chorava até…

    Carlos – Entendi; pois é, eu posso até chorar, mas tem que ter lógica…

    Jô – Hummm, interessante!

    Bárbara me puxando pra dentro da sala – Carlos me ajuda a achar minhas lentes!?

    Dentro da sala ela me empurra na mesa e manda – Cai fora! A Jô é piriguete!

    Carlos – Tá relaxa, não tô pensando em me envolver com ninguém não!

    Bárbara – Acho bom! Agora me ajuda a achar minhas lentes…

    Eu olhando para o chão já na iniciativa de procurar…

    Bárbara – Aqui Carlos!

    Apontando para a mochila dela; como é que cabe tanta coisa ali?

    Depois da faculdade, fui para uma lanchonete perto, havia um anúncio na internet que estavam precisando de garçom.

    Não tinha experiência, mas eu precisava!

    Patrão – Ok, você começa limpando as mesas, recolhendo os copos e limpando o balcão.

    Carlos – Sim!

    Patrão – Começa amanhã nesse horário até às 22:00.

    Carlos – Posso começar agora? Observo os outros fazendo pra aprender.

    Patrão – Pode!

    LANCHONETE

    TEM PRA TODOS

    Carlos

    Patrão – Pessoal, venham cá! Este é o Carlos que vai ficar no lugar da Bianca que pediu demissão.

    – Lucas, ajuda ele ver como funciona o trabalho de garçom, ele começa amanhã; mas pra aprender o serviço, ele pode te apoiar hoje.

    Carlos cumprimentando o Lucas – E aí, blz?

    Lucas – Tranquilo, tu tens experiência no ramo?

    Carlos – Pouco, mas aprendo rápido!

    Lucas – Então tu vais me mostrar o que tu sabes: limpe as mesas 2 e 3 ali, perto da entrada; tu podes deixar a tua bolsa ali dentro, no armário, lá tem um avental pra tu colocar.

    Fiz o que me falou, e no trampo, sai razoavelmente bem; garçons e equilibristas devem ter o mesmo gene, eu definitivamente não! Muito estabanado...

    Na lanchonete conheci a Ana do caixa, que é a esposa do Patrão; o cozinheiro Cláudio e a Júlia, auxiliar de cozinha e era quem substituía o Cláudio; a Márcia, a Cléo – Cleonildes, mas ela não gostava que chamassem ela assim – a Mary e o Lucas que atendiam os clientes, faziam as comandas e serviam.

    Peguei logo o jeito no serviço, e fui promovido a também atendente. Trabalhava de Domingo a Sábado com um dia de folga que era intercalado; entrava às 13:30 e saía às 22:00, era corrido, principalmente nas sextas e finais de semana, mas era divertido.

    Numa sexta-feira, antes da minha primeira folga, no final do expediente, sentamos todos em algumas mesas para conversar e se entrosar mais.

    Cléo – Fala novato, vais fazer alguma coisa amanhã? Cola aqui pra comer um lanche; é o melhor da cidade...

    Risos...

    Carlos – Fica pra outro dia, amanhã tenho que limpar a kitnet que tá uma zona!

    Lucas – Tu moras aonde?

    Carlos – Aqui perto, umas três quadras pra frente.

    Lucas – E é alugado? Tá saindo quanto o aluguel lá?

    Carlos – 200 reais, dois cômodos, quarto e cozinha, ar-condicionado e aquecedor pra aguentar o calor e o frio; porém água, luz e Wi-Fi por minha conta.

    Lucas – Rapaz, será que não topas de eu ir morar contigo e dividir as despesas? Sou limpinho rsrsrs.

    Carlos – Por mim tranquilo Lucas, mas não sei se os donos deixam; vou falar com eles amanhã e te dou a resposta na segunda pode ser?

    Lucas – Legal!

    Depois de muita conversa, limpamos tudo e fomos cada um para suas casas.

    NOVO HÓSPEDE

    Carlos

    No sábado, consegui conversar com os donos e eles não foram contra a vinda do Lucas, contanto que cumprisse as regras do local: nada de bagunças e respeito ao silêncio.

    Terça, Lucas veio junto comigo com suas coisas; pela bagagem, parecia estar preparado para se mudar a qualquer momento: uma mochila e um saco de dormir.

    Carlos – Desculpa perguntar, mas a quanto tempo você está por aqui nesta cidade?

    Lucas – Tranquilo! Podemos conversar enquanto eu tomo banho? Tô fedendo!

    Carlos – Ah sim, pode sim...

    Lucas no banheiro – Na verdade, eu nasci e cresci aqui, meus pais ainda moram num bairro próximo, mas cara, chega uma hora que tipo, tu queres tua liberdade, entende?

    Carlos – Sim, entendo…

    Lucas – Consegui este emprego na Lanchonete, não é aquele salário, mas deu pra juntar uma grana e sair de casa.

    Lucas – Foi complicado com minha mãe, achou que estava com raiva deles, expliquei que não, meu velho me apoiou.

    Carlos – Diferente isso cara!

    Lucas – Né? E tu? Porque tu saíste de São Paulo pra vires pra cá? Seus pais ainda moram lá?

    Carlos – Cansaço da pressa; meu pai mora em outro estado, minhas irmãs casaram e moram em cidades diferentes em Sampa, e minha mãe faleceu já tem um tempo.

    Lucas – Meus sentimento! Entendi, é tem hora que temos que dar uma mudada no roteiro da vida

    Carlos – Você janta um lanche nordestino?

    Lucas – Saindo do banho e indo se trocar – Bom tu teres falado nisso, tô varado de fome, tens o quê pra comer?

    Carlos – Batata doce com carne seca frita e café.

    Lucas – Guri⁵, nunca comi! Mas sempre tem a primeira vez…

    Depois da janta, que o Lucas gostou tanto, ao ponto de acabar com as minhas batatas; arrumei um espaço para ele no quarto, que na primeira noite, por ter uma cama de casal, tivemos que dormir juntos, até trocarmos por duas camas de solteiro. Levantar no outro dia, foi complicado pra ele...

    Lucas – Bah⁶, dormi com um rei, tô com vontade de sair daqui não! Está tão bom! Durmas um dia no meu colchonete e tu vais entender o que estou falando…

    Carlos – Por mim, você pode dormir o dia todo, mas a faculdade me espera!

    Eu fui de bike desta vez para ganhar mais tempo, tinha tarefas para entregar na faculdade.

    Fernando – Você fez o trabalho?

    Carlos – Quase mano, cheguei mais cedo pra terminar

    Bárbara – Vamos na copiadora da faculdade pra imprimir logo isso!

    Com o trabalho já concluído e impresso, faltava agora a apresentação em público das 4 turmas de administração no auditório da Faculdade:

    TESE E COMPROVAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO EFICIENTE E RENTÁVEL.

    Terminando as palestras, chega a Jô perto da turma olhando pra mim:

    Jô – Além de gato, inteligente...

    Bárbara – Ai Jô!

    Jô – Qui foi recalcada, tá com ciúmes?

    Bárbara – Eu com ciúmes de você, piriguete⁷?

    Jô mostrando a mão para Bárbara querendo dar aquele tapa na cara dela...

    – Vou te mostrar a piriguete pá tú, vem cá!

    Tivemos que segurar as duas malucas!

    Bárbara foi embora bufando e a Jô continuou dando em cima de mim:

    – Lindo, aqui meu mensageiro gato, manda mensagem, tá?

    Fernando – Rapaz; ela tá pegando pesado!

    Carlos – Tô di boa mano, quero errar de novo não, quero algo novo e certo desta vez! Vem cá, essas duas vão acabar a amizade por minha causa?

    Fernando – Ixi relaxa, não é a primeira e nem a última vez que as duas se estranham. Como tá o trampo na lanchonete? Esses dias fui lá, mas disseram que era sua folga.

    Carlos – Tá indo; aliás daqui vou pra lá, quer ir?

    Fernando – Demorô!

    Fomos a pé, e eu empurrando a bike; uns 20 minutos andando, mas conversando, pareceu 10.

    Carlos – Entra, senta na mesa que vou lá me arrumar, eu te atendo já!

    Fernando – Blz.

    Lucas me encontrando no vestiário – Baah guri! Largar aquela cama foi ruim, ê cama boa! Tens que desfazer dela?

    Carlos – Acho melhor, assim cada um fica no seu canto; madrugada anterior tive que tirar seu pé de cima da minha cara…

    Lucas – Eu? Mas sou quietinho quando durmo, quase não me mexo rsrsrs...

    Carlos – Sei… de qualquer forma, pra evitar isso, cada um na sua cama; fora que você fala enquanto dorme! rsrsrs

    Lucas – Nunca ouvi! Tu deves estar inventando!

    Ana do caixa ouvindo a conversa – Tá não! Peguei ele cochilando aqui esses dias e estava reclamando de alguma coisa que não deu pra entender..., mas bora trabalhar pessoal!

    – Carlos um tal de Fernando disse que você ia atender ele, está esperando...

    Carlos – Vixi!

    Fui correndo atendê-lo – Desculpe a demora Fernando, estava falando com o Lucas que está morando comigo na kitnet e acabei esquecendo…

    Fernando – Tranquilo, vou pedir um X-Salada e Pipo Cola lemon tem?

    Carlos – Tem sim, só vou confirmar se é lemon, se não tiver pode ser limão no copo com Pipo Cola normal?

    Fernando – Pode!

    Chegando na cozinha a Cléo me puxa:

    – Carlos, quem é aquele bofe que você atendeu?

    Carlos – O Fernando?

    Cléo se vira pra Márcia e grita:

    Cléo – FERNANDO, ELE SE CHAMA FERNANDO!!! VOCÊ VAI LÁ PEGAR O TELEFONE DELE, OU VAI FICAR VIRGEM PRA SEMPRE?

    Márcia sumiu de vergonha! Voltei pra mesa do Fernando:

    Fernando – Carlos, impressão minha ou vocês estavam falando de mim lá na cozinha? Acho que aquela senhora não parava de me olhar!

    Carlos – Éeee… rsrsrs, a doida da Cléo, é uma atendente daqui; faz um favor, não chama a Cléo de senhora não tá, ela vai surtar! rsrsrsrsrs

    Fernando – Tá, mas o que houve?

    Carlos – Rapaz, não quero me meter nisso, na hora de pagar eu peço pra ela vir falar contigo.

    Fernando – Tá…

    Volto pro caixa, pego a conta, vou até a Cléo e falo pra ela resolver o impasse entre o trio: ela, Fernando e a Márcia…

    Cléo – Tudo eu, tudo eu! Tá me dá esse troço aqui!

    Cléo foi até o Fernando, pegar o telefone dele, para Márcia.

    Cléo – Márcia sua covarde! Tome aqui o telefone dele! Agora vê se liga pra ele e me tire de seus rolos!

    Lucas – É hoje promete!

    Carlos – Né…

    ...

    Mais tarde, em casa, Fernando manda mensagem no aplicativo:

    – Gostei da lanchonete, divertida, vou voltar outras vezes.

    Tomei um banho enquanto o Lucas, tentava fazer um treco estranho que ele chamou lá kitnet.

    Estava bom, ainda que aparência assustasse um pouco: uma mistura de calabresa com queijo muçarela, cheddar, bacon, cebola no shoyu, por fim, ovos, tudo isso numa bengala de pão

    Pra dormir, o Lucas preferiu ir dormir no saco; falei que tudo bem se quisesse dormir na cama, mas que na folga, iríamos ver camas de solteiro.

    No outro dia, um dos donos veio receber o aluguel e falei sobre as camas que iríamos trocar.

    O dono falou que não precisava comprar, ele trocaria de uma kitnet que tinha camas de solteiro.

    Carlos – Maravilha!

    Lucas – Mas o colchão é igual?

    O dono da kitnet – Sim, são do mesmo lote.

    Lucas – Tu queres ajuda pra trocar?

    Problema ficou entre os dois enquanto eu partia pra faculdade.

    ⁵ Região Sul do Brasil - menino, rapaz...

    ⁶ Usado mais por gaúchos. Pode expressar tristeza, mal-estar, alívio, surpresa, espanto, dúvida, etc.

    ⁷ Gíria -Mulher fácil

    O TEMPO PASSANDO…

    Carlos

    Havia passado alguns meses e estávamos conversando eu, Bia, o José, o Fernando, a Bárbara e a Jô.

    Essas duas viraram melhores amigas quando a Jô descobriu que a Bárbara era lésbica e que tinha ciúmes dela, ao saber disto, muitas atitudes da Bárbara, fizeram sentido.

    Bárbara – Carlos, você é crente, vais me condenar por isso?

    Carlos – Você para mim é a mesma que puxou assunto quando cheguei aqui, não muda nada! Suas escolhas cabem a você: viver e bancar as mesmas! Sobre céu e inferno, você fala com Deus e se acerta com Ele!  Sei que Ele não age como nós blz?

    Ela me deu aquele abraço apertado…

    Bárbara – Valeu amigo! Pensei que tinha perdido mais um!  Meus pais não aceitam isso e muitos dos que se diziam ser amigos se afastaram, parece que tenho uma doença contagiosa, foi horrível!

    – O mais engraçado foi a Jô vir atrás de mim em casa, ela me ajudou muito! E disse que se eu não desse em cima dela – Bárbara olhando pra ela – pudéssemos ser grandes amigas e eu aceitei! Fernando também me ajudou!

    Bárbara – Ele falou da lanchonete onde você está trabalhando, vou lá um dia…

    Carlos – Pode ir sim! Será bem recebida!

    Outros papos legais rolaram na pequena reunião enquanto não começava a aula; o José veio com um papo muito estranho: sobre uso de cannabis⁸ na forma medicinal...

    Bia – Tá claro porque tu és assim José; sem noção!

    José – Vou te mostrar o que é sem noção!

    Bia – Bah até parece! Você

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