Sua Casa Bonita

De Ceres Carnio

Revisado e atualizado, o livro Sua casa bonita foi elaborado com base na minha experiência de vários anos trabalhando com projetos arquitetônicos e decoração de interiores, foi pensado para possibilitar a você decorar sua casa de maneira funcional ou até mesmo trabalhar com consultoria, uma vez que tentei alcançar todos os aspectos da decoração, desde os componentes, projetos, acessório, profissionais, etc.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 27 de mar. de 2018

Pré-visualização do livro

SUACASABONITA

A arte de decorar

Decoração é a união perfeita entre

o belo e o útil.

Ceres Carnio

14/03/2018

1

2

Sumário

1.Princípios Arquitetônicos ........................................................................ 7

Arte ....................................................................................................... 10

Arquitetura............................................................................................ 12

O Espaço ........................................................................................... 13

Aberturas .............................................................................................. 16

Elementos ............................................................................................. 18

Proporção: ............................................................................................ 20

Equilíbrio: ............................................................................................. 22

Ritmo .................................................................................................... 25

Harmonia .............................................................................................. 28

Dominância: ......................................................................................... 31

2. Arquitetos, design de interiores ou decorador ...................................... 32

Dicas de Contratação ............................................................................ 35

Como o cliente decide contratar você .................................................. 36

3.Estilos de decoração .............................................................................. 38

Clássico ................................................................................................ 38

Contemporâneo .................................................................................... 44

Estilo Romântico .................................................................................. 51

Étnico.................................................................................................... 55

4.Projeto ................................................................................................... 63

Vamos começar a Decorar: ...................................................................... 76

É útil brincar de casinha ....................................................................... 78

3

Defina seu estilo ................................................................................... 80

5.Cores ...................................................................................................... 88

Cores Primárias .................................................................................... 90

Cores Secundárias: ............................................................................... 91

Cores Terciárias: ................................................................................... 91

Cores Complementares:........................................................................ 92

Sensação de Cores ................................................................................ 93

Dicas de bom tom ............................................................................... 100

Psicologia nas cores nos ambientes .................................................... 102

As cores e os efeitos psicológicos ...................................................... 104

Sensações Cromáticas ........................................................................ 105

6.Materiais de revestimento.................................................................... 106

Papel de Parede .................................................................................. 107

O vidro ................................................................................................ 114

Acrílico ............................................................................................... 125

Fibras Naturais ................................................................................... 125

Bambu ................................................................................................ 126

Cipó (cipó-titica ou junco).................................................................. 127

Palha ................................................................................................... 129

Vime ................................................................................................... 132

Rattan.................................................................................................. 134

Gesso .................................................................................................. 136

Pedras: ................................................................................................ 141

Cerâmicas ........................................................................................... 156

Porcelanato ......................................................................................... 162

4

Couro .................................................................................................. 167

Pastilha ............................................................................................... 170

O Espelho ........................................................................................... 180

Madeira ............................................................................................... 187

Laminado ............................................................................................ 191

Carpete de madeira ............................................................................. 193

7.Iluminação ........................................................................................... 198

O que é Luminotécnica ....................................................................... 198

Uso eficiente da Luz em Áreas Externas ............................................ 200

Temperatura da Cor ............................................................................ 203

Temperatura de cor - Lâmpadas ......................................................... 204

Iluminância e Luminância .................................................................. 208

Tipos de Lâmpadas ............................................................................. 211

Efeitos de Iluminação ......................................................................... 225

Downlight ........................................................................................... 227

Up Light ............................................................................................. 227

Materiais e cores de luminárias .......................................................... 229

8.Tecidos: ............................................................................................... 238

9.Cortina ................................................................................................. 246

Persianas: ............................................................................................ 256

10.Tapete ................................................................................................ 257

11.Quadros ............................................................................................. 289

12.Fotos .................................................................................................. 300

5

6

1.Princípios Arquitetônicos

A história da arquitetura está diretamente relacionada à

evolução humana. A arquitetura passou a existir quando o

homem começou a construir para se proteger de predadores

e dos fenômenos naturais. Novas demandas sociais (como o

crescimento das civilizações, a necessidade de interligação

entre cidades, o abastecimento de água, a consolidação de

crenças religiosas) ou mesmo a simples busca por formas

agradáveis aos olhos forçaram a humanidade a buscar novos

materiais, novas ferramentas e técnicas de construção.

É assim que a arquitetura continua evoluindo até hoje.

As teorias da arquitetura desde o primeiro livram de que se

tem notícia, o De ArchitecturaLibriDecem – Dez Livros da

Arquitetura – do Romano Vitrúvio, transformou-se

juntamente com a sociedade. Suas categorias estéticas e

suas tipologias se referiam à Antigüidade Romana sem

oferecer, contudo, modelos práticos diretos.

A concepção científica do período renascentista e sua

linguagem humanística criaram, através de teóricos

arquitetos, o que hoje denominamos.

Princípios Arquitetônicos do Renascimento.

O primeiro teórico que defendeu a idéia da fundamentação

destes princípios foi Leon Battista Alberti, que concluiu seu

tratado, o De Re Aedificatoria, em1452.

Um dos mais notáveis representantes de sua arquitetura

renascentista italiano nascido em Gênova, que sistematizou a

representação plana de objetos em três dimensões em um

7

tratado escrito (1452), traduzido para o italiano (1565) e

somente impresso postumamente (1485-1511), em dez

volumes, chamado De reaedificatoria. Dedicou-se em seguida

a sua maior obra, Dereaedificatoria (1452), no qual propôs

uma estética de harmonia e proporção, que tivesse como

ponto de partida as contribuições e técnicas já dominadas

pelos gregos e romanos. Entre seus trabalhos de arquitetura

propriamente dita, sobressaíram a IgrejadeSanFrancesco em

Rimini (1447) e as igrejas de Sant'Andrea e de San

Sebastiano, em Mântua (1470), entre vários outros projetos.

Também escreveu sobre os mais diversos assuntos como em

Della famiglia (1437-1444) e Deiciarchia (1470), além de

outros livros sobre religião, sentimentos, virtudes, animais

domésticos, mecânica, filosofia e jurisprudência, além de

fábulas, diálogos e poemas. Também é citado como pioneiro

no estudo da câmara escura, na agrimensura e no

planejamento urbano; morreu em Roma em 25 de Abril de

1472.

As igrejas de Sant'Andrea e de San Sebastiano

8

Ao longo do Renascimento, estes princípios tomaram mais

força, tendo sido aplicados por outros teóricos arquitetos

como Filarete, Giorio Martini, Serlio, Palladdio e Leonardo Da

Vinci.

Século XIV e início do XV: Neste primeiro momento destaca-

se a figura de FilippoBrunelleschi e uma arquitetura que se

pretende classicista, mas ainda sem o referencial teórico e,

principalmente, a canonização, que caracterizará o período

seguinte.

Século XV e início do XVI: Considerado o período da Alta

Renascença, no qual atuam arquitetos como Donnato

Bramante e Leon Battista Alberti.

Século XVI: Neste momento, as características individuais dos

arquitetos já começam a sobrepor-se às da canonização

clássica, o que irá levar ao chamado Maneirismo. Atuam

arquitetos como Michelangelo, Andrea Palladio e Giulio

Romano.

Os dois pilares essenciais: o Classicismo e o Humanismo;

O mais importante fator destes princípios está no fato de

sintetizarem conceitos abstratos como simetria, harmonia,

ritmo, ordem e composição.

Baseando-se em proporções humanas e na natureza, os

teóricos do Renascimento estabeleceram um ideal

arquitetônico que refletiria o ideal da natureza nas

concepções da arquitetura.

9

Arte

A arte está diretamente relacionada à expressão, sendo algo

sensorial. Através dela sentimos, indagamos, analisamos e

conhecemos o mundo à nossa volta. Ela é a maneira pela

qual o homem expressa suas ideias e pensamentos e faz com

que os demais sintam o que se passa por dentro de sua

mente e de seus sentimentos.

Através da arte podemos expressar o que sentimos.

Elencamos algumas definições para Arte:

Criação humana de valores estéticos (beleza, equilíbrio,

harmonia, revolta, etc.) que sintetizam suas emoções, sua

história, seus sentimentos e sua cultura;

Capacidade do homem de criar e expressar-se, transmitindo

ideias, sensações e sentimentos através da manipulação de

materiais e meios diversos;

Atividade humana ligada a manifestações de ordem estética,

feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias,

com o objetivo de estimular esse interesse de consciência em

um ou mais espectadores, e cada obra de arte possui um

significado único e diferente;

Reflexo do ser humano que muitas vezes representam a sua

condição social- histórica e sua essência de ser pensante;

Habilidade ou disposição dirigida para a execução de uma

finalidade prática ou teórica, realizada de forma consciente,

controlada e racional;

Composto de meios e procedimentos realizados pelo homem,

através dos quais é possível a obtenção de finalidades

práticas ou a produção de objetos; técnica para criar algo;

10

Conjunto de obras de determinado período histórico, nação,

povos, movimento artístico, por exemplo, Arte Medieval, Arte

Africana, Arte Realista, etc.

11

Arquitetura

A Arquitetura é considerada uma arte. Através dela o ser

humano representa épocas, permite mudanças e faz

releituras de situações.

Através desta o ARQUITETO analisa as formas, superfícies,

planos, arestas e todos os elementos que compõe o espaço,

permitindo que sua reunião transmita ideias e conceitos.

Seja em pequenos ambientes seja em cidades, as

distribuições dos elementos definem sensações e norteiam

atitudes. Geram ação ou inércia, definem percursos ao

estabelecer caminhos como corredores e calçadas, enaltecem

edifícios ou ainda podem criar locais desagradáveis caso seja

a intenção.

Usamos estes elementos em tudo: ao criar pórticos para

marcar acessos, ao criar escadas para subir ou descer, ao

escolher as cores das paredes e dos objetos.

O espaço criado por cada um reflete a leitura que possui da

realidade. Expõe sua personalidade e diz muito sobre quem é

(passado presente e futuro).

O ambiente pode influenciar positivamente ou negativamente

as pessoas, ela permite ver o espaço de maneira articulada e

trabalhar seus elementos para criar sensações, agindo

diretamente no íntimo do usuário daquele espaço.

Exatamente por isso tem responsabilidade social e funciona

como uma ferramenta de leitura, análise e construção de

ambientes que serão vividos e que abrigarão relações

pessoais em seu interior (isso explica a importância do

arquiteto na sociedade)

12

O Espaço

O homem habita e estabelece relações com o espaço:

Dentro/fora, longe/perto, separado /unido.

Estabelece sensações:

Aberto – Fechado, Livre - Enclausurado Seguro - Vulnerável.

A Maneira como vemos esses espaços e a maneira de como

vivemos exemplo se somos pedestres vemos as ruas de certa

forma se somos motorista de outra totalmente diferente.

O espaço é determinado por alguns elementos:

Verticais: estas formas são mais ativas e delimitam bem o

espaço criando a sensação de fechamento;

Horizontais: são elementos mais tranquilos e marcam

principalmente planos.

No início da década de 1960, o projeto arquitetônico foi

influenciado por aplicações científicas que permitiram lidar

com uma grande quantidade de informação na solução de

problemas complexos. A partir dos princípios da filosofia da

ciência, da teoria dos sistemas e da pesquisa operacional,

diversos projetistas desenvolveram métodos de análise,

síntese e avaliação para auxiliar os procedimentos de projeto.

13

Características do Espaço Arquitetônico

(leia em Projetos)

Analisar um ambiente parece algo simples: Paredes, objetos,

cores e texturas.

Paredes

Paredes externas: isolam uma porção do espaço para criar

um ambiente interior controlado. Privacidade e proteção. Dão

contorno ao espaço exterior e descrevem forma, massa e

imagem de um edifício no espaço.

Paredes internas: governam o tamanho e formato dos

espaços internos ou cômodos dentro de um edifício.

Privacidade e barreira ao nosso movimento.

Mas para os profissionais que trabalham com o espaço, esta

é uma tarefa bem mais complexa: planos, superfícies,

formas, escalas, texturas, cores.

Vamos tentar explicar o trabalho de um profissional da área e

entender um pouco desses princípios.

O espaço possui:

Tamanho- dimensão física de comprimento, largura e

profundidade

Forma, diretamente relacionada ao espaço – que é seu

contorno (formas geométricas como o cubo, o círculo, o

prisma, o triângulo...);

14

O Projeto ideal deve conter formas variadas e evitar

monotonia.

Cor (resultado da incidência de luz) e textura (principalmente

é algo tátil e interfere na maneira como o objeto reflete ou

absorve a luz que incide sobre ele);

A maneira como são distribuídos e organizados, geram

sensações e organizam o dia-a-dia do ser humano.

Estes objetos podem ser posicionados de diferentes maneiras

A sensação que tenho que um cubo esta inerte e outro se

equilibra para não cair (com isso gera a sensação de

instabilidade, parecendo que irá cair);

15

Aberturas

As aberturas são responsáveis por determinar osacessos e

circulações, ou seja, o uso daquele determinado espaço.

As portas permitem os acessos diretos, enquanto as janelas

favorecem não só as entradas de luz e de ventilação como

também estabelecem relações visuais unindo os

espaços contíguos (vizinhos). A maneira como

sentimos os ambientes depende das características destas

aberturas.

Centralizada Ampla |

Centralizada Pequena

As aberturas de portas e janelas, como podem perceber,

geram sensações diferenciadas no ambiente em função do

modelo escolhido.

*Dependendo o modelo da janela grande localizada no

ambiente em questão, ela pode aumentar a sensação de

amplitude ou reduzi-la. Desta maneira, a janela deve

harmonizar perfeitamente com o estilo da decoração e o

espaço que ela vai estar disposta.

Beleza

16

Definir o que é belo é uma questão filosófica que perdura há

muitos séculos. Mas podemos definir da seguinte forma

Sua forma (linhas, superfícies, volume, cor, luz, texturas);

Seus detalhes (harmonia, contraste, continuidade);

Sua funcionalidade;

Por ser inovador (releitura);

Por possuir significado (identificação com os usuários).

17

Elementos

Podemos reunir as diversas formas criando continuidade

(uma ao lado da outra de maneira linear), articulá-las, fazer

uma penetrar na outra. Podem ainda ser apenas uma

unidade ou ainda ser a reunião de várias.

É possível estudar muitas maneiras de ver estes objetos

combinados.

18

Observação, Proporção Equilíbrio e harmonia:

Quatro elementos que devem ser estudados para deixar sua

casa ainda mais bonita: Observação:

Não existem regras estabelecidas para fazer decoração o

perigo esta em misturá-los. Eleja um elemento dominante. A

idéia não e tornar o espaço monótono, mas coerente. A casa

precisa de uma linha mestra a lhe ditar o caminho.

A decoração não é estática está sempre em transformação.

Esta pode ser totalmente remodelada inserindo novos objetos

a ela.

Observação de

um

ambiente:

Tente

imaginar outra disposição

dosmoveis

E objetos, outra cor, outros

moveis, etc.

(Nesse exemplo é a mesma cozinha na foto 1; na ilha estava

o fogão e cuba na foto 2 só o fogão, as 2 foram trabalhadas

com cores diferentes e materiais.)

Modificação das posições dos moveis e objetos: Levar em

consideração os espaços necessários para a circulação, para

afastar cadeiras, abertura de portas, etc.

Colocação de complementos e acessórios: Somente depois da

escolha de moveis, é que deve se escolher as cortinas,

tapetes, quadros, abajures e adornos em geral, não

19

esquecendo que a iluminação é responsável por boa parte do

sucesso do ambiente. Escolha lustres e luminárias nesse

ambiente.

Proporção:

Ao definir sua decoração é preciso ficar atento à proporção

dos objetos escolhidos em relação ao espaço que possui. Um

ambiente com excesso de elementos decorativos fica poluído

e confuso, compromete a circulação de pessoas e se torna

um espaço cansativo. Por outro lado, ambientes amplos, com

poucos móveis pode se tornar um espaço frio e monótono. É

preciso haver equilíbrio.

Proporção é a relação de tamanhos entre elementos de uma

composição, assim como entre esses elementos e o todo. Por

exemplo: a altura de uma parede tem uma relação de

proporcionalidade com sua própria largura, e também com o

tamanho total do ambiente. Nessa comparação você pode

classificá-la como alta e estreita (se a altura for muito maior

que a largura), mas ela pode ser uma parede pequena se

comparada com um galpão enorme que a rodeia. Desta

forma, ela não se limita a peças isoladas, mas sim ao

conjunto. Podemos dizer que uns objetos são bem

proporcionados, quando qualquer uma de suas partes

mantém relação entre si.

Ex: Um peru de natal apoiado sobre um pires.

Projetar em escala humana é projetar pensando em

ambientes, móveis e objetos de tamanhos proporcionais ao

corpo humano.

Um sofá