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Coruja anuncia poemas que me voaram
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Coruja anuncia poemas que me voaram
E-book216 páginas53 minutos

Coruja anuncia poemas que me voaram

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Sobre este e-book

Um despertar súbito às seis da manhã, e nascia ali o primeiro poema de Renata Facco de Bortoli, escrito há cinco anos. Àquele amanhecer despretensioso, pedra fundamental deste livro delicado e ao mesmo tempo forte, seguiu-se o piar de uma coruja, escondida entre as muitas árvores que cresciam próximas à casa da poeta gaúcha.

Com frequência associadas à sabedoria e ao mistério, mas também ao poder feminino e à intuição, as corujas tornaram-se interlocutoras desejadas, esperadas por Renata, como se cada encontro carregasse em si um significado próprio — e como se, com seus grandes olhos, elas estivessem sempre a observar a autora. O tempo e a escrita a transformaram, e logo ela alçou voo tal como uma ave, leve para enfrentar um processo de luto.

Coruja anuncia poemas que me voaram é, ao fim e ao cabo, esse voo livre, esse pio escondido na mata: introspecção, desenvolvimento e construção. A degustação de um planar ao sabor dos ventos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de mai. de 2020
ISBN9786556250021
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    Coruja anuncia poemas que me voaram - Renata Facco de Bortoli

    PREFÁCIO

    Coruja anuncia poemas que me voaram é mais que um conjunto de poemas dispostos em livro. Trata-se de palavras sonoras, em forma de melodias adornadas de ritmo e movimento, carregadas de significados vívidos, capazes de nos fazer imergir nas histórias contadas por Renata Facco de Bortoli.

    Dra. Renata, como também é conhecida, é uma médica psiquiatra, professora universitária, bailarina e, acima de tudo, uma pessoa cuja grande sensibilidade é facilmente identificada nos textos que resultaram neste livro, dividido em quatro partes: antes, durante, e depois do voo.

    Ao contrário do que pode parecer, os poemas não são marcados por uma temporalidade convencional, mas pelo tempo/estado da arte, ou seja, pelo tempo do autor, do leitor, atrelado ao contexto da leitura.

    A autora consegue relatar fatos corriqueiros — que, na maioria das vezes, passam despercebidos — com tantas minudências que nos transporta para uma experiência, diria eu, multissensorial. Suas sedutoras palavras, fruto de um olhar minimalista e conceitual, nos transformam em personagens ativos das histórias por ela narradas, a ponto de nos fazer enxergar as cores, sentir os perfumes, as temperaturas, experimentar as texturas e os sabores do que está registrado nestas páginas.

    Apesar de os poemas transitarem com liberdade entre os quatro momentos do livro, eles possuem sutis diferenças, suficientes para aproximá-los de seus respectivos nomes, uma característica que torna a leitura ainda mais instigante.

    Convido você a perceber, com sua imanente subjetividade, o significado e a beleza de cada poema e da obra como um todo, construídos com a pura sensibilidade de quem escreve com a alma.

    [ Prof.a Dr.a Tereza Raquel Alcântara-Silva ]

    Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Música e docente do curso de graduação em Musicoterapia na Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás (UFG)

    ANTES

    Rasguei meu primeiro poema

    mas não esqueci sua última frase

    Queria voltar andando para casa

    Reencontrar o terraço destemido

    quando a morte não existia

    Eis que, num brilhante despertar,

    resolvi comprar o tal All Star

    Coruja anuncia!

    [ Isto e um pouco mais ]

    Cair num sonho

    Entrar naquela nuvem e descer

    Sentir-se o mais próximo de Deus possível

    Estar no lugar mais alto em que já estive

    Não acreditar que você está ali

    Quase nada do que se vê se reconhece

    Tudo é novo,

    completamente surreal,

    como jamais imaginado

    Não crer na coragem de ser capaz de fazer aquilo,

    se emocionar numa paz tão estranha, porque o tamanho do medo que eu deveria estar sentindo não justificava aquele congelamento

    Ou seria aquilo o ápice do medo? Quando nem o coração dispara, e você apenas respira!

    O que é um silêncio eterno?

    Não neve

    Um vácuo parecido com uma bolha no ar

    Não avião

    Um mergulho

    no mar

    Suspenso

    Imenso

    Branco

    O mais maravilhoso que eu já ouvi!

    [ À minha amada ]

    O que há de mais sagrado

    fica guardado em segredo

    Ornamentado pelo antúrio salmão-rosado,

    miniorquídeas

    e ramos verdes

    Neve de glaçúcar

    sobre a rosa salmão do bolo de aniversário

    tratado como pão de ló

    Gostoso como creme de pâtisserie

    com coco, nozes e morangos silvestres

    Verão em pleno inverno

    Pérolas aramadas em flor

    para abraçar o guardanapo

    Brindando com vinho tinto

    o amor.

    [ Um homem simples ]

    Porque a vida é mesmo muito fugaz

    E o sol já se pôs

    Mas os raios que aqueceram o coração

    continuam a brilhar dentro de mim

    Sessenta e cinco noites…

    O raio corta a imagem

    formando conforme a imaginação

    As cores crepusculares se misturam

    como as águas e a terra

    E nós queimando

    De camisa rosa e olhar longínquo

    de quem crê

    Ele saboreia o mate amargo

    E carinhosamente degustamos o belo dos dias.

    [ A luz da manhã ]

    Veja como a treliça já faz sombra!

    Talvez eu tenha um pouco de medo do escuro

    Mas temos muita coragem de expor nossas peles brancas

    ao nascimento do sol

    O chão da cozinha preparava para o mergulho

    E o papel de parede, para a contemplação dos jardins

    E o branco?

    Loira

    Morena

    Ruivas

    Café para ela

    Com leite para mim

    Intimidade

    Coisa bem boa

    Aprendi com ela a silenciar.

    [ Quando a vejo ]

    Brilho nos olhos

    Sorriso de orelha a orelha

    Para ouvir

    Sentir

    Balançar

    Tocar o couro

    Aconchegar na pele quente

    Compartilhar nossas relíquias (e nos transformar)

    Chegamos com um cinza-lavanda nas unhas

    Saímos com essa mesma tonalidade no peito

    Eu me recobri com lã de ovelha

    Ela, com um crucifixo e esculturas gregas

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