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Pesente de Céu
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Pesente de Céu
E-book153 páginas2 horas

Pesente de Céu

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Sobre este e-book

O Marquês de Stowe está à beira de um escândalo terrível que ameaça arruinar a sua reputação assim como a da sua adorada, mas casada, Lady Burnham. Sabendo que o seu segredo foi descoberto e que o seu marido tramará uma vingança, o Marquês procura desesperadamente uma maneira de evitar o escândalo, pois a sua riqueza e a boa aparência, tornaram-no, num prestigiado galã do Beau Monde. O Marquês de Stowe vê a solução perfeita, casando com a filha do Duque de Dawlish, e para dissipar as suspeitas do marido de sua amante, finge estar noivo da adorável Ajanta Tiverton, a bela filha de o vigário local. O estratagema parecia dar certo, pois Ajanta recebia em troca uma boa quantia financeira, que ajudaria a sua família empobrecida.  O plano seria perfeito, ambos beneficiariam com a farsa. Mas o marido ciumento, apresenta um ultimato inesperado, que forçará Ajanta a revelar o seu coração ao belo Marquês - um homem que ao qual ela teme, que ele ame outra… e  á medida que a charada continua, os sentimentos de Ajanta parecem aumentar, e ela não consegue deixar de se preocupar, com o que acontecerá no ato final desta peça forjada, quando a cortina cair…

IdiomaPortuguês
Data de lançamento14 de abr. de 2023
ISBN9781788676083
Pesente de Céu

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    Pesente de Céu - Barbara Cartland

    CAPÍTULO I

    1818

    Sinto muito— disse Lady Burnham.

    O Marquês de Stowe não respondeu. Apenas olhou à frente, sem ver os vitrais sobre o altar ou os lindos painéis.

    Em vez disso, via o escândalo e a humilhação que o faziam estremecer de horror.

    Perguntou a si mesmo como podia ter sido tão tolo, a ponto de não perceber que Lorde Burnham, que sempre o detestara, se vingaria dele se tivesse oportunidade.

    Como sócios do mesmo clube, insultavam-se sutilmente e com espírito sempre que era possível. Desafiavam-se com seus cavalos nas corridas. O Marquês achara divertido ter um caso amoroso com a esposa de Lorde Burnham, mas este agora tinha uma arma contra ele e não hesitaria em usá-la.

    —Não sei como isso aconteceu. Como fomos observados... sem que soubéssemos— disse Leone Burnham, chorosa.

    Mas o Marquês estava com uma expressão dura, de lábios contraídos. Continuou olhando à frente, sem nada ver, e não respondeu.

    —Fiquei acordada a noite inteira, imaginando quem seria o informante de George. Sempre achei que os criados eram mais leais a mim do que a ele, porque George é muito severo.

    O Marquês continuou calado e ela tornou a se lamentar, como se falasse consigo mesma:

    —Imagino que ele tenha contratado alguém para nos seguir. Mas deveríamos ter percebido. Ou então foi algum empregado seu, Quintus...

    O Marquês achou que talvez fosse essa explicação. Afinal, por mais que confiasse em seus empregados, sempre era possível subornar algum deles por um preço alto.

    —O que seu marido disse que vai fazer?— perguntou, afinal.

    Os dois falavam em voz baixa, devido ao local onde se encontravam.

    O Marquês tinha ficado atônito ao receber o seguinte bilhete de manhã:

    «Aconteceu uma coisa horrível. Preciso vê-lo imediatamente!

    Encontre-me na Capela de Grosvenor, daqui a uma hora.»

    A princípio, achou que era brincadeira. Depois, não apenas reconheceu a letra de Leone, como seu criado de quarto lhe disse que o bilhete havia sido trazido por uma mulher idosa, criada de confiança de Lady Burnham, que costumava trazer e levar os bilhetes de ambos e sabia daqueles encontros.

    O Marquês obedeceu ao chamado da amante, embora isto o privasse do habitual passeio a cavalo pelo parque. Entrou na capela um tanto apreensivo.

    A capela estava situada em South Audley Street e ficava quase diretamente atrás da casa elegante, em Park Lane, onde Lorde Burnham morava com a esposa. Assim, era fácil para Leone dizer que ia à igreja e dispensar a companhia de um lacaio.

    O Marquês olhou ao redor, pensando que tudo talvez não passasse mesmo de uma brincadeira, mas depois a viu em um canto escuro, à sua espera. Leone usava roupas muito discretas, que absolutamente não chamavam a atenção.

    Dirigiu-se para ela e soube, pela expressão de seus olhos, que realmente alguma coisa terrível tinha acontecido.

    Ele adivinhou o que era, antes mesmo de ela dizer. Mas esperou que falasse, agarrando-se a uma última esperança de alguma coisa que pudesse salvá-los da destruição.

    —Assim que vi George, percebi que estava de muito mau-humor— disse Lady Burnham—, mas isto não é novidade. Como não me beijou, tive certeza.

    Soluçou, enxugou uma lágrima e continuou:

    —George estava de costas para a lareira e disse: «Pois bem, eu a apanhei, e pode dizer àquele canalha pretensioso que vou levar o caso ao Parlamento». Creio que... gritei. Sei apenas que perguntei do que ele estava falando. George ficou furioso. Falou que não ia ser enganado por um homem que sempre odiou, que se divorciaria de mim e citaria você como correu.

    Ao ouvir isto, o Marquês ficou imóvel, como que petrificado.

    Leone chorou, com o rosto escondido no lenço, parecendo nada mais ter para dizer.

    —Espero que você tenha negado essas acusações!

    —Claro que neguei! Disse a George que estava louco pensando essas coisas de mim. Mas não me deu ouvidos. Disse apenas que tinha provas irrefutáveis e que você e eu nada poderíamos fazer a respeito.

    O Marquês ficou em silêncio.

    —Sinto muito, Quintus. Sinto muito!

    Ele também sentia, pelos dois.

    Sabia que, se houvesse o divórcio, Leone seria marginalizada por todas as damas da sociedade. Se casasse com ela, e certamente teria que agir como um cavalheiro honrado, seria aceito em alguns meios sociais e esportivos, mas Leone seria irremediavelmente barrada.

    Era injusto, mas o código de honra tratava as mulheres com muita severidade, ao passo que a sociedade aceitava que um homem fosse promíscuo.

    —Que provas seu marido tem?— perguntou, depois de um longo silêncio.

    —Devem ser nossos encontros... você nunca me escreveu uma carta de amor. Quanto a seus bilhetes, dos quais sempre me queixei por serem muito impessoais, eu os queimava imediatamente depois de ler.

    —Tem certeza?

    —Certeza absoluta!

    «Pelo menos, há uma coisa a meu favor; nunca fui tolo a ponto de declarar meus sentimentos em uma carta», o Marquês pensou.

    Por outro lado, em várias ocasiões, quando o Conde de Burnham estava viajando, tarde da noite ele fazia Leone entrar em sua casa por um portão lateral, no jardim.

    Nessas ocasiões, estivera certo de que ninguém os havia visto, mas obviamente se enganara.

    Sentindo repulsa por fazer amor na cama de outro homem, jamais visitava Leone em sua própria casa.

    Mas tinham sido convidados para se hospedar ao mesmo tempo em certas casas, ficando em quartos próximos. E várias vezes jantaram em compartimentos particulares, em restaurantes que ofereciam esta vantagem aos que não queriam ser vistos.

    Leone sempre usava um véu; e entravam disfarçadamente por uma porta lateral. Havia uma regra tácita, isto é, que os frequentadores desses restaurantes nunca revelassem a identidade.

    Por outro lado, quem poderia garantir que um garçom não estivesse disposto a aceitar alguns guinéus de ouro para descrever uma dama e um nobre cavalheiro, a quem tivesse servido o jantar? Ou que o porteiro não fosse indiscreto com um estranho amável que lhe pagasse alguns tragos?

    O Marquês achou que seria muito fácil, caso ele e não Lorde Burnham estivesse fazendo as investigações. Censurou-se por não ter sido mais esperto e cauteloso, principalmente em se tratando de um inimigo declarado.

    —Que podemos fazer?— perguntou Leone.

    —Estou pensando.

    —Salve-me! Salve-me, Quintus! Sabe que o amo muito. É o homem mais atraente que conheci na vida. Ao mesmo tempo… como posso ser estigmatizada como uma mulher perdida?

    Ela quase engasgou com a palavra. Depois continuou, pateticamente:

    —Significa que eu jamais seria convidada para bailes e festas, nem poderia frequentar a corte, ou ir ao camarote real em Ascot.

    Disse, quase em um murmúrio:

    —E você logo ficaria cansado de mim, como aconteceu com as outras. Então, eu desejaria morrer! Não haveria razão, para... continuar vivendo!

    Parecia tão desesperada, que finalmente o Marquês se virou para olhá-la.

    Apesar das lágrimas, ainda era muito bonita; e ele compreendeu sua infelicidade.

    —Pare de chorar, Leone, e vamos pensar no que podemos fazer.

    —Quer dizer que há esperança de... salvação?

    —Espero poder encontrar um meio de escapar desta enrascada, na qual nos metemos tão tolamente.

    —Oh, Quintus! Se puder fazer isto, ficarei grata até o fim da vida.

    —E o que você disse, depois que seu marido declarou que pediria o divórcio?

    —Continuei jurando inocência. Disse que você era apenas um amigo e que nada tínhamos feito de errado.

    —E ele, naturalmente, não acreditou.

    —Está obcecado pela ideia de vingança, de fazer com que você caia de seu pedestal, conforme disse em dado momento: «Vou dar uma lição a Stowe, que com a sua empáfia pensa ser melhor do que os outros. Uma lição da qual ele jamais se esquecerá».

    —E o que você respondeu?

    —Que, mesmo que ele quisesse ferir você, não haveria motivos para me ferir também. Afinal, nada fiz de errado.

    —E...

    —George quase riu; um riso horrível e vingativo. E saiu da sala.

    —Você tornou a vê-lo, ontem à noite?

    Lady Burnham sacudiu a cabeça.

    —Ele saiu de casa, de modo que fui para a cama e chorei.

    Houve um longo silêncio.

    —Tenho uma ideia que talvez dê certo, Leone.

    —Qual é?

    Ele levantou-lhe o rosto, mas não havia muita esperança naqueles olhos marejados de lágrimas.

    Era uma das beldades de Londres, que tinha superado com triunfo todas as outras aspirantes ao título de rainha da beleza. Mas naquele momento parecia apagada, infeliz e insignificante.

    O Marquês estava de cabeça erguida, como se desafiasse um adversário, disposto a lutar até a morte.

    Lentamente, como se pensasse em voz alta, disse:

    —Creio que a única maneira de convencer seu marido de que está enganado é eu anunciar imediatamente o meu noivado.

    Leone fitou-o, boquiaberta.

    —Mas, Quintus..., eu não sabia que você pretendia se casar. Sempre disse que não.

    —Não seja idiota, Leone. Estou apenas querendo dizer que, se eu anunciar meu noivado antes de seu marido pedir o divórcio, será mais difícil ele provar que tive um caso com você.

    Não sendo muito inteligente, ela levou alguns segundos para compreender.

    —É claro! Percebo o que quer dizer. Posso contar a meu marido que, quando nos encontrávamos, era porque você queria pedir minha opinião e que eu o ajudasse a escolher uma esposa adequada.

    —Exatamente!

    —Mas... você conhece alguém? Mesmo que conheça, não há tempo para fazer a corte à moça.

    O Marquês sabia muito bem disso.

    Conhecia Lorde Bumham desde os tempos de Eton. Era um sujeito de mau gênio, impetuoso e descontrolado. Se tivesse provas que considerasse realmente decisivas, levaria o caso imediatamente ao conhecimento do Parlamento.

    Mas o Parlamento não era precipitado. A única esperança, portanto, era que as preliminares, que envolviam advogados e funcionários da casa, demorassem dias para se completar, para não dizer semanas.

    Com sorte, o Marquês esperava se livrar da enrascada.

    Tinha uma inteligência viva e ágil, e lutava pela sobrevivência de tudo que lhe era caro na vida.

    Sentia muito orgulho de seus antepassados e como chefe da família, era respeitado e talvez até reverenciado pelos parentes. Não podia imaginar nada mais degradante do que ser envolvido em um processo de divórcio, os detalhes chegando ao conhecimento do público por intermédio dos jornais.

    Era o tipo de coisa que o Marquês deplorava quando acontecia a algum de seus conhecidos, considerando isso tão vulgar que jamais havia pensado que poderia

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