Do dever ao amor
De Kim Lawrence
3/5
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Sobre este e-book
Megan sabia que nem sequer devia aproximar-se do atraente Lucas Patrick, no entanto essa era a única forma de frustrar as tentativas da sua mãe de lhe arranjar um namorado. A única coisa que ele tinha de fazer era fingir-se apaixonado por ela… porém, Luc começou a interpretar o seu papel de modo excessivamente real.
Sem se aperceber, Megan deixara-se seduzir por Luc… e, como se não bastasse, engravidara. Agora, Luc exigia casar-se com ela, contudo, Megan recusava-se a fazê-lo. Até dar por si novamente na cama do francês…
Kim Lawrence
Kim Lawrence was encouraged by her husband to write when the unsocial hours of nursing didn’t look attractive! He told her she could do anything she set her mind to, so Kim tried her hand at writing. Always a keen Mills & Boon reader, it seemed natural for her to write a romance novel – now she can’t imagine doing anything else. She is a keen gardener and cook and enjoys running on the beach with her Jack Russell. Kim lives in Wales.
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Do dever ao amor - Kim Lawrence
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2004 Kim Lawrence
© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Do dever ao amor, n.º 866 - Fevereiro 2016
Título original: His Pregnancy Bargain
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Publicado em português em 2005
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-7912-6
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
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Capítulo 1
– O que disseste?
Nem mesmo o anonimato do telefone pôde disfarçar a irritação na voz do seu cliente mais famoso.
Tinha sido uma boa ideia não manter aquela conversa cara a cara, decidiu Malcolm. Sentia-se entre a espada e a parede. Sim, era a imagem certa. Se a sua irmã era a espada, Luc bem que podia ser a parede.
Por um momento, Malcolm imaginou a cara de Luc. O queixo angular, as maçãs do rosto destacadas, a boca capaz dos comentários mais directos, os olhos cinzentos penetrantes... não havia dúvida: Luc era um osso duro de roer.
Quando o seu arrepiante romance de mistério chegou à sua secretária, Malcolm não podia acreditar na sua sorte ao descobrir que Luc era terrivelmente fotogénico e que, além disso, era muito engenhoso. E imaginou montes de mulheres a comprar o seu livro depois de o terem visto em entrevistas... mas, então, o homem deixou bem claro que era escritor e não vendedor.
Luc pusera-lhe as suas condições: nada de entrevistas nem de fotografias. Na verdade, queria permanecer no anonimato. Se os livros não eram suficientemente bons para se venderem por si só, preferia que não se vendessem.
O argumento de Malcolm de que uma má experiência com a imprensa não era razão para tomar uma decisão comercial tão desastrosa, não tinha convencido Luc, que se tinha assegurado de que no seu contrato se inserisse uma cláusula a esse respeito.
Malcolm tentou fazer voz de boas intenções e disse:
– Tinha a certeza de que gostarias de vir no fim-de-semana, por isso... bom, eu... disse que virias...
O silêncio que seguiu a sua confissão foi mais enervante que um ataque de fúria. Quando Luc estava furioso não gritava.
– Será uma reunião informal. Nada de etiqueta. A minha irmã é uma mulher encantadora... as suas festas costumam ser muito boas.
Luc olhou para a parede que acabava de pintar. Na etiqueta do balde não tinha parecido tão azul.
– Resolveste ficar engraçado de repente? Ou ficaste louco, Mal? – a última hipótese parecia mais possível a Luc.
– Sei como estás depois da entrega de um livro.
– Aliviado...?
– Precisas de um fim-de-semana no campo – disse o editor firmemente.
– Eu vivo no campo – recordou Luc.
– Não, tu vives no fim do mundo – corrigiu-o Malcolm, com um estremecimento na sua voz bem modulada. – Eu estou a falar-te do Sussex. Onde existem passeios.
A observação fez Luc sorrir, mas Malcolm, do outro lado da linha, não teve o prazer de ver o calor que o seu sorriso dava às suas feições.
– Há pouco tempo, alguém me quis convencer de que o que eu precisava era de uma casa na cidade... que estava a perder o contacto com a realidade... quem foi? Ah, já me lembro! Foste tu!
– Boa companhia, comida excelente... – disse Malcolm, que tinha um estranho talento para a surdez em momentos como aquele. – Gostas de coisas velhas, não é verdade? O meu cunhado foi um grande coleccionador, e dizem que a casa tem qualquer coisa da época Isabelina... – disse, antes de emitir o seu último argumento: – E fantasmas!
– Como?
– Tem um fantasma... bem, vários, ao que parece. Eu nunca os vi, claro, mas as pessoas que fazem estudos de parapsicologia estão muito interessadas e vão visitar a casa de vez em quando, e abrem ao público em dias de festa, portanto deve ser algo especial.
Do outro lado da linha, a ideia dos fazendeiros produziu uma careta de desdém no rosto de Luc. A experiência pessoal não lhe tinha dado uma visão idílica das famílias que se apropriaram da riqueza do campo. O seu pai tinha trabalhado num imóvel como guarda-florestal até que os donos, com título incluído, tinham decidido arrancá-lo da sua cabana.
Tinha perdido o trabalho e a moradia de repente. Tudo, porque, conforme lhe tinham explicado, os turistas eram mais rentáveis na hora de explorar os seus recursos. O seu pai não tinha feito nada, apenas se retirou respeitosamente. Luc, então com dez anos, sentiu muita raiva com aquela resignação do seu pai.
E jurou a si próprio que nunca se inclinaria perante ninguém.
Ele adaptara-se mais facilmente à grande cidade que o seu pai. Luc era um sobrevivente.
Malcolm continuou:
– Gilbert deixou um monte de dinheiro à minha irmã. Disparas, Luc?
– Disparar? – Luc surpreendeu-se, expressando recusa perante a ideia. – O que é isto? O filme Gosford Park?
– Refiro-me a tiro aos pratos – esclareceu Malcolm.
– O único alvo a que disparo é a editores que aceitam convites em meu nome – uma expressão de curiosidade atravessou o seu rosto. – E se sabias que não ia aceitar, por que diabos disseste que o faria?
– Sabia que não gostarias, mas de repente, ouvi-me dizer que sim... tu não conheces a minha irmã. Quando mete uma coisa na cabeça, pode ser muito persistente.
– Deve ser uma anfitriã encantadora – comentou Luc.
– É uma grande admiradora tua. Tratar-te-á como se fosses um membro da realeza, garanto-te.
– Não tenho desejo algum de que me tratem como à realeza, e seria uma grande decepção como convidado...
– E se to pedir como um favor pessoal? – insistiu o seu editor.
– Posso dar-te um exemplar autografado para ela.
– Já tem um. A tua assinatura é realmente fácil de falsificar.
Malcolm interpretou a gargalhada de Luc como um sinal de que começava a abrandar, e aproveitou aquela vantagem.
– Laura perseguiu-me durante anos por tua casa. E agora que Megan faz trinta anos no mês que vem... – suspirou pelo auscultador do telefone.
– Quem ou o que é Megan?
– A minha sobrinha, uma rapariga encantadora... solteira.
Luc sorriu.
– Estão a convidar-me porque a tua irmã está à procura de marido para a sua filha?
– Megan é uma rapariga encantadora – protestou Malcolm. – Tem uma grande personalidade. Parece-se com o seu pai fisicamente, mas, claro, não se pode ter tudo.
Luc ouviu, divertido, a enxurrada de confidências que Malcolm lhe fazia.
Desde que tinha conhecido o seu editor tentou não simpatizar muito com ele, visto que representava tudo o que ele odiava, desde o seu sotaque, à classe social a que pertencia. Mas Malcolm tinha um certo encanto. Era um homem agradável, e Luc tinha aprendido, apesar da sua atitude, a não pressionar muito na esfera dos negócios.
– Os membros da tua família vivem todos no século passado?
– A sério, Lucas, não acredito que seja muito pedir que reflictas sobre o que eu fiz por ti. Às vezes és muito egoísta, sabias? – queixou-se.
Luc não se sentiu ofendido pela observação. Considerava que, essencialmente, era verdade. Ele não desfrutava do dinheiro por si mesmo, mas desfrutava da liberdade que lhe dava. Considerava-se sortudo por poder viver de algo que gostava de fazer.
Noutra altura, não pensara desse modo. Mas, reflectindo retrospectivamente, a perda do seu negócio fora uma das melhores coisas que lhe tinham acontecido na vida. Se não tivesse sido pela má administração do seu sócio, nunca teria encerrado durante três semanas para terminar o romance que sempre tinha querido terminar.
– Suponho que posso dizer a Laura que estás com gripe...
– Podes dizer a Laura o que te apetecer, desde que não seja que eu adoraria ir à sua festa.
Gostava de Malcolm. Mas isso não queria dizer que estivesse disposto a passar um fim-de-semana a ter que ser agradável com pessoas com quem não tinha nada em comum.
Não levou muito tempo a descobrir onde vivia. Ao olhar para a agenda do seu tio descobriu.
Lucas Patrick, o autor de romances comerciais mais vendido, e aclamado pelos críticos, residia numas águas-furtadas num velho armazém reformado, junto ao rio. Ganhara vários prémios no ano anterior. A sua morada não aparecia na contracapa dos seus romances. Mas também não aparecia a sua fotografia sombria a preto e branco, como era habitual.
Teria realmente tanta alergia à fama? Ou era uma ardilosa estratégia de marketing?
Megan não sabia. Mas estava claro que a sua recusa em aparecer em público, tinha disparado a venda dos seus livros e convertera-o numa espécie de figura heróica tão bem construída como as personagens dos seus romances. E o seu tio Malcolm não lhe servira de ajuda. A única coisa que lhe escapara era que o seu melhor cliente era jovem e solteiro.
Se algum dia a sua imagem viesse a público, e se se tratasse de um homem de meia-idade calvo, decididamente ia haver mais que uma fã decepcionada. Megan sorriu. Esperava que fosse apresentável. Assim seria mais fácil levar a cabo o seu plano.
Hesitante, deteve o dedo que estava prestes a pressionar o botão da campainha. Aquilo parecera-lhe uma grande ideia na noite anterior. Mas agora, à fria luz do dia, não lhe parecia tão inspirada. Até se perguntava se não seria muito louca.