Ansiedade: Controlar ou aprender a ter uma vida significativa apesar dela?

De Giliane Schmitz

Nesta obra, a autora usa sua pesquisa de doutorado para falar sobre ansiedade, que é um sentimento cada vez mais comum no dia a dia das pessoas. O tema é abordado de forma didática e acessível, em que a autora traz sua experiência clínica como psicóloga e casos de pacientes para exemplificar. Como ela mesma recomenda, esse livro não é um tratamento terapêutico, mas tem o objetivo de despertar o leitor para suas próprias questões com a ansiedade e, caso entenda ser necessário, procurar ajuda profissional.

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 6 de mar. de 2023
• ISBN: 9786525442938

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Dedicatória

Dedico este livro à minha mãe, Jucemar, ansiosa

de carteirinha, que foi a pessoa mais amorosa

e apoiadora da minha vida inteira. Se não fosse por ela, eu não teria a força e a coragem que tenho.

Agradecimentos

Este livro não existiria sem que pessoas muito queridas acreditassem nele antes de mim.

Agradeço, antes e especialmente, ao Eudes Fernandes, que viu no meu trabalho a relevância e o potencial para se tornar essa obra. Foi ele, também, que fez a primeira leitura de maneira atenciosa e cuidadosa. Fez-me ir adiante nesse projeto e é grande responsável por este feito.

Agradeço à Marilu Ristof, que fez a segunda leitura e comentou sobre suas impressões, como se eu já tivesse vendido milhares de cópias. Seu apoio e afeto são imprescindíveis para mim.

Agradeço aos meus pais, Tito e Jucemar, por terem sido a mistura das principais referências para me tornar quem sou. Fui e sou muito amada, e isso é um grande privilégio!

E, por fim, agradeço a todas as pessoas que já me permitiram que eu fosse sua psicóloga. É uma forma muito bonita de aceitar a mudança na direção de uma vida feliz e significativa.

Apresentação

Este livro começou pela difícil tarefa de ter um nome.

A complexidade de transformar a ansiedade em um caminho para uma vida significativa

A ansiedade transformada em combustível para a construção de uma vida significativa

Quem tem medo da ansiedade? Amar e mudar as coisas me interessa mais…

Meu medo inicial é de cometer plágio já nas primeiras páginas, na capa… A pessoa ansiosa fica nessas de querer um ideal e travar na iminência de que algo ruim aconteça no caminho ou que não se consiga chegar ao destino.

Então saibam que antes de definir um título, eu preferi me apresentar a vocês.

Meu nome é Giliane Schmitz, sou uma pessoa ansiosa que conseguiu direcionar minha angústia, pressa de viver e autoexigência para um propósito: conhecer o comportamento humano e falar sobre ciência comportamental para pessoas que não têm conhecimento sobre psicologia. Eu faço isso no meu dia a dia no trabalho, nos papos com amigos, nas minhas redes sociais e em qualquer ocasião em que as pessoas apresentem interesse em ouvir.

Passo muito tempo da minha vida estudando e trabalhando, mas nos intervalos convivo com meus amigos e família. Adoro um papo de mesa de bar, viajo pelo mundo, vejo muitas séries e filmes, ouço música e atualmente estou viciada em podcasts. Moro quase sozinha, sem outros humanos, mas com minha gata, Nymeria Regina. Ambas adoramos tardes frias no sofá vendo aleatoriedades.

Sou flamenguista que precisa evitar ver jogos de futebol, porque meu coração já chegou a 149 bpm durante uma partida e desde então desligo a TV quando a coisa começa a ficar tensa. Para além da minha veia cética de cientista, tenho medo de assombração e sou astróloga de ocasião – posso apostar que depois de uma conversa de quinze minutos, adivinho seu signo. Também tenho medo de tempestades e aranhas. Em termos de crença religiosa, sou agnóstica, mas queria acreditar no espiritismo. Tenho quase certeza de que já fui queimada como bruxa em uma vida passada. Seria queimada como bruxa agora, em tempos de obscurantismo que vivemos, caso fosse a cultura vigente.

Estou me abrindo com vocês e falando de algumas vulnerabilidades, porque aprendi que é isso que aproxima as pessoas. Acredito que, à medida que vocês me virem como gente, que se identificarem com gostos e características minhas, ou mesmo me avaliarem como alguém que tem medos e desejos, conseguirão conversar comigo nas páginas desse livro. E eu realmente adoro uma boa conversa!

Sou psicóloga desde 2009, fiz duas especializações: uma em Psicoterapia Clínica Analítico Comportamental e outra em ABA para o Transtorno do Espectro Autista. Sou mestre em Análise do Comportamento pela Universidade Estadual de Londrina, um dos maiores orgulhos da minha vida acadêmica. E acabei de concluir meu Doutorado em Psicologia pela Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales, de Buenos Aires, na Argentina.

Já trabalhei como psicóloga em um hospital e convivi com as perdas e lutos diariamente. Depois atuei junto à Assistência Social de uma prefeitura do interior do estado de Santa Catarina, e foi ali que descobri o real sentido da minha profissão que, para mim, é aliviar as dores humanas e abrir caminhos para outras possibilidades. Desde 2012 trabalho em uma universidade federal brasileira, no atendimento aos alunos e formação de professores para o desenvolvimento de melhores condições para a aprendizagem. Nesse meio tempo, também fui professora de vários cursos de graduação e pós-graduação. Atualmente também estou clinicando, atendendo adolescentes e adultos.

Quando um cliente me procura para ter atendimento psicológico, fornece-me um passaporte para eu entrar em sua vida. Permite-me conhecer sua história, seus conflitos, medos e planos. Eu tenho mais informação da vida da maioria dos meus clientes, do que seus familiares e amigos mais próximos têm. Considero isso um grande privilégio, que vem acompanhado de uma imensa responsabilidade. Eu trabalho, o dia inteiro, com as fragilidades e os desejos mais genuínos das pessoas. E sou muito grata por ter a oportunidade de conhecer o ser humano nesse nível. Cobro-me muito para desempenhar minha profissão de maneira cuidadosa e amorosa.

E durante essa experiência, que é grande parte da minha vida, eu ouço, todos os dias, as pessoas me dizendo que precisam ser menos ansiosas. A ansiedade é universal e democrática, está em todos os países, culturas e grupos sociais. Ela tira a paz, leva a decisões precipitadas, gera conflitos e afeta relacionamentos. Por isso, queremos acabar com ela, controlá-la e extingui-la de nossas vidas. Pouco pensamos nas vezes em que a ansiedade nos impulsionou, gerou engajamento em projetos, fez-nos sair de situações em que estávamos insatisfeitos. Ela faz parte da vida e não precisa nos perturbar o tempo todo.

Nos últimos anos, pesquisei intervenção para o manejo da ansiedade. Minha tese de doutorado é Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) em grupo online para ansiedade em universitários. A ideia dessa pesquisa surgiu no início da pandemia aqui no Brasil. Até então minha proposta era falar sobre… Opa, já estou começando o primeiro capítulo no meio da apresentação. A ansiosa que habita em mim saúda o(a) ansioso(a) que habita em você…

Por hora eu vou parar por aqui, mas nas próximas páginas, além de trazer dados científicos sobre a compreensão da ansiedade, também contarei experiências minhas, para que vocês saibam que é um sentimento democrático, que dá para coabitar bem com ele e transformá-lo em algo bom. Também contarei histórias que me contam, mas sempre falando dos fatos, nunca das pessoas. O cuidado e respeito com os segredos de cada indivíduo é algo que prezo muito.

É um prazer ter você por aqui! Espero que aproveite e converse comigo no decorrer desta obra que, para mim, é a realização de um grande sonho da criança leitora que fui.

Com muito carinho, a autora.

Introdução

Este livro abordará a ansiedade, tema tão presente em nossas vidas e nas nossas conversas em um mundo quase pós-pandêmico. Ele surgiu a partir da minha pesquisa de doutorado, mas eu busquei, ao máximo, traduzir a linguagem acadêmica para uma mais acessível, cheia de exemplos e com uma perspectiva prática. De forma alguma se trata de uma tentativa de orientar as pessoas em detrimento de um processo psicoterapêutico. Por mais terapêutico que possa ser, um livro não é