Albergue Asimov

De G.G. Melies

Conto fantástico de temática sócio-política que trata da metáfora do banheiro de Asimov.

Qualquer semelhança com a realidade atual... aprenda a ler nas entrelinhas.
Inspirada na "Metáfora do banheiro" teorizada por Isaac Asimov, esta curta ficção fantasiosa nos mergulha, com repulsa e humor visceral, em uma moral de desespero sobre o futuro de nossas sociedades de massas manipuladas e o futuro de nosso planeta. Brutal e repugnante, esta história para estômagos fortes nos mostra a baixeza humana crescente pelas necessidades próprias do número de indivíduos, em um planeta que, devido a nossa explosão demográfica, está ficando cada vez menor no espaço e nos recursos naturais.
Manifestações de sociedades em crise estão acontecendo hoje em dia em Hong Kong, França, Barcelona, Irã, Turquia, Egito ou em toda a América Latina. Se você vive em um país conturbado, você pode notar semelhanças generalizadas em todos os aspectos.

SINOPSE.
Um grupo de estudantes recém-formados na Faculdade de Sociologia, amantes das culturas e tradições de povos isolados, embarcam em uma viagem de mochila por áreas remotas da Cordilheira dos Andes no norte da Argentina, perto das fronteiras da Bolívia e do Chile. No meio de uma estrada inóspita, devido a uma situação desagradável, eles devem urgentemente procurar refúgio em um repentino albergue que aparece no meio do nada, como por magia... ou ficção científica. O que acontecerá com estes pobres infelizes... talvez seja um pouco sóbrio e de mau gosto. Mas nesse mau gosto você entenderá a realidade desesperada, a urgência de sociedades e indivíduos que procuram mudar sua sorte quando os recursos se esgotam e as leis apertam... às vezes mudando suas sociedades para melhor e às vezes não se dando conta de que é para pior.

• Idioma: Português
• Editora: BadPress
• Data de lançamento: 8 de mar. de 2023
• ISBN: 9798201751081

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Albergue Asimov.

G.G. Melies.

Todos os direitos reservados.

Às nossas sociedades angustiadas.

E

xiste uma repugnante história que experienciam de surpresa os recém chegados estudantes de Sociologia, Estatística ou de Ciências Políticas, a qual conta que, na viagem de graduados, experimentam, em uma determinada cadeia internacional de albergues, horrores educativos metafóricos e instrutivos, como introdução ou aprendizado final aos iminentes futuros profissionais que empreenderão. Em geral, a história é sempre a mesma, ou as narradas em países diferentes são, ao menos, por demais parecidas entre elas... Mas sem dúvida alguma, a matriz da história é, com infâmia, algo que apanha desprevenido o leitor (tanto mais aqueles que a vivem) de tão asquerosa, que talvez a resista ou se desafíe a permanecer nela até o final... Esclareço tal questão porque assim aconteceu comigo.

Por momentos toma contornos duros de acreditar como verídicos, mas a cada dia, ao ver as notícias, ver a destruição de nosso planeta e o caos social mundial de intolerância sem retorno e em contínuo crescimento, não me resta mais opção do que acreditá-la em solitário e silencioso desespero.

A cadeia de albergues é estranha, muito estranha mesmo... e possivelmente o que me fez duvidar quando a ouvi pela primeira vez. O que é estranho? Muitas coisas, mas vou me concentrar em apenas três delas. A primeira é que é sempre dirigida por seu proprietário; não importa a localização global da estrutura do albergue (já que a cadeia em contínuo crescimento opera a cada vez em mais países), é sempre esse tal Isaac a dar atenção personalizada aos viajantes que não conseguem resistir aos sabores étnicos. A segunda característica é o súbito aparecimento do albergue no meio do nada, em lugares estranhos, escondidos ou um pouco rebuscados para os padrões comerciais. A terceira... é que todas as histórias, as de todos os que a experimentam, giram ao redor de um último e precário banheiro.

Mais uma coisa devo esclarecer antes de entrar na história de uma experiência tão cruel e representativa da maldade humana; já que, com isto em mente, Você Leitor/a, entenderá um pouco melhor o pano de fundo da história que me mergulhou no desgosto, na angústia e no desespero. Quando é que se determina que um organismo é uma praga? É uma equação de quatro componentes que, assim como nossas sociedades, esses quatro tramam e rivalizam em bandos antagônicos (nº. de nascimentos mais nº. de imigrantes, versus nº. de mortos mais nº. de emigrantes). É simples... Quando em um ecossistema a soma do nº. de nascimentos e de imigrantes de uma espécie é superior ao nº. de mortos e emigrantes, o organismo declara-se em praga